Amor de Faculdade

Um conto erótico de Artt
Categoria: Homossexual
Contém 2139 palavras
Data: 29/03/2012 00:07:35

- ‘Gostei da blusa!’

- ‘Obrigado, Lu! É a minha preferida também.’

- ‘Aposto que é nova, nunca tinha te visto com ela.’

- ‘Quer dizer que você anda reparando em mim, hun! Rs’

- ‘Haha, não bobão, é que me lembro de ter visto o gui com uma igual. Ou parecida, talvez.’

- ‘Nem igual nem parecida, era essa mesmo. A blusa é dele, peguei emprestada hoje.’

- ‘Sério? Achei que era sua, você disse que era sua preferida..’

(Putz, que vacilo! Realmente é a blusa que eu mais gosto, ele fica lindo nela, mas eu não poderia ter dito isso!)

- ‘Err.. pois é, saímos ontem, acabei dormindo na casa dele e peguei a blusa emprestada.’

- ‘Vocês são muito unidos, né?’

- ‘Somos, sim, amigão de tempos! Mas por quê a pergunta?’

- ‘Nada demais. Sabe que eu acho linda essa amizade de vocês? É bem bonitinho, onde um está, o outro sempre está também. É até estranho ver um e não ver o outro, vocês combinam demais! Sem falar que é notável o quanto você muda quando a gente fala dele. Você fala com uma empolgação diferente da que fala das outras pessoas. Parece paixão! Rs’

- ‘Haha, fala sério, Lu, somos muito amigos, mas não tem nada disso não...’

-‘ Tem, Artur. E você sabe que tem. E não é só da tua parte, dá pra ver que ele também fica diferente quando a gente fala de você.’

- ‘Como assim, Lu, não to te entendendo!’

- ‘Agora que comecei, vou terminar. Você sabe que eu sou sua amiga e jamais diria algo pra te irritar e muito menos pra te machucar. Adoro vocês dois e, como costumo dizer, vocês são meus meninos! Mas não dá pra fingir que não vejo, Art. Que não vejo, que não escuto e que não sinto. Principalmente que não escuto. Art, algumas pessoas tem comentado e nem sempre de forma agradável. Você me perguntou por quê eu não tava me dando bem com a Mari e eu desconversei, mas agora posso te dizer que foi justamente por isso, ela tava falando de vocês de uma forma que me irritou. Como se ela fosse parâmetro pra qualquer coisa! Art, eu não tô te perguntando nada, não tenho pretensão que você me diga nada e, por favor, não me leve a mal, mas a amizade de vocês é, na falta de uma palavra melhor, no mínimo estranha. Eu acho lindo, já te disse, mas vocês são MUITO unidos pra parecer só amizade, entende? Putz, eu já vi o Gui olhar de cara feia quando alguém disse que tava se interessando por você. Agora vocês estão até usando a roupa um do outro. Desculpa, Art, não tenho que me meter na vida de vocês, mas saiba que todos sabem.’

Ok, então foi assim que todos descobriram que o Gui não era somente meu amigo. E olha que nunca me passou pela cabeça que usar as roupas dele entregaria que dormíamos juntos e realmente nem sabíamos mais o que era de quem. Eu não achei mesmo que estivesse tão na cara assim! Pra nós era tão normal que acho que só nós dois mesmo não percebemos que já tínhamos entregado o jogo.

Minha intenção real nunca foi realmente esconder minha orientação sexual e nosso relacionamento, mas também nunca fui de estampar na testa e levantar bandeiras. Quem deveria saber, sabia, e assim estava ótimo.

Nos conhecemos na faculdade. Nunca, NUNCA MESMO!, pensei que poderíamos ter alguma coisa. Nada nele indicava que ele não fosse heterossexual, muito pelo contrário. Reparei nele logo no início: moreno, cara de menino, muito branco, corpo de quem frequentava a academia mas faltava mais do que ia, como mais tarde admitiu. Era muito branco, daqueles que ficam da cor de um pimentão quando envergonhados – o que sempre foi meu fraco e achei lindo!

Começamos a conversar sem pretensões, não dei maiores atenções. Por sentar perto, sempre fazíamos trabalhos no mesmo grupo e, conforme fomos nos conhecendo, fomos nos aproximando mais e mais. Tínhamos muita coisa em comum. Começamos a sair sempre, matar aula pra ir a festas e bares, coisa de faculdade. Inclusive saíamos pra conhecer e ficar com garotas. Foi numa dessas saídas, bêbado, em tom de brincadeira, que eu contei que era bissexual – o que ele, apesar da surpresa, levou super numa boa. E foi também numa saída dessas que tudo aconteceu.

Há muito eu vinha reparando que estar com ele mexia comigo. Todo o tempo eu queria ele do meu lado e isso começou a incomodar. Aquela velha auto-sabotagem estava de volta. Me apaixonar pelo meu melhor amigo seria como pedir pra sofrer, não poderia terminar bem.

Saímos, como de costume, bebemos bastante e, como já estava bem tarde, ele sugeriu que eu dormisse em sua casa. Sabendo que também curto caras, ele sempre me zuou e fez brincadeiras do tipo ficar abraçando, dizendo que me queria, esse tipo de coisa de hétero bêbado. E nesse dia começou assim.

- ‘Vem cá, meu amor, eu sei que você me quer.’

-‘ Haha, sai pra lá, palhaço, tá me confundindo com suas vadias? Sem essa!’

- ‘Aaah, só um beijinho, vai, só um beijinho!’

O fato é que eu não achei que estava tão bêbado. E não achei que ele também estava tão bêbado. No meio da brincadeira, o cara simplesmente me tascou um beijo de verdade!

Meu Deus, como assim? Eu sei que ele tava fazendo aquilo porque estava muito embriagado mesmo, mas jamais vou esquecer aquele momento. Meu amigo, meu melhor amigo, por quem eu, por mais que tentasse me convencer de que não, estava apaixonado. Os primeiros segundos foram de surpresa, sem saber o que fazer. Os segundos seguintes foram de prazer sem tamanho, retribuí o beijo. Já os últimos foram de revolta: como assim ele poderia brincar comigo daquele jeito?

- ‘Sai pra lá, seu babaca! Perdeu a noção?’

- ‘Desculpa, cara, desculpa mesmo, sei lá o que passou na minha cabeça..’ – Ele disse, muuuito constrangido e vermelho como eu nunca o tinha visto.

- ‘Porra, velho, até aceito tuas brincadeiras, mas me usar assim já é sacanagem!’

- ‘Não tô te usando, Art! Sério, desculpa. Porra, eu nunca pensei que fosse fazer isso. Cara, eu não sei o que tô sentindo, isso nunca rolou comigo! Eu sou muito, mas muito mais feliz quando tô contigo, tava com medo de estar misturando as coisas, mas eu nunca senti isso por ninguém, quero você comigo o tempo todo. Cara, eu te quero pra mim!’

Não, ele não podia estar falando aquilo. Sério, ele não podia!

- ‘Como assim, Guilherme? Você tá muito bêbado mesmo! Amanhã você não vai ter coragem de olhar pra minha cara, pára com isso!’

- ‘É sério, Art, to bêbado sim e é por isso que eu criei coragem pra falar. Mas é tudo verdade, eu não tô brincando.’

- ‘Gui, eu vou dizer isso e sei que amanhã você vai ter esquecido de tudo: Eu te amo, seu porra! Há muito tempo eu tô com isso aqui engasgado na garganta. Deus sabe quanto ciúme eu tive de te ver ficando com aquelas meninas. No início não, só te via como um amigo mesmo, mas de uns tempos pra cá tudo mudou, não tô conseguindo separar as coisas. E é justamente por isso, por gostar tanto de ti, que eu não vou me deixar levar pelas tuas palavras. Minha vontade agora é de te abraçar o mais forte possível, te dar um beijo imenso e nunca deixar você ir embora. Mas amanhã poderia ser tudo diferente, isso pode estragar tudo.’

- ‘Art, pára, eu quero você..’

- ‘Gui, se tudo o que você disse é verdade, tenho certeza que você vai poder repetir quando estivermos sóbrios. Amanhã não, depois de amanhã. ‘

Eu me odiei por aquilo. O cara dos meus sonhos queria ficar comigo e eu simplesmente dispensei. Mas o que eu poderia fazer? Eu estava sentindo algo forte demais pra estragar por causa de uma noite.

No dia seguinte ele mal me olhou. Acordamos, trocamos apenas algumas palavras por educação e o silêncio e a falta de assunto era constrangedora. No meio da tarde recebi uma sms: ‘Desculpa por ontem. Não sei onde eu tava com a cabeça.’ Então era isso, ele realmente tinha se arrependido de ter feito toda aquela besteira. Nem preciso dizer que fiquei arrasado com isso.

Durante o resto do dia não nos falamos, ele não foi à faculdade e eu fiquei remoendo aquilo todo o tempo. No dia seguinte, já a noite, eu me arrumando pra ir pra aula, ele me ligou dizendo que não tava muito bem, que queria conversar e perguntou se eu podia faltar aula e ir à casa dele.

Falamos de mil coisas, parecia que o gelo entre nós havia se quebrado. Mas aquele assunto continuava intocado. Melhor seria mesmo esquecer. Até que, do nada, ele pergunta:

- ‘Que horas são?

- ‘Putz! Nem vi a hora passar, já tá tarde! São 23:58!’

- ‘Faltam dois minutos..’

- ‘Pra quarta feira?’

- ‘Pro resto da minha vida. Pra te ter só pra mim.’

Dizendo isso ele passou a mão pelos meus cabelos e me deu o melhor beijo que já experimentei. Era lento, como quem quer apreciar cada milésimo de segundo, mas cheio de desejo. Esse eu não pude recusar, retribuí com a mesma intensidade.

- ‘Já é depois de amanhã. Tive dois dias inteiros pra pensar e você não saiu da minha cabeça. Só pensei no teu sorriso, nos teus olhos e no quanto eu demorei pra fazer o que eu já deveria ter feito há muito tempo. E quase estraguei tudo. Eu nunca vou me perdoar por ter feito o que fez anteontem, te tratar daquela maneira, mas espero que você possa. Eu quero você, eu te amo, cara. Porra, eu nunca me imaginei dizendo isso, mas eu te amo, eu preciso de você. Fica comigo?’

Eu fui ao céu e voltei, me derreti cinco vezes e morri dez. Ele tava o tempo todo olhando pro relógio, esperando dar meia noite pra poder dizer tudo aquilo? Ele armou tudo, fez tudo aquilo, estava aguardando todo aquele tempo pra se declarar. Me joguei nos braços dele.

- ‘Eu não poderia querer mais nada!’ – Eu disse, tremendo e com lágrimas nos olhos.

- ‘Agora você acredita em mim?’

Preferi responder com um beijo. Nos beijamos muito, como que para recuperar todo o tempo que tínhamos perdido. Ele foi lentamente passando a mão pelos meus cabelos, minha nuca , minhas costas, colocou a mão por baixo da minha camisa e a tirou. Ele era extremamente carinhoso, foi beijando meu pescoço, meus ombros, meu peito e minha barriga.

Tirei também sua camisa e fiz o mesmo. Ele era muito gostoso! Sempre pirei no corpo dele.

Ele então tirou meu tênis, desabotoou minha calça e começou a dar leves mordidas por cima da minha cueca. Fiquei doido com aquilo, tava pra explodir. Fazendo tudo bem devagar, ele tirou minha cueca, deu um pequeno beijo na cabeça do meu pau, que estava muito duro, e o colocou na boca. Que sensação foi aquela!

Ele chupava meio sem jeito, se concentrando na cabeça do meu pau, e aquilo era muito bom. Deve ter ficado nessa uns dez ou quinze minutos, até que eu o levantei e tirei também sua calça e sua cueca. Que pau lindo! Não era como eu imaginava, era muito melhor. Devia ter uns 18 centímetros, bem rosado, grosso e muito duro. Caí de boca naquele monumento e chupei muito, ainda não acreditando que aquilo estava me acontecendo.

Quando estava quase gozando ele me puxou, me deu um beijo na boca e disse:

- ‘Tô com muito tesão, você é uma delícia! Eu quero mais! Nunca fiz isso, mas quero fazer contigo.’

Dizendo isso, ele virou a bunda e encostou no meu pau. Ele queria dar pra mim!

Fui beijando seu pescoço, abracei-o por trás e coloquei a cabeça do meu pau entre suas nádegas. Ele suspirou e disse que não aguentava mais de tesão, que me queria ali.

Fui empurrando bem devagar, enquanto ele gemia, e parando aos poucos. Que delícia ele era!

Quando terminei de enfiar tudo, deixei ali um pouco para ele se acostumar e então comecei o vai e vem, de um ritmo lento passando para estocadas mais fortes. Ele gemia muito e ouvir aquela voz gemendo de prazer e saber que era por minha causa me dava muito tesão.

- ‘Vai, meu homem, quero você todo dentro de mim!’

Aí não deu pra aguentar. Eu finalmente era o homem dele, e ele era só meu. Gozei forte dentro dele, que, ao sentir meu gozo, gozou também, em cima da cama.

Ficamos um tempo abraçados tentando processar tudo aquilo que estava acontecendo e acabamos adormecendo. No dia seguinte, ele me acordou com um beijo e o sorriso mais lindo do mundo.

E tem sido assim há três anos.

Quer saber? Prefiro mesmo que todos saibam. É amor demais, não preciso guardar só pra mim.

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Comentários

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Muito bonito e bem narrado, conte mais... (prazercomamizade@hotmail.com) Venusiano Recife

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Muito lindo, parabéns. Super bem escrito! Como diz aquela música de Maria Cecília e Rodolfo: "é, eu sou maluco deixa o mundo perceber..." rs

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