Uma breve história (5)

Um conto erótico de GBG1995
Categoria: Homossexual
Contém 1441 palavras
Data: 14/08/2012 18:57:53
Última revisão: 14/08/2012 19:08:08

Oooi pessoas! Essa é a quinta parte da minha mini-série sobre muá! Espero que gostem! Não esqueçam de comentar, críticas são sempre bem vindas rsrs

A época de dezembro e janeiro foi, sem dúvida alguma, a mais difiícil da minha vida. Nunca estive tão mal. Mas vamos começar pelo começo! Era dia 26/novembro e era um dia como qualquer outro. Eu estava no msn e facebook, pensando em novas ideias para meus contos, era um dia normal. A tarde chegou e eu estava no celular quando meu pai adentrao quarto escancarando a porta:

- Me dá esse celular.

- Pra quê? - perguntei receoso. Sempre tive medo dele.

- Me dá essa merda agora! - ele avançou sobre mim, pegou meu braço e arrancou o celular da minha mão. Eu estava em choque. Pensei que fosse desmaiar umas duas ou três vezes. Naquele celular estava a confirmação do meu lado gay. Mensagens, fotos, videos. Ele começou a mexer no celular e juro que ficou assim por umas duas horas, verificando cada pequeno canto dele. Não vou dizer que fiquei entediado durante esse tempo, ou que comecei a pensar sobre a vida. Não. Eu estava aterrorizado. Minha mãe podia saber sobre minha bissexualidade mas o resto da minha família não. E vocês entenderiam meu medo se conhecessem meu pai. Desde pequeno eu fui maltratado por ele. Acreditem não estou me fazendo de vítima, mas essa é a verdade. No começo ele me batia, mas com o tempo parou. Acho que ele percebeu que eu já era crescido e que se precisasse eu revidaria. Então começaram os xingamentos e torturas mentais. Se eu fizesse algo errado, ou se eu não lavasse a louça certo, ou se eu não asísse o suficiente com os amigos ou se saísse toda hora já era motivo de começarem os gritos. Pensem em um palavrão qualquer. Pode ter certeza de que ele já usou esse em mim.

Depois de horas e mais horas a minha mãe chega. Ele me pega pelo braço e me leva até ela. Mostra o celular pra ela, que não faz nada. Ela já sabia, mas teria de disfarçar. Então ele joga o celular na cama a minha frente e pergunta:

- Oq é isso?

A tela mostrava uma mensagem de um amigo falando como havia sido seu dia com o namorado.

- Uma mensagem. - eu respondi tão baixo que nem eu mesmo ouvi

Então ele começou a me bombardear com perguntas que eram sempre respondidas por ele mesmo. Ficamos horas nesse monólogo. Eu não aguentava mais ficar em pé e minha mãe tava ocupada demais fingindo estar chocada para impedi-lo de gritar pros quatro ventos que preferia um filho drogado que um filho gay. Pq? Vai saber, né? Nunca, repito, NUNCA, se pode saber oq se passa no fundo da mente de alguem. Existem lugares tão horríveis dentro de nossos próprios corações que temos até medo em admitir. E nesse dia eu vi, com ingressos VIPS, a parte mais escura da mente do meu "pai". Lembro até hoje do reflexo de ódio que passou pelos olhos dele e das ameaças que ele me fez. Na verdade, algumas palavras me perseguem até hoje. É até dificil pra eu pensar nelas, mesmo agora, depois de meses do ocorrido rsrs. Ele me xingou por horas. De todas as maneiras possíveis. E acho que até inovou em algumas, como por exemplo, me chamar de sociopata egoísta. Mas me diga, eu sou egoísta pelo fato de fazer uma coisa que amo fazer, que é escrever? Ou sou um sociopata só pq sou diferente? Isso me faz mau? Acreditem, eu tenho minha maldade dentro de mim, e ela não te nada a ver com o fato de eu ser bissexual. Então veio a pergunta decisiva. Ele me encostou na parede com a mão ao redor do meu pescoço e perguntou:

- Você é gay Guilherme? - a voz dele estava baixa, mas sem dúvida ameaçadora.

- N-não.

Então ele jogou o meu celular no chão com tanta força que ele se partiu em pedaços. E a única coisa que eu pensava era que tinha acabado de perder contato com meus amigos virtuais e meus contos...

- Você tem até segunda pra arrumar suas coisas e ir embora daqui. Se vocÊ quer ser essa aberração, você vai ser longe daqui. Seu merda. (Entre outras palavras meio tensas)

Minha mãe tentou se opor, mas ele estava irredutivel. Nem por um segundo eu implorei pra ficar. Lugar pra eu ir era oq não faltava. Peguei minhas coisas e morei com uma tia durante mais ou menos uma semana. Eu, estranhamente não fiquei triste por sair de casa. Eu não ligue muito pra esse fato. Mas por dentro eu me sentia um espelho quebrado. Eu estava aos pedaços. Vou ser sincero, algumas ideias de suicídio passaram pela minha cabeça. Mas nunca cheguei perto de acometer alguma delas.

Eu fui dormir e acordei de madrugada. "Foi só um sonho, graças a deus" Mas então a realidade se abateu sobre mim e eu comecei a chorar. Não queria mais viver. Pra que? Pra viver com essa sombra o resto da minha vida? Pra me sentir como se fosse um animal, não pior que um animal. Minha tia me chamou e me fez passar todas as minhas senhas de msn, e-mail, facebook, e da casa dos contos (que não sei como ela descobriu). E excluiu tudo na minha frente.

- Isso é o melhor pra você Guilherme - ela dizia

Foi nessa semana que eu percebi que poderia viver sem nenhumdeles. Por que todos, naquele dia, me desprezavam. Os dias foram passando e as coisas foram melhorando. Eu começava a sorrir quando me diziam algo e a falar bom dia e boa tarde. Mas quando a noite chegava eu chorava sofridamente. Imaginava todas as coisas que eu tinha.. Tudo que eu ainda queria.. Não queria que as pessoas vissem o quão profundamente ferido eu estava. Semanas se passaram e consegui convencer as pessoas de que estava bem. Nessa época já tinha voltado pra minha casa e mnha família n comentava mais o assunto. Mas a ferida ainda estava lá, aberta e sangrando. Passei quase um mês chorando escondido todas as noites. Não podia mais sair ou conversar com outras pessoas. Era literalmente um prisioneiro. Minha tia me botou na terapia pra "tentar fazer vc voltar pro caminho certo". Com o tempo consegui convencer a psicóloga de que eu não era um suicida em potencial nem nada disso e que estava bem. Então recebi minha alta.

Por um lado tudo isso foi bom. Eu cresci e amadureci. Não, fui obrigado a crescer para sobreviver. É terrível dizer isso, mas aprendi a suprimir minha consciência ao ponto de não sentir compaixão por algumas pessoas da minha família. Mas nenhum deles sabe oq passei. Um adolescente não deveria passar por isso. Ninguem deveria. Não existe nada pior do que odiar a si mesmo. E eu me odiei com todas as forças. Atualmente eu já estou beeeeeem melhor. Mas ainda existe um buraco no meu coração. Ainda sinto um vazio tão terrível que parece que vai me engolir ás vezes. Então eu me sento na cama e começo a chorar baixinho.Pq nunca gostei de demonstrar fraquezas.Eu ainda tenho que conviver com os cochichos deles pelos cantos e com a hostilidade do meu pai. Acho que posso dizer, pra simplificar, que odeio minha casa rsrs. A minha aversão é tão grande que chega a ser fisica. Uma vez quase desmaiei quando estava voltando da rua e passei pelo portão. Sério!

Eu queria escrever mais sobre essa época mas ainda é difícil lembrar de algumas coisas. Eu só sei de três coisas: nunca me senti tão só e triste, só então percebi como o mundo pode ser cruel e que eu evolui. Não sou mais o garoto de 10 meses atrás. Estou mais crescido e mudado. Só não sei se isso pode ser bom.

Nossa, escrevi e nem vi o tempo passar! Essa foi a quinta parte da série, tbm conhecida como Depois do dia 26 e foi a pior época pela qual já tive que passar. Eu queria escrever mais, como comenti antes, mas já estou quase chorando aqui kkkkkk então achei melhor terminar por aqui. A próxima e última parte vai falar sobre o meu ressurgimento (momento fênix rsrs) e minha "vida nova". Não esqueçam de comentar poooooor favoooooooor e me add aí no msn se quiserem conversar guilherme.1307@hotmail.com (acho que to passando errado pq ngm tah me adicionando mais rsrs)

Vejam o link do novo capítulo de "Quando o amor acontece... (A Revelação)" aki em baixo

http://www.casadoscontos.com.br/texto/Teeh mais gente!

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