Ela e Manuela

Um conto erótico de GábiFleming
Categoria: Homossexual
Contém 2157 palavras
Data: 10/06/2012 22:11:04
Última revisão: 11/06/2012 12:41:23

** Sumi um pouco da Casa, mas esta manhã recebi um e-mail que me deixou com vontade aparecer por aqui, de novo, se alguém sentiu minha falta, peço desculpas!

Sei que tenho sido a personagem de todos os contos até aqui, porém, ouvi uma história que acho que merecia ser contada. Espero que não se decepcionem.**

Aproveitando o feriado de 7 de Junho, eu, meu pai, e meus irmãos viajamos para um sítio localizado bem longe de casa, percorrer toda aquela distancia apenas para andar a cavalo não fazia sentido para mim, mas meu pai insistira e me chantageara dizendo que já havia tempos que eu não me aproximava dele.

Minha mãe ficaria, pois minha avó estava um pouco enferma e ela sabia que não relaxaria caso viajasse. Sendo assim, carregamos os carro de cobertores, e roupas quentes e saímos em viagem.

Quando chegamos ao sítio, foi que eu descobri que toda a família de meu pai já estava lá, por isso havíamos percorrido tal longo caminho. Já era tarde demais para voltar atrás, e meu pai sabia disso. Decidi não tornar a situação pior, e agir naturalmente, seriam apenas três dias, de qualquer maneira.

Quando chegamos era noite, e todos foram jantar, percebi que raros lugares recebiam sinais de celular, e sabia que Debby ficaria muito brava se eu não desse notícias, fui até onde meu pai estacionara o carro, e sentei no banco do motorista, de onde havia conseguido enviar uma mensagem antes.

O sítio estava tão cheio que, não havia encontrado todas as pessoas por lá, sabia, por exemplo, que tia Valquíria chegara, mas não a havia visto. Estava digitando a SMS quando alguém bateu no vidro do carro. Estava escuro, meu coração acelerou por um instante, e quando baixei o vidro ela me sorriu:

“Tá frio aqui, abre a porta, prima!”

Manuela, aquela menininha que todos achavam feiosa quando criança, era agora a mais linda entre todas as garotas da família. Loira, de cabelos enrolados nas pontas, lábios grossos, e sempre com um brilho labial, não era alta, e seus seios e seu bumbum definiam seu corpo de garota de 17 anos, fazendo-a parecer mulher.

“Você me assustou, Manu!”

“Ah, você sempre foi medrosa; quando a gente ia dormir na casa do vô, a luz sempre tinha que ficar acesa por sua causa, eu lembro!” – disse zombando de mim.

“E você, implicante como sempre!”

Ela me abraçou, um abraço de amigos que não se veem a muito tempo. E me beijou o rosto. Eu nunca havia pensado em Manuela como uma garota com a qual existisse qualquer possibilidade de eu ficar um dia. Ela exalava feminilidade, e até então, a heterossexualidade característica de adolescentes que comentam corpos, coxas, e abdomens de meninos que com os quais nunca antes conversaram.

“O que tá fazendo aqui no carro?”

Eu sabia que havia rumores de minha homossexualidade correndo por todos os cantos na família. Na família inteira, que não era pequena, existia apenas uma lésbica assumida, e ela não era muito querida pelos outros. Eu não ligava muito para o que aquelas pessoas pensavam, mas não queria constranger meu pai, então, se me perguntassem eu não mentiria, mas não sairia gritando aos sete ventos que gostava de meninas.

“Tô falando com o meu amor” – disse, ciente que a palavra ‘amor’ deixava o sexo aberto a interpretações. – “Ou tentando falar, a rede aqui é péssima.”

Levantei o celular até encostar no para-brisas, procurando por sinal, e, antes que pudesse reagir, Manuela havia tomado-o de minhas mãos.

“Ei, tá fazendo o que maluca?”

“Vamos ver o que temos aqui!”

“Eu não vou tentar pega-lo de volta. Mas você não vai gostar do que vai ler.”

Me passou rapidamente pela cabeça que a minha prima lésbica é na realidade tia de Manuela, mas não conseguia me lembrar se as duas eram próximas. Ela ficou algum tempo ali, lendo minha Caixa de Entrada, eu sabia que haviam mensagens até mesmo eróticas que Debby me mandara, mas não me importei, estava mesmo curiosa pra saber como ela reagiria.

“Hum, quanta coisa pornográfica, Gábi. To achando que ser lésbica deve ser mais excitante que ser hétero, tia Vanessa só fala em sexo, e você com essas SMS’s.”

“Pode ser, pra alguns, mas você eu acho que nasceu pra ser hétero mesmo.” – disse entre risadas – “simplesmente não te imagino com uma menina.”

“Acho que você está errada.”

Estranhei sua resposta. No rádio “Hey Soul Sister” por Train, começava a tocar baixinho...

“E por que?!” – É aqui que começa um a história que eu não esperava, mas adorei ouvir.

“Minha melhor amiga é bi. Ou pelo menos se tornou recentemente. Quando ela me contou que havia ficado com uma garota, eu imaginei que fosse coisa de momento, e, aparentemente havia sido, passou um tempo, e nós continuávamos saindo juntas a noite, e procurando duplas de meninos para ficar.” – ela fez uma pausa – “e não me olha com essa cara, que eu to na idade” – disse sorrindo – “Bem, Sábado passado, reunimos as garotas em casa, para assistir Transformers 3. Enfim, assistimos ao filme, comemos pipoca e brigadeiro, reclamamos a falta da Megan Fox, e quando tudo acabou, as outras meninas foram embora e Gisele e eu ficamos conversando. Quando nos demos conta era tarde, e ela decidiu ligar para a mãe ir busca-la. Eu fui a cozinha e quando voltei ela já havia desligado o telefone.

_Manu, o Miguel tá com um pouco de febre, e minha mãe não quer deixa-lo sozinho, nem sair com ele no frio, será que eu posso dormir aqui?

_E você ainda pede - disse eu, jogando nela um travesseiro – Lógico que pode, vou pegar um colchão no quarto da mãe.

_Seus pais não estão dormindo lá?

_Não, não, meu pai trabalha até amanhã cedo, e minha mãe dorme tarde, espera aí que eu já volto.

Fui até o quarto de minha mãe:

_Mãe, a Gi vai dormir aqui, vou pegar um colchão pra ela.

_Com esse frio você vai colocar sua amiga pra dormir no chão? Seu pai tá trabalhando mesmo, vem vocês dormir aqui, e eu vou pra sua cama.

_Sério?

_Anda logo Manuela, me ajuda a levar meu travesseiro.

Gi e eu nos ajeitamos na cama box de casal de minha mãe, como eu adorava aquele colchão! Já estávamos deitadas quando ela disse:

_A Megan é muito linda né?

_Pois é.

_Você ficaria com ela?

_Tá doida menina, sou mais o Taylor Lautner.

_Eu li no face que sendo hétero, gay ou bi, qualquer pessoa gostaria de beijar a Megan Fox. – disse Gi sorrindo.

Eu, que estava de costas para ela, me virei.

_Sou exceção.

_Hm.

_Que foi?

_Você é tão hétero assim? – enquanto dizia isso, colocava suas mãos na minha cintura por baixo das cobertas.

Eu nunca havia reparado em Gisele daquela maneira, ela é morena, bem mais alta que eu, tem dentes claríssimos que contrastam com a sua pele, olhos verdes escuros, e dedos longos com unhas sempre curtas, seu cabelo é completamente encaracolado, e ela o adora. Forcei-me a deixar meus devaneios para responder-lhe:

_Sou, sim.

Ouvindo isso Gisele tirou suas mãos de minha cintura, apoiou o cotovelo no colchão de forma que sua cabeça ficasse mais alta que a minha, aproximou sua boca de meu ouvido e disse, me arrepiando:

_Ninguém é. – dizendo isso, passou a língua por minha orelha, um gesto que me excitou mais que qualquer outra coisa que alguém já tivesse feito com esse propósito. Eu desconhecia minhas reações, eram coisas inéditas.

Eu me afastei instintivamente, e ela voltou a me olhar, meus olhos estavam fechados, mas eu podia sentir os seus sobre mim.

_Manu... – Ela me chamou e eu abri os olhos.

Gi sorria. Se deitou novamente e voltou a colocar as mãos em minha cintura, dessa vez, um pouco mais pra baixo. Apoiou seu rosto em meu travesseiro, e me olhando nos olhos, levantou parte de minha blusa, acariciando a lateral de meu corpo, eu podia sentir meus pelos se eriçarem um a um conforme ela me tocava. Sua mão alcançou minha nuca, e subindo um pouco mais, entrelaçou seus dedos em meu cabelo, e me puxou para perto... Em todas as festas, em todas as paixonites, nunca, eu nunca sequer havia chegado perto de sentir o que senti quando Gi me beijou. Sua língua invadia minha boca com propriedade, e eu nem cogitei não retribuir. Vendo que não encontraria resistência de minha parte, Gi me rolou para o lado ficando em cima de mim, colocando uma de suas pernas entre as minhas e pressionando-a contra meu sexo. A excitação tomava conta de mim, e eu empurrava meu corpo em sua direção. Sem mais delongas, ela, ainda me beijando, colocou uma de suas mãos entre minhas pernas... ergueu seu olhar até que encontrasse o meu:

_Faz tanto tempo que eu te quero.

Antes que eu pudesse responder Gi voltou a me beijar. Eu não sabia o que aquilo significava mas eu não queria que ela parasse. Como quem sabe o que faz, sua boca passou para meu pescoço e sua língua me fazia sentir coisas indescritíveis, ela me sentou, e tirou a camisola que eu vestia, desbotoou devagar meu sutiã, e o retirou enquanto mordia meu ombro esquerdo. Me deitou novamente, me olhou ainda sorrindo, e passou a lamber meus seios, alternadamente, enquanto sua língua passava por meus mamilos, meu corpo se sentia no auge do desejo. Não fosse por ela, sequer teria percebido, mas eu gemia involuntariamente, ela me beijou, e colocando seu dedo indicador sobre o lábio murmurou ‘shh’.

Quando assenti com a cabeça, sua língua desceu sem paradas, passando por meu pescoço, meu tórax, umbigo, e chegando a minha cintura. Nesse ponto, Gi, brincou com sua língua pela borda de minha calcinha, e mordeu meu sexo sobre ela, achei que teria um orgasmo naquele momento... Ela parou. Se ajoelhou frente a mim, e com as mãos delicadas e hábeis retirou minha calcinha. Me senti exposta e um lampejo de sanidade passou por minha cabeça, e desapareceu assim que sua língua tocou meu clitóris; por pouco eu não gemi. Me segurei.

Deixando meu clitóris, Gisele passou a lamber meu sexo por inteiro. Eu queria mais, não sabia o que, mas queria. Quando sua língua me penetrou eu entendi. Com podia algo tão simples me levar aos céus em segundos? Sem pensar comecei a rebolar em sua língua enquanto suas mãos seguravam minha cintura. Novamente, Gi parou, fiquei sem entender, sem sair de entre minhas pernas ela procurou minhas mãos com as suas. Quando elas se encontraram, a maneira que ela entrelaçou seus dedos nos meus dizia em silencio “agora você vai ver o quanto eu te desejo”.

Com movimentos rápidos e circulares a língua de Gisele massageava meu clitóris incessantemente, eu não estava mais ali, aquela sensação me era desconhecida e me levava a um lugar ao qual nunca tinha ido. Os movimentos haviam mudado de direção, de cima para baixo, e cada vez mais rápidos. Quando gozei, o gemido foi inevitável, os espamos percorriam meu corpo, e como que para me provocar ela percorreu todo meu sexo com sua língua mais uma vez, tirando meu folego. Quando ela me beijou, eu me senti em sua boca, meu corpo estava dormente como se todo meu sangue estivesse fluindo em um só lugar. Ao perceber que eu tremia, Gi sorriu:

_Eu disse que ninguém era tão hétero assim. E eu nem sou a Megan Fox.

_Cala a boca. – disse, me inclinando para beijá-la.

Nós dormimos nuas e abraçadas, ela sabia da minha virgindade e, imagino eu, escolheu não fazer mais por isso. A gente se viu na escola, e até então nada mudou. O que me confunde é, eu não sei se eu quero que mude ou não, mas eu tenho a sensação de estar me apaixonando.”

“Poxa, vida, Manuela... Eu que achava que... Nossa”

“Que é? Nem tudo é o que parece sabe.”

“Agora eu sei.”

O telefone tocou quando uma SMS de Debby chegou.

“Eu vou te deixar sozinha com o seu amor! Parece que achou rede afinal.”

“Táá’ depois me dá seu telefone que eu quero saber o final dessa história.”

“Ok. A gente se fala lá dentro. E, prima...”

“O que?”

“Sem comentários.”

“Pode deixar, não quero que você roube meu posto de assunto da família!”

“Nem eu quero roubar... por enquanto...” – disse ela sorrindo e saindo do carro.

O feriado nem foi tão ruim afinal, Manu e eu falamos de sexo quase o tempo todo, e eu começo a achar que ela está mesmo se apaixonando. Queria que fosse mais fácil para ela do que é pra mim. Todo mundo merece se apaixonar. E citando Moulin Rouge: “A maior coisa que você aprenderá é amar, e ser amado de volta.”

**Ps: Obviamente, contei a história de Manuela de uma maneira mais literária e menos coloquial, adicionando alguns detalhes que ela não me contaria, de qualquer forma, espero ter satisfeito aos leitores. Um beijo!**

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Comentários

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Eeei, bem-vinda de volta, Gabi! Adorei seu conto, delicioso, mesmo você não sendo a protagonista. Parabéns!

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Maravilhoso! Muito bom ter você de volta, afinal a casa ultimamente carece de bons escritores. Parabéns; nota máxima!

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Se satisfez?! Uau... satisfez e de que maneira. :) ainda bem que regressou, espero que continue.

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Muito bom, parabéns.Se quiser conversar, é só me adicionar ao msn ou mandar emaol: fotografoliberal@yahoo.com.br

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Uau, gabi, meu teus cntos sao d ... Q bom q voltou... Mesmo nao sendo vc a protagonista dste cnto, vc sta d parabens... Bjnhs

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