Por trás daqueles olhos - 05

Um conto erótico de D.Tradutor
Categoria: Homossexual
Contém 5837 palavras
Data: 20/01/2012 23:31:14
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

Eu acho que estava sentado lá na biblioteca por uma hora depois da escola antes de notar que Jesse ainda não tinha aparecido. Chequei meu relógio percebendo que estava ficando ansioso. Ele não iria simplesmente não aparecer, ou pelo menos eu acho que ele não faria isso, então algo deve ter acontecido. Pelo menos eu esperava que esse fosse o caso, e não que ele estivesse bravo comigo pelo que tinha acontecido mais cedo no almoço.

Voltei para o livro que supostamente devia estar lendo para a aula de Inglês e finalmente ele despencou no assento à minha frente e tomou fôlego profundamente. Levantei o olhar para ele curiosamente, desviando-o do meu livro, ao qual eu estava apenas dando meia atenção de qualquer forma. "Desculpe por estar atrasado", ele disse. "Fiquei preso consertando umas coisas antes do jornal ser enviado para a impressão".

"Benefícios do trabalho?" Provoquei já que obviamente ele estava preocupado que eu ficasse chateado por ele não ter chegado na hora. Ele me olhou levemente confuso por um minuto antes de perceber que eu estava brincando e então sorriu e disse sarcasticamente, "É, grande benefício". Eu ri e então perguntei, "Então, o que aconteceu?"

Ele girou os olhos e disse, "Não vamos gastar nosso tempo juntos falando disso". Pensei que aquilo parecia uma boa ideia então perguntei a ele, "Pronto para ir então?" querendo chegar em casa logo. Ele perguntou de novo, "Tem certeza de que tá tudo certo, digo, com seu pai estando lá?" Eu assenti dizendo, "Sim Jesse, tá tudo bem, eu prometo". Ele ainda parecia preocupado então eu lhe perguntei, "Tem certeza de que ainda quer vir?"

Seus olhos baixaram para a mesa onde ele estava brincando com um clip de papel, mas ele não disse nada. Me perguntei silenciosamente se havia alguma coisa que ele não estava me contando. Estava tentando esperar pacientemente, não querendo pressioná-lo, para dar a ele o tempo que ele precisava para dizer o que ele precisava dizer. "Jess, aconteceu alguma coisa?" Eu perguntei a ele, realmente confuso pela sua incerteza. Não era próprio dele ficar inseguro ou envergonhado.

Ele ainda não tinha dito nada quando eu estiquei a mão e agarrei o clip de papel que ele estava girando de novo e de novo entre seus dedos. Ao invés de fazer ele olhar para mim, ele apenas colocou as mãos no colo e continuou a encarar a mesa. Talvez ele estivesse chateado sobre mais cedo, talvez ele pensou que eu era mais problema do que valia a pena, eu não sabia realmente, mas precisava descobrir. O que poderia ser tão ruim, que ele estava tentando evitar completamente?

Eu disse tristemente quase num sussurro, "Você está terminando comigo?" Eu tinha jogado essa pergunta aterrorizante para fora, e então continuei dizendo, "Quer dizer, eu acho que entenderia se você estiver. Não é realmente justo da minha parte esperar que você lide com todas as minhas besteiras e ansiedade". Eu realmente acreditava naquilo, ele merecia um namorado que ficasse orgulhoso, um que pudesse ser aberto e seguro o bastante para contar ao mundo como ele se sentia. Deixei escapar um suspiro desanimado enquanto ficava mais triste sabendo que eu não era capaz de dar a ele o que ele merecia, pelo menos não ainda.

"O quê?" ele disse em descrença. "Não! Eu não estou tentando terminar com você", ele pausou, "e você está certo, não é justo que eu não possa contar pra todo mundo o quanto eu gosto de você ou que você é meu namorado, mas este é um sacrifício que eu pretendo fazer porque eu realmente gosto de você, muito, e porque eu entendo". Olhei para cima, nossos olhos finalmente se encontrando, mas apenas por um segundo, e disse, "Bem, se você não está terminando comigo, então qual é o problema? Você nem olha pra mim."

Ele ficou com um olhar distante, obviamente tentando descobrir como dizer o que estava na mente dele, mas eu estava ficando frustrado. Estiquei a mão e gentilmente agarrei seu queixo, guiando seu rosto na direção do meu, até que nossos olhos se encontraram. "Jesse, só me fala, o que quer que seja não pode ser tão ruim, e isso está me matando".

"Eu realmente não quero te causar problemas. Eu sou o único que sabe que você é gay e nós obviamente não saímos juntos então..." ele soltou. Ele parecia estar perdido em pensamentos quando perguntei a ele, "Quer conversar sobre isso Jess?". Ouvir seu nome pareceu tomar sua atenção e ele disse, "Conversar sobre o que?" Eu suspirei, sabendo como lê-lo o bastante para saber que havia mais nisso do que ele estava contando.

Tomei um minuto para coletar meus próprios pensamentos antes de dizer gentilmente, "Jess, eu sei que você entende porque eu não estou pronto para contar a alguém ainda, e eu realmente aprecio você tentar proteger minha imagem, mas eu também gosto muito de você, e então vou lidar com o que quer que aconteça". Ele deu um pequeno sorriso, não seu sorriso normalmente contagiante, mas tomei aquilo como um bom sinal de qualquer forma.

"Eu realmente quero te proteger", ele começou, "Ninguém devia ser tirado do armário antes de estar pronto. Ninguém devia passar pelo que eu passei", ele disse a última parte tão silenciosamente que eu quase não o ouvi. Eu não podia nem imaginar o que ele queria dizer e não queria pressioná-lo, mas eu sabia que não podia suportar vê-lo daquele jeito, todo triste e afastado. Aquele não era o Jesse que eu conhecia, mas obviamente era difícil para ele falar sobre aquilo, e mesmo querendo muito saber, tinha certeza de que ele iria me contar quando estivesse pronto.

Me levantei e peguei minha mochila e disse, "Vamos, vamos logo". Ele levantou o olhar para mim de onde ele estava sentado com uma expressão triste no rosto. "Por favor vem comigo, vai ficar tudo bem Jess, prometo", eu disse estendendo minha mão para ele. Ele esticou e segurou minha mão com a dele antes de se levantar. Ele largou minha mão quando chegamos a um lugar onde as pessoas poderiam nos ver, e eu olhei para ele, esquecendo até mesmo que eu estava segurando sua mão porque parecia tão normal para mim fazer aquilo. Saímos da biblioteca e seguimos todo o caminho através da escola até o estacionamento onde destranquei as portas, antes de ele falar de novo.

"Obrigado", foi tudo que ele disse enquanto entrávamos na minha caminhonete. O caminho para a minha casa foi bem silencioso, mas apenas podendo segurar sua mão enquanto dirigia me fazia sentir como se ele soubesse que eu estava lá por ele. Finalmente perguntei-lhe, "Você precisa ligar para casa ou alguma coisa assim?" Ele assentiu dizendo, "Sim, acho que devia deixá-los saber que não vou estar lá no jantar", então pausou antes de acrescentar, "isso se você ainda quiser que eu fique por tanto tempo".

"Jess, eu espero que agora eu já tenha deixado claro o quanto eu quero você por perto". Eu disse apertando sua mão para dar ênfase. O que eu realmente queria era segurá-lo nos meus braços e nunca deixá-lo sair, protegê-lo do que quer que estava fazendo ele ficar tão machucado e triste. "Você deixou", ele disse, " e me desculpe. É só que eu daria qualquer coisa para ter certeza de que você não tenha que passar pelo que eu passei. Mesmo se isso significar que eu tenha que desistir de você."

Nós chegamos na frente da minha casa e quando entramos eu o agarrei, puxando-o pra mim, e o envolvi com meus braços fortes. Ficamos lá, nossos corpos pressionados juntos, e eu disse silenciosamente, "Você nunca terá que desistir de mim". Eu senti a tensão em seu corpo derreter enquanto ele relaxava contra mim e eu sorri, sabendo que podia confortá-lo assim como ele podia me confortar.

Alguns minutos tinham passado com nós apenas nos segurando quando ele finalmente disse, "Então, estou supondo que seu pai não está em casa ainda". Balancei a cabeça dizendo, "Não, e nem por mais uma hora provavelmente". Ele deu risada dizendo, "É, percebi". Me afastei um pouco para poder ver seu rosto e disse inquisitivamente, "Oh? E o que levou você a acreditar nisso?"

"Bem",ele riu, "talvez o fato de que você está passando a mão em mim¹ na sua sala de estar". Minha boca se escancarou em choque quando ele disse aquilo e seu sorriso retornou brilhantemente. "Eu não estou passando a mão em você!", eu disse corando, "porque se eu estivesse, eu estaria fazendo isso", eu disse, esticando a mão para ele, enquanto ele gritava, "Não!", e correu rindo antes de eu poder agarrá-lo. Eu o persegui subindo as escadas e nós estávamos no meu quarto antes de eu pegá-lo.

Olhei pra ele e disse, "É melhor você ligar pra casa", antes de jogar pra ele meu celular onde ele estava do outro lado da sala. Ele olhou pra mim curiosamente, obviamente não o que ele esperava que eu fosse fazer, mas fez a ligação do mesmo jeito. Usei aquele tempo para tirar meus sapatos e me sentei na cama para esperar ele terminar no celular. Quando ele tinha terminado a ligação, jogou o celular de volta pra mim. Eu me inclinei para colocá-lo na mesa de cabeceira e soltei um gemido profundo enquanto era rapidamente lembrado de o quanto dolorido meu ombro estava do treino de ontem.

Ele veio e se sentou perto de mim, um olhar preocupado no rosto, e disse, "Tem certeza de que você esta bem? Você continua fazendo isso". Eu assenti, me esticando para esfregar meu ombro onde doía, dizendo, "Sim, eu vou ficar bem, só estou dolorido, é tudo". Pondo seus braços em volta de mim, ele colocou as mãos no topo da minha dizendo, "Posso?"

"Claro, se você quiser", eu disse puxando minha mão debaixo da dele. "Eu quero", ele disse enquanto engatinhava atrás de mim. Ele se sentou com uma perna de cada lado de mim enquanto amassava os músculos apertados e doloridos nas minhas costas e ombros. Doeu no começo, mas depois de um minuto comecei a relaxar sob o seu toque e deixei escapar um gemido. "Está bom?" ele perguntou. "Muito bom", foi tudo que pude dizer antes do próximo gemido vir. Meus olhos estavam fechados, aproveitando a sensação de suas mãos trabalhando nas minhas costas, quando ele disse, "Só relaxa".

Depois de uns quinze minutos ele parou e me envolveu com seus braços por trás. Me inclinei para trás sobre ele, satisfeito de estar em seus braços, e disse, "Obrigado, aquilo realmente ajudou". Ele sussurrou no meu ouvido, "Sempre que quiser", enquanto começava a trabalhar nos músculos do meu peitoral. Derreti sobre ele, gemendo de novo, enquanto seus dedos pressionavam firmemente contra os músculos que corriam abaixo da minha clavícula.

Ele riu suavemente dizendo, "Se você continuar com isso, vamos ter que massagear algo mais também". Eu estava tão perdido na sensação, relaxando nos seus braços e contra seu peito que apenas murmurei, "Sim", sem perceber com o que eu estava concordando. "Isso é tão bom Jess", contei a ele. Sua boca bem próxima do meu ouvido, ele disse suavemente, "É, é muito bom para mim também".

Seu toque era incrível. Suas mãos calmantes estavam andando sobre o meu peito e abaixo até meu abdômen, traçando o contorno dos músculos firmes através da minha camisa. Minha cabeça tinha caído para trás e estava descansando no seu ombro. Eu não tinha certeza do que estava me excitando mais; seu cheiro sedutor, a sensação das suas mãos no meu corpo, ou a forma como ele sussurrava coisas eroticamente no meu ouvido.

"Você é tão gostoso", ele disse suavemente enquanto suas mãos escorregavam para baixo da minha camisa. Arquejei quando senti suas mãos na minha pele enquanto elas continuavam a explorar meu corpo. Sentindo seus lábios no meu pescoço sugando e mordiscando a pele sensível que eu tinha lá, um gemido profundo escapou de mim enquanto eu agarrava os lençóis embaixo de nós. "Eu amo ouvir os sons que você faz quando eu te toco", ele sussurrou, fazendo meu pau meio duro pular.

Meu lábio inferior ficou preso entre meus dentes enquanto seus dedos traçavam o cós da minha calça jeans, mergulhando levemente para baixo algumas vezes enquanto ele sussurrava, "Eu gosto disso, estar aqui com você desse jeito". "Mmm hmm, eu também", murmurei, perdido no momento com ele. Em algum ponto suas mãos tinham parado de se mover e eu estava apenas curtindo o conforto de estar em seus braços.

"Então, que vamos fazer hoje a noite?" ele me perguntou depois de ficarmos sentados daquele jeito por um tempo. "Eu não sei, provavelmente apenas comer e passar um tempo juntos, talvez conversar com meu pai um pouco. Por quê?" Perguntei a ele, esperando que ele não estivesse mais preocupado com conhecer meu pai e todas as outras coisas de mais cedo. Senti ele dar de ombros, mesmo não podendo ver de onde estava sentado, dizendo, "Não sei, estava apenas me perguntando".

Mesmo amando ficar envolvido em seus braços e inalar seu cheiro intoxicante enquanto me inclinava para trás sobre ele, me forcei a sentar direito e me virar para poder olhar para ele quando dissesse, "Jess, eu falava sério mais cedo hoje. Eu vou lidar com o que quer que eu tenha para ficarmos juntos, e você não tem que me proteger, eu vou ficar bem não importa o que aconteça, contanto que eu tenha você."

"Você realmente está falando sério, não é?" ele me perguntou num tom que me dizia que ele estava começando a acreditar nisso também. Eu simplesmente assenti enquanto o puxava para mim de novo. Eu sabia mais e mais que tê-lo em meus braços era algo de que eu nunca queria desistir, e eu disse, "Nunca desista de mim, ok, me promete Jess". Ele me segurou mais apertado e disse, "Não vou, Stephen, prometo".

Ele finalmente se afastou do nosso abraço enquanto eu me perguntava por que, sorriu timidamente e disse, "Eu não acredito que vou conhecer seu pai hoje a noite". Eu ri um pouco, um riso nervoso, e perguntei a ele, "Tem certeza que tá tudo bem pra você, porque se não estiver, só me conta e eu te levo pra casa ok?" Ele sorriu aquele sorriso incrível dele e disse, "Bem, eu admito que estou um pouco nervoso, eu acho, mas eu realmente quero conhecê-lo. Além disso, para ele nós somos apenas amigos, certo?"

Eu ri bem alto do que ele disse antes e respondi, "Nós somos amigos Jess, e estou contente que você queira conhecê-lo, porque eu realmente quero que você conheça o outro cara importante na minha vida". Pisquei para ele enquanto dizia aquilo, e seu sorriso pareceu crescer ainda mais, se aquilo era possível. "Venha, vamos lá pra baixo, meu pai deve estar em casa logo", eu disse me levantando e puxando-o pela mão. Ele gemeu, pra causar efeito eu acho, e eu ri daquilo antes de seguirmos escada abaixo.

Nós fomos para a cozinha para pegar algumas bebidas e estávamos sentados próximos no balcão; os toques gentis, os olhares sutis, e os sorrisos escondidos, e em algum lugar no fundo da minha mente eu me perguntei se meu pai iria percebê-los. Acho que em algum ponto eu teria de contar a ele que eu era gay, mas no momento eu acho que vou continuar com o lance de 'apenas amigos', pelo menos por enquanto.

Eu tinha estado pensando um pouco eu acho, porque ele me perguntou, "Tá tudo bem? Quer dizer, tem certeza que você vai ficar bem com isso hoje a noite?" Meus pensamentos foram interrompidos abruptamente enquanto percebia que tinha ficado silencioso por um tempo e então disse rapidamente, "Oh, desculpe, acho que estava apenas pensando". Ele assentiu, me permitindo juntar as coisas, e então me perguntou, "Quer me contar sobre isso?"

Olhei para ele, sentado lá perto de mim, e me perguntei como pude ser tão sortudo. Ele era... perfeito. Além do fato de ser lindo, ele também era carinhoso e prestativo, quase altruísta, e eu apenas sorri sabendo que ele era meu namorado. Acho que nunca ficaria cansado de ouvir aquilo. Perguntei a ele, "Como pude ser tão sortudo?"

"Do que você tá falando?" ele respondeu começando a corar um pouco, vendo que eu estava olhando para ele afetuosamente. "Estava pensando sobre contar para o meu pai..." Soltei momentaneamente, e ele me cortou perguntando, "Sobre você?" parecendo quase chocado. Balancei minha cabeça e disse, "Não, sobre nós", enquanto meu sorriso parecia tomar residência permanente no meu rosto. "Eu gosto de como isso soa, 'nós' ", eu disse e senti minhas bochechas corarem enquanto deixei meus olhos se desviarem dos dele.

Sua mão pousou gentilmente na minha bochecha e ele disse, "Eu também, muito". Levantei o olhar pra ele de novo, sempre sentindo falta do contato quando não estava vendo seu rosto, e ele me perguntou, "Você tá falando serio, quer dizer, sobre contar para o seu pai, porque eu não quero que faça isso por mim, ok?" Eu estava falando sério, mas não quis dizer hoje a noite, daquilo eu tinha certeza. "Não quis dizer hoje a noite", eu disse, "mas eu realmente quero contar pra ele em breve. Quero ser justo com você, e com a gente".

"Só se você quiser", ele disse enquanto me puxava num abraço incrível e me segurava apertado. "Eu quero", contei a ele, "Eu quero poder estar com você o tempo todo, então eu acho que tenho que descobrir como fazer isso". Ouvi ele soltar um suspiro profundo, e ele disse, "Eu também quero isso de verdade, mais que qualquer coisa, mas somente quando você estiver pronto. Não vou te pressionar, quero que você esteja pronto quando acontecer, porque vai ser difícil, confie em mim, eu sei".

"Bem, você vai estar lá comigo, então..." Parei, não sabendo realmente o que mais dizer. "Eu vou estar", ele disse firmemente, "e eu não quero te assustar, então sinto muito se estiver fazendo isso". Eu não estava realmente assustado. Quer dizer, aquela não era a palavra certa para o que eu estava sentindo, talvez algo mais para frustrado ou preocupado, mas não assustado. "Eu estou bem", contei a ele, e surpreendentemente, eu estava. Digo, não é todo dia que você decide que deveria contar a seu pai que você é gay, mas eu era gay, e eu era o namorado do Jesse, então devia isso a mim mesmo e a ele, e fazer tudo que eu podia, ser honesto.

Eu nem tinha ouvido a porta então fui sobressaltado quando meu pai entrou na cozinha. "Olá filho", ele disse me fazendo pular um pouco enquanto sua mão pousava no meu ombro. "Um pouco assustadiço hoje?" ele me perguntou. Eu ri nervosamente e disse,"Não, eu só não ouvi você entrando". Esperei não estar agindo estranhamente porque meu pai saberia que estava acontecendo alguma coisa, ele sabia como me ler, e eu não estava pronto para ter aquela conversa ainda.

"Pai, este é meu amigo, Jesse Green. Jesse, este é meu pai", eu disse, apresentando-os e talvez, secretamente, esperando tirar os holofotes pra longe de mim por um minuto para eu poder me recompor. "Olá Sr. Cooper", Jesse disse, estendendo a mão na direção do meu pai. Meu pai riu e disse, "Por favor me chame de Steve, e é um prazer te conhecer", enquanto apertava a mão do meu namorado. "Stephen na verdade não traz muitos amigos pra casa", ele continuou quando eu interferi exasperadamente, "Pai!".

Ele riu, "Ok, ok, entendi, vou ser legal", ele disse entrando na cozinha. "Então, como vocês se conheceram?" ele perguntou, sua voz vindo de trás da porta da geladeira enquanto ele se inclinava procurando uma bebida para ele. Meus olhos encontraram os de Jesse e ele deu de ombros, me deixando assumir a liderança com meu pai, então eu respondi, "Bem, da escola. Eu tenho sido o tutor do Jesse", dei de ombros pro Jesse e então continuei, "e ele tinha de fazer um artigo sobre o time então tinha que me entrevistar".

"O jornal da escola?" ele perguntou pro Jesse, parecendo interessado demais pro meu gosto, e Jesse assentiu. "Você é o repórter de esportes ou coisa assim?" meu pai perguntou a ele. "Não", Jesse respondeu dizendo orgulhosamente, "na verdade eu sou o editor". Meu pai sorriu largamente e disse, "Wow, impressionante". Ele voltou para onde nós estávamos sentados e então perguntou, "Vai se juntar a nós pro jantar, Jesse?" Jesse assentiu em resposta e então disse, "É, obrigado, vou sim".

"Que tal pizza então?" meu pai sugeriu e eu olhei pro Jesse para ver o que ele pensava da ideia. "Parece bom pra mim", Jesse disse. "É, pra mim também", acrescentei. "Ok, vou pedir então", ele disse. "O que você gosta na sua pizza, Jesse?" "O que quer que você goste está bom,não sou exigente", ele disse e eu sorri pra ele.

Meu pai saiu à procura do telefone, e eu soltei o fôlego que estava segurando desde que meu pai entrou. Jesse riu e disse, "Bem, não foi tão ruim assim, Junior". Olhei para ele curiosamente antes de perceber que ele se referia ao fato do nome do meu pai também ser Stephen. Todo mundo chamava ele de Steve e é por isso que eu fiquei como Stephen, eu acho, para poder diferenciar.

Girei meus olhos para ele, pensando que ele ia me provocar pra sempre sobre aquilo, mas disse, "É, acho que esqueci de mencionar isso". Ele desatou a rir, embora eu não soubesse o que tinha de tão engraçado nisso. Talvez fosse todo o nervosismo ou tensão, mas então eu comecei a rir também, e era bom. Meu pai voltou dizendo, "Ok tudo feito. A pizza deve chegar logo", mas então parou quando nos viu e então nós começamos a rir de novo.

"Ok, para!" implorei. "Meu estômago tá doendo de tanto rir". Meu pai sacudiu a cabeça para nós dois, ainda confuso, mas então perguntou, "Então, você vai ao jogo amanhã Jesse?" Nós tentamos nos recuperar o bastante para manter uma conversa normal, e Jesse disse, "Sim, eu vou estar lá. Não perderia isso". Isto porque seu namorado gostoso iria estar lá no uniforme de baseball gostoso dele, mas meu pai não precisava saber daquilo.

A pizza chegou e nós comemos e conversamos mais um pouco antes de eu dizer, "Bem, é melhor eu te levar pra casa, está ficando tarde". Jesse assentiu em concordância e eu me levantei dizendo, "Venha. Tenho que pegar minhas chaves e tudo mais ainda", e segui pro meu quarto com ele me seguindo de perto por trás. Assim que ficamos fora de vista e seguimos subindo as escadas, senti suas mãos na minha bunda e pulei, dando risada.

"Shhhhh", foi tudo que ele disse enquanto entrávamos no meu quarto. Ele imediatamente fechou a porta atrás dele e então antes que eu soubesse o que estava acontecendo senti sua boca descer sobre a minha. Não levou mais que um segundo para que eu parasse de me preocupar com o fato de meu pai estar sentado bem ali embaixo antes de eu me entregar totalmente à emoção no seu beijo. Ele soltou um gemido baixo do fundo da garganta enquanto explorava cada parte da minha boca, segurando meu corpo bem apertado contra o seu.

Não havia lugar que eu gostasse mais de estar do que bem ali onde eu estava naquele momento, mas em certo ponto ele se afastou e eu gemi em agonia, sentindo a perda dos lábios dele nos meus. Minha cabeça caiu no seu ombro enquanto ele me segurava perto. "Eu só queria te dar um beijo de boa noite enquanto ainda tinha a chance de fazer isso apropriadamente", ele disse. Eu assenti e disse, "É melhor nós irmos", embora não tenha feito movimento para sair dos seus braços. Ele disse, "É, nós devíamos", sem se mover também. Eu ri depois de um minuto me afastando dele e dizendo, "Nesse ritmo você nunca vai chegar em casa".

Voltamos lá pra baixo e Jesse agradeceu ao meu pai pelo jantar. "Bom te conhecer Jesse", meu pai disse, "Te vejo amanhã no jogo, eu acho". Jesse assentiu e disse, "É, te vejo lá. Boa noite". "Volto logo pai", eu disse, "Só vou levá-lo pra casa agora". Meu pai assentiu, murmurando, "É, ok", já que ele já estava absorto no programa de TV que estava assistindo de novo.

Eu ri dele enquanto seguíamos para a porta. No caminho para a minha caminhonete eu vi Jules andando para a minha casa. Tentei não ficar nervoso, eu queria apenas ser honesto com ela, mas não podia. Não ainda de qualquer forma, então resolvi apenas dizer, "Ei Jules, qual é a boa?" Jess me lançou um olhar que dizia que ele estava preocupado, mas eu apenas ignorei aquilo no momento. "Vim apenas dizer oi", ela disse fazendo beicinho tentando parecer fofa. "Estava entediada em casa".

"Oh", foi tudo que eu consegui dizer. "Vai a algum lugar?" ela perguntou notando as chaves na minha mão. "É, vou apenas levar o Jesse em casa", eu disse enquanto ele permanecia em silêncio. "Entendo", ela disse enquanto olhava para ele curiosamente. Ele tentou permanecer impassível aos seus olhos escrutinantes quando ofereci, "Nós estávamos apenas estudando". Franzi a testa pro som daquela mentira saindo da minha boca e olhei para ele me desculpando com os olhos.

Ele sorriu pra mim, entendendo porque eu estava agindo daquele jeito, e eu disse, "Eu devo voltar daqui meia hora, se você quiser esperar, ou voltar mais tarde", ansioso para me livrar da situação desconfortável em que estava. Ela pareceu não conseguir decidir se estava mais magoada por eu não ter a convidado pra vir junto com a gente ou mais preocupada por ser vista junto com Jesse. Talvez eu estivesse a lendo errado, ou pelo menos esperava isso, mas não podia ter certeza.

Depois de um minuto de contemplação cuidadosa da parte dela ela disse, "Eu volto depois então", antes de se virar e voltar pelo mesmo caminho que tinha vindo. Soltei um suspiro de alívio por aquilo ter terminado, pelo menos por agora, e abri a porta para Jesse antes de dar a volta para entrar. Assim que estávamos seguros sozinhos e na estrada eu disse, "Obrigado por entender Jess". Ele sorriu pra mim e apertou minha mão dizendo, "Eu entendo. Além disso, eu me diverti hoje a noite. Você estava certo, seu pai é bem legal".

Sorri para a admissão dele e então lhe perguntei, "O que vai fazer depois do jogo amanhã?" Ele olhou para mim curiosamente mas esperançoso e disse, "Nada de mais na verdade. Por quê?" Eu dei de ombros e respondi, "Bem, nós todos geralmente saímos depois do jogo e fazemos alguma coisa. Achei que ia ser divertido se você viesse". Ele parecia um pouco chocado com a ideia, e então depois de tentar decidir o que dizer em resposta, conseguiu soltar, "Sério?" soando cheio de descrença.

"É, é sério", eu ri, "Eu quero estar com você, então você devia vir". Ele ainda estava em choque eu acho, quando ele disse, "Hmm, é, acho que sim então". Ele parecia inseguro, e eu não o culpava, quer dizer, essa seria a nossa primeira aparição pública como amigos, mas eu falava sério quando disse que queria estar com ele. Nos meus olhos, este era o primeiro passo pra chegar num lugar onde nós poderíamos estar juntos e eu devia isso a ele, tentar.

"Bom", afirmei firmemente enquanto apertava sua mão em retorno. Chegamos à casa dele e eu desliguei o motor e saí da caminhonete. Ele obviamente estava se perguntando o que eu estava fazendo mas não disse nada enquanto um sorriso tímido aparecia no seu rosto. Quando nós finalmente chegamos na porta ele se virou pra mim e disse, "Você podia ter apenas me deixado aqui". Eu ri e disse, "Eu queria te acompanhar até a porta, é isso que um namorado deve fazer, certo?"

O som do seu riso era incrível enquanto eu o assistia se iluminar com felicidade. Talvez eu não estivesse pronto para me assumir ainda, e talvez fosse difícil para nós passar um tempo juntos como um casal, mas era o meu jeito de mostrar a ele que eu me importava. As pequenas coisas que eu podia fazer para que ele se sentisse bem me faziam sorrir, e me fazia feliz o fato de ele estar feliz também.

Ele olhou ao redor antes de se esticar na ponta dos pés e plantar um beijo suave na minha bochecha e dizer, "Boa noite Junior". Girei meus olhos de novo e disse, "Noite Jess. Te vejo amanhã". Com isso eu caminhei de volta para a minha caminhonete e ele entrou.

Eu percebi assim que virei a esquina no meu bairro que Jules estava voltando. Me perguntei quantas perguntas ela teria para mim sobre Jesse e me perguntei se seria capaz de responder todas elas sem ela suspeitar de nada. Ela estava sentada na varanda da frente esperando por mim enquanto eu chegava, assim como Jesse tinha estado naquela noite depois da dança, e eu sorri lembrando dele sentado ali.

Ela me seguiu pra dentro de casa e disse oi pro meu pai no caminha através da sala de estar até as escadas. Quando nós chegamos no meu quarto ela se jogou na minha cama como sempre, se sentindo em casa, e eu sorri sabendo que tínhamos passado por muita coisa juntos. "Então, o que você anda fazendo?" ela me perguntou, "Não tenho passado muito tempo com você ultimamente. Sinto sua falta", ela fez beicinho.

Eu ri e disse, "Bem, tenho certeza de que Sean tem te mantido ocupada", e ela girou os olhos. "Que seja", foi sua resposta quando eu ri de novo. "Qual é Jules, até você tem que admitir que ele é um cara legal", continuei, esperando que falar sobre alguma outra coisa iria manter sua mente longe do fato de que Jesse estava aqui mais cedo. Acho que iria ver o quanto aquilo ia durar.

"É, ele é um cara legal, é só que...", ela pausou pensando em como dizer o que ela estava pensando, "não é com ele que eu sempre me imaginei. Acho que o que eu quero dizer é, que ele não é alguém que eu realmente teria considerado antes, mas agora, eu não sei." Aquelas eram notícias chocantes. Tentei ficar calmo, embora o sorriso que estava tentando desesperadamente fazer uma aparição no meu rosto estava tornando aquilo bem difícil, enquanto eu disse, "Você gosta dele, não é?"

Ela não respondeu, mas eu podia ver o rosa crescendo nas suas bochechas quando eu disse, "Eu já sei, admite logo". Ela deu risada um pouco e disse, "Para com isso, Stephen, eu não sei tá bem? Digo, eu tenho pensado sobre a possibilidade, mas é melhor você não dizer nada. É sério." Eu sacudi a cabeça a provocando, "Não se preocupe Jules, eu não faria isso com o pobre Sean, o pobre rapaz pode desmaiar ou algo assim".

"Então, o que você quer fazer?" Perguntei a ela, contente de ela não ter falado no Jesse ainda. "Não me importo", ela disse, "o que você quer fazer?" Eu estava tão aliviado disso não ter virado uma provação enorme. Na verdade nós estávamos apenas passando um tempo juntos, como velhos amigos. "Que tal um filme?" sugeri e ela concordou. Deixei ela escolher o que assistiríamos, como de costume, antes de colocar o filme.

Ficamos confortáveis na minha cama e assistimos ao filme; sem constrangimento, sem stress, apenas dois velhos amigos passando um tempo legal juntos, e era ótimo. Nós rimos e fizemos piadas sobre o que estávamos assistindo, e quando o filme acabou, eu a acompanhei até em casa.

"Te vejo de manhã", ela disse enquanto andava até a porta da frente. "É, te vejo de manhã", eu a imitei. "Ei Jules", eu disse, fazendo ela se virar e olhar pra mim, "obrigado, foi realmente legal hoje à noite. Senti falta de passar um tempo com você". Ela andou até onde eu estava e me abraçou, ficando no degrau superior da varanda e eu no chão embaixo, e disse, "Eu também. Boa noite", e então ela entrou.

Andei de volta pra casa e estava pronto para dormir, mas pensei que era melhor ligar pro Jesse e contar a ele que tudo correu bem com a Jules. Tenho certeza de que ele estava preocupado. Além disse, eu meio que queria ouvir sua voz e dizer boa noite antes de ir dormir. Eu enfiei a cabeça no quarto do meu pai e disse boa noite antes de seguir para o meu quarto.

Assim que estava na cama, confortável e relaxado, peguei o celular e disquei o número do Jesse. Depois de dois toques ele atendeu dizendo, "Alô". Eu não pude evitar, o sorriso que apareceu no meu rosto quando ouvi sua voz, enquanto dizia, "Oi Jess".

"Oi", ele disse quase timidamente, e eu podia imaginar seu rosto sorridente.

"Oi", eu disse, fazendo ele rir.

"Você já disse isso", ele riu, "Tá tudo bem?"

"É, tá sim", eu disse, percebendo que a noite estava quase acabando e tudo tinha corrido realmente bem.

"Bom", ele disse, "Tenho que admitir que estava um pouco preocupado com o que iria acontecer quando você voltasse pra casa com a Julianne".

Eu ri um pouco, não acostumado a ouvir o nome completo dela usado daquele jeito, e ele disse, "O que?" se perguntando o que ele tinha dito que foi tão engraçado.

"Eu não ouço alguém chamá-la assim há muito tempo", eu disse.

"Bem, é o nome dela, certo?" ele apontou, defendendo sua escolha de palavras.

"É verdade, é sim", eu disse.

"Acho que todos os amigos dela devem chamá-la de Jules então?" ele perguntou, seu tom mudando, parecendo quase triste.

"É, acho que isso é verdade também", eu disse. "Então, tá animado pra amanhã tanto quanto eu?" Perguntei a ele, esperando tirar sua mente da Jules. Além disso, eu realmente estava animado.

"Bem, definitivamente estou animado pra poder te ver naquele uniforme gostoso", ele disse sedutoramente, "e eu quero estar com você, mas estou um pouco preocupado pra te dizer a verdade".

"Eu também", eu disse, "mas é a coisa certa a fazer, por nós".

"É", ele concordou inquieto com a ideia, "se você tem certeza de que é o que você quer, então eu vou com você".

"Eu tenho certeza Jess, caso contrário não teria te chamado pra vir", eu disse tentando tranquilizar nós dois eu acho.

"Ok então, acho que te vejo amanhã", ele disse, "Boa noite Stephen".

"Noite, Jess", eu disse, e desligamos.

Eu estava confiante, eu sabia que queria estar com o Jess, disso eu estava certo. Como isso iria ser ou como meus amigos iriam reagir a ele, dessa parte eu não tinha muita certeza, mas esperava que eles não me desapontassem. Eles eram pessoas muito boas na maior parte e se eles realmente fossem meus amigos, então eles iriam aceitar o fato de que Jesse era meu amigo também.

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Comentários

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Adoro seu conto!

por que esta demorando tanto a continuaçâo?

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Cara é otimo mas eu quero que continue logo vc esta demorando para postar

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por que vc ta demorando pela a continuaçao, eu to desesperado pela continuacao !

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Sem palavraas... Simplesmente perfeito!!!!! Continua logo...

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Continua logo ,esse conto e muito bom!!!!

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