EU TE AMO 2

Um conto erótico de CARPE DIEM*
Categoria: Homossexual
Contém 1791 palavras
Data: 25/06/2012 17:13:33
Última revisão: 21/05/2018 16:53:20

...

Eu estava trêmulo e sem reação. O certo seria agir naturalmente, mas diante daquela situação era impossível. Sentei ao seu lado, mas ninguém dizia nada, o silêncio pairava no ar.

Que constrangedor!

Abaixo a cabeça, respiro fundo e, quando penso/tento falar algo, ela me abraça chorando. Estava feito... Não era preciso falar mais nada, pois nesse abraço eu percebi que o que eu sempre tentei esconder, na realidade nunca foi segredo. Continuo a abraçando e as lágrimas rolavam numa intensidade absurda e eu não queria soltá-la, ali era meu refúgio, como se todos os meus problemas estivessem desaparecido. Então ela soltou-me, mas eu não conseguia olhá-la, meu coração estava acelerado, a boca seca, enfim, muitos sentimentos misturados. Não era nada fácil. Continuava choramingando baixinho, logo ela me acalmou, colocou minha cabeça em seu colo e me disse para eu confiar nela.

Eu sempre tentei ser forte, não deixava nada me abalar, mas naquele momento eu me sentia tão fraco e pequenininho.

Mãe - Eu sempre soube, só queria que você tivesse me contado.

Eu - Não queria isso, não queria isso para mim (Começando a chorar novamente).

Mãe - Não queria? (Ela disse sorrindo).

Eu - Mãe, isso não tem graça.

Mãe - Você não pode escolher o que sentir.

*Silêncio...

Eu - Tenho tanto medo.

Ficamos por horas conversando, desabafei com ela sobre o quanto eu estava temendo pela reação da minha família, minha insegurança, enfim o começo de toda essa "descoberta sexual". É claro que algumas coisas que eu fazia, tive que omitir (beijo, sexo, essas coisas), mas disse tudo o que ela precisava saber.

Mãe - Dih?

Eu - Oi mãe. (Respondi desanimado).

Mãe - Eu te amo meu filho, vai dar tudo certo.

Apenas sorrio e vou me trocar. Não sei o porquê, mas desde pequeno não consigo demonstrar muito bem meus sentimentos, é estranho eu sei, mas dizer: Eu te amo, desculpa, a culpa foi minha, admitir meus erros, é super complicado para mim. Quem está ao meu lado, sabe o que eu sinto, não preciso falar toda hora, não gosto muito de excesso de amor, esse é o meu jeito, mas não sou sempre assim não, ás vezes sou legal. Sigo mudando.

Dizer para meu pai foi tenso, ele não deu pulos de alegria, tampouco me bateu, expulsou, ou disse palavras de ódio, ele não concorda, mas me deixa seguir minha vida em paz. Acho que por isso moro só, pois quero viver de acordo com o que acredito. Meus irmãos aceitaram na boa, dos males o menor.

Agora com 18 anos, estou aqui preparando-me para meu primeiro dia na faculdade, mas muitas mudanças ainda me aguardam. Sempre pensei que na maioridade tudo era festa, e tal, naquela época eu só queria curtição, mas hoje com 20 anos, e dois anos já estudando, um pouco mais maduro, essa possibilidade nem passa mais pela minha cabeça.

Acordei atrasado (novidade), já que na noite anterior fiquei até altas horas conversando com meus amigos de Angra, sinto muita falta deles aqui comigo. Eu ainda não conheço muitas pessoas no Rio, então fico a maior parte do meu tempo em casa porque é chato sair sozinho. A faculdade era pertinho de casa, então nem precisava correr tanto, mas estava enganado, quando cheguei na sala, a porta estava trancada. Fiquei criando coragem para entrar quando chegou junto á mim um garoto apressado.

Garoto - Oi. (ele disse sem ar).

Eu - Oi.

Garoto - Pelo visto não foi só eu que me atrasei. (dei um sorrisinho sem graça, pois não queria papo).

Garoto - Você não é daqui não né?

Eu - Não. Sou de Angra.

Já que não tinha jeito, resolvi conversar. Ele me disse onde morava, seu nome (Breno) e tudo mais, me apresentei também e entramos. Sala cheia, todo mundo olhando para gente.

O Breno ficava incomodado com tantos olhares curiosos nos mirando, mas eu nem me importava muito, que olhem. Na faculdade ocorreu tudo normalmente: Muito blá blá blá pra o primeiro dia.

#FIM DE AULA.

O Breno me convidou para conhecer alguns lugares (ótimo já tenho um guia), aceitei, afinal o que eu tinha a perder? Ele era super atencioso, educado e, incrivelmente engraçado, me mostrou várias coisas legais que eu ainda não conhecia, mas ele falava demais, não parava um minuto quieto. Nos conhecemos bem melhor, mas o principal eu não tinha dito, mas poxa, pensa bem, eu conheci ele agora e já começar falando que sou gay, era melhor esperar mais um pouco, deixar rolar e, na hora certa eu contaria.

Conversamos sobre várias coisas, nós somos muito diferentes, em tudo: Gosto de funk, pagode, sou bem eclético, ele não. Na verdade, acho que isso nos aproximou, as nossas diferenças. O Breno era bem tranquilo, um cara super do bem e, eu adorei conhecê-lo, mas mesmo assim ainda não me sentia feliz, eu pensava que nunca iria me acostumar com essa vida diferente da minha, mas aos poucos tudo foi se encaixando e, atualmente nem penso em voltar para minha cidade, e mesmo sentindo sentindo saudades de certas coisas, pessoas que estão lá, a vida continua. O Breno falava e falava e eu nem prestava mais atenção em nada.

Breno - Ei Diego, tá viajando cara? (Ele perguntou me distraindo dos meus pensamentos).

Eu - Tava aqui pensando na minha vida. (disse com o semblante desanimado).

Breno - Hum. Tem alguma coisa te incomodando?

Eu - Saudade...

Breno - Pô, aí é complicado.

Eu - Você nem faz ideia. (Nessa hora já estava triste).

Breno - Vamos sair logo mais? Assim você se distrai, topa? (Ele perguntou tentando me animar).

Eu - Vamos sim.

Breno - Então fechou.

Trocamos contatos e tal, cheguei em casa, comi umas besteirinhas, depois fui falar com minha família, amigos. O papo estava tão bom com minha galera que quase esqueci do combinado com o Breno, tomei um banho rápido, me arrumei e, pronto.

- UAU, FIQUEI GATINHO. (Digo me olhando no espelho).

No caminho o papo não parava, o Breno sempre tem algo para falar, com ele a conversa nunca ficava monótona. As vezes, ele fazia umas brincadeiras meio "estranhas", tipo duplo sentido, não sei se ele desconfiava de mim, eu ficava meio sem ação, mas tentava entrar na brincadeira também para não dar bandeira. Fomos ao shopping, depois num barzinho bem bacana, e assim ele me apresentou alguns de seus amigos, todos bem legais, mas tinha um que não sei o motivo, mas algo me dizia que não iria dar certo, já não gostei dele logo de cara e, esse tal já chegou interrompendo meu papo com o Breno.

Cara (Eduardo): Fala aê Breno.

Breno - E aê cara, beleza?

Cara (Eduardo) - De boa.

Eu só observava.

Breno - Esse é meu amigo Diego.

Ele me cumprimentou apenas com o olhar e saiu, não disse nada, apenas foi sentar em outra mesa.

#ESNOBE.

O Eduardo era branco, cabelo castanho claro, olhos verdes, definido (Não bombado, corpo em construção), bem bonito, fazia a linha playboyzinho, nada mais que isso. Vocês devem está pensando que eu me apaixonei por ele?

Pois bem, é verdade, me apaixonei. Rsrsrsrs, mas não foi amor á primeira vista, tipo: Eu era o garoto certinho e ele o popular, não foi bem assim não, as coisas aconteceram aos poucos, bem devagar, mas quando eu o vi, a química, matemática, física e tantas outras matérias não bateram não. Até porque, pensando bem se fosse para eu escolher alguém para me apaixonar, com certeza seria o Breno, ele sim era meu par certinho, mas essas coisas do coração nós não escolhemos, né?

Foi bem divertida a noite ao lado do Breno, mas eu precisava ir embora, afinal já estava tarde.

Eu -Breno, acho que quero ir embora.

Breno - Espera aê, vou lá falar com o Edu e já volto.

Eu - Tá, vou te esperar lá fora então. Fiquei esperando alguns minutos e nada dele vir, então, entrei no barzinho e, quando cheguei lá vi uma cena que não estava preparado para ver: O Breno beijando uma garota.

Eu não senti nada, pois não estava apaixonado por ele, mas não esperava vê-lo assim desse jeito naquele momento, fiquei o observando quando ele percebeu que eu estava olhando, chegou junto a mim, tentando se explicar;

Breno - Desculpa aê Diego acabei me enrolando aqui e...

Eu - Nada a ver cara, só que eu queria ir embora, pode ser?

Eduardo - Ah não, tá cedo cara, senta aqui (Disse puxando o Breno, fazendo-o sentar), fala para seu amigo ai ficar calmo, se ele quiser eu arrumo umas "minas"' para ele pegar também. kkkkkkkk.

O jeito debochado dele me irritava, fingi que nem ouvi.

Eu - Breno, se você não puder me levar fala logo que eu pego um táxi.

Eduardo - Pô nervosinho teu amigo.

Breno - Tá bom, vamos. Vem Clara que eu te levo também. (Clara era a garota que ele estava beijando).

Ninguém merece, agora vou te que ficar de vela. Quando estávamos saindo o Eduardo ainda disse: Breno, da próxima vez dá um calmante para o teu amigo antes de trazer ele para cá.

Ah!!! Como eu detesto esse cara.

No caminho o Breno falava o tempo todo e eu quieto.

Breno - Ei, Diego o que houve?

Eu - Nada não.

Breno - Sei. Olha o Edu....

Eu - Nem precisa terminar. Cara chato.

Breno - Calma, você nem sabe o que eu iria falar.

Eu- Por isso mesmo.

Breno - Okay, nem digo mais nada.

Eu- Melhor assim.

Clara - Ei, eu também tô aqui, né?

Breno - Desculpa anjo.

#AFF.

Eu - Anjo? Já estão assim?

Clara - É Diego, você parece que não é fácil. Calma jovem.

Eu - Hahaha, impressão tua.

Até que a Clara não era tão chata, o Breno deixou ela em casa, depois me deixou.

Breno - Então Diego gostou?

Eu- De que?

Breno - Ah, Diego porque você complica?

Eu - Tá bom fala.

Breno - Da Clara.

Pensei que ele iria perguntar se gostei da noite, mas tá valendo.

Eu - Ela é legal, meio patricinha, mas legal, combina contigo.

Breno - Ah, então você me acha playbozinho?

Eu - Não exatamente, mas você é diferente de mim.

Breno - E isso não é legal? Eu conheci um cara hoje que disse que não se pode ser igual a ninguém.

Eu - Ah, nem vale usando minha palavras, mas é serio você é legal, muito legal mesmo.

Breno - E você não é nada chato.

No outro dia não cheguei atrasado na faculdade, mas o Breno estava me esperando, então seguimos juntos.

Breno - Hoje foi puxado.

Eu - Foi mesmo. Bem, vou indo.

Breno - Espera. Tem um amigo meu que vai com a gente.

Eu - Ele vai demorar? Tô morto de fome.

Breno - Eita cara impaciente, ele deve ta chegando.

Eu estava de costas, nem vi o tal amigo se aproximando.

Breno - Até que enfim.

Quando viro para ver quem era, adivinhem: Eduardo.

Eduardo - Olha só quem tá aqui? O estressadinho.

Meus problemas estavam só começando.

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Comentários

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Escreve bem pra caralho, tinha até esquecido que tinha torcido pro Breno fica com o Dih! Oh, história boa, linda, emocionante...

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Ameiii! Você é um ótimo escritor, sua história me fascina e me prende cada vez mais!

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comecei a ler seu conto agora e adorei o diego é muito legal

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