Despertando o amor no brutamontes (02)

Um conto erótico de Matheus
Categoria: Homossexual
Contém 2431 palavras
Data: 06/05/2012 11:00:47

Eu acabava de abrir a porta de casa quando o telefone tocou. Decidi não atender, acabava de chegar de viagem, deixei que a secretária eletrônica o fizesse. Aceitei ir ao Brasil, não havia decidido ainda se iria ou não ao meu interior. A única coisa que era certa é que não queria ver Bruno. Demorei muito tempo para supera-lo, não queria começar tudo outra vez. A secretaria atendeu a chamada no momento que eu passava pelo lado dela. Interrompi meu caminhar para ouvir a mensagem que ia ser gravada, as o outro lado ficou mudo. Estranhei e olhei na tela do aparelho o numero.

+55....

“- +55? Essa chamada veio do Brasil.” falei em vou alta.

O outro lado desistiu e desligou. A curiosidade se abateu. Era muita coincidência, eu acabava decidir que ia ao Brasil e recebi uma chamada de lá? Eu nunca recebia telefonemas de lá, meu contato com meus pais era feito pelo Skype. A única ligação telefônica que recebi de lá foi de uma pessoa. Consultei o numero no meu celular e não encontrei, decidi ligar de volta. É lógico que eu sabia que era ele. Ja se aproximava do quinto toque quando eu percebi que não tinha o que falar. Se ele quisesse realmente falar comigo deixaria o recado, era melhor desligar. Foi quando a chamada foi atendida.

Dou outro lado só ouvi um: -Alô.

Eu: -Bruno?

Bruno: -Quem é?

Eu meio triste pela pergunta, não entendi como ele não reconheceu a voz, talvez fosse um qualidade ruim do audio: -Matheus.

Bruno: -Matheus?

Eu: -Sim você me ligou.

Bruno: -Hum, não lembro de ter ligado não. Deve ter sido sem querer.

Nesse momento tive certeza que não deveria ter ligado para ele: -Ah, tudo bem então.

Bruno: -Beleza.

Eu com um tom de pesar: -Você me disse que eu podia confiar em você sempre. Lembra disso?

Bruno serio: -An-ran.

Eu: -Você me prometeu que não ia me deixar e me deixou. Eu confiei em você.

Bruno: -Olha eu tô ocupado agora, mas desculpa qualquer coisa ae. Fui.

E desligou o telefone.

Eu respirei fundo, coloquei o aparelho no bolso, peguei minha sacola e segui para meu quarto. Chegando lá abri o guarda-roupas e fui na ultima gaveta, no fundo dela, a camisa dele, ainda com o cheiro do suor dele que nunca lavei ou joguei fora que reencontrei na mudança e tinha escondido ali, não me pergunte porque, mas gostava de saber que estava ali, segui para a área de serviço e joguei a camisa no lixo:

“-Você agora é passado, historia, lembrança de um tempo que ficou para trás. Não vou mais deixar você pisar em mim.”

E voltei para desfazer as malas enquanto tentava engolir o choro que teimava em querer escapar da minha garganta enquanto aquela maldita lagrima insistia em correr para fora dos meus olhosAntony: -Brazil?

Eu: -Sim, pra lá mesmo.

Antony me olhou fixamente, pegou minha mão: -Eu gosto de você e quero ficar com você. Mas se você precisa tentar novamente com ele, eu vou entender. Eu vou ficar aqui te esperando. Quando você entender que não tem mais concerto é só me ligar.

Eu: -Antony, eu não estou indo por causa dele.

Antony: -Eu sei que não.

Nessa hora, parecendo coisa de cinema, no som do café entrou uma musica de Dido, antiga, que dizia:

“E eu não vou

Eu não vou dormir

Eu não posso respirar

Até que você esteja deitado aqui comigo”

(Here with me)

Antony: -Ta ouvindo isso? É assim que eu vou estar aqui enquanto você não voltar.

Eu apertei a mão dele: -Eu também tô gostando de você. E eu estou te dizendo não vou procurar ele.

Nunca tínhamos conversado sobre Bruno, mas meus amigos falaram sobre ele. Ele sentia o quanto eu estava quebrado emocionalmente com tudo que tinha acontecido. Mas ele respeitava meu silencio. Não me cobrava, não me questionava, apenas estava ali para me ajudar, me dar carinho, me dar compreensão.

Antony: -Matheus você não precisa se justificar e não me deve nada. Eu vou te deixar ir, se você não voltar para mim é porque você nunca foi meu. Vou chorar, me erguer e vou seguir em frente. Eu sei que você precisa fazer isso. Eu não vou ser o empecilho para que você não faça. Do momento que você entrar no avião você esta livre, não teremos mais nada. Se quando você voltar você me procurar, ai sim, voltamos e o que tiver acontecido lá, ficará lá, e começamos vida nova aqui.

Abracei ele. Assim ficamos alguns longos minutos. Eu tentava me convencer que era ele que eu merecia, ele era o homem por quem eu tinha que me apaixonar. Mas o teimoso do meu coração não me obedecia.

Duas semanas depois tudo estava pronto e eu estava na sala de embarque em Miami, pronto para seguir para São Paulo. Sentia um misto de ansiedade e nervosismo. Voltar para casa, depois de tanto tempo. Não teria jeito de não ir ao meu interior, meu pai insistiu demais. Minha mãe estava eufórica. Tinha dois anos que não nos víamos pessoalmente, mais que meu pai que já tinha cinco anos. Mas meu pai sempre foi mais reservado. Nunca sequer fez um único comentário sobre minha orientação sexual. O que importava era que eu sabia que ele aceitava, não era preciso ele dizer. Ambos tinham se proposto a me buscar no aeroporto em Salvador. Tentei dizer que não viessem, eu teria que resolver o problema de Paulo, o estudante que Yale tanto queria, e isso me tomaria alguns dias, mas não adiantou. Não posso culpa-los. Estavam com saudades do filho e quer saber? Eu também estava com saudades deles.

Era uma quarta-feira 15hs quando desembarquei no aeroporto de Guarulhos, tempo feio, chuvoso, ainda por cima o desembarque foi na pista e não no finger, para piorar tudo descobri que minha conexão seria em Congonhas. Cara que raiva! Recuperar bagagem, pegar o ônibus da companhia, um transito infernal em São Paulo. Me auto-consolava dizendo: “-Pelo menos estou na minha terra, indo para casa, por mais defeitos que existam, é minha terra.”

Chegando lá ainda faltavam três horas para meu vôo, fiz chek in, ouvi uma reclamação que a identidade já tinha mais de dez anos e passei para sala de embarque. Sentei-me e abri uma revista Veja para ler. Antes mesmo de passar do índice ouço uma voz grave a minha frente dizer em alto e bom tom:

“-Nããããooo... Não pode ser...”

Quando me levanto e olho para frente vejo um velho amigo. Ruy, velho Ruy. A anos apenas conversávamos e víamos somente pelo Skype.

Ruy: -É você mesmo!?

Eu: -Mas claro que sou!

O abraço era inevitável. Uma coisa eu preciso admitir, ele é como um bom Scott Uísque, o tempo faz muito bem para ele. Ela ja estava com seus 47, beirando 48 anos, mas o físico era de causar inveja em meninos de 18! Ao abraça-lo senti o peito e os músculos das costas duros como concreto. O rosto de homem, traços fortes, o cabelo raspado na máquina 2 agora tinha uma coloração inversa a de quando o conheci , branco com alguns pontos pretos, assim como sua barba.

Ruy: -Eu não acredito que você veio para o Brasil e não avisou!

Eu: Rapaz eu organizei e planejei tudo em duas semanas. Não deu tempo, mas eu ia te mandar uma mensagem.

Ruy: -Ia nada!

Eu: -Claro que eu ia! Estou te falando! Até porque eu precisava muito ver você. Aliais é mais do que precisar. É mesmo uma necessidade.

Ele deu um sorriso muito safado e me abraçou novamente e disse no meu ouvido sussurrando: -Já entendi, anda precisando de rola né? Americano deve ser ruim pra caralho de pica.

Eu ri ao ouvir e respondi também no ouvido dele: -Não é de rola que tô precisando, tô precisando de rola como só você sabe dar.

Ele soltou do abraço e com um sorriso largo na cara: -Então a coisa é seria mesmo! Porque pra precisar dessa quantidade absurda e sozinho é porque situação ae tá feia de verdade! Por que isso vai alem da gulodice, hein?

Eu rindo largo: -Você não faz idéia!!!

Ruy foi o ultimo homem com quem transei no Brasil, aliais ate contei a historia da primeira transa que tive com ele aqui no site. Mas não foi a única, ainda ouve uma segunda vez.

O papo mudou de rumo, ate porque nenhum dos dois poderiam ficar de pau duro em pleno saguão do aeroporto. Me falou do filhos, do casamento, tudo continuava igual na vida dele. Por alguns segundos pensei que a vida do Bruno seria assim, como a dele. Ele se casaria, teria filhos e comeria os “viados” por ai oportunamente. Mas também não me deixei pensar mais que isso sobre ele, afinal eu estava diante de um homem que merecia minha atenção, que ainda por cima era meu amigo. Ele estava esperando um vôo para casa, no interior do Rio de Janeiro que já estava atrasado, ele ia se levantar para ir ao console verificar se havia alguma informação quando é avisado no alto-falante que devido as fortes chuvas todos os vôos partindo daquele aeroporto estavam cancelados.

Foi ai que Ruy me explicou que no mês de julho daquele ano um avião da TAM passou direto na pista durante o procedimento de pouso causando um acidente terrível com varias mortes e a repercussão havia sido uma das piores. Por esse motivo Congonhas estava com cuidados redobrados. Seguimos para o balcão da companhia, expliquei que vinha de um vôo internacional, que estava cansado e que não queria passar horas no aeroporto esperando para saber se iriam reabrir as pistas e ate que foram eficientes em resolver meu problema. Me alojaram em um hotel próximo ao aeroporto. Sai da TAM e fui procurar Ruy no balcão da GOL para me despedir dele e pegar o número do telefone dele. Tive uma certa dificuldade para encontra-lo, diferente do balcão da TAM o da GOL estava um caos, mas o encontrei, peguei o numero dele e disse que estava indo para o hotel, estava cansado e queria descansar um pouco. Saindo do aeroporto vi em uma banca de revista a propaganda: COMPRE SEU CHIP AQUI! Decidi comprar um e no caminho para o hotel na van da TAM liguei para meus pais informando do ocorrido, o qual eles já sabiam pela televisão. Não sei por qual cargas d’água decidi mandar um torpedo para Ruy informando o número que estava usando e o hotel qual tinha ido. Também desejei boa sorte na volta para casa. Talvez, a ainda a nível inconsciente, eu queria que se ele não conseguisse o vôo, viesse ficar comigo, mas juro que se foi por isso, foi totalmente inconsciente.

La para as 22 horas da noite, o meu sono havia sido espantado, ah tanto tempo que não assistia uma novela brasileira, Paraiso Tropical, achei legal o lance da atriz que interpretava gemeas, mas fiquei perdido na historia, assistir novela no meio pela primeira vez é complicado. Fazia um frio moderado, gostoso em São Paulo quando o celular toca. Pensei logo: “-Meus pais não vão me dar folga!”, mas ao atender a surpresa.

Matheus se deu bem! So vôo para casa amanha a tarde! Vai levar toda aquela rola que você tá precisando hoje!

Eu ri das palavras dele, mas foi um riso nervoso. Cara transar com Ruy me deixou preocupado. Sei lá, eu não era mais nenhum menino, nunca transei a sós com ele, e mais meio mundo de coisas me passaram pela cabeça. Até que cai em mim. Quem encarou Bruno, encara qualquer um, que venha Ruy:

Eu: -Que maravilha, estou te esperando então.

Ruy: -Então prepara o rabo e a boca ai, vou te dar alem do que você anda precisando uma dose extra para você passar um tempo despreocupado com isso. Seu cu, ainda daqui a um mês, vai voltar pro estaites estourado ou não me chamo Ruy!

Eu rindo nervoso: -Calma cara, devagar com isso. A gente não precisa exagerar.

Ruy: -Devagar o caralho tem anos que não te como, só tenho uma noite pra tirar o atraso, te prepara ae. Agora diz o numero do quarto.

Acertei os dados com ele e fui logo tomar um banho. Sai me servi de uma dose de uísque, estava frio, vesti uma calça de moletom e uma camisa e me deitei. Ele levou um pouco mais de uma hora para chegar devido ao transito e eu já ia na minha terceira dose. Ja estava pronto para encarar aquela noite. Mas o maldito pensamento martelava em minha cabeça. Vira e mexia Bruno vinha em meus pensamentos, logicamente que eu tentava espantava assim que isso acontecia:

“-Qual é Matheus! Você esta prestes a ter uma transa com um cara muito melhor que esse imbecil do Bruno e fica pensando nele! Deixa estar, quando essa noite acabar nem mais vou lembrar dessa escroto!”

Cerca de uma hora depois ele chegou. Entrou no quarto sem muita cerimonia. So trazia consigo uma mala.

Ruy ja tirando a camisa: -Cara vou direto pro banho, põe uma dose desse ae pra mim também.

O cara estava muito em cima. Um puta corpão, peitoral alto, bem formado, tanquinho, as coxas grossas, saradas, braços grandes, vascularizados, um verdadeiro tesão.

Ele partiu para dentro do banheiro tirando a cueca e ouvi o chuveiro ligar. Conversamos eu do quarto e ele do banho enquanto servia o uísque sobre o problema no aeroporto e da manobra que ele fez para remarcar para o dia seguinte seu vôo. Coisa que ele fez de propósito só para passar aquela noite comigo.

Saiu se enxugando e me encontrou em pé no caminho entre o quarto e o banheiro segurando o copo para ele. Tomou o copo da minha mão, deu um gole, me devolveu o copo e continuou a terminar de se enxugar jogando a toalha no chão mesmo. Mais uma vez tomou o copo da minha mão e se deitou na cama.

Ruy naquela postura dele de rei que já me era conhecida de outros tempo, deitado na cama do hotel, nu em pelo, bicou seu uísque e disse:

Ruy: -Vem mamar, sei que você tá doido pra isso.

Ri de canto de boca e pensei: -É, ainda bem que Antony me deu aquele tempo, mal saltei do Brasil e já vou pra esbórnia. Pelo menos no estou traindo ninguém.

E me dirigi em direção aquele belo exemplar de homem deitado sobre a cama par iniciar a mamada que ele ordenou que começasse...

CONTINUA...

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Comentários

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Maravilha esse Ruy!!! Mas será que essa transa vai até o fim? Será que Matheus vai conseguir não pensar em Bruno?

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Adoro seus contos!!! Cada vez mais bem escritos, e com "timing"! Por favor, não pára! Me deixou na mão... literalmente! rsrsrsrs.

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Muita maldade ne fazer isso com agente, parar o conto na melhor parte rssrsrsrrs... Esperamos pelo próximo com muita ansiedade! ! Beijos....

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Pow migo...no melhor tu para? Eh a mesma coisa que foder e nao deixar gozar....rsrsrs...mas ta excelente (pra variar neh?) bjao!

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Bom Mateus vc ja sabe que sou sua fã né... não consigo deixar de sorrir quando vejo que vc publicou parte da história.. agora parar na melhor parte isso é sacanagem hein... rsrss..

Continua logo.

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Incrível como sempre mais você disse que ia manter um nível legal de postagens mais não é isso que tá acontecendo.

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Nossa meu deus amo amo amo muito esse vicio de conto tá excelente como sempre sensacional Matheus vc é um escritor Magico viu to sem palavras aqui nota 10 e poste logo o mais rapido possivel se não eu morro de abstinência

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