É eu sei que eu demorei. Mas não me culpem eu estava sem tempo e sem inspiração. Não vou prometer portar logo pq eu não sei o que vai acontecer. Bom aqui vai mais um capítulo e espero que gostem. esse não é muito focado na história de amor e si, mas é um gancho pra continuação da história. até breve
BEIJO!
- Mãe, será que eu poderia conversar com a senhora e com o pai um minuto?
- Claro, filho. Algum problema?
- Não, eu só.... quero falar com vocês.
- Tudo bem, eu vou chamar seu pai ok? Me espera na sala.
Foi quando eu me sentei numa poltrona na sala, de frente com meu pai e minha mãe, que estavam sentados no sofá, que eu tive certeza. Eu tinha que fazer isso. E não era pela promessa que eu fiz ao Daniel depois do surto de ciúmes que ele teve após eu explicar como eu conhecia o Gabriel e o que aconteceu entre nós, “Isso prova que você não me ama de verdade, eu vi o jeito que você olhou pra ele! Nem pros seus pais você contou sobre nós dois!”, eram as palavras dele. Então eu fiz o que me restava pra provar que eu estava dizendo a verdade quando disse que o amava, contar pros meus pais que eu era gay, e que eu tinha um namorado maravilhoso que eu amava, o que eu não tinha duvidas, mas também não tinha conhecimento se esse amor era suficiente, tanto pra mim quanto pra ele. Mas naquele momento eu sabia. Eu tinha que fazer isso por mim, e pelos meus pais, que me criaram e se mataram pra pagar minha faculdade e me sustentar durante anos sem me deixar faltar nada. Era por esse motivo que eu tinha que falar o que estava entalado na minha garganta desde o enterro do Léo, quanto eu tive certeza dos meus sentimentos, eu era gay e nada iria mudar isso.
- Vocês sabem que eu amo vocês mais que tudo não é mesmo?
- Claro meu filho, que pergunta é essa?
- Não, mãe é que... eu só quero deixar isso claro, o quanto eu amo vocês e o quanto eu agradeço pela vida que vocês me proporcionaram. Obrigado.
- Mas o que é isso meu filho, aconteceu alguma coisa Guilherme?
- Eu nunca quis decepcionar vocês – eu sentia as lagrimas vindo e por mais que eu tentasse segurá-las eu não conseguia – eu sempre dei o meu melhor pra conseguir a vida que eu tenho.
- Nós sabemos Guilherme... por que você está chorando meu filho? Você está deixando a mãe preocupada.
- Mãe, pai... eu... eu.... eu sou gay e eu tenho um namorado o nome dele é Daniel e já fazem seis meses que nós estamos juntos e eu o amo.
Eu sei que eu meio que joguei tudo muito rápido na cara deles e que pode ter sido muita coisa pra aguentar no momento, mas caso contrário eu não conseguiria contar, se eu tivesse que contar aos poucos e explicar.
- Mas meu filho...
- Por favor não precisam dizer nada, se vocês quiserem eu vou embora, eu saio da vida de vocês eu...
- Mas o que é isso! Você ficou maluco? Por que nós faríamos uma coisa dessas? Nós somos seus pais Guilherme! E depois de todos esses anos te ensinando o respeito pelas escolhas das pessoas, e sobre não julgá-las, dói saber que pode ter passado pela sua cabeça que nós faríamos uma coisa dessas. Eu sou seu pai Guilherme! Eu te aceito do jeito que você é! Não é quem você ama que faz quem você é! O coração não escolhe quem amar, o cérebro não escolhe quem te atrai!
- Isso, meu filho. Você me deixa profundamente magoada pensando isso de mim e de seu pai. Nós nunca pensamos isso de ninguém não seria com você que faríamos uma coisa assim. Nós te amamos meu filho e aceitaremos e te apoiaremos independentemente da decisão que você tomar. Nós estamos aqui pra você e vamos estar até os nossos últimos dias. Eu só queria que você pudesse ter nos contado antes, ainda mais sabendo que você tem um namorado!
- Mãe... jura?
- Mas é claro! Que tipo de mãe você pensa que eu sou Guilherme?
Eu não me aguentei e pulei nos braços dos dois. Abrançando-os e os beijando.
- Eu amo tanto vocês! Tanto! – As lagrimas que antes eram de agonia e medo agora escorriam alegremente por minha face demonstrando minha felicidade – obrigado por tudo!
- Nós estamos aqui meu filho pro que você precisar.
Nunca esquecerei essa frase do meu pai. Hoje eu sei o quanto eles se orgulham de mim, e pelo o que eu me tornei sem se importar com a minha sexualidade. Confesso que foi mais difícil contar para meu irmão, afinal ele sempre me viu como exemplo. O olhar de desapontamento que tomou conta de seu rosto no momento que eu contei pra ele, em seu quarto, só nós dois, foi mais do que suficiente pra me fazer pensar que aquele seria o fim da nossa amizade companheirismo, mas como sempre eu estava completamente errado sobre os valores da minha família.
- Porra Gui! Pensei que fosse seu amigo!
- Mas você é Rafa, mas que meu amigo, muito mais! Você é meu irmãozinho que eu amo!
- Então por que escondeu isso de mim! Isso é uma coisa que eu deveria saber não acha?!
- Eu tive medo, medo que se eu contasse você não iria mais querer me ver!
- Você é maluco sabia? Você é meu irmão! Não é porque você prefere um cara do que uma mina que eu vou parar de falar com você! Eu te amo!
- Ama mesmo?
- Claro!
- Eu também te amo! Obrigado por tudo e me desculpa se eu te magoei. Agora me dá uma abraço! – disse me levantando da cadeira do computador em que estava sentado ao lado de sua cama e o puxei para um abraço forte e apertado, dei um beijo em sua bochecha – te amo seu pirralho atentado.
- Te amo seu chato de galocha.
Acho que eu nem preciso dizer que depois disso as coisas melhoraram né? E muito. Levei o Daniel pra apresentar a minha família que foram muito receptivos e gostaram dele pra caramba, assim como ele. Também conheci a mãe dele que foi um amor comigo.
Enquanto ao Gabriel, digamos que não sei se esperaria um telefonema dele tão cedo, afinal depois daquela briga no shopping:
- Quanto tempo! – disse o abraçando como se fosse um velho amigo – como anda a vida?
- Muito tempo mesmo! Acho que faz um ano não é?
- Pois é...
- Então depois daquilo com o.... – ele não conseguiu dizer o nome do Léo – eu fui viajar e o que era pra ser uma viagem de 3 meses acabou virando em um passeio pelo mundo todo, e acabei arranjando um emprego aqui então agora eu voltei de vez.
- Poxa que legal!
- A-ham! – um Daniel muito impaciente do meu lado
- Bom deixa eu te apresentar, esse é meu namorado, Daniel.
- Nossa, namorado? Então... você...
- É... quer dizer. Não completamente, eu não contei ainda... você sabe, pra minha família.
- A de não muitos amigos – Vocês parecem ser bem íntimos não?
- Ele era namorado do irmão da minha cunhada, a Juliana namorada do meu irmão.
- É... nós nos conhecemos no natal do ano passado, bom um pouco antes pra ser mais exato, eu esbarrei com ele no shopping.
- Pois é, eu...
- Vocês já transaram?
- DANIEL!
- O que? Eu tenho o direito de saber, porque pelo jeito que a conversa anda, quem tá sobrando aqui sou eu, não? Pelo visto o idiota sou eu!
- Bom, eu vou deixar você conversar com seu namorado Gui. Foi muito bom te ver – Disse Gabriel com um olhar sedutor e uma voz charmosa, me chamando pelo apelido, coisa que ele nunca tinha feito, pura provocação – muito bom mesmo.
- É... eu....
- QUAL FOI MANÉ! PERDEU A NOÇÃO DO PERIGO MECHENDO COM O QUE É DOS OUTROS! – Daniel gritava em pleno shopping enquanto Gabriel se afastava como se nada estivesse acontecendo – SE VOCÊ CHEGAR PERTO DELE VOCÊ MORRE TA ME OUVINDO!
- Daniel! PARA! AGORA!
- Vamos embora Guilherme! Você vai me explicar essa história direito!
Fomos pro meu apartamento e acho que da pra imaginar como a coisa foi né?
- Muito bonito pra sua cara não?!
- Pra MINHA cara?! Não fui eu quem deu pití num shopping!
- A é verdade! Foi você que ficou se esfregando pro ex na minha frente!
- Ele não é meu ex! A historia é bem mais complicada então não fala merda!
- Então me explica! Isso prova que você não me ama de verdade, eu vi o jeito que você olhou pra ele! Nem pros seus pais você contou sobre nós dois!
CONTINUA....
