Garotos Como Eu - Parte III

Um conto erótico de Gadeski
Categoria: Homossexual
Contém 951 palavras
Data: 06/04/2012 02:11:25

Desde que beijei o Douglas, uma semana havia se passado e não tocamos no assunto. Nenhum dos dois tomou partido, mas bem que eu tinha muita curiosidade em saber o que ele sentiu quando me beijou.

Só conseguia pensar no que passou entre a gente. Mas não tenho coragem de ir perguntar a ele, então, achei melhor deixar de lado, e ele fez o mesmo como se nada tivesse acontecido.

"Sábado, 30 de Março. 2 Notificações." - Na tela do meu celular estava avisando dos compromissos de hoje.

A primeira notificação era um lembrete de uma festa. Só marquei no celular para não esquecer de levar o ingresso.

A segunda notificação era um sms do Doug: "Preciso te contar algo na festa hoje".

Continuávamos nos falando, mas não sobre o beijo. Então, obviamente foi a primeira coisa que pensei que pudesse ser o assunto da conversa. Porém, eu parei para pensar, se ele quer me contar algo não pode ser isso. De qualquer forma estou ansioso e nervoso, e não vejo a hora dessa bendita festa chegar logo. A noite promete.

O resto do dia foi desconcertante, não havia nada para se fazer mais a ansiedade por ver o Doug. Resolvi dormir.

Sonhava com ele (nenhum novidade) até que o meu celular toca e eu vendo que era dele perguntando aonde eu estava.

Droga, acabei dormindo demais e me atrasei - pensei.

Respondi a ele que estava chegando daqui a pouco, e que ele me esperasse que eu iria.

Tomei um banho rápido, e como já havia separado minha roupa foi só arrumar o cabelo, como sempre.

Sai de casa rapidamente.

A house party que fomos convidados era pertinho da minha casa de forma que em menos de 7 minutos já estava lá, ansioso para falar com o Doug.

Entrei na festa, e comecei a procurar o Doug de maneira discreta apenas com o olhar quando meu celular vibra e eu recebo um sms falando que ele está na cobertura.

Vou até a escada que dá acesso a cobertura, e como ninguém falou nada subi normalmente.

Era lua cheia, a cobertura estava banhada pelo mais luminoso luar de forma que mesmo sem nenhuma lampada acesa podia claramente ver o Doug. E ele não perdi em quesito de beleza para a lua, não. Estava esplendoroso. Usava um camiseta gola v de mangas longas e calça branca. Fui abraça-lo, o seu perfume veio ao encontro de minhas narinas que viciaram no cheiro desse menino.

Ficamos abraçados, assim, durante um longo minuto. Eu sentindo o calor dele em mim, aquele fascinante perfume, e aquele anjo caído do céu diretamente pra mim me abraçando. Nos soltamos, sem mais.

- Hugo, eu precisava te dizer algo. Que eu estou esperando a muito tempo, e finalmente aconteceu - fez uma pausa.

Meu mundo cogitou parar só imaginando o que seria de tão importante que ele iria me dizer. Meu coração pulsava mais rápido. Minha respiração arquejava, e eu sentia que iria desmaiar a qualquer momento. Então, retomou a falar:

- Sabe, você é muito importante pra mim, então você tem que saber antes de todos.

"O que é? O que é? " "Fala logo" - Pensamentos como esse não paravam de explodir na minha cabeça

Então, ele tira as mãos que estava no bolso da calça até agora - e eu na esperança de que ele fosse me dar um anel de namoro - e me mostra o anel em seu dedo e completa falando alegremente:

- Eu estou namorando o Renato.

Meu mundo não está só parando, como quer se destruir também.

- Parabéns pra você - disse com ironia

Ele fez uma cara de desagrado pela minha mal criação.

Estupefato pela noticia, só conseguir dizer um "que bom" sem emoção ou qualquer sentimento. Já estava descendo os primeiros degraus da escada, quando sinto que precisava fazer isso. Volto até ele, ajoelho-me e começo a falar coisas que deveriam ter sido ditas a muito tempo:

- Doug, eu sou teu amigo há muito tempo. Por favor, não faça isso comigo. Não fique com o Renato, ele não te merece.

- Por que ? - retrucou ele

- Ele...Hum...Bem - Minhas mãos estavam suando frio, era melhor eu ter ido embora e deixado para chorar as magoas em casa. Mas agora que comecei terei de ir até o final.

- Por que ? - repetiu ele mais energicamente.

- Por que eu te amo, Doug. Como nunca amei ninguém. Acordo e vou dormir pensando em você. Seus olhos me guiam na escuridão. Só penso em você, e só quero ficar com você. Me deixe te amar, e te fazer feliz. Eu sei que eu posso, só me deixe tentar. Eu posso fazer você feliz...

Ele não esboçou nenhuma reação como se já soubesse.

Coloquei a mão no rosto dele e o beijei. Foi rápido, pois ele relutará.

- Diga que você não sente nada com esse beijo.

Ele continuou inexpressivo.

- Diga - gritei

Ele só me olhava com pena.

- Diga logo, ou irei embora e você pode esquecer que existo pra você.

Ele apenas me olhava. Irritado e triste, desci correndo as escadas sem mal ver quem estava na minha frente, fiz um menino derrubar refrigerante na roupa dele, mas mal tive tempo de me desculpar por que sai dali correndo o mais rápido que pude.

Fui embora da festa o mais rápido que pude.

Cheguei em casa, subi correndo para o meu quarto, bati a porta com força, joguei me na cama e comecei a chorar. Cada lágrima um momento que passamos, que não voltarão mais e serão os últimos.

A lembrança mais fresca que tenho dele, foi um pouco antes de eu sair correndo da festa. Era ele olhando pra mim, com cara de pena e uma lágrima escorria de seu rosto, como se ela dissesse "adeus".

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Comentários

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Amei. Por favor, continua logo... quero chorar mais um pouco :( Continuaaaa!!! Tá perfeito.

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