Me apaixonei pelo garçom (parte 4)

Um conto erótico de Felipe
Categoria: Homossexual
Contém 2442 palavras
Data: 09/11/2012 18:49:18
Última revisão: 09/11/2012 22:30:50
Assuntos: Amor gay, Gay, Homossexual

Encerrei o último conto no momento em que o Leonardo me diz que a cicatriz do pulso dele é de uma vez em que ele tentou se matar.

Felipe: Como assim, tentou se matar?

Leonardo: Tentei me matar. Tirar minha própria vida.

Felipe: Tá. Mas, por quê?

Leonardo: Meus pais descobriram uma coisa sobre mim, que não os deixou feliz.

Felipe: O que eles descobriram?

Leonardo: Que eu sou gay.

Ok, foi o primeiro “choque” do dia.

Eu já notava a voz dele trêmula. Ele estava a ponto de começar a chorar.

Felipe: Me conta a história?

Leonardo: Sim. Senta ai.

Eu me sentei na minha cama, e ele na cadeira do meu PC. E ele começou a falar:

Leonardo: Eu tinha conhecido um garoto, gay. De outra cidade. Nós nunca nos encontramos, mas eu amava ele como nunca tinha amado ninguém. Eu sei muito bem doas tais riscos da internet, mas eu confiava nele, ele confiava em mim. Eu tinha certeza que ele era quem ele dizia ser.

Ele parou e me olhou. Eu não abri a boca para nada. E então ele continuou:

Leonardo: Eu e ele ficamos “juntos” por dois meses, antes de decidirmos que podíamos confiar na minha mãe, e então, contarmos pra ela sobre nós. Foi o maior erro da minha vida. Eu acreditava que ela seria compreensiva e que aceitaria tudo aquilo.

Ele fez uma pausa, engoliu o choro. E continuou:

Leonardo: Na hora, ela fez um escândalo. Ela disse que aquilo era inaceitável. Que eu era homem e tinha que agir como homem. E não ficar procurando por viadinhos na internet.

Felipe: Ela usou essas palavras?

Ele fez que sim com a cabeça e enxugou uma lágrima.

Leonardo: Ela também disse que eu não tinha nascido pra isso. Que ela e meu pai tinham me criado com tanto amor e carinho, e agora, eu estava sendo ingrato com eles. Ainda disse que eu fui a maior decepção da vida dela. O maior erro que ela cometeu na vida. Imagina como é ouvir isso? Sua própria mãe falando que você é um erro que ela cometeu? Como se ela tivesse se arrependido de me dar à luz.

Felipe: Eu sei que deve ser terrível.

Leonardo: Ela ainda me disse que eu deveria parar com a “viadagem” na internet. Ou então, ela contaria pro meu pai. No final eu não consegui terminar com ele, eu amava o garoto, e eu estava disposto a fazer tudo por ele. Minha mãe percebeu que eu ainda extava falando com ele, e contou pro meu pai sem pensar duas vezes.

Mais uma pausa.

Felipe: E então?

Leonardo: Foi pior ouvir meu pai do que ouvir minha mãe.

Felipe: O que ele disse?

Leonardo: No começo ele falou a mesma coisa que minha mãe. Que eu era uma vergonha, e insinuou que eu era um erro no mundo. E ele ainda disse que eu deveria pensar muito bem se era aquilo mesmo que eu queria. Porque se eu decidisse seguir nesse caminho, eu já podia me preparar e sair de casa. Isso se eu tivesse tempo de sair de casa, porque ele me pois no mundo e poderia muito bem me tirar do mundo.

Ele enxugou uma lágrima, mas já não adiantava.

Felipe: Ele disse isso mesmo?

Leonardo: Sim. Ele me xingou de muitas coisas. “Filho da puta” e “bichinha” foram coisas leves.

Felipe: Nossa. Tudo bem que eles não aceitem. Mas pra que falar coisas assim?

Leonardo: Eles falaram muitas coisas. Acho que algumas me magoaram tanto, que depois que tudo passou, a minha mente apagou, ou sei lá o que aconteceu.

Eu não sabia o que dizer. Eu simplesmente não sabia o que eu poderia dizer pra fazê-lo se sentir melhor.

Leonardo: O pior é que essa situação se estendeu. Ficou esse clima em casa por dias. Eu fiquei sem computador e internet por meses. Eles ainda quiseram me mandar pra um psicólogo. Como se minha homossexualidade fosse uma doença psicológica grave e que poderia ser extraída à força. Depois de ouvir tanta coisa horrível por tantos dias, eu já não sabia o que fazer pra que aquela situação parasse e que meus pais me deixassem em paz.

Felipe: Foi quando você tentou se matar?

Leonardo: Eu pensei em fugir. Mas de que adiantaria? A dor continuaria me perseguindo, e como um garoto menor de idade vai sobreviver sozinho no mundo hoje em dia? Eu não conseguiria. A ideia da morte me atraiu. Saber que tudo acabaria, e que eu não ia mais sofrer daquele jeito por causa dos meus pais. Eu não quis chamar a atenção de ninguém. Eu apenas quis ficar em paz, sem dor ou sofrimento no meu coração.

Felipe: E então você tentou se matar?

Ele fez que sim com a cabeça.

Leonardo: Mesmo fazendo aquilo pra ficar em paz, eu fiquei com medo. Mas não hesitei. Não sei como e nem porque sobrevivi. Eu fiquei ainda com mais raiva. Mas as coisas melhoraram. Nunca ficaram perfeitas, minha mãe levou dias pra parar de me chamar com um único dedo pela manhã.

Felipe: Como assim?

Leonardo: Ela me cutucava com um dedo só. Como se tivesse nojo de encostar em mim. Me falava que estava na hora de ir pra escola e já saia do quarto. Se eu não levantasse, ela nem se importava. Saia pra trabalhar sem nem mesmo me chamar uma outra vez.

Felipe: Mas isso foi antes de você tentar se matar?

Leonardo: Sim. Como eu já disse, as coisas melhoraram um pouco depois que eu tentei me matar. Acho que eles perceberam que pegaram pesado. Ou talvez só tenham parado pra evitar mais escândalos. E, se eu me matasse de verdade, eles teriam que dizer para todos o que tinha acontecido.

Ele ficou em silêncio por alguns segundos, e eu perguntei:

Felipe: Tem mais coisas que você queira contar? Pode me falar. Você tem um amigo de verdade aqui.

De novo ele enxugou o rosto e falou:

Leonardo: Só pequenos detalhes. Como o meu pai dizendo que se eu decidisse continuar com aquela história, ele contaria pra todo mundo que eu andava transando com gay.

Felipe: Mas isso não faz sentido. Se ele disse ter vergonha disso.

Leonardo: Ele disse que ele faria isso, e ele passaria vergonha, mas eu passaria mais.

Felipe: Aff.

Leonardo: Também disse tudo o que conseguiu pensar. Tentando me fazer mudar de ideia. Muitas coisas nem faziam sentido. Mas a pior coisa de ouvi-lo dizendo que eu era uma vergonha, e que eu estava com algum problema psicológico. Ele me tratou muito mal. Me desrespeitou, xingou e desprezou. Eu nunca vou me esquecer do que ele fez.

Felipe: Eu acho que eu nem conseguiria conseguir convivendo com eles depois disso.

Leonardo: Eu não enxerguei outra opção.

Felipe: E como vocês estão hoje?

Leonardo: As discussões pararam. Mas eles ainda demonstram desprezo, às vezes. Eu aprendi a ignorar. Mas não aceitei o jogo deles. Assim que eu puder me sustentar, vou dizer a eles que eu sou gay SIM, eles aceitando isso ou não. E então vou sair daquela casa. Provavelmente, pra nunca mais colocar o pé lá dentro.

Felipe: Então, você trabalha na pizzaria pra juntar dinheiro ou o que?

Leonardo: Não. Eu só trabalho na pizzaria porque é uma forma de ficar fora de casa. Na pizzaria eu tenho amigos e sou respeitado.

Ficamos nos encarando. Eu fiquei remoendo a história. Perguntando-me se eu também teria tentado me matar se passasse por tudo aquilo. Era difícil dizer.

Felipe: E seu namorado?

Leonardo: Acabamos nos separando. Fiquei meses sem internet e celular. Não tive como me comunicar com ele. Depois de tanto tempo, depois de tudo o que aconteceu. Eu fiquei tão perturbado que não procurei-o de novo. A última conversa que tive com ele foi antes de conversarmos com minha mãe. Naquela conversa, nós dois estávamos felizes. E a última coisa que eu disse pra ele, foi: “eu te amo... e vou estar com você pra sempre... não importa o que aconteça”.

Ele me encarou, seu rosto já estava encharcado de novo.

Leonardo: Não cumpri a promessa, porque eu nunca mais voltei a falar com ele.

Apertei minhas mãos, olhei-o nos olhos e tudo o que me veio pra falar foi:

Felipe: Não tenho uma palavra pra descrever tudo isso. Mas, eu quero te contar uma coisa, que eu tinha medo de contar.

Leonardo: O que?

Felipe: Depois de te conhecer na pizzaria. Eu, sei lá, comecei a pensar direto em você. Perdi o sono e não tirava você da cabeça. Eu me apaixonei por você, Leonardo. Em tão pouco tempo, você, com seu jeito, sua beleza... me conquistou.

Ele abaixou a cabeça, em seguida, me olhou e falou:

Leonardo: Eu não acredito.

Felipe: Que foi?

Leonardo: O que foi é que eu também me apaixonei por você, Fe. Você consegue fazer meu dia ficar perfeito. Como se eu me esquecesse de todos os meus problemas. E eu, sei lá, achei que você fosse hetero e tinha ficado triste porque achei que...

Ele fez uma pausa, e eu completei:

Felipe: Achou que não teria uma chance comigo?

Leonardo: É.

Felipe: Leonardo. Me escuta.

Eu me ajoelhei bem na frente dele.

Felipe: Sabe o que eu pensei quando te vi na pizzaria pela primeira vez?

Leonardo: O que? - ele falou sorrindo.

Felipe: Pensei que você era o garoto mais lindo que eu vi em toda minha vida. E sabe o que eu to querendo te dizer?

Leonardo: O que?

Felipe: Que eu nunca senti por ninguém o que eu sinto por você! Você me faz perder o sono, mas faz ficar pensando num jeito de te mostrar o que eu sinto. Eu gosto demais de você. Eu te amo, mesmo te conhecendo há tão pouco tempo, eu te amo demais.

Minhas mãos estavam nos joelhos dele. E a mão dele tocou meu rosto.

Leonardo: Não vai me magoar?

Felipe: Nunca! Eu vou sempre fazer o possível e o impossível pra te ver feliz.

E nossos lábios se tocaram. Nos beijamos com carinho. Nos levantamos e os beijos ficaram mais intensos. As mãos dele pararam na minha cintura, e as minhas começaram a tirar sua camisa. Ele ergueu os braços pra que eu pudesse tirar sua camisa e depois me abraçou de novo, voltamos a nos beijar enquanto ele desabotoava minha bermuda e a deixava cair no chão. Eu fiz o mesmo com a bermuda dele.

Logo, ele me deitou na cama e se pois por cima. Puxou minha cueca pra baixo e começou a me chupar. Nossa, que delícia. Ele chupava só a cabeça do meu pau, depois engolia o máximo que conseguia, passava a língua na cabeça do meu pau e voltava a chupar tudo.

Depois ele tirou a cueca e se colocou em cima de mim, eu segurou no meu pau e posicionou na entradinha dele, e foi descendo aos poucos. E quando meu pau ficou todinho dentro dele. Ele começou a cavalgar devagar. Gemendo e suspirando.

Eu segurei seu pau e masturbei-o um pouco. Mas logo parei, pois trocamos de posição. Ele ficou de quatro na cama e eu comecei a come-lo. Penetrei meu pau devagar, ainda assim ele soltou gemidos altos.

Também não forcei muito, era a primeira vez dele e meu pau tinha 19 cm. Então fui devagar. Ele gemia bastante, mesmo eu indo devagar.

Geralmente eu demorava pra gozar quando eu me masturbava, mas aquilo era totalmente diferente. Sentir o corpo dele e sentir meu pau penetrando seu cuzinho. Me deixava excitado.

Quando fui gozar, tirei meu pau de dentro dele e gozei nas suas costas, os jatos chegaram até sua nuca e depois disso ele se virou pra mim, beijou minha boca e passou a mão pelas minhas costas.

Eu achei que ele ia querer me comer também. Mas cai do cavalo quando ele gozou, depois de me abraçar, pressionando seu pau contra o meu.

Mas não me importei, ele estava feliz, e isso me deixava feliz.

Deitamos na cama e ainda nos beijamos algumas vezes. Depois, eu sussurrei em sou ouvido: Vamos tomar banho?

Ele fez que sim com a cabeça, tinha um sorriso no rosto.

Durante o banho, nós ainda nos beijamos muito, nos lavamos, mas a principal parte foi quando eu falei:

Felipe: Léo, se seus pais soubessem da gente, o que você acha que fariam? – era uma pergunta óbvia. Mas eu fiz mesmo assim.

Leonardo: Provavelmente vão dar um ataque de novo. Eu estou me dedicando o máximo possível pra ter uma boa formação e sair daquela casa o quanto antes, e de cabeça erguida.

A partir desse dia, eu passei a olhar pro Léo de um jeito diferente. Antes eu o via como um garoto comum, que ainda nem tinha decidido o que queria da vida. Mas descobri que ele era mais do que isso. Já tinha passado por situações que talvez ninguém merecesse passar. Ouvido coisas que deveriam ser proibidas de serem ditas. Mas ele estava ali, com a tal cicatriz no pulso. Mas estava ali, sempre sorrindo e disposto a vencer na vida. E não estava sozinho.

Quando voltamos ao quarto, já vestidos, eu segurei a mão dele e nossos dedos se entrelaçaram.

Felipe: Talvez nem seja necessário pedir isso. Mas eu quero.

Leonardo: O que?

Felipe: Léo, namora comigo?

Ele deu um sorriso, colocou a mão no meu rosto e me deu um selinho, beijou todo o meu rosto e falou:

Leonardo: Claro que namoro. Você é perfeito.

Felipe: Você que é perfeito.

Leonardo: Sabe que não me importo mais como vai ser meu futuro, desde que tenha você comigo.

Felipe: Vou estar sempre com você.

Então nos beijamos e caímos na cama.

Não transamos de novo. Eu fiquei deitado, e ele deitou ao meu lado, passou o braço sobre minha barriga e apoiou a cabeça no meu ombro.

Leonardo: Em pensar que se eu tivesse morrido mesmo, eu não teria te conhecido.

Fiquei quieto. Era estranho saber que ele tinha tentado se matar.

Felipe: Ainda não concordo com uma atitude assim. Mas a partir de hoje, eu não vou deixar você fazer uma coisa assim.

Leonardo: Rs. Não se preocupe. Isso me separaria de você.

Ele segurou minha mão e nossos dedos se entrelaçaram. Ainda conversamos por um tempo. Até dar a hora de a minha mãe chegar. E nós levantarmos, irmos até a sala e ficarmos assistindo TV.

- Fim da parte 4 -

Meu e-mail: felipe.contos@yahoo.com

Meu msn, pra quem quiser: felipe.contos@hotmail.com

Quero deixar claro que estou entrando pouco, pois estou em época de provas e isso toma muito do meu tempo.

Até a próxima. ;)

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Comentários

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Nossa que historia triste do Leonardo, e fiquei muito feliz por vocês dois.

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Não acho que os pais sejam idiotas, até entendo o lado deles. Como eu já falei. Minha mãe não concordaria em eu ser um bissexual. Todos os pais sonham com os filhos tendo uma família, digamos na linguagem deles, "normal". Mas eles tem que entender que não é algo que escolhemos, não queremos afronta-los. Nascemos assim, não sofremos de um distúrbio ou de qualquer coisa. Somos seres humanos, assim como os outros.

Fiquei triste quando ele disse que tentou se matar, ele apenas queria tirar a dor que estava sentido e não tirar a sua própria vida.

Estou tomando coragem em contar pra minha família, sei que vai ser difícil, mas é minha felicidade que está em "jogo". Já tive "sintomas" da depressão, só que hoje estou mais light rsrs.

Muito bom o seu conto. Espero ansioso o próximo.

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pessoal, me desculpem, eu coloquei o email errado, não é felipe.contos@live.com, e sim felipe.contos@hotmail.com ! vou editar o conto e corrigir... >.<

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LINDO,PERFEITO,DIVINO e muuuuito EMOCIONANTE.É muito triste saber que existem pais que maltratam,humilham e até batem nos filhos só por eles serem homossexuais,as pessoas deviam enxergar que o homossexualismo não é uma doença,não é uma coisa anormal,é apenas amar uma pessoa do mesmo sexo,é um amor diferente,mas um amor LINDO,DIVINO.AMANDO seu conto.BJKASSSSSSSSSSSS

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Ai eu sei muito bem como e tentar se matar não passei por isso graças a deus pq seira muito dificil pra minha avo ela me ama muito e meu parceiro tambem mais isso e uma coisa muito realistica nos dias de hoje muitos jovens homossexuais passan por isso e e um grande dilema mais di tudo seu conto esta perfeito minha nota e 10.000 e realginário comcordo plenamente com vc .

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Nossa, esse conto é maravilhoso ! Eu li a cada letra desse conto, e chorei , chorei mesmo. Pois , aconteceu comigo, exatamente o mesmo. Passou na minha mente tudo o que aconteceu. De verdade, seu conto é perfeito. Posso dar nota 1027109281908229382903 ?

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Emocionante, já tentei me matar também , a gente acha que é um forma de ter paz, não sofrer mais... de não mais sentir aquela dor na alma, não me arrependo de ter tentado me matar, porque isso foi importante para mim, fez meu futuro mudar para melhor e me fez crescer, a dor continua mas é menor do que o amor que sinto.

Esses pais são idiotas, como podem fazer isso com filho, parece que o amor deles sumiu , e o ódio e o preconceito dominaram, vejo cada vez mais que ficamos menos humanos.

Nota 1000000

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