Recomeçar [8]

Um conto erótico de Marcioads
Categoria: Homossexual
Contém 1665 palavras
Data: 16/07/2012 21:01:37
Assuntos: Gay, Homossexual

Atendendo a pedidos, lá vai mais um ...

Aquela noite capotei, estava exausto, no dia seguinte, acordei com o Ricky tentando se levantar sem me acordar, mas não obteve êxito. Abri os olhos, ele estava no banheiro, olhei o relógio eram 7 horas da manhã, minha primeira vontade foi voltar a dormir, mas logo ele voltou ao quarto.

Ricardo: - Bom dia flor do dia, já ta acordado é? Quis te deixar dormindo ai.

Eu: - Onde você vai?

Ricardo: - Trabalhar ué, alguém por aqui precisa né?

Eu: - E você ia me deixar aqui, sozinho? Sem dar uma satisfação de nada?

Ricardo: - Não bobo, ia te deixar um bilhete, por mim você pode ficar aí o dia todo me esperando, queria voltar pra casa e encontrar com você aqui!

Eu: - Ah ta, bom, que tal a gente ir tomar um café na padaria e depois eu volto e passo o dia aqui... sozinho ?

Ricardo: - O café pode ser, sem drama lindinho eu volto na hora do almoço.

Ele me beijou, um beijo bem demorado, tentei puxar ele de volta pra cama.

Eu: - Volta aqui vai? Vamos dormir um pouco mais juntinhos?

Ricardo: - Juro que se pudesse, eu ficava aqui, mas só pra dormir, mas tenho que ir, não me deixe com peso na consciência vai...

Eu: - Tudo bem né, já vi que não tem jeito!

Levantei, pus minha roupa de novo, arrumei a cama, peguei minha escova de dentes reserva no carro pra não ficar com bafo né. E fomos rumo a padaria, de mãos dadas só no carro, que ele fez questão de ir dirigindo já que fomos no carro dele, tomamos um café até que rápido e ele me deixou em sua casa de novo, me beijou e foi trabalhar.

Pronto, que alegria, eu num bairro desconhecido, sozinho, como ele podia ter certeza que eu não ia roubar os móveis e fugir? Bom, fiquei assistindo TV, mas o tédio foi maior e a curiosidade também, abri o guarda roupas dele e comecei a ver as roupas dele, tudo que ele tinha guardado e até perdi noção do tempo, quando vi que a hora do almoço se aproximava decidi que faria o almoço, apesar de saber que não era bom de cozinha.

Abri o armário e vi que não tinha muita coisa pra fazer, na verdade não tinha nada ali que eu soubesse fazer, era bem casa de solteiro, muitos iogurtes, bolachas, suplementos e tudo mais, mas nada para cozinhar. Resolvi ir no mercado, no corredor do quintal encontrei uma vizinha dele que me cumprimentou mas olhou com cara de que não tava entendendo o que eu fazia ali, ignorei de primeira, mas depois no portão perguntei onde tinha um mercado perto, ele me indicou o caminho, entrei no meu carro e fui.

Não era bem um mercado, era um mercadinho pequeno próximo a pracinha, era perto pra ir a pé mas a preguiça não deixa. Logo que desci do carro, vi os meninos que jogavam futebol na praça ali conversando e bebendo cerveja numa mesa, estavam me encarando, acho que por causa do carro, entrei e comprei umas coisas pra cozinhar e outras pra deixar lá pra ele, depois entrei no meu carro e voltei pra casa dele.

Fui pra cozinha, tinha resolvido fazer bife a milanesa com batata frita e arroz, isso era o melhor que eu sabia fazer e fiz uma salada com palmito e tudo que tinha direito. Foi só eu acabar a comida que ele chegou, ele elogiou o cheiro da comida, me beijou e sentou pra comer.

Ricardo: - Eu podia me acostumar com isso, chegar em casa e ter comidinha na mesa, e tudo mais.

Eu: - Aproveita lindo, porque quando eu voltar a trabalhar pra almoçar comigo é restaurante, e final de semana na cozinha me esquece.

Ricardo: - Então ta né!

Ricardo: - O Ga me ligou, chamou a gente pra ir lá hoje.

Eu: - Como ele sabe que eu to aqui?

Ricardo: - Eu liguei pra ele pra falar de ontem.

Fiquei corado.

Eu: - E, então vamos né?

Ricardo: - Claro, vamos sim, só vamos buscar o bruno primeiro, ok?

Eu: - Ok!

Almoçamos em paz e silêncio, apenas trocando olhares e sorrisos. Quando terminamos fiz questão de lavar a louça e ele foi secando e guardando já que não sabia onde ficavam as coisas. Depois ele tomou um banho e trocou de roupa pra ir pra casa do Ga, sugeri irmos com meu carro já que era maior e o Bruno iria mais confortável, ele concordou.

Fomos para a casa do Bruninho, Ricky foi dirigindo, foi engraçado ver ele se atrapalhando já que não estava acostumado com carro automático, quando chegamos vi que o Bruno morava até que perto de mim, buzinamos e ele saiu rapidamente e entrou no carro.

Bruno: - Eae pessoal !

Eu: - Fala Bruno, como se ta?

Bruno: - Não tão bem quanto vocês! E sorriu.

Fiquei tímido novamente, mas já imaginava que ele também já devia saber. Fomos conversando o caminho todo e mantive minha mão na coxa do Ricky durante o caminho, logo que chegamos a casa do Ga ele estava na calçada sentado, provavelmente esperando chegarmos. Descemos do carro, Ga falou com Ricky e Bruninho e depois veio falar comigo me abraçando.

Gabriel: - Então lindo, conta aí, como foi?

Eu: - Foi de mais, ele é de mais, sabe? Mas não quero acelerar muito as coisas, to meio preocupado.

Gabriel: - Não existe tempo certo pras coisas lindo. Elas acontecem quando têm que acontecer, deixa rolar, mas faz só o que você quiser. Ele é legal.

Eu: - Valeu Ga, de verdade, por isso que eu te amo.

Gabriel: - Eu sei que ama!

Ele era convencido, mas ele só era de brincadeira, porque ele era muito humilde, do tipo de pessoa que podia chamar pra sair pra ir em restaurante chique e pra comer churrasquinho na estação de metrô.

Aquela noite foi muito boa, rimos tanto mas tanto, ficamos contando piadas e histórias engraçadas. Como sou professor, tenho muitas mesmo, tanto de alunos quanto minhas mesmo. Logo que deu 8 horas resolvi ir embora, me ofereci para levar Bruninho e Ricky para casa mas o Ga disse que eles podiam ficar mais que os deixaria em casa depois, então me despedi do Bruninho com um abraço, do Ga com um beijo e um abraço como de costume e o Ricky foi comigo até o portão. Chegando lá:

Ricardo: - Então sabe, foi muito bom ficar com você, de verdade.

Eu: - Pra mim também, podemos fazer mais disso.

Ricardo: - Com certeza vamos. Te ligo amanhã, tá?

Eu: - Tudo bem, vou esperar.

Ele então me abraçou um abraço bem demorado e bem quentinho, depois me beijou e me abraçou de novo. Entrei no carro e ele ficou esperando eu sair.Fui embora, coloquei meu cd do Coldplay pra me sentir bem e fui pra casa direto. Chegando lá, eu até estranhei, afinal não parava direito no meu apartamento, olhei o calendário e pro meu desespero faltavam apenas 3 dias pra voltar a trabalhar. Mas ao mesmo tempo sentia falta dos meus alunos, da sala de aula, eu gostava do meu trabalho, desde que me conheço por gente quis ser professor.

Nos 3 dias seguintes, nada do senhor Ricardo, ele estava muito ocupado e aquilo tava me deixando frustrado, eu tinha três dias pra curtir com ele e acabei ficando sozinho, indo no cinema sozinho, tava muito mas muito bravo com ele, tudo que eu recebia eram mensagens de texto justificando a ausência, mas eu tinha que entender aquilo, porém ele teria que entender a falta de disponibilidade minha nos dias seguintes, afinal eu trabalhava os três períodos.

No meu primeiro dia de volta ao trabalho, penei pra acordar cedo, mas sobrevivi, tomei meu banho, meu café e fui pra faculdade. Lá revi os colegas de trabalho, conversamos, ficamos mais nos atualizando sobre os acontecimentos que realmente trabalhamos, no dia seguinte faríamos reunião sobre atribuição de aulas e tudo mais. Ricardo me ligou, quando disse que não tinha horário ele obviamente ficou bravo , fingiu que entendeu e desligou.

No dia seguinte ele me surpreendeu, apareceu na hora de almoço e fomos almoçar juntos, foi legal, mesmo, mas uma coisa não saia da minha cabeça: Porque ele não me pedia em namoro?

Aquilo tava me incomodando seriamente, comigo as coisas funcionam no oito ou oitenta, ou é meu namorado ou quando sairmos não nos beijamos nem nada, é só meu amigo. Mas eu não queria colocá-lo contra a parede, eu entendia que ele tinha muitos problemas familiares e que ele era do tipo caladão, mas poxa, não era fácil pra mim também, porque só eu seria flexível?

Naquele final de semana, em um barzinho, saímos nós quatro e fizemos amizade com mais três rapazes: Guto, Edu e Pedro. Muito gente boa todos e passaram a frequentar os mesmos lugares que a gente e até mesmo a casa do Ga. Passou um mês com as coisas assim, aos sábados saiamos e aos domingos eu descansava. Mas eu tava muito irritado com o Ricky, na frente dos outros ele me tratava como namorado, segurava minha mão, marcava território, e quando estávamos sós, nada de pedir em namoro, pode parecer bobeira, mas pra mim não era, é como eu disse oito ou oitenta.

No dia seguinte, era sexta e eu daria um jeito na situação. Conversaria com ele, porém, eu não sabia se daria a opção de namorar ou não, eu tinha me sentido cozinhado por mais de um mês, aquilo tinha acabado com o romance, o sexo era bom, mas sexo não é o suficiente pra manter nada. E o Eu neurótico voltava a falar alto e eu daria razão pra ele.

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Bom gente, como me pediram e eu ainda to de recesso escolar esse ano, decidi postar mais que tinha planejado. Obrigado pelos votos e comentários, vocês são foda! Qualquer crítica e sugestão é bem vinda. Fico feliz de ajudar alguns de vocês que dizem se identificar com a história.

E-mail para contato; Marcio.casadoscontos@hotmail.com

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Comentários

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Nem preciso dizer mais nada. Parabéns!

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Parabéns, está ótimo como sempre . Continue logo, abraços .

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aahhh.....não é vc que não queria apressar as coisas??? estava com medo de algo sério>?????? ele também pode estar nessa "fase"!!!

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Seu conto é muito bom e uma das coisas que valorizo é a continuidade, frequencia! Parabéns

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bom demais, se pedir p postar outro hj, o sr posta? brinco, abusando do bom senso (eh assim q escreve, com "s"?). grato pela leitura, eh muito bom ver um conto maduro, ansioso pelo proximo.

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Perfeito, tu mandar muito bem na escrita esta de parabéns. :D

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