Prisioneiro da paixão II

Um conto erótico de Will
Categoria: Homossexual
Contém 1370 palavras
Data: 24/04/2012 01:58:54

Eu estava na delegacia um dia depois da minha prisão ele apareceu na minha cela, sorrindo por me ver ali... Ficamos nos encarando e logo tudo fez sentido.

- você fez isso comigo Henrique, não foi?

- o que me denunciou? – disse ele ainda sorrindo.

- o que eu te fiz cara?

- nada compadre, só retribui o favor. E se eu fosse você, nem tentava sair daqui, tenho parentes no fórum e na polícia, esqueceu? Também dinheiro pra garantir sua estadia por aqui.

- Você é um filho da puta mesmo! Porra, você queria que eu deixasse você me roubar? Éramos amigos cara, você me traiu.

- você me traiu primeiro... a muito tempo.

- tá maluco? Como te trai? Sempre estive com você cara.

- chega marginal, curta bem ai pra refletir rsrs. E deixa que eu cuido da sua família pra você, ok?

- não faz nada com elas cara!

- claro que não vou fazer, quem eu quero fuder é você. – falou ao sair.

Eu nunca senti tanto ódio de uma pessoa como sentia dele e eu jurei me vingar. Foi tudo muito rápido, sei que por ter o flagrante na minha casa, eles apresaram tudo pra eu ir pro meu novo “lar”, até ser julgado devidamente. Passei algumas noites na delegacia o que pra mim já foi horrível, mas o pior ainda ia chegar, fui encaminhado pra uma penitenciária, pois pra eles minha condenação era certa, bem... isso era o que me falavam. Pelo menos não fui indiciado como traficante, mas conivência com o tráfico e formação de quadrilha. Meu advogado não entendia isso, como tudo era maluco no meu caso, mas ele fazia o possível para tentar aliviar minha barra.

Mas não teve jeito, fui levado pra uma prisão normal, com presos que cometeram crimes graves, mas não eram criminosos perigosos. Lá tinha ladrões, contraventores, corruptos, criminosos financeiros, bem... na teoria né, porque ia ver que na prática era todo mundo junto. Cheguei pela manhã, e tive que fazer alguns exames numa salinha que chamavam de ambulatório, tomei algumas vacinas, tomei um banho e me fui pra cela.

Nunca me senti tão mau em toda a minha vida. Estar ali, aquelas pessoas, aquele lugar é o pior lugar do mundo. O fedor era terrível, eu que era acostumado com minha casa limpinha, minhas roupas sempre cheirosas, senti nojo ao me aproximar, como seres humanos poderiam viver naquelas condições. Ao entrar no presídio, constatei que algumas coisas eram verdade como por exemplo a super lotação. Cada cela tinha 25 beliches oficiais, porém tinha mais que 50 presos ali, logo surgiam colchonetes, cortinas, redes e outros improvisos em cada cela.

Nunca vou esquecer da primeira vez que entrei na minha cela. Tinha uns 20 homens lá de todos os tipos e idades. Entrei e claro, todos olharam pra mim com curiosidade.

- Não quero confusão heim! Ouviu Digão!

- claro chefia, se grila com essa porra não.

- valeu.

Entrei e fiquei segurando uma toalha, um cobertor velho e um sabonete que me deram. Não sabia o que fazer, não sabia pra onde ir, então me encostei em uma parede vazia, uma das poucas. Descrevendo o lugar, era um cômodo retangular com vários beliches, quase todos ocupados e com sua cortininha cobrindo a entrada, tinha um varal improvisado, em um outro canto uma espécie de cozinha, os vasos sanitários e tal. A maioria estava deitada ou sentada nas camas conversando, uns jogando baralho, outros lendo alguma coisa, uns só sentados olhando pro nada. Vi que o tédio é a pior coisa ali. Um deles se levantou e veio na minha direção, era o tal do Digão, com quem o guarda tinha falado. Ele era um morenão da minha altura, fortão, com uma tatuagem no braço. Estava vestindo um short de futebol e uma camiseta. Tinha a cabeça raspada e usava aparelho, assim como um brinco grande na orelha, tinha cara de não ser só um contraventor ou ladrãozinho, vi que ele era sujeira.

- bom dia. – falou ele bem sério.

- Bom dia, irmão.- falei, tentando ser simpático e não querendo me colocar acima deles. Mas ele fechou mais a cara.

- Por um acaso o meu pai comeu a puta da tua mãe?

- não.

- O corno viado do seu pai comeu a minha mãe?

- não.

- Então como eu vou ser irmão de um merda como você?

- pow, desculpa só tent... – não pude falar mais nada porque tomei um soco na cara que só de lembrar sinto a dor.

- você tem que aprender a respeitar os outros.

- mas eu não falte... – outro soco. Os outros só ficavam olhando.

- eu sou o de frente nessa porra, entendeu play boy de merda! – e escarrou na minha cara. Sua saliva pegou no meu olho direito, mas não me atrevi a limpar. – Quando eu falar, você fica quieto, entendeu?

- entendi.

- Betim, treina ele.

- valeu – falou um rapaz que estava jogando cartas. – chega aqui oh comédia!

Fui andando, mas o Digão entrou na minha frente de novo e filho me olhando nos olhos, eu não abaixei o olhar, fiquei encarando ele também.

- passa! – completou ele.

Fui andando até o Betinho e ele começou a conversar comigo. Percebi que aquele cara não tinha ido com a minha cara e eu tinha que ficar o mais distante dele possível.

- qual teu nome comédia?

- Willian.

- nome de viado do caralho! – porra, eu já estava fervendo pelo jeito que o “mandachuva” me tratou, e agora um moleque falando assim comigo me deixou mais puto ainda.

- valeu – falei sério.

- ó, te dar um toque, ficar puto não adianta caralho nenhum, fica na tua e se o Digão falar com você, você só abaixa a cabeça e responde.

- não sou de abaixar a cabeça pra ninguém.

- rsrs a é, tinha um aqui que também não abaixava a cabeça, morreu depois de comer vidro moído... Vai arriscar?

- tá certo.

- o que tu fez?

- armaram pra mim, plantaram cocaína na minha casa e chamaram a polícia.

- o que tu fazia?

- tenho uma empresa de venda e manutenção de computadores.

- pow tu tem grana então?

- não, o que eu tinha meu advogado levou, perdi a empresa e não sei de que minha família vai viver. – percebi ai a merda em que eu tinha me enfiado.

- tu tem parente?

- tenho.

- então eles vão ficar bem, relaxa. Só que aqui você vai precisar de dinheiro e... – mas ele foi interrompido.

- oh viado! Pega água pra mim. – eu continuei na minha, mas o Betinho falou pra que ele estava falando comigo. – anda logo porra! - Levantei espumando e levei a garrafa de água pra ele e voltei pra perto do Betinho.

- Cara, ele não gostou de você, vai ser foda pra você aqui, mas grila não, é melhor que se ele tivesse gostado. – falou ele sério.

- como assim?

- ih tu num tem que saber essa porra, só que tu deu sorte. Faz o que ele mandar e tu vai ficar de boa.

- qual é a minha cama?

- ele que escolhe.

- porra, como vocês deixam ser mandado por esse cara?

- porque ele pode... todo mundo quer passar por essa merda e ir embora na paz, mas ele quer fazer dessa porra algo não tão ruim. Ele faz isso sendo o dono dessa porra, então sossega esse cu e faz o que ele manda.

- valeu cara!

- e outra, quando tua mulher vier, pede pra ela algumas coisas pra você e pra gente, ai tu ganha mais respeito entre os parceiros, valeu.

- o que por exemplo?

- comida, cigarro, revista de sacanagem e principalmente, dinheiro, você tem que comprar as paradas aqui.

Fiquei conversando com o Betinho e as vezes pegava o Digão olhando pra mim com cara de raiva. Ele era ignorante com todos ali, e muitos chamavam ele de chefe, segundo o bentinho eram membros da mesma facção, onde ele era o líder. Estes subjulgavam os outros, mas eu estava sendo escorraçado demais, toda hora tapas na cabeça, chutes pra sair do lugar, xingamentos, ofensas a minha mãe, a minha mulher e eu aguentando tudo calado, não queria morrer. De noite a dúvida veio na minha cabeça, onde eu dormiria? Fui até o Betinho e perguntei, ele falou pra eu ir perguntar pro Digão. Ele estava deitado mexendo com seu celular.

- Com licença? – mas ele me ignorou – onde eu posso dormir?

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Comentários

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Oh, bem melhor está ficando interessante, seu conto, esta ficando quente e quase que irresistivel.

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ja perdi a conta de quantas vezes eu li esse conto

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Caraca!!!!! Ja viciei!!!! Pode continuar ctz!!!!! *-*

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