Agarre-se aos 16 - 14

Um conto erótico de Walmir Paiva
Categoria: Homossexual
Contém 993 palavras
Data: 31/08/2012 06:38:29

• 14 – Primeira vez (Trégua)

José me queria, mas não fazia ideia de que Eu o queria ainda mais.

...

Naquele dia José dormira em minha casa. Eu adorava estar ao seu lado; sentir seu cheiro, sentir seu beijo... Sentir seu corpo. A noite toda ele me fizera carinho. Às vezes Eu tinha medo de provoca-lo e acontecer algo que Eu não queria. Não naquele momento.

Pela manhã convidei-o para tomar café. Meu pai estava em casa e a ideia de José estar ali não o agradara nem um pouco. Descemos, tomamos o café e fizemos o restante da tarefa de química que estava acumulada. Só uma nota: Eu adoro matérias da área de exatas, mas química... Não é bem meu forte.

Tomei banho em meu quarto e José no banheiro social que ficava no andar debaixo da casa. Nesse dia José me levara para escola. Eu estava totalmente perdido no tempo. Estar com José tirava minha cabeça de foco.

...

Duas semanas se passaram em um piscar de olhos e Eu ainda não havia tido relações sexuais com José.

Era a semana em que iria ocorrer os jogos interescolares. Eu não lembrava nada. O ônibus só sairia as 10h00min. Aproveitei para ensaiar um pouco mais as coreografias. Ah! Eu iria dançar apenas uma música naquele dia, que era a que os meninos apareceriam “Remember The Time/Black Or White” – MJ. As outras músicas, por mais que Eu tenha coreografado, eram danças para meninas: “Bootydelicious/Bug a Boo” – Beyonce/ Destiny’s Child e “Bad” – MJ. Enquanto Eu me aquecia para a dança, José jogava no time dos “sem-camisa”, Eu odiara ver a escola inteira olhando para o que me pertencia. Mas Eu estava feliz; ele é meu e isso é o que importa. A professora de educação física estava fazendo a entrega de uniforme, fui buscar o meu e... Adivinhem...? Sofia havia trocado um uniforme masculino pelo feminino na bolsa. Eu sei disso porque ela mesma havia me dito. Eu não sabia onde enfiar a minha cara. Mas minha vontade era de enfiar a cara de Sofia no concreto. Não que Eu me importasse com a existência dela naquele momento, mas ela sabia me tirar do sério. Eu estava arrasado. Tinha feito toda a coreografia com tanto carinho e no final não iria dançar. Não chorei no meio da quadra pra não dar gosto de vitória para Sofia. Comuniquei o ocorrido à professora. Ela não acreditara no que Eu dissera. Não porque ela não queria, porque ela não acreditava que Sofia fosse capaz de fazer aquilo. Fomos todos para o meio da quadra quando a professora perguntou:

– Sofia? Você trocou o uniforme do Walmir? Essa historia é verdade? Porque Eu sinceramente não acredito que você tenha essa capacidade.

Sofia sorriu e respondeu:

– Sim!

– Isso não tem graça. Você está fora da equipe. Se o Walmir não se apresentar, você também não irá.

– Você só pode esta brincando comigo!? – Disse Sofia com cara de séria – Foi só uma brincadeira boba. Só isso.

– Brincadeira boba? – Respondeu a professora – Você é imatura, inconsequente e egoísta. Essa brincadeira não teve graça. Você está fora da equipe. Não porque Eu quero, mas sim porque você procurou por isso.

Sofia olhou pra mim com cara de ira e disse:

– Está feliz agora? Porque Eu acho que isso era tudo o que você queria.

Ela saiu correndo em direção ao banheiro e Eu a segui. Vi que ela estava agachada em uma cabine chorando. Então Eu falei:

– Na verdade Eu não estou feliz se é isso o que você quer saber. Eu queria ir pra quadra e dançar ao seu lado. Infelizmente você acabou com meu sonho. E a gente só planta o que a gente colhe. Desculpe-me pela frieza, mas Eu acho que você procurou por isso.

– Não preciso de sermões agora. – Falou Sofia irritada.

– Eu não estou te dando sermões. O problema é que quando a gente fala o que quer, ouve o que não deve. Só isso. Talvez com essa você aprenda que o mundo não gira ao seu redor. E toda maldade que você deseja, se volta pra você. Isso não é uma ameaça, é a lei de retorno.

Sofia nada falara. Decidi por fim ficar ao lado da cabine em que ela estava. Quando ouço:

– Você ainda está aí?

– Sim! Por quê? – Respondi sem demora

Sofia saiu da cabine ainda com cara de choro e falou:

– Me desculpa! Eu acho que a raiva está me cegando. Ver você e o José junto é a gota d’água para mim. José nunca deixou uma namorada ficar junto dele. Aliás, ele nunca teve namorada. Aí vem você, novato, consegue entrar para a equipe da torcida, rouba o José de mim e ele ainda tem orgulho de mostrar para a escola que você é namorado dele. Eu estou com muita raiva. Por isso Eu fiz o que fiz.

Eu entendera o lado de Sofia. É duro para ela deparar-se com essa situação. Abracei-a e disse:

– Você é linda, rica e popular. Você só não tem a pessoa que ama. Mas Eu aposto que você tem alguém para amar. De boa? Eu entendo o que você me fez. Nos primeiros dias de aula Eu te odiava por causa desse teu jeito. Você precisa melhorar muito. Agora... Volta para aquela quadra e vai se preparar para a dança!

– Mas a professora não vai deixar...

– Não se preocupe. Eu vou falar com ela.

Sofia me abraçou e saiu toda sorridente. Tudo bem, Eu a odiara. Mas agora Eu sabia o porquê de tanta estranheza para comigo.

...

Entrei no ônibus e José havia deixado um lugar para mim. Contei do ocorrido a ele e ele não teve outra reação a não ser ficar puto com a Sofia e comigo. Eu achava engraçado o jeito que ele se deixara irritar. Não queria ouvir reclamações. Deitei-me em seu peito e adormeci até chegarmos ao local onde haveria a competição. Eu estava pronto para a minha primeira vez.

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Bom dia galera. Tá aí a primeira parte do capítulo quatorze. A próxima parte será postada a tarde quando Eu voltar do trabalho. Espero que agrade a todos. As coisas estão esquentando.

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