Pequenos Milagres - Capitulo 1

Um conto erótico de Cyruz
Categoria: Homossexual
Contém 2227 palavras
Data: 22/10/2012 13:41:43

Pequenos Milagres

Capitulo 1- Caminhos Que Se Cruzam

Aquela manha havia sido boa para Cyruz, o sol brilhava e apesar dele não poder aproveitar muito bem pode olhar pela janela e num descuido de sua avó ele acabou indo parar debaixo da gigantesca mangueira que ficava no pátio de casa, mesmo usando um moletom branco sentou-se no chão com um livro a tiracolo e ficou ali por horas, os pássaros cantavam ao seu redor e o ar fresco da manha acariciava os cachos loiros acobreados de seu cabelo, de tempos em tempos ele interrompia a leitura para escutar o som dos pássaros e do vento nas folhas da imponente arvore que o protegia.

Essa calmaria toda era um presente, e por algumas horas Cyrus foi capaz de esquecer os sintomas horríveis da doença que lhe afligia desde criança (alguma anomalia genética em seu sangue, algo ainda sem nome), agora com 17 anos seu corpo esguio e frágil começava a falhar de vez, mas não aquela manha, naquela manha a paz foi tão grande que Cyruz nem percebeu que não foi tomado por nenhum acesso de tosse que culminaria em um lenço vermelho. Olhando para o visor do seu celular verificou que logo sua avó daria pela sua falta e viria atrás dele como um furacão.

Alva era tudo que restou da família de Cyruz, seus pais morreram quando ainda era muito jovem, e o resto da família Alva simplesmente não comentava, desde o nascimento da criança a família nunca mais colocou os olhos em Alva e seu neto, Cyruz sabia que tinha um avô, um tio e um irmão vivo em algum lugar por ai. A avó era como uma leoa, intensa e maternal, Cyruz não poderia trata-la de outra forma senão como mãe, devido ao enorme carinho que tinham um pelo outro.

Mas verdade seja dita, o amor da avó sufocava e limitava Cyruz, ele tinha se cansado de ser tratado o tempo todo como um frágil bibelô, Alva, seus professores, os amigos dela e os amigos dele todos se continham em sua presença. Claro que a baixa estatura de Cyruz, 1,67, sua pele branca como porcelana e seus grandes olhos azuis não ajudavam muito na hora de demonstrar a força interior que Cyruz carregava. Quando olhavam para ele todos viam uma linda criança abatida por uma terrível doença, com um terrível destino, mas ninguém via que ali havia alguém que lutou pela vida desde o momento que nasceu, que todo santo dia levantava da cama para encarar outra guerra. Sim, Cyruz era extremamente forte, e a chama que brilhava em seu olhar demonstrava isso, talvez a avó já tivesse percebido isso, por isso temia tanto pelo bem estar do neto.

Foram meses de discussão antes que a avó de Cyruz finalmente cedesse e permitisse que Cyruz frequentasse a faculdade.

O barulho no muro a sua esquerda chamou a atenção de Cyruz, antes mesmo que a cabeça avermelhada de sua vizinha e melhor amiga aparecesse por cima dele Cyruz já sabia de quem se tratava.

- Você não acha que está muito velha para pular o muro?

Cyruz fechou o livro, seu breve interlúdio de paz havia chegado a um fim.

-Velha seu rabo, anda, me ajuda Cyr.

Cyruz se levantou e foi ajudar a amiga, que conhecia desde que tinha dois anos de idade, ela ajudou-o a superar muitas das dificuldades que se impuseram em sua vida. Daiane tinha a mesma idade que Cyruz, mas era mais alta que ele e enquanto Cyruz tinha a estrutura frágil Daiane tinha saúde para dar e vender (que o digam as dúzias de garotos que viviam aos seus pés), curvas provocantes, olhos verdes e as sardas no rosto que agravavam o ar de moleca travessa. E isso Daiane realmente era, muitas das aventuras que Cyruz viveu foram graças as peripécias da amiga. E se Cyrus gostava de Daiane a menina simplesmente idolatrava o loirinho.

-E então, vamos fugir hoje?

E como Cyruz poderia negar tal convite?

Saíram os dois pelo portão tentando fazer o mínimo barulho possível. Quando voltasse Cyruz teria que lidar com uma avó preocupada e irada, mas era domingo, e Cyruz precisava da liberdade.

O ol batia na pele de Cyruz e provocava um formigamento intenso, mas Cyrus ignorava e desviava seu pensamento para outra coisa qualquer.

Foram até o ponto favorito dos dois, seguindo pela avenida principal do bairro da metrópole onde moravam acabavam dando no parque estadual, uma enorme reserva florestal dentro da cidade, ali , a beira do lago eles tinham um refugio seguro, mesmo que uma pista de cooper ao redor do lago atraísse a atenção de varia pessoas poucas prestavam atenção aos dois jovens sentados na sombra próxima das arvores, jogando, lendo ou conversando, era como olhar o mundo sem ser olhado de volta, privacidade quase total.

Ficaram horas conversando, claro que Daiane conversou mais, tinha muito mais historias a contar para o amigo, sua vida era movimentadíssima, e ela simplesmente não conseguia para de falar, Cyruz adorava ouvir as historias da amiga.

Eles lancharam por ali mesmo e por volta das 17 horas decidiram ir embora. Na via principal havia um prédio de dois andares fechado, passavam na frente dele quando viram um rapaz abrindo a porta de acesso lateral, Daiane logo cutucou Cyruz. Ela sempre fazia isso quando via o que julgava ser um ‘gatinho’ na rua. Cyruz revirou os olhos e olhou para o objeto de desejos da amiga, a figura a sua frente era alta, deveria ter mais que 1,85, pele cor de mel e cabelos espetados, usava uma camiseta preta colada aos músculos evidentes em seu corpo e uma calça jeans cor de grafite, os cabelos castanhos estavam cuidadosamente arrepiados, Cyruz congelou.

Nunca havia pensado muito sobre sua sexualidade, achava que o interesse por meninas viria naturalmente com o passar do tempo, e nunca teve muito contato com homens e por conta da doença nunca teve realmente tempo para dar atenção a tais assuntos.

Mas agora, vendo aquele deus grego parado a sua frente e sentindo subitamente sua cueca apertar, não teve como negar que aquela reação significava uma coisa. “Merda, sou gay”.

- Observa Cyr, uma profissional em ação.

E num impulso ela avançou em direção ao rapaz, Cyr ficou a alguns passos atrás quando os dois se cumprimentaram, não pode ouvir muito da conversa, não porque estivesse longe, mas sim porque os movimentos dos lábios finos do rapaz simplesmente haviam hipnotizado cyr, tinha medo de que começasse a flutuar e não parasse enquanto não beijasse aquele homem.

Um toque de Celular interrompeu a conversa entre Daiane e o desconhecido, ela deu uma piscada para ele e se afastou para atender.

Cyr viu que o estranho ainda estava tentando encontrar a chave certa no molho que tinha nas mãos, então Cyr se aproximou e olhou para o fecho, tinha um logotipo.

-Porque você não procura uma chave com o logotipo igual ao da fechadura?

O estranho olhou surpreso para Cyr, quando olhou nos olhos cor de chocolate do rapaz Cyr sentiu suas pernas tremerem.

-Geralmente funciona comigo.

Cyr falou timidamente, a voz agora baixa, sentiu o rosto ficar vermelho, o estranho olhou para a fechadura e logo encontrou uma chave que tinha a mesma marca, girou-a na fechadura e a porta se abriu com um estalo, o rapaz lançou para Cyr um sorriso que mostrava seus dentes perfeitos e brancos que mandaram uma onda de choque do topo da espinha de Cyr até a base, ele tinha certeza que estava tremendo.

O estranho comentou algo sobre ter que trocar a fechadura e entrou no prédio, Cyr segui-o sem pensar, não queria afastar-se do calor que emanava do rapaz.

Dentro da construção, a porta abria em uma escada que levava ao andar superior e outra porta a esquerda levavam a um amplo cômodo destinado a algum estabelecimento comercial.

As luzes se acenderam e Cyr deu um passo a frente dentro do cômodo, ficando lado a lado com o desconhecido.

Ambos exclamaram ao mesmo tempo –Wow!.

O salão era imenso, um pouco empoeirado e algumas teias de aranha aqui e ali, mas ainda assim era um espaço impressionante.

O estranho estava em êxtase. Andava pelo salão e fazia comentários consigo mesmo, cálculos e planos. Cyr seguia-o a certa distancia.

-Isso é seu?

Ele perguntou a certa altura, querendo que o rapaz prestasse atenção a ele, precisava ter a atenção daquele monumento.

-Sim, meu pai comprou para mim, trabalhei para ele durante essas feria e esse vai ser meu pagamento.

O rapaz parecia orgulhoso de si mesmo e isso tocou Cyr, mas não recebeu a atenção que queria, rapaz estava focado em estudar o ambiente.

-E o que vai fazer com ele?

Então pela primeira vez o estranho olhou para Cyr, o analisou de cima abaixo e Cyr sentiu que seu coração iria explodir.

-Vou montar uma academia aqui, quero ter meu próprio sustento.

E nessas palavras Cyr pode notar o quão determinado era aquele rapaz, ele exalava poder, sua postura era como a de um rei e pelo visto seu caráter era solido como rocha.

Dito isso o estranho começou a subir a escada e com um movimento de cabeça convidou Cyr a segui-lo.

Num movimento Cyr se pôs em movimento, mas repentinamente ficou tonto, o peito apertou e começou a tossir, seu instinto o fez procurar ar fresco, do lado de fora. Foi amparado pela amiga.

-Cyr, meu deus, o que houve?

Ela deu uma olhada para dentro do prédio e logo seu rosto se contorceu de raiva.

-Seu inconsequente, não acredito que você entrou lá dentro, vem, vou te levar para sua avó, antes que você se mate!

E saiu arrastando o amigo para casa. Aquela dia a avó quase teve um enfarte e Cyr acabou escutando toda a bronca calado, se sentiu mal de deixar a avó e a amiga tão preocupadas. A noite deitado em sua cama quando fechava os olhos podia ver aqueles olhos chocolates, e agora sabia onde encontrar aquele rapaz e tinha consciência que o deseja. O tempo de Cyr nesse mundo era limitado, mais ainda que todos os outros, mas ele iria aproveita-lo bem, e agora tinha um objetivo.

No dia seguinte Dani veio busca-lo logo cedo, seu pai daria carona aos dois para o primeiro dia de faculdade, a avó deu-lhe um abraço apertado, como se não quisesse deixa-lo ir, era a primeira vez que saia de casa para estudar, sua educação até então tinha sido ministrada por professoras particulares.

A faculdade era movimentada, muita gente entrando e siando, grupos barulhentos, tinha toda sorte de pessoas ali, de todas as idades, Cyr não era tímido, mas se sentiu acuado naquele ambiente, Dani segurou em sua mão, então ele conseguiu relaxar um pouco.

Após checar na grade horaria o numero da sala os dois constaram que naquele dia suas aulas seriam juntas, a sala de aula era enorme, cerca de 70 pessoas estavam ali dentro, Cyr ficou ainda mais intimidado, até que seu coração parou, entrando pela porta estava o rapaz que ele conhecera no dia anterior, ele chegou e se sentou no canto oposto da sala de aula, Cyr não conseguia desviar o olhar, a boca estava aberta e ele estava perto de babar.

-Poxa, a sala está realmente cheia esse semestre...

Cyr olhou para o lado e um rapaz de cabelos pretos lustrosos e fartos estava falando com ele, seu sorriso era cativante e sua face transmitia a bondade interior.

-Mas é uma boa oportunidade para fazermos novos amigos, não acha?

Cyr balançou a cabeça, não conseguia estabelecer diálogos, sua cabeça se recusava a funcionar com a proximidade do rapaz cujo sonho era montar uma academia.

-Meu nome é Gil.

O rapaz ofereceu uma mão e Cyr apertou-a.

Alguns minutos depois Gil se envolveu em conversa com outro grupo e logo moveu para outro canto da sala, deixando Cyr ocupado observando o misterioso rapaz, pelo menos agora ele poderia descobrir o nome dele. A questão era, como abordá-lo?

-Olha só Cyr, aquele não é o gatinho de ontem, o que quase matou você?

Dani estava ao seu lado e tinha percebido onde estava o olhar do amigo.

-Sim, parece mesmo ser ele.

Ela olhou para o rapaz por um tempo, então estalou a língua.

-TSK, pena que ele é gay.

Cyr ficou boquiaberto, como ela tinha percebido isso?

-Olha só como ele olha para aquele tal de Gil que estava conversando com você.

Só então Cyr percebeu, o rapaz não tirava os olhos de Gil, acompanhando seu movimento pela sala, Gil se movia de grupo em grupo, cumprimentando e puxando assunto, sua rota acabou o levando inevitavelmente de encontro ao rapaz. O coração de Cyr afundou, não entendeu porque a aproximação dos dois o incomodava tanto, afinal nem sequer conhecia o nome do rapaz misterioso, durante a aula e intervalo ficou evidente o interesse do rapaz por Gil , mesmo que o mesmo não correspondesse, ou ainda não houvesse percebido.

O rapaz usava toda desculpa para encostar em Gil, mais tarde em sua cama, olhando para o teto Cyr tomou uma decisão, queria aquela atenção, mesmo que tivesse que lutar por isso. Lutar não era estranho para ele, sempre lutou e derramou sangue pelo que queria, mas antes de tudo era necessário descobrir o nome do cara que, Cyr tinha certeza, seria o grande amor da sua vida.

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Comentários

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Nossa gostei do Cyr, bem determinado, gostei, ainda não sou fã dele, vamos ver no que vai dar essa história hehe.

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PERFEITO! O encontro dos contos ta incrivel, algo novo, mas já me cativou. Sou seu fã rsrs Seu conto é impressionante. Vc é um grande autor... Parabéns!!!

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Cyr luta por esse cara msm, enfrenta tudo de o seu maximo pra conseguir o amor dele, e qnd conseguir faça ele muito feliz, assim como vc, ele é muito especial e vcs dois merecem ser felizes... Ah! Eu vou te dizer o apelido dele é Wes e aproveita agora que o gil vai deixar ele. E vc pega ele pra vc! Bjsss historia maravilhosa Cyruz/Gil/Emyr como vc consegue? Vc é sensacional. E como disse o foguinho99 avisa a gnt pq eu quero o seu autografo, e o seu livro tbm.

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Perfeito. Vai ser meio dificil ver o nosso tão querido Wes em outra, mas ele merece ser feliz. Nota 100000

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Mais um conto perfeito, você é surpreendente, quando lançar um livro me avise, vou estar na fila pra pegar o seu autógrafo. Wes seja muuuuuuito feliz! Nota 10!!!!!!

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Espero que o Cyruz faça o Wes feliz ,mas é o Cyruz de verdade que está contando está história?quero respostas

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hehe... Já sei até como vai ser... Espero que esse cara, faça o Wes feliz! Parabéns, continue... [2]

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Owns q ff amei. Nota mil. Só n pode acontece nesse conto o q eu to passando. Mas to adorando. Maravilhoso!

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Owns q ff amei. Nota mil. Só n pode acontece nesse conto o q eu to passando. Mas to adorando. Maravilhoso!

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Esplêndido ,abriu com chave de ouro, a história parece ser incrível, estou ancioso pela continuação.

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