EU TE AMO 6

Um conto erótico de CARPE DIEM*
Categoria: Homossexual
Contém 2625 palavras
Data: 02/07/2012 16:01:47
Última revisão: 24/05/2018 21:16:21

...

Ele simplesmente não respondeu, trancou a porta e sentou na cama ao meu lado.

Eduardo - Você sabe que eu te amo né?

Eu - Não vamos falar sobre isso agora, por favor.

Eduardo - E você quer falar sobre o que?

Eu não precisava conversar, nem nada do tipo. Só queria que ele ficasse comigo naquele momento. Então, perguntei novamente, mas não obtive uma resposta positiva.

Eduardo - As coisas não são assim do jeito que você quer (ele disse calmo).

Eu - Pensei que você me amava. Acho que eu me enganei.

Não podia e não queria acreditar que ele estava recusando, afinal, o Eduardo sempre ‘corria’ atrás de mim, mas aquela noite não acabaria nada bem. Ele até confirmou que me amava e tal, mas disse que não se humilharia mais, e que estava desistindo de nós de uma vez por todas. E eu fiquei como? Com muita raiva, é claro. Quem ele acha que era para dizer essas coisas pra mim? Eu até tentei falar tudo o que eu sentia, porque eu gostava mesmo dele, mas isso não foi suficiente.

Eu – Tenta me entender.

Eduardo - Chega. Quer saber? Você é muito egoísta, não se importa com ninguém, é só mais um muleque mimado.

Eu - Se tem uma coisa que eu não sou é mimado tá bom? Você não sabe nada da minha vida.

Eduardo - Ah! Por favor, Diego. Você acha que é só estalar os dedos e, eu vou vir correndo pra você?

Eu - Eu não quero mais falar contigo. Eu odeio você, tá ouvindo Eduardo? Eu te odeio. Eu não quero falar com você nunca mais (gritando).

Eduardo - Tá. E eu te amo. (ele disse se levantando).

Antes de sair, ele ainda disse que eu estava fugindo dos meus sentimentos, simplesmente porque eu já estava ligado á ele e tudo mais. Depois disso, não fazia sentido eu ficar na sua casa. Esperei-o entrar no outro quarto e resolvi ir embora, mas quando desci até a porta, estava trancada. Não tinha saída, então voltei e tentei dormir, mas quem disse que o sono chegava? No outro dia levantei e nem sinal do Eduardo, tudo em silêncio, mas ao chegar à cozinha, a mesa estava arrumada repleta de coisa boa. Depois de um tempo ele chegou com um presente e me entregou, mas não disse nada e foi para o quarto. Fui atrás dele para tentar devolver, mas...

Eduardo - É feio recusar presente, sabia?

Silêncio*.

Eduardo - Ok. Se você não quer, o problema é seu, mas vai ficar aqui.

Ele saiu e nem disse mais nada, então resolvi abrir para ver o que era esse tal presente e, fiquei surpreso ao ver um celular. Tinha um bilhete dentro da caixinha, com uma declaração bem bonita. Não sabia o que fazer: Eu descia e pedia desculpas, ou continuava ali? Como eu estava com muita fome, desci para comer alguma coisa. Tomei café em silêncio e sozinho, já que ele estava vendo TV, mas logo depois veio junto à mim. Eu ainda estava com raiva, mas se o Eduardo conversasse comigo novamente eu ficaria bem.

Eduardo - Você tá melhor?

Eu - Eduardo, eu quero ir embora.

Eduardo - Eu não perguntei se você quer ir embora. E a resposta é não, você ainda está fraco. Precisa descansar.

#CHATEADO.

Eduardo - Isso é para o seu bem.

Então, fui ver TV, já que era feriado (feriado na segunda é bom demais). Ele sentou perto de mim, e assim ficamos em silêncio. Até que o celular dele toca, nem sabia quem era, mas deu para perceber que o convidaram para sair, e ele não aceitou. Estávamos vendo um programa sobre esportes, nem lembro muito bem, afinal, já tem um tempinho, mas na época estava passando uma reportagem sobre os times brasileiros que estavam bem no campeonato e o time dele estava muito mal. Eu já disse que gosto muito de futebol, então não tinha como ficar mais em silêncio. Entre tantas provocações sobre os times e tal, porque até nisso éramos bem diferentes, acabamos por conversar demais. Minha raiva nessa hora já tinha passado, mas já estava ficando tarde e a família dele logo mais voltaria, mas ele me tranquilizou dizendo que eles não chegariam naquele dia e que não me deixaria ir embora para ficar sozinho em casa.

Ele estava cuidando tão bem de mim, eu me sentia tão protegido perto dele. Acho que nem dava mais para tentar negar, então quando ele estava levantando, o surpreendi e dei um abraço, ficamos um tempão assim... Abraçados.

Eu - Valeu cara, por se preocupar tanto comigo.

Eduardo - Um dia você vai entender.

Ele subiu, e eu fui para o quarto. Liguei para minha mãe para contar do assalto, falei também do cuidado dele para comigo. Depois de levar um sermão por sair sozinho, ainda tive que ouvir dela que era para eu me desculpar com o Eduardo e tratá-lo melhor. Fico me perguntando como ela sabia dessa nossa relação, enfim, fui ao quarto onde ele estava e o encontrei dormindo. Chamei-o baixinho, mas não adiantou, então o balancei e ele levantou-se assustado.

Eduardo - O que foi? Você tá bem?

Nem respondi e, dessa vez eu o beijei. Ele resistiu um pouquinho, mas depois correspondeu. Depois do beijo, ele queria entender essa minha reação, mas eu nem o deixei falar muito. Nesse momento, eu que precisava me explicar.

Eu - Você é muito importante para mim Eduardo. Eu sei que eu não demonstro muito, igual você faz, mas eu gosto de ti. Eu não planejei te conhecer, mas você apareceu assim de repente, sem pedir licença, foi me conquistando... Eu acho que não estou preparado para amar. Você me entende?

Eduardo - Por que você me fala isso só agora?

Eu - Por que eu não quero te perder.

Eduardo - Você tem noção do quanto que eu sofri por sua causa?

Eu - Não vamos falar mais desse assunto, por favor.

Eduardo - Eu tentei me afastar de ti, não conversar mais contigo... Mas eu não consigo, eu te amo muito muleque, eu não consigo ficar longe de você.

Então eu sorri.

Eu – Sabe? Eu fiquei pensando em tudo o que você falou e, isso me machucou muito Eduardo, me fez ficar mal, muito mal.

Então ele ficou meio assustado.

Eduardo - Desculpa. Eu não queria te falar isso. Eu também fiquei triste por tudo o que você disse.

Era melhor evitar certos assuntos para não ter mais problemas. Agora sim, começava uma nova fase para nós. Ele até pediu para eu começar a chamá-lo de um jeito mais informal. Preferi chamá-lo por Edu, era mais prático. O clima era o mais romântico possível, e mesmo eu não gostando muito desse lado grudento dele... Eu tentei fazer esse ‘sacrifício’, rsrsrs... Ainda mais depois de saber que a família dele não chegaria naquele dia, eu consegui ficar mais relaxado.

Edu - Tá vendo? O destino preparou tudo.

Eu – Se você diz, mas amanhã temos que ir pra ‘facul’.

Eduardo - Eu sim, você não. E, nem adianta me olhar assim. Você ainda tá fraco, não pode nem pensar em faculdade por enquanto.

Eu - Mas de manhã você vai me levar para casa, não posso mais ficar aqui.

Eduardo – Amanhã é só amanhã. Agora esquece isso e vamos curtir.

Ficamos curtindo um ao outro, conversando, rindo até altas horas.

Eu - Mas e aí, como você descobriu que gostava de mim?

Eduardo – Hummm. No começo foi complicado, você era todo estressado, mas então eu percebi como o Breno gostava de ficar ao seu lado e, você era desse jeito bravo só comigo. Eu tentava me aproximar, mas você só se afastava, então eu te tratava mal para tentar ser notado, e piorou tudo, mas naquele dia em que você me enfrentou, naquele momento eu vi seus olhos e ali já era. Esse jeito seu todo atrevido... Fiquei pirado, porque eu não conseguia parar de pensar em ti, e quando eu te beijei, foi à comprovação de que eu te amo.

Eu até o questionei sobre o que o Breno me disse uma vez, sobre o tal cara, mas ele me falou que não estava preparado para algo assim naquele momento. É claro que eu também contei em como descobri que gostava dele, sobre o beijo que não dei na Clara e tudo mais, e, chegamos à conclusão de que o Breno sempre, mesmo que indiretamente ‘empurrava’ um para o outro. Eu sabia que deveria contar para ele e para a Clara sobre nosso relacionamento, mas ainda não me sentia confortável para tal revelação. No outro dia acordei super cedo e, como de costume ele não estava na cama, levantei, e o encontrei todo desajeitado preparando nosso café. Tentei ajudar, mas ele ainda estava preocupado com meus hematomas (alguns ele causou), me pediu desculpas, mas o tranquilizei e terminei de preparar tudo.

Fazer minhas próprias coisas não é nenhum sacrifício para mim, ao contrário, já estou acostumado. Desde pequeno eu sei o que tenho que fazer e, minha família sempre me conscientizou sobre isso. Tenho muito orgulho dos meus pais, de onde eles vieram e, como conseguiram vencer na vida, por isso eu dou muito valor a tudo o que tenho. É claro que por esse motivo, eu e meu irmão sempre discutíamos, mas mesmo ele sendo meu oposto, em algumas ocasiões eu sabia que podia contar com ele.

Assim que terminamos, ele me levou para casa e disse que depois da faculdade iria me ver, então liguei para o Breno e expliquei que não poderia ir, e depois ele também iria me visitar. Quando o Edu chegou à minha casa, o Breno e a Clara já estavam por lá, ele ficou um pouco sem ação, mas logo foi embora e, a noite, voltou dizendo que iria me levar num lugar especial.

No outro dia, o Breno me convidou para almoçar. Contei sobre a declaração da Clara e ele disse que já tinha me prevenido e, que o ideal era eu me revelar de uma vez por todas. Estávamos conversando quando ela chegou. A impressão que eu tinha era que sempre a Clara dava um jeitinho de estar comigo. Às vezes eu tentava evitar, por que o Edu vivia falando para eu me afastar. Eu disse que tentava, mas nem sempre conseguia. Ela veio com uma conversa de que estava com dificuldade numa matéria e que precisava muito da minha ajuda. Comprometi- me em ajudá-la.

Dentro de poucos dias seria aniversário do meu pai. Pensei em levar o Edu comigo, mas deixei para pensar nesse assunto depois. Naquela noite eu iria ajudar a Clara, estávamos estudando quando meu telefone tocou e, era o Edu dizendo que já estava me esperando para sairmos. Sinceramente? Eu havia me esquecido do nosso combinado. Nem preciso falar que ele ficou muito bravo e com ciúmes, naturalmente.

Eu tentava me explicar de todas as formas possíveis, mas tudo em vão. Resolvi não insistir mais, dar um tempo pra ele, sei lá, deixei rolar. Mais tarde, já em casa, ele foi me ver e me pediu desculpas. Tentei explicar que só estava a ajudando nada demais. O Edu me entendeu, mas me alertou novamente sobre a Clara. Tentamos esquecer esse assunto, então para amenizar o clima, o convidei para passar o final de semana com minha família. À noite, ele me levou naquele tal lugar especial. Realmente era tudo muito bonito. De onde nós estávamos dava para ver toda a cidade iluminada. Eu olhava lá para baixo e via tudo pequenininho, simplesmente maravilhoso, fiquei encantado. A ocasião pedia algo especial.

Eduardo - Amor. Quero te dar uma coisa.

Eu – Hummm. O que você tá aprontando senhor Eduardo?

Eram duas correntes bem bonitinhas. ♥

Eduardo – Pronto. Agora sim é oficial. Quer namorar comigo?

Não respondi, apenas o beijei.

Eduardo - Espero que isso tenha sido um sim.

O Edu era bem romântico. Eu não imaginava que ele era assim, não mesmo. Já estava acostumado com um jeito totalmente diferente dele. Não que eu não goste muito desse romantismo todo, mas às vezes ele grudava muito, todo meloso... Não que eu seja tão insensível, eu tenho meu lado amoroso também, mesmo que eu não mostre muito, hahaha. Enfim, final de semana havia chegado, arrumamos tudo e seguimos viagem. O Edu até queria ir de carro e tal, mas sério... Eu gostava de andar de ônibus, não via problema nenhum nisso, mas ele é um pouco complicado arrumou tanto “problema” na viajem, seja por ciúmes de algum passageiro, ou por não dar atenção á ele, ou por levar vários livros, enfim, ele não me deu sossego, rsrsrs.

Eu já havia contado para ele sobre onde eu morava, mas sempre é bom reforçar. Na verdade, eu tinha um pouco de receio em relação ao Edu ‘aceitar’ minhas ‘antigas’ amizades, mas já que ele já tinha visto e conversado com eles (mesmo que poucas palavras) quando foram ao Rio, imaginei que não haveria tanto problema assim, mas nunca se sabe né? Eu morava numa casa bem bonita, mas quando eu era menor, vivia num local bem mais inferior, mas isso pra mim nunca foi problema, não mesmo. Sempre que vou pra casa dos meus pais, eu chego lá onde eu residia e meus amigos vivem. E, claro eu iria levar o Edu lá também.

Meu pai não imaginava que eu iria, já que era uma ‘surpresa’. Apresentei o Edu devidamente como meu namorado para todo mundo. Já no quarto...

Eduardo – Onde eu vou ficar?

Eu - Pensei que você fosse mais inteligente.

Eduardo - Mas aqui no teu quarto? Seus pais podem encanar (ele disse todo preocupado).

Meus pais, antes de tudo me respeitavam e confiavam em mim. Eles sabiam que eu não levaria o Edu pra lá se não fosse realmente algo tão sério. Fiquei no quarto esperando ele tomar banho, até que meu irmão apareceu. Apesar de querer saber como eu estava e tal, eu o conhecia e sabia que algo mais ele queria. Eu e meus irmãos somos diferentes em tudo, tudo mesmo. Minha maninha é bem sensata, tranquila, um doce. Já meu irmão é mais ‘rebelde’, dava um pouco mais de trabalho para os meus pais, mas ele também tinha o seu lado bom, é claro. Ele era mais novo que eu, e, sobre o amor, ele sempre foi mais ‘evoluído’ do que eu, é fato e, também já possuía o relacionamento amoroso dele e tal, algo que o ‘acalmava’ bastante rsrsrs. Conversamos bem pouco e ele já veio logo me pedindo dinheiro emprestado. Para variar, discutimos. Quando o Edu nos viu, já quis imediatamente saber o que estava acontecendo. Expliquei a situação e para amenizar, ele deu dinheiro ao meu irmão. Poderia acabar tudo bem assim, na paz, mas como nada é perfeito... Ele havia dito que o André estava de volta e queria muito me ver, que estava com saudade e tudo mais. O André era muito amigo do meu irmão e, meu também admito, mas o problema era outro fato que eu não queria ter que revelar, não agora.

Definitivamente, a sorte não estava do meu lado. Meu irmão jogou a bomba e saiu, me deixando totalmente sem ação. O Edu ficou me olhando, até tentei contornar a situação, mas já era tarde.

Eu - Você não podia ter dado dinheiro a ele.

Eduardo - Quem é André?

Eu – O Quê?!

Eduardo - Você ouviu muito bem. Quem é André?

Eu - É só um amigo, nada de mais.

Eduardo - E porque você ficou desse jeito já que e só um amigo?

Eu - Que jeito? Não tem jeito nenhum.

Eduardo - Você ficou todo nervoso. Fala logo Diego, quem é André?

Sempre acontecia algo para estragar nossa relação. Se eu quisesse ficar com o Edu realmente, teria que ser sincero. Então era melhor falar toda a verdade de uma vez, mesmo que isso trouxesse mais problemas.

Eu - André, é meu ex- namorado.

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Comentários

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Adoro essa relação possessiva obsessiva compulsiva, sou exagerado, né? Eu sei, mas é legal, em contos, pois na vida real deve ser muito desgastante para ambas as partes envolvidas. Deve ter sido tenso, mas já conheço a história, só acho uma pena não ter sido relatado a continuação da história de vocês. Amo vocês, mesmo sem conhecê-los e "conhecendo-os" ao mesmo tempo.

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onw anjinho to adorando seu conto, poste a continuação logo por favor... e dê mais um pouquinho de carinho ao seu principe nao seja tão rude com ele. Como sempre o conto esta fabuloso nota 10

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adorando e o edu e mto fofo e vc da kda patada nele

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Muito bom mesmo... Texto bacana demais, não demora 10

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que lindo esse capitulo ficou maravilhoso, mas bem q vc podi postar com mais frequencia

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uau, n sei como vivi sem sua historia, posta com mais frequencia tio =)grato pela leitura.

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adorei esse capitulo !! todos tinham que ser do mesmo tamanho... é muito ruim ler uma historia que o capitulo mal começa e puff .. acaba!! bjs. .adorei!!

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