UM AMOR INVULGAR II - XIII

Um conto erótico de Santos Sousa
Categoria: Homossexual
Contém 1868 palavras
Data: 18/09/2012 13:01:59

CONTINUANDO A NOSSA HISTORIA...AOS MEUS FIEIS SEGUIDORES E VOTANTES.

- O quê – Lucas engasgou-se – não acredito que ele tenha coragem para isso.

- pelos visto tem… - ela nem terminou a frase e Jotapê já dizia.

- olá, como sabes sou o João Pedro, e temos um compromisso.

- é mesmo não me lembro – disse Lucas com ironia.

- pois bem, parece que o diretor incumbiu-me de te fazer uma visita guiada ao colégio para o conheceres, certo.

- ah! Que pena eu não vou poder ir. Como vês já estou acompanhado. Obrigado na mesma pela tua preocupação.

- lamento dizer, mas sou fiel aos meus compromisso, principalmente aos que assumo em público e se veio da parte do diretor, então é uma ordem. Por isso não vou abrir mão disso – disse ele sustentando o olhar de Lucas que o olhava com ódio.

- não vês que não estou interessado – disse Lucas.

- mas eu estou, e como o mais veterano desta escola cumpro a minha palavra. Portanto, Márcia, se me dás licença temo que dizer-te, mas vou levar o teu convidado.

Márcia olhou para Lucas com ar inquiridor, mas como não obteve nenhuma resposta levantou-se e saiu sem dizer nada.

- como é que te atreves a dispensar a minha companhia assim? – disse Lucas com raiva.

- eu não dispensei apenas disse que agora era comigo e ela entendeu o recado, e pelos visto tu não fizeste nada para o impedir – disse ele com ironia.

- então vamos logo fazer esta visita antes que toque o sinal –

- estás com muita vontade de livrar de mim? Temo desiludir-te mas vamos passar mais ou menos uma semana juntos até conheceres bem a escola.

- uma semana? Não posso acreditar. Os lugares que me interessam nesta escola já sei, sem precisar da tua ajuda. Por isso não vejo porque perderes tanto tempo.

- não será uma perda de tempo será um prazer.

Estar com ele era a última coisa que Lucas queria e ele dizia que seria um prazer? Noutras circunstâncias podia até ser mais devido aos factos anteriores era a última coisa que queria na face da terra. Olhou de relance para Jotapê e notou que o rapaz era realmente lindo. Tinha ombros largos bem definidos, uma cara angelical e um nariz aristocrático, o cabelo era loiro com uma madeixa que lhe caía na testa dando-lhe um visual sexy que jamais havia visto num rapaz. De repente caiu em si e repreendeu-se. Depois de tudo o que ele lhe tinha feito como é possível pensar nele daquela maneira. Só podia estar louco. De gente como ele queria distância. Só de pensar que tinha uma semana para estar com ele dava-lhe voltas no estômago.

- Bem aqui é a biblioteca – disse Jotapê arrancando-lhe dos seus pensamentos.

- ãh!? Ah si…m a biblioteca – gaguejou Lucas.

- é impressão minha ou estás no mundo da lua? A minha companhia pode não ser a melhor mas não fui eu que escolhi estar contigo.

- desculpa estava distraído, só isso e quanto a tua companhia acho que estamos de mutuo acordo certo?

- não, na verdade não. aprecio a tua companhia apesar de me evitares. Gostaria de saber se te fiz algo. Bom parece que te devo um pedido de desculpas pelo Alan, mas eu não tive nada a ver com que ele fez.

- bem não é o que parece visto que pareces ser os seus mentores.

- posso até ser tipo um líder de grupo, mas, jamais mandei-lhe provocar-te ou provar nada.

-isso não me interessa. O certo é que ficou claro que não tenho medo de ninguém e que não adiante me intimidar. Se é isso o teu objetivo esquece.

- eu não tenho intensão nenhuma em intimidar-te, antes pelo contrário…

Lucas não o deixou terminar e disse…

-não foi o que pareceu a um ano atras…

- o quê, um ano atras? – repetiu ele confuso.

- sim, quando tu e os teus amigos me espancaram nas ruas de Londres sem sequer eu saber porquê!

- meu Deus, eu sabia que te conhecia de algum lugar – disse ele com receio.

- pois é tu me conheces e eu te reconheci logo que entraste na sala. Por isso não percebo o teu interesse em querer a minha companhia.

- então vais-te vingar de mim e contar a toda a gente o que fiz – disse ele olhando nos olhos de Lucas suplicante.

- porque é que achas que eu ia fazer isso? Eu já provei que num ano mudei muito e que antes que isso volte a acontecer quem se meter comigo será magoado antes de mim.

- eu não queria fazer-te mal, fui obrigado por eles…

-foste obrigado…não acredito. Não tens vontade própria por acaso?

- eu tinha acabado de entrar para o grupo e tinha que provar que merecia estar lá…

- e para provar isso tinhas que me bater juntamente com eles sem sequer saber o que mal eu fiz?

O rapaz começava a chorar e Lucas por instantes sentiu pena dele, mas mesmo assim continuou firme.

- se não tivesse aparecido o Stive para me salvar teriam me matado…

- eu tentei pará-los, mas disseram-me que se fizesse alguma coisa eu ficaria pior do que tu…

De facto ele nem sequer lhe tinha acertado mais do que um soco. Quando viu o lindo rapaz a aproximar-se dele sentiu o coração bater mais forte e naquele instante sentiu-se atraído por ele, mas não sabia que aquele rapaz lhe faria viver o pior dia da sua vida.

- não sabes o que eu tenho sofrido durante todo este tempo… por te ter deixado ali caído indefeso…eu não queria te fazer mal.

- mas fizeste – disse Lucas com crueldade.

- sim fiz…e se o arrependimento matasse estaria morto. A culpa me tem torturado todos os dias…passei um mês quase sem conseguir dormir porque sempre o tentava era torturado por pesadelos horríveis. Estava batendo em alguém no qual não via a cara e os seus gritos de dor não paravam de ecoar na minha mente.

- se estás a dizer isso para que tenha pena de ti, não vou ter – disse Lucas friamente – pois eu também depois de tudo passei a ter medo de sair na rua e só venci este medo graças aos meus pais adotivos que me tem protegido e me ajudaram a ultrapassar isso.

- eu sei, que tenho o que mereço por causa da minha cobardia. Mas só de saber que estás bem, me tirou um peso dos ombros. Eu pensei em me entregar para a polícia, mas eles passaram a me ligar e ameaçaram-me que se fizesse algo me matariam na hora por isso fiquei quieto. Não voltei a sair com eles nunca mais até ao dia em a policia os prendeu em fragrante delito foram para a cadeia.

- não sei se tenho pena deles ou se os odeio, mas eu não quero sentir nada disso. Tenho nojo de gente como tu. E por favor não voltes a me procurar. Ficas dispensado do teu compromisso com o diretor e não quero estar perto de gente como tu.

- me perdoa, Lucas por favor…

- não tens o direito de mo pedir.

- por favor eu imploro…

-como podes pedir o meu perdão se ainda continuas com a mesma onda de intimidação com este teu grupinho no colégio que atormenta o caloiros só pelo simples fato de serem caloiros?

- desde que aquilo aconteceu eu não faço isto. Apenas ando com eles porque são meus amigos.

- belos amigos tu tens. Quem tem amigos destes não precisa de inimigos.

- eu sei, mas não tenho mais ninguém…

- o teu medo é sentir sozinho? E quando voltas para casa por acaso estão contigo? Quando tiveste pesadelos a noite por causa dos teus amigos onde eles estavam?

- eu sei…estou perdido, mas se me deres uma chance eu vou mudar.

- tu não precisas de mudar por mim. Se o fizeres fá-lo por ti.

- mas para isso eu preciso do teu perdão.

- não precisas de mim, e nunca vais precisar. Segue o teu caminho e me deixa em paz.

Ao dizer isso Lucas foi-se embora e deixou Jotapê de pé onde estava. Começou a chorar desesperadamente e caiu de joelhos no chão. Ainda chamou-o mas este não voltou atras.

- LUCAS...

Jotapê estava consciente de que merecia tudo o que estava a passar-se com ele. Pois foi um cobarde ao ponto de fazer mal a uma pessoa indefesa. Se soubesse que isso lhe ia causar tanta dor teria preferido ficar no estado em que Lucas ficou a sofrer tudo o que tinha sofrido nos últimos tempos.

Lucas o odiava e com razão. Desde o momento que entrou no colégio teve a impressão de já o ter visto em algum lugar mas não tinha a certeza. E agora sabia de onde. Lembrou da cara suja e vulnerável do rapaz que sorriu-lhe naquela noite e cujo olhar tinha mexido com o seu coração e quão mal se sentiu quando foi obrigado a abordá-lo. Dizendo-lhe que era ladrão. E que tinha roubado do rapaz que se tinha esbarrado com ele a alguns metros a frente. Na verdade tinha sido tudo ensaiado com os amigos. Um deles ia esbarrar nele e coloca-lo qualquer coisa no bolso e depois o iam acusar. E de facto tinha resultado, e que resultado…no fim eles o bateram tanto que se não fosse o rapaz que tinha aparecido para o resgatar tê-lo-iam morto.

Meu Deus como se arrependia disso. Ali estava ele agora no mesmo colégio que ele e o odiava. Mas o que mais lhe magoava era que estava certo que sentia algo mais por ele. Há muito tempo que não namorava. Aliás desde que aconteceu aquele fatídico acidente que terminou com a sua namorada, pois não conseguia estar perto dela e sentia repulsa por ela, visto ser do mesmo circulo social que os seus antigos amigos. Mas agora voltou a sentir algo completamente novo ao ver Lucas pela primeira vez. Não sabia o quê, mas teve vontade de estar com ele e chamar a sua atenção. E o destino tinha sido cruel com ele e mostrou-lhe que um erro de passado pode marcar uma vida para sempre.

Ele sempre soube que era diferente dos outros meninos, sentia-se atraído por eles, mas sempre tentou negar isso. Houve uma época que ele tinha uma namorada para cada dia, fazia sexo selvagem com elas para provar que era macho, mas depois de saciado sentia nojo delas e deixava-as. Depois deixou de pensar em rapazes por volta dos dezasseis anos e então teve essa última namorada que o manipulava, mas que por fim conseguiu livra-se dela. E agora este sentimento voltava novamente, mas por alguém impossível de alcançar por causa do seu maldito erro.

Ele sempre teve tudo o que queria. Os pais eram ricos e o mimaram a tal ponto que chumbou várias vezes de prepósito só para não deixar o conforto do colégio e ter que ir para a Universidade. Era mal-educado com os professores e era suspenso quase todas as semanas, valia-lhe as influências dos seus pais que ameaçavam os professores e este eram obrigados a readmiti-lo as suas aulas. Mas até isso tinha mudado nos últimos tempos, tornou-se um aluno mais aplicado e já não se metia em confusões. O incidente serviu para que mudasse de comportamento ao menos.

Mas havia uma coisa que ainda tinha que fazer.

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Comentários

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Por acaso achei sua história.. Tenho por habito seguir alguns contos cujos altores me tornei fã. Sem sombra de dúvida agora tenho mais um autor para seguir .. Adoro a qualidade de uma boa bescrita. Saber fazer uso da palvra escrita pra mim é uma arte e vê-la bem utlizada por veias tão criativas é melhor ainda.Li todos os seu contos de única vez.

Todos sabem que este site é de contos eróticos mas como amante de uma boa leitura, ao navegar por aqui encontrei, como já disse, autores, assim com você que sabem fazer a união perfeita entre bom enredo, a sensualidade, e o erotismo sem a vulgaridade característica existente, na maioria das vezes. neste tipo de site.

Por tudo que já falei acho 10 pouco mas...não há nota maior.rsrsrss

LAMENTO QUE TEUS ESCRITOS NÃO ESTEJAM AINDA ENTRE OS MAIS LIDOS.

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nossa o lucas me seuprende com sua mudança assim como vc e sua mudança de foco. adorei.

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teu conto me encanta e emociona.obrigado.

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Eu adoro seu conto muito bom gostei que você mudou o foco o casal para filho adoro o gabi espero que tenha cenas da família junto beijos.

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