Agarre-se aos 16 - 4

Um conto erótico de Walmir Paiva
Categoria: Homossexual
Contém 841 palavras
Data: 21/08/2012 19:44:27

• 4 - Convite

Eu ainda estava apavorado com a cena quando ouço:

– Você está bem? Ele te machucou?

Não respondi nada. Ainda estava petrificado com a situação.

– Responde caralho!? Você está bem?

O tom mudou de preocupação para preocupação, raiva e medo. Quando me dei conta da situação consegui responder:

– Sim, estou bem... E obrigado.

Vi a sombra indo em direção a mim quando Eu, em tom de misericórdia disse:

– Por favor, não me machuca!

A voz rouca me respondeu:

– Eu não vou fazer nada com você. Não bato em pessoas como você.

Ao ouvir isso consegui ficar de pé e sair da cabine. Não acreditei no que vira, era José. Estava arfando de raiva. Eu não sabia o que fazer. Quando ele se aproximou de mim Eu não tive outra reação a não ser dar um passo para trás. Ele se aproximou de novo e em um ato reflexo fiquei na ponta de pé e abracei-o. Não sei como ele reagiu naquele momento, mas ele não me tirou do abraço. Ele não me apertava, não teve reação. Então tive coragem de olhar para o rosto dele e friamente ele me disse:

– Nunca mais faça isso, entendeu?

Só podia dar uma resposta naquela hora:

– Você me salvou de um nojento e Eu só quis agradecer...

Ele me interrompeu dos agradecimentos e disse friamente:

– Nunca mais faça isso, entendeu?

Meus olhos encheram de lágrimas e sai correndo com medo daquele José que Eu vira. Uma coisa era certa: Ele me salvara duas vezes de muitas situações constrangedoras, mas sempre que iria agradecer, ele me tratava como um lixo. Era algo normal? Eu não sabia, Eu queria realmente entender o que se passava na cabeça dele. O que ele realmente queria.

A semana passou voando e Eu não queria puxar assunto com o José. Ele não me olhava, não falava, evitava qualquer tipo de contato comigo.

...

No ultimo dia de aula (Num sábado. Sim, havia aulas aos sábados), meu pai me deixou e encostou o carro no estacionamento. Ele nunca fizera aquilo. Era a primeira vez. Fui para a minha sala e sentei em minha cadeira, olhei para José e... Nenhuma reação nos olhos dele.

A professora entrou na sala com o sorriso de um canto da boca ao outro e meu pai a seguia. Pensei comigo: "Que merda meu pai vai fazer?... Apenas sorria e concorde.".

Meu pai também abriu um sorriso que conseguia ser maior que o da professora e começou a falar:

– Na terça feira haverá uma festa em comemoração ao 16º aniversario de meu filho – Nessa hora abaixei a cabeça. Não estava envergonhado pelo meu pai, estava envergonhado por não ter amigos – terá tudo do bom e do melhor.

Na hora Sofia sorridente perguntou:

– Mas quem é seu filho, Senhor Geraldo Almeida?

Eu ouvia uma voz orgulhosa na voz de Sofia, sabia que meu pai era importante naquela cidade, mas não ao ponto de fazer as pessoas se orgulharem em ter a oportunidade de falar com ele, quando ele diz:

– O Walmir Almeida Paiva.

Todos olhavam para mim. Encarei cada um e meu pai disse:

– E então quem vai?

Todos responderam como que em um coral:

– Eu!!!

Meu pai foi em minha direção, me deu um beijo na testa e disse:

-Fica com Deus meu filho.

Falando isso ele se foi. Eu estava morto, não pelo seu beijo, mas sim pela falsidade de alguns para comigo. Vi quando Sofia se levantou e disse:

– Não acredito que ele é seu pai! Você se veste como um pobretão.

Não dei ouvidos ao comentário dela. Mesmo depois de quase de uma semana naquela escola, muita coisa havia acontecido. E por mais que meu pai quisesse comprar roupas de marca pra mim Eu não ligara para luxuria e me contentava com o pouco que tinha.

Lembro-me de ter pensado: "Já que eles vão à festa, Eu tenho que ao menos deixa-los de queixo caído".

Era a hora do intervalo quando recebo uma daquelas cartas infames. Abri a carta e vi escrito: "José, banheiro, hora da saída. Rasgue isso!".

Eu esperava ansiosamente para a hora da saída. Eu não sabia o que estava sentindo. Era tudo muito novo para mim. Pensei: "Será que ele vai me achar feio?" e a ficha caiu: "Por que Eu me iludo tanto?".

O sinal tocou e Eu esperei um pouco até que todos foram embora.

Eu cheguei ao banheiro procurando por José, ele não me respondeu. Quando saí, vi Marcos, que falou:

– Hoje você não me escapa!

– Por favor, não me estupra nem me beija. – Disse num impulso.

Marcos então disse:

– Eu não vou fazer isso. Vou descarregar minha raiva em você. Vou te espancar, seu veado de merda.

Na hora Eu chorei, gelei e senti sua tapa em minha cara. Eu caí e estava escuro quando ele me deu uma ponta pé na minha barriga que cheguei a ficar sem ar. Quando ele me puxa pela gola da camisa e me acerta um soco no meio do rosto que me fez desmaiar.

...

“É o meu fim” Eu pensava.

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