A história de nós três - 2x06 - "Lembranças - Parte 01"

Um conto erótico de My Way
Categoria: Homossexual
Contém 1852 palavras
Data: 12/02/2012 20:13:47

Para entender esse conto... veja o conto anterior... abraços galera, cheguei a pouco tempo do sitio... mega cansado,,, dormir um pouco abraços!!!!!

- Ohhh Deus!!! – gritei levantando da cama.

A luz forte doeu em meus olhos. Aos poucos fui recuperando a visão e percebi que estava no meu quarto antigo, que ficava na casa dos meus pais. “Mas que diabos?”, perguntava a mim mesmo. Abri a porta e desci as escadas. Encontrei a minha mãe na sala lendo uma revista tranquilamente.

- oi filhinho... já acordou... está cedo amor... não passam de 14h. – ela disse sem tirar os olhos da revista.

- Quanto tempo eu dormi?! – falei sentando no sofá.

- Que horas você chegou da balada ontem filho? -ela perguntou virando a página.

- Mãe que história é essa?! Que balada, onde estão o Mauricio e Paulinho? – falei me levantando.

- Não sei quem é esse Mauricio, mas o Paulo foi resolver o problema do bebê. – ela disse sem olhar para mim.

-Saí e corri para a minha casa, mas havia algo diferente... a cor da casa estava diferente. Eu entrei e quando eu tentei abrir a porta estava trancada. Dei a volta e olhei pela janela e vi a dona Lucélia a ex moradora da casa. Eu fiquei sem entender nada e bati na porta.

- Dona Lucelia... o que a senhora está fazendo aqui... onde estão o meu filho e o meu marido? – perguntei quase chorando.

- Oh meu querido... de novo não... volte para a sua casa e seus pais vão te explicar melhor...

Meu coração estava disparado e eu estava suando além do normal. Onde estavam meu filho e o meu marido e que história é essa de explicação. Voltei para casa meio tonto e quando eu chego lá estão meus pais e a minha irmã sentados no sofá. Quando eu olho para eles eu começo a lagrimar.

- O que aconteceu?! – falei sentando.

- Pedro... essa é a milésima vez que te contamos isso... você está tomando seus remédios direitinho? – perguntou a minha irmã se abaixando perto de mim.

- Remédios que remédios? – falei sem entender.

- De novo não meu filho... esse tratamento é para o seu próprio bem. – meu pai falou pegando no meu ombro.

- Você nunca conheceu nenhum Mauricio... e não adotou nenhum filho...

- Para!! Porque vocês estão falando isso... – disse empurrando a minha irmã e sai correndo quando esbarro em alguma coisa.

- Calma... calma mano... – falou o Paulo me abraçando.

- O que?! – falei pegando no rosto dele e desmaiando.

Acordei e fiquei com os olhos fechados, esperando que tudo isso fosse um pesadelo. Abri primeiro o olho direito e percebi que estava no meu antigo quarto novamente. Comecei a chorar baixinho, tentando entender o que estava acontecendo. Meu filho e Marido não existiam e meu irmão Paulo estava vivo... será que foi um sonho?!

- Oi... posso entrar. – falou o Paulo na porta.

- Pode... mas você já deve saber que está...

- Estou morto... morri num acidente de carro há dois anos... provocado pelo Márcio que estudou com a gente... – ele disse trazendo um copo d’água.

- Eu morri... – perguntei chorando.

- Pedro, toma seu remédio... – ele falou me dando duas pílulas. – Vai mano... confia em mim.

Tomei muito a contra gosto e pedi para ele me explicar o que estava acontecendo. Porque eu estava no meu antigo quarto, onde estava a minha família e o nosso irmão.

- Não tem outra forma de te contar.... há três anos quando você estava na frente da faculdade, você e o Geovani tiveram uma briga muito feia e você saiu chorando no meio da rua sem olhar para os lados, você e mais uma outra garota foram atropelados.

- Como assim... não... não foi assim que aconteceu... acredita em mim. – falei abraçando ele.

- Calma.. – ele me afastou e pegou uma pasta e me entrou. – Vou ver se o teu jantar já está pronto.

Fiquei chorando um pouco e decidi abrir a pasta. Haviam fotos do acidente e um laudo médico com as palavras Esquizofrenia. Eu comecei a chorar desesperado. E lembrava da vida que eu levava. “Como... então era tudo uma mentira. Uma criação da minha mente?”. O Paulo chegou com uma bandeja e me esperou até eu acabar a refeição.

- Paulo... então... eu sou doente mental? – perguntei.

- Depois do acidente você começou a mostrar sinais de esquizofrenia, os médicos acham que a batida apenas liberou algo que já estava dentro de você. Pedro... convenhamos... você tentou se matar duas vezes na adolescência.

- Paulo...

- Oi?

- Deita aqui do meu lado e diz que está tudo bem. – falei me deitando.

Meu irmão se deitou ao meu lado e eu comecei a chorar no seu ombro. Não entendia... Tentava juntar as peças. O Phelip... Pensei muito no meu outro irmão. E cobrei uma explicação do meu pai. Ele disse que realmente o Phelip existia. O meu irmão apareceu um dia em casa e meu pai disse que foi um dia “D”, em que eu estava atacado e bati nele. Meu pai contou que o Phelip fugiu e nunca foi visto. Não voltou para casa no interior, apenas sumiu.

- Meu Deus...

Naquela noite não consegui dormir e vi uma movimentação pela casa fui até a escada e ouvi vozes. Estavam meus pais e irmão conversando na sala.

- Ele está diferente... está mais carinhoso. – falou Paulo.

- Acho que pode ser o efeito do medicamento, mas não podemos dar bobeira, ele muda de personalidade toda hora.

- Meu filho... e a Patrícia? - perguntou a minha mãe.

- Fui no juiz hoje e ele falou que sem provas eu não consigo tirar a minha filha das garras daquela vadia. – ele disse mudando de semblante. Eles faram que eu haveria de conversar com o meu psicanalista para contar do novo ataque que eu sofri. Sem muita opção eu tive que ir. Chegamos cedo no consultório e havia uma moça limpando o chão pedi licença e quando ela virou eu tomei um susto.

- Luciana?! – falei. – Paulo... essa é a... a... Luciana! – gritei quanto abraçava ela.

-Moço... me solta. – ela falou batendo em mim.

- O que está acontecendo aqui? – perguntou um homem velho e com semblante engraçado.

- Esse homem doutor Moreti... tentou me agarrar a força. – ela disse se arrumando.

- Doutor... ele está naquele dia. – disse o Paulo meio constrangido.

- Moça perdoe o meu irmão, ele não quis fazer isso. – falou a Priscila me levando do outro lado da sala.

- Eu não estou louco... aquela mulher era para ser a nossa melhor amiga... – falei chorando.

- Para!! Apenas para! Eu não aguento mais você falando de uma vida perfeita... uma vida que não existe!! Isso... aqui é real. Contente- se com isso. – ela disse e indo em direção ao Paulo, eles discutiram um pouco e ela foi embora.

- Pedro queira me acompanhar por favor. – disse o médico me levando até o seu consultório.

A sala era bem ampla e a luz do sol conseguia tocar as pequenas plantas que tentavam alegrar o lugar. Sentei no divã e o doutor ficou numa poltrona bem ao meu lado. Ele fez um pequeno discurso sobre a confusão que existe em nossas mentes e eu fui curto e grosso.

- Doutor... eu quero que o senhor entenda... eu... eu não sou louco, essa vida não é a minha. Eu tenho um marido, um filho...

O doutor pegou um dvd e colocou no aparelho, lá eu vi a mim mesmo. Eu gritava com o médico e dizia que aquela vida não era a minha, que eram todos loucos. Fiquei desesperado, me faltou o ar e apenas as lágrimas faziam o seu papel. O médico falou que pacientes com esquizofrenia geralmente idealizam um mundo ideal , onde eram felizes e sem problemas. Aquela noticia me arrasou, então eu realmente era doente mental e tudo o que eu passei era idealização da minha cabeça. Dois anos de vida simplesmente criado na minha cabeça.

Voltei para casa cabisbaixo, eu sentia um vazio enorme dentro de mim. O Paulo tentou iniciar uma conversa, mas totalmente sem sucesso. De repente no rádio toca “Só Agora da Pitty”, eu rapidamente desligo e deixo no silencio absoluto. Eu sei que deveria estar feliz por meu irmão estar vivo, mas eu simplesmente não conseguia. O trânsito estava uma loucura e para amenizar a falta de som eu decidi conversar com ele.

- Quem... quem é Patrícia? – perguntei olhando pela janela.

- hum... e a minha filha. Ela tem dois anos agora...

- E porque você precisa tomar ela da mãe?

- Pedro... acho que é a milésima vez que eu te conto isso, e sempre é doloroso para mim... – ele disse apertando forte o volante do carro.

- Se quiser não precisa contar... Já tivemos essa conversa muitas vezes... então depois de três meses ela me procurou e disse estar gravida, tentamos morar juntos e não deu certo. Ela é uma mulher mesquinha, só pensa em dinheiro e trata a Patricia igual a um animal. Semana passa descobri umas manchas roxas nos braços e pernas da minha filha, mas o pai dela é policial e e....

- É complicado eu sei, mas precisamos fazer alguma coisa. – falei.

- Nossa até parece o Pedro de anos atrás... mas mano relaxa essa bronca eu resolvo. Eu preciso tirar a minha filha daquele lugar.

O resto da noite transcorreu com calma, assistimos a um filme, rimos, parecia que tudo havia voltando ao normal, mas dentro de mim algo dizia que aquilo não era verdade. No outro dia desci abracei minha mãe de uma forma carinhosa e beijei minha irmã. Ela ainda estava meio relutante sobre o meu comportamento. Falei que iria ao mercado para comprar algumas coisas que eu estava precisando e ela concordou.

Na verdade eu iria ao hospital o Mauricio tinha que me reconhecer de um jeito ou de outro, naquele momento a única coisa que me preocupava era o Paulinho. Eu só precisava do meu filho e tudo ficaria bem. Estacionei o carro e fiquei esperando por alguns minutos e vejo o Mauricio saindo do prédio e acendendo um cigarro. Não conseguia acreditar naquilo o meu marido estava fumando, ele que sempre foi contra... aquilo tudo só poderia ser um sonho maluco.

Desci do carro e caminhei na direção dele quando estava na metade um carro para bem em frente onde ele estava eu contornei e parei querendo que tudo aquilo fosse mentira. O Márcio beijando o Mauricio naquele momento eu fechei os olhos por alguns segundo e mantive a respiração lenta. Quando eu abri foi pior, um sentimento de desespero me tomou a alma, ele tirou do carro o Paulinho. Eu me apoiei num carro que estava estacionado perto e segurei no espelho para não fazer escândalo. Afinal se eu fizesse algo perderia minha razão e acabaria preso ou brigando com o Mauricio, mesmo com o coração sangrando eu voltei e para o carro e chorei feito uma criança. Porque Deus estava sendo tão malvado comigo...

“ O que significava tudo aquilo. Eu precisava arrumar a minha vida e arrumar a vida de todos a minha volta.”

*Se vocês curtiram, por favor comentem e votem no meu conto e ajudem a divulgar também para amigos e colegas. Agradeço vocês e boa leitura.

Se tiver dúvidas ou comentários podem enviar para o email:

contosaki@hotmail.com

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Comentários

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Muito interessante. O que não fica claro é como o Pedro sabe da existência do Paulinho. Este conto, especificamente, me faz lembrar o Filme "Uma mente Brilhante". A "realidade" criada pela mente esquizofrênica é muito interessante. Aguardo com ansiedade a continuação. Quem sabe nela poderemos entender a "realidade" idealizada pelo Pedro. Seria muito bom, também, a volta do Phelip. De qualquer forma,teu conto é "the best of the best"!

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De fato foi surpreendente, mas confesso que a história da família perfeita estava perfeita como a família. Espero que essa nova fase seja tão boa quanto. Só me resta esperar, boa sorte

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Caraca surprieendentemente perfeito continua logo eu to amando e não demora muito ok

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Que doidera gente... espero que seja um pesadelo e que acabe rápido!!!

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Minha nossa senhora do Macarrão (roubei isso de alguem)

continua logo, ta muito louco agora.. Hehehehehe

adorei, e não me mata do coração hein... Te ador Pedro... :)

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Q reviravolta!! FODASTICO! Continua logo *-*

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Eu vou te matar! Sério! continua logo esse negocio se você não quiser que eu infarte aqui! hahahaha bom, eu não sei se vc ja leu meus contos, se você ja leu abra isso aqui http://oi43.tinypic.com/qnkzmu.jpg =D CONTINUA LOGO!

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amigo adorei nota 10000000000000000000000000 mas eu sei que sua vida não é essa

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Meu Deeeeeeeeus, ta mto loka sua historia, não dmora c/ a continuação, ta mto fantastico!!!!!!

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Adorei *-* , meu deus ficou ótimo , Jesus , até me arrepiou , PQP , Posta logo pf *-* s2

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