Recomeçar [19]

Um conto erótico de Marcioads
Categoria: Homossexual
Contém 1906 palavras
Data: 22/07/2012 17:23:51
Assuntos: Gay, Homossexual

Continuando...

Quando eu levantei, ele acordou em seguida.

Ricardo: - Onde você vai?

Eu: - No banheiro. To muito apertado. – Era verdade, eu tava com preguiça de levantar antes.

Quando saí do quarto dei de cara com o Gabriel.

Gabriel: - Eai lindo, a noite foi boa hein? Vou cobrar.

Eu: - Tá falando o que? – Me fiz de desentendido.

Gabriel: - O carro do Ricardo ta parado ali fora, em frente a minha casa.

Eu sorri.

Gabriel: - Tudo bem lindo, fico feliz de ver que deu tudo certo. Não é?

Eu: - Ainda não decidi isso.

Gabriel: - Tudo bem então, mas me conte quando tiver um veredito.

Eu: - Ok.

Quando sai do banheiro, Ricardo estava sem camisa, só de calça na sala conversando com o Ga e o Bruno. Quando eu fui até lá, ele me puxou e me beijou, ou ele esqueceu que tinha mais gente lá ou ele não ligava. Ele ficava tão gostoso de calça jeans com aquele corpo a mostra, aquele abdômen, peitoral, era muito excitante, ainda mais de boné, dava um tom de bad boy gostosão.

Gabriel: - Por favor, sem sacanagem na minha casa, isso é uma casa de família.

Ricardo: - Puts, então é melhor você reformar aquele quarto e transformar em outro cômodo.

Gabriel: - Vocês imacularam meu quarto? – E fez uma cara de espanto.

Ricardo: - Toda a sua casa meu amigo.

Caímos na risada, eles eram muito idiotas juntos.

Eu durante o café, tinha uma decisão a tomar, na verdade já estava tomada. Eu voltaria pra minha casa, pro meu amor, acho que todo mundo merecia outra chance.

Então eu abri a boca.

Eu: - Bom gente, já que estão todos aqui, resolvi falar, Ricardo eu vou voltar pra casa (nessa hora ele abriu um sorriso enorme), muito obrigado pela hospitalidade Ga e você também Bruno, vocês me trataram muito bem nesse tempo todo que eu fiquei aqui, mas ta na hora de voltar pra minha vida.

Ricardo me pegou e me beijou na hora.

Ricardo: - Prometo nunca mais fazer nada pra te magoar.

Eu: - Depois a gente conversa, não vai ser tão fácil assim.

Depois do café, nos despedimos dos meninos e fomos pra casa, tava na hora de por ordem no galinheiro. Quando chegamos, nos beijamos muito no carro, descemos e entramos em casa. Lá estava a rainha de pernas pra cima, deitada no meu sofá vendo TV e comendo pipoca. Era hora de destronar. Ricardo levou minha mala até nosso quarto. Então fui falar com a vagabunda.

Eu: - Bom Aline, como você sabe eu sou o marido, namorado, parceiro do Ricardo e essa casa aqui é minha. É o seguinte, não vou te chutar daqui por que você não tem pra onde ir, pelo menos por enquanto você fica, mas aqui são minhas regras, não tem nada seu aqui, nem se sinta muito em casa, você fica no quarto de hóspedes onde você ta e não enche o meu saco. Alias, a Maria, é empregada, não garçonete, o trabalho dela aqui é limpar e manter a casa em ordem, não fazer suas vontades.

Ela ficou me olhando meio incrédula, naquele momento me senti o poderoso chefão.

Eu: - E tira o pé do meu sofá.

Dei uma pesquisada na internet e descobri que era possível fazer o DNA com a criança ainda na barriga, mas como era novidade na época era caro, mas eu conversei com o Ricardo e faríamos não importava o preço. Liguei lá, disse que era emergência e consegui marcar pra dois dias depois, eu estaria trabalhando então ele iria com ela lá. Ela estava de 7 semanas, era tudo que eu sabia.

Não vou dizer pra vocês que eu torci inteiramente pra que não fosse dele o filho, na verdade eu até gostaria que fosse, era tudo que ele queria um filho, se o filho fosse dele eu não iria me opor em nada, não tive bom relacionamento com meu pai nem nada do tipo, então faria questão que a criança tivesse tudo do melhor que o pai pudesse dar e ele seria um pai presente.

Nesses dias antes do DNA, ela mal ficava na sala, eu não fazia questão de ser legal com ela, mas não era a madrasta da cinderela, eu levava comida pra ela no quarto, frutas, já que ela tava grávida, não éramos amigos mas também não éramos inimigos.

No dia, era uma sexta-feira exatamente, Ricardo estava tão nervoso que não parava de me mandar mensagens de texto. Quando chegou a hora ele ficou aparentemente mais calmo. A noite quando cheguei em casa ele veio me beijar, buscaria o resultado no sábado de manhã. Sairíamos pra comer pizza naquela noite, eu resolvi chamar a Aline, Ricardo não concordou muito, mas era o certo, não podia deixar ela sozinha em casa, era coisa minha mesmo.

Pelo menos acabaria a tortura do mistério na manhã seguinte. Na pizzaria, não conversamos muito, nenhum dos três, só o básico, o inevitável. Ela pelo menos não parecia se incomodar com o fato de sermos gays e nos beijarmos as vezes na frente dela em casa. Chegamos em casa, fomos pro quarto, Ricardo e eu fizemos amor até de madrugada. De manhã, eu fui com eles buscar o resultado do exame, pagamos uma taxa de emergência que tinha na clinica. Resolvemos que eu olharia o resultado, já que teoricamente eu era o mais “imparcial”.

Abri o envelope, tinham as folhas do resultado, tinha muita coisa escrita que eu não entendia, eu tava muito nervoso, resolvi passar pro Ricardo ver já que eu não entendia nada. Ele ficou branco na hora, mais ainda, eu estava quase morrendo de nervosismo, então ele quebrou o silêncio.

Ricardo: - Eu sou o pai.

Aline deu um sorriso de satisfação.

Aline: - Eu disse.

Ricardo ficou meio em choque. Fomos indo ao estacionamento.

Ricardo: - Por favor, não me deixa.

Eu: - Eu não vou te deixar, eu te amo. – Mas naquela hora eu entendi o que significava aquilo, ele teria um vínculo com ela para o resto da vida. E ao mesmo, o sonho dele se tornaria realidade, ele seria pai.

Chegando em casa, eu já tinha pensado na coisa mais madura pra fazer com Aline. Era deixá-la ficar, seus pais não aceitariam ela de volta e eu não achava certo alugar um apartamento e deixá-la sozinha, e se ela precisasse de ajuda? De alguém pra levar no médico? Ela precisava de uma série de cuidados, era melhor ela ficar lá, com casa limpa, dieta saudável e tudo mais. Quando a criança nascesse, resolveria o que fazer com ela.

Fui falar com ela.

Eu: - Aline, posso entrar?

Aline: - É sua casa.

Eu: - Olha, eu não vou mentir dizer que eu gosto de você, que ta tudo bem, mas na verdade, eu não odeio você nem nada, você é neutra pra mim, sei que você não tem culpa sozinha, as vezes você nem sabia sobre nós e tudo mais.

Aline: - Eu não sabia, ele só me disse que...

Eu: - Deixa eu falar. Eu quero que você fique aqui nessa casa. – Ela fez de quem não entendeu. – Você precisa de uma serie de cuidados que não posso garantir com você fora daqui, também não quero o Ricardo indo te visitar o tempo todo e deixá-los sozinhos. Você fica, eu só quero que você saiba que nunca vai faltar nada pra essa criança, ele ou ela vai ser muito bem vindo sempre e muito bem cuidado.

Ela fez cara de surpresa.

Eu: - A casa é sua, eu só te peço respeito, a mim, ao Ricardo, a Maria, aos cães, a tudo, respeito, você pode se sentir em casa, só não abusa, tudo bem?

Aline: - Eu nem sei como te agradecer, mas eu não esperava esse tipo de atitude de você.

Eu: - Eu não sou um monstro. Dei uma risadinha.

Eu virei e tava saindo.

Aline: - Marcio, Obrigada.

Eu sorri de volta. Eu não sabia o que tinha acabado de fazer, se eu me arrependeria, mas independente disso, eu tinha feito o certo com ela. Agora eu conversaria com ele, que tava no nosso quarto sentado com as mãos na cara e os cotovelos apoiados nos joelhos.

Eu: - E então, papai, como se sente?

Ricardo: - Não sei, feliz por ter um filho ,triste pela circunstância.

Eu abracei ele pelas costas.

Ricardo: - O que você vai fazer com ela?

Eu: - Já conversei com ela, ela fica.

Ricardo: - Como? E fez cara de quem não entendeu nada.

Eu: - É, ela precisa de cuidados, de um lar estável, precisa de alguém pra levar no médico, essas coisas.

Ricardo: - Nossa, mas você é tão bom assim mesmo?

Eu: - Não é questão de ser bom ou não, é questão que a criança não tem culpa e precisa de cuidados.

Ele me beijou e me abraçou me levantando do chão.

Ricardo: - Você é maravilhoso.

Eu: - É, é o que dizem. Mas vamos falar sobre nós. Olha, eu voltei porque eu te amo, todo mundo merece uma segunda chance, mas traição é uma coisa que eu não tolero mais.

Ricardo: - Prossiga...

Eu: - Não quero que aconteça nunca mais, mas pro caso de você ficar desavisado, eu te proponho, ou melhor, exijo um contrato.

Ricardo: - Contrato?

Eu: - Exatamente. Dizendo que em caso de infidelidade, comprovada, você cede sua parte na casa, seu carro e trinta por cento do seu salário mensalmente, até minha morte. E o mesmo no caso de infidelidade da minha parte.

Ele ficou espantado, todo mundo que eu contei teve a mesma reação, alguns acharam absurdo, eu achava certo e justo. Disse que teria que assinar e reconhecer firma, e tudo mais que fosse necessário pra valer legalmente, já que ele era advogado, ele entendia bem.

Ricardo: - Nossa, você não perde tempo né?

Eu: - Pegar ou largar.

Ricardo: - Se for pra ficar com você, eu pego, mas foi meio radical.

Eu: - Exatamente.

Então entramos no acordo, ele fez toda essa parte, desde de digitar, até assinar, reconhecer firma e etc. Agora sim eu estava feliz, minha casa, meu amor, tudo nos trinques, tinha uma certa bagagem extra: Aline. Mas eu sobreviveria.

Eu fiz de tudo pra Aline se sentir em casa, no dia seguinte fui com o Ricardo em uma loja e comprei uma cama de casal pra ela, era mais confortável que a de solteiro que tinha no quarto. Fui no mercado e comprei muitas frutas e coisas saudáveis, queria que fosse uma gravidez sem problemas.

Na verdade, eu estava começando a gostar da ideia, por incrível que pareça. Os cães amavam ela também que ia passear com eles sempre que dava. Aquela casa estava com uma energia boa, parecia até uma família.

Mas era muito cedo ainda, tinha apenas três dias que passaram desde o resultado do exame. Mas que tava até que legal, tava. O Ricardo a levava nas consultas quando tinham, essas coisas.

Aline tinha 24 anos, era bem nova, não trabalhava, era estudante do sétimo semestre de administração, mas ela tinha ficado muito tempo sem ir na faculdade, então resolveu trancar e voltar após o nascimento do bebê, ela não trabalhava também, era o pai que sustentava, ou seja, sobraria pra nós.

Quem não aceitou muito bem a situação foi os pais dela, mas isso fica pro próximo.

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Gente ta aí mais uma parte, espero sinceramente que vocês gostem. Muito obrigado pelos votos e comentarios vocês são os melhores, me sinto muito feliz de ser aceitotão bem. Qualquer sugestão e critica são bem vindas.

E-mail para contato: marcio.casadoscontos@hotmail.com

Até mais ;)

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Comentários

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Atitude de um homem feito e maduro. Parabéns!! Estou amando cada capítulo.

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bela atitude. o problema eh a traiçao, a criança pode ateh ser uma bençao em sua vida, as vezes, as pessoas soh descobrem q qrem ser pais ao vivenciar a experiencia, indiretamente ele vos deu a oportunidade. grato pela leitura.

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Gente, adorei a ideia do contrato. Vou adotar futuramente rs 10

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Já nem sei mais o que esperar... Agora são os pais dela, fico imaginando o que vai dar. Realmente você é uma pessoa muito boa, e corajosa, além de inteligente. Escrita continua ótima, sempre nos deixa com curiosidade no fim, quando estpu lendo nem percebo quando o conto acaba.

Parabén!

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Marcio realmente vc tem um coração e tanto!!!!... eu no seu lugar no máximo eu ajudaria no aluguel de uma casa pra ela para ficar bem longe dela, e claro jamais renegaria a criança ela seria respeitada e amada por mim também. e sua atitude foi incrível, talvez eu também iria querer ela na minha casa, como diz o velho ditado, mantenha seus amigos por perto e os "inimigos" mais perto ainda rsrs!!!. tudo de bom..espero que o Ricardo não tenha aprontado mais outra!!!!

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:D nota:10000000000000000000000000000000000000000000000000000

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Se ela não se apaixonar pelo ricardo e querer roubá-lo de ti,foi uma atitude corajosa a sua em colocá-la no seu lar,mas a vida é assim mesmo cheio de misterio.

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