Ódio Vira Amor XVII

Um conto erótico de Rafha.
Categoria: Homossexual
Contém 1974 palavras
Data: 14/10/2012 13:03:24
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

Ódio Vira Amor XVII

Continuando....

Na manhã do sábado tudo ocorreu como já era de costume, particularmente estava soltando fogos de artifícios por sair à tarde para fazer uma das coisas que me agrada muito.

Por volta das 15:30 da tarde, eu estava andando pelas inúmeras lojas do shopping chamando atenção das pessoas que passavam ao meu lado por estar carregando uma quantidade digamos que exagerada de sacolas nas mãos. Já que minha adorável mãe liberou o cartão para as compras resolvi que iria gastar muito, às vezes é necessário um pouco de extravagância.

Quando eu já tinha comprando praticamente todo o shopping resolvi ir embora, em direção a porta do shopping dou de cara com o Felipe, nossa eu nunca tinha reparado como ele era lindo (Estava vestindo com uma polo vermelha, jeans preto e tênis branco) não sei se só vim notar esse fato recentemente por começar a nutri um sentimento por ele, mas eu agora eu tinha que concordar com a Marcela, ele realmente é um gato. Nós trocamos olhares mais por puro orgulho tratei logo de desviar o olhar para não dar motivos para ele se achar em outra situação, como já havia feito algumas vezes.

Chegando ao ponto de taxi noto que não há nenhum disponível, no mínimo todos estavam circulando pela cidade. Então fico esperando até aparece algum carro para finalmente poder ir para casa, já que estava extremamente casado e para completar a situação estava cheio de sacolas. Meia hora depois eu ainda estava lá no ponto de taxi esperando até que o Felipe aparece, chega até mim com aquele jeito de quem não quer nada e pergunta:

Felipe: Será que eu posso lhe dar uma carona ?

Dando um salto por causa do susto e olhando em sua direção, pude constatar que ele era muito mais lindo do que eu já havia imaginado, como era de praxe pensei em lhe dar uma responda daquelas, só que tive pena dele, sei lá nem sei o que aconteceu mais ele tinha uma feição totalmente diferente da que era de costume. O Observei por um tempo em silêncio e lhe respondo em seguida:

Eu: Sim. Seria muito gentil de sua parte !

Espantado com minha resposta ele perguntou:

Felipe: Jura ?! Você estar falando sério ou é brincadeira ?!

Entrando em um clima de descontração respondo:

Eu: Ah qual é ?! Já estou esperando a mais de meia hora aqui e nada de um taxi. E outra não custa nada aceitar a sua carona !

Com a maior cara de interrogação, ele continua:

Felipe: Você estar bem ?! Meu Deus será que você estar com febre ?! Ou eu estou ficando louco ?! Put’s você aceitar a minha carona é milagre !

Eu: Felipe, vamos deixar de drama, por favor ! Estou cansado e quero ir para casa. Nesse momento eu aceitaria a carona de qualquer um !

Fazendo cara de cachorro sem dono ele fala:

Felipe: Nossa sabia que as suas palavras me machucam ?!

Por um momento que até hoje não consegui compreender, levei minha mão à sua face (como nos fazemos para enxugar as lágrimas de alguém) e falei:

Eu: Oh Felipe.... Eu tenho culpa de você sempre esbarrar em mim nos dias que estou no piloto automático !

Assustado por minha atitude ele prossegui:

Felipe: Acho que estou sonhando !

Eu: Claro que não. Talvez você esteja vivenciando um sonho.

Abrindo um sorrindo de canto a canto ele continua:

Felipe: Acho que sim ! Será que posso levar as suas sacolas ?!

Eu: Não precisa !

Felipe: Dar pra parar de ser teimoso uma vez na vida ?!

Eu: Mais é claro que sim. Mas estou bem com elas, não é necessário você carrega – las.

Felipe: Será que você não notou que estou sendo cavalheiro com você ?!

Eu: Claro que notei.

Felipe: Então me dar essas sacolas ! E fim de papo.

Com isso saímos caminhando até o estacionamento, tirando as chaves do bolso e destravando as portas do carro, ele coloca as sacolas no bando traseiro, quando eu ia abrindo a porta do passageiro ao ver – me fazendo isso ele diz:

Felipe: Ei, deixe de ser apressado ! Eu vou abrir a porta para você !

Indignado com o que ele falou, tratei longo de argumentar:

Eu: Pelo que eu sei, homens não abrem portas de carro para outros homens !

Abrindo a porta do passageiro para mim ele responde:

Felipe: Não vejo problemas em faze – ló. Estou mostrando – lhe um lado meu que você ainda não conhece.

Realmente nunca havia imaginado que aquele cara que perseguia – me durante alguns anos no colégio pudesse ser tão cavalheiro.

Entrando no carro ele colocando a chave na ignição, ele olha – me e sorrir. Sem entender o significado do sorriso pergunto:

Eu: Qual o motivo desse sorriso bobo ?

Felipe: Você. Particularmente já tinha perdido as esperanças com contigo.

Eu: E desde quando eu lhe dei esperanças ?!

Felipe: Ih é melhor eu ficar gueto !

Eu: É melhor mesmo.

Felipe: Posso ligar o som ?!

Eu: Pode não, deve !

Olhando em direção da janela, quando sou surpreendido pela música que chegam aos meus ouvidos. Virando para ele digo surpreso:

Eu: Jura que você curte Adele ?!

Felipe: Claro que sim. Essa que estar tocando (Chasing Pavements) é uma das minhas prediletas. Acredito que ela é perfeita para esse nosso momento.

Eu: Exatamente.

Ficamos alguns minutos em silêncio em quanto às sábias palavras de Adele soava em nossos ouvidos. Naquele momento a única coisa que passava na minha cabeça era: “Não quero ter razão, só quero ser feliz !”. Olho na direção do Felipe e noto que ele é muito descolado quando estar dirigindo, acho que estava pensando em algo muito importante ao mesmo tempo que se concentra no trânsito do sábado a noite. Retirando a visão do congestionamento que estava em nossa frente ele pergunta:

Felipe: O que foi ?!

Eu: Nada. Só estava tentando entender umas coisas.

Não sei se ele já sabia ou só falou uma das minhas citações prediletas por acaso:

Felipe: Não procure entender, viver ultrapassa qualquer entendimento (Clarice Lispector).

Meio sem ação por não esperar que ele fosse tudo isso que estava mostrando – me prossegui:

Eu: Pois é. E há propósito você deveria entrar na próxima rua a esquerda, fica bem mais fácil chegar a minha casa por este caminho.

Felipe: Nem precisava falar, eu já sabia !

Sem entender nada, pergunto perplexo:

Eu: Oi ?! Como é ?!

Felipe: Eu sei onde você mora.

Eu: Posso saber como você ficou sabendo ?! Por que até onde eu sei pouquíssimas pessoas do colégio sabe onde eu moro !

Felipe: Sei lá. Acho que ouvir você dizendo a alguém.

Eu: Hum....

Em questão de minutos chegamos ao condomínio onde moro. Parando o carro em frente a minha residência, ele olha – me e começou a falar:

Felipe: Parece que por obra do destino foi possível nos conhecer melhor, não é ?!

Eu: Pois é. Só pra você ver como são as coisas.

Felipe: Será que podemos conversar sobre um assunto que você nunca mim deixa terminar ?

Eu: Sim. Pode começar e prometo que vou lhe ouvir até o fim.

Felipe: Bem. Já que aparentemente você resolveu dar uma trégua e conheceu – me melhor, será que agora é possível rolar algo entre a gente ?!

Eu: Não sei. Pode ser. O que conheci de você foi realmente novo, mas pra se começar qualquer espécie de relacionamento ainda é um pouco cedo.

Felipe: Entendo. Então o que achas de irmos jantar fora ?!

Eu: Hoje ?

Felipe: Sim. Não vamos deixar para amanhã o que podemos fazer hoje !

Eu: Hoje não ! Estou muito cansado e outra preciso colocar a cabeça no lugar. Foram muitas emoções para uma tarde só.

Felipe: Ok. Minha intenção é deixar você mais confortável com essa situação. Não quero forçar você a nada que não queira.

Eu: Certo.

Por um momento desviei o meu olhar do seu e ele simplesmente entendeu o que se passava na minha cabeça naquele momento:

Felipe: Deve ter algo que você quer falar mais lhe falta à coragem....

Realmente havia milhares de coisas que eu tinha que falar para ele, só que o medo não permitia que eu o fizesse. Mas como diz a minha avó: “Se tá na chuva e para se molhar”, então por um impulso comecei a falar de todas as minhas aflições:

Eu: Bem. Você estar certo. Eu tenho milhares de coisas para lhe falar. Só falta – me a coragem !

Felipe: Mas se pretendemos começar nós conhecer melhor todas as verdades deveram ser compartilhadas.

Eu: Realmente. Você tem toda a razão.

Tomando um pouco de fôlego prossegui:

Eu: Felipe.... Desde aquele dia no banheiro a minha vida passou a ser uma loucura, já que você sempre perseguiu – me e naquela noite você fez algo que eu nunca iria imaginar. Então os dias foram se passando e a cada dia você me mostrava uma parte sua até então desconhecida. E esse nosso jogo de gato e rato acabou tomando proporções que estão saindo do meu controle, até então eu não tinha noção de o que fazer a não ser ignora – ló, só que mesmo fazendo isso você continuou a insistir. Pode crer é difícil admitir mais eu estou afim de você. Mas tenho medo que isso tudo que você diz sentir por mim, não passe de um mal entendido da sua parte e depois de tudo quem vai sair com o coração partindo vai ser eu. E sinceramente eu temo muito por isso, não quero machucar – me com essa história nem machucar você.

Respirei fundo e esperando que ele processasse todas as informações que acabou de adquirir. Após uns segundo de silêncio de ambas as partes, ao fundo tocava bem baixinho – We Are Young (Fun) – Eu estava de cabeça baixa olhando para minhas mãos, mas tinha a plena sensação de ser observado.

Quebrando o nosso silêncio ele conseguiu falar:

Felipe: Nossa é muito informação para uma noite só. Garanto – lhe que todas as coisas que um dia falei a você são verdades, porém entendo a sua reação de sempre ficar na defensiva. E lhe digo mais, se nós formos mais a fundo em toda essa história creio que você nunca vai se arrepender de ter deixando eu fazer – lhe feliz.

Ao ouvir isso deixei algumas lágrimas cair em minha face. Sempre mostrei a todos que eu sou um anti romântico, mas a verdade é que sou extremamente romântico que choro quase todas as noites lendo os meus romances água com açúcar. E naquele momento o que mais eu queria era cair nos braços dele e esquecer todas as noites de sexta-feira solitárias.

Acho que não havia mais palavras a ser ditas e olhando em seus olhos puder ver um pouco de verdade, mas isso não deu – me segurança suficiente para ir além. O silêncio voltou a reinar entre nós e achei que seria a hora de dizer tchau, olhei para a janela e vi que alguém espiava através das cortinas, só poderia ser a minha querida mãe, com isso já tratei de me preparar para um interrogatório daqueles.

Virei – me em direção do Felipe e disse:

Eu: Acho que já estar na minha hora. Muito obrigado por ser tão cavalheiro comigo. Prometo que vou avaliar toda essa situação na hora de tomar a decisão correta.

Por estarmos perto um do outro e com impulso da minha parte, levei minha mão até a sua face e com isso tentei lhe beijar a boca, porém como se ele fosse atingido por um raio ele desviou sua boca da minha. Tratando logo de mudar de assunto:

Felipe: Certo. Deixa-me abrir a porta para você e pegar as suas sacolas.

Descendo do carro ele abriu a porta do passageiro e entregou – me as sacolas. Caminhei em direção da porta de casa com essa duvida na cabeça: “Se ele realmente gosta de mim por que não deixou – me beija – ló ?”

Se eu pudesse adivinhar o futuro, teria evitado essa noite com todas as minhas forças

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Comentários

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acompanho desde o inicio e a cada conto fico mais apreensivo pelo proximo... vetse conto eh 10!!!

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Ooooiiii,eu numca comentei seu conto, mais ja li leli todinho i to gostando muito,vc tem talento PARABEMS...aguardando anciosamente pela ConTinuAçAo!!:))

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Essas tuas ultimas frases me deixaram preocupado..... Sera q o Felipe não mudou nada, e só tava brincando contigo? Por favor continua logo.....

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realmente o conto está ótimo.....e infelizmente pelo final desse capítulo, parece que o Felipe ainda vai te desapontar........espero que eu esteja enganado!!! aguardo a continuação!!!

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Continua logo, só alguns erros ortográficos,nada muito importante para se preoucupar

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eu adoro seu conto! acho que muita coisa ainda vai rolar. espero que o pròximo em bre ve venha a casa dos conto. e vc arrasa !

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