Por trás daqueles olhos - 02

Um conto erótico de D.Tradutor
Categoria: Homossexual
Contém 5582 palavras
Data: 14/01/2012 20:09:54
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

Ok, isto era muito ruim. Eu nunca chegaria na casa do Jesse às sete. O treinador me fez ficar lá depois do treino, provavelmente porque eu não podia me concentrar. Eu quase tinha acertado uns dois caras com alguns dos meus lançamentos.

Eu estava no meu quarto tentando encontrar o que vestir. Tinha acabado de terminar de tomar banho. Não podia aparecer na casa do Jesse todo suado, fedido e sujo do treino. Tinha uma toalha amarrada em volta da minha cintura quando meu pai entrou no quarto.

"Ei filho", ele disse enquanto entrava e se sentava no pé da minha cama king sized. "Indo a algum lugar?" ele perguntou, vendo meu estado desvestido e assistindo a mim curiosamente enquanto eu freneticamente procurava algo para vestir.

"Sim, eu meio que prometi a um cara que eu ia ajudá-lo com seu dever de casa depois do treino", contei a ele enquanto vestia minha camiseta favorita. Jules a tinha me dado no meu aniversário de dezesseis anos. Por mais inacreditavelmente chato que fosse sair para fazer compras com Jules, ela realmente tinha um ótimo gosto. Seu conhecimento do shopping da cidade era extensivo e detalhado. Algumas das coisas que ela sabia eram assustadoras.

A camiseta era branca com alguma figura nela,nada especial realmente. Era confortável mas tinha ficado um pouco apertada em mim. Eu iria fazer dezoito anos em alguns meses então eu tinha crescido um pouco desde que Jules a deu para mim quase dois anos atrás.

Vesti uma calça jeans e então sentei perto do meu pai para colocar meus sapatos. "Desculpe por não estar aqui para o jantar, mas eu realmente preciso tentar e fazer esse programa de tutoria funcionar", contei a ele. Me levantei, peguei minha mochila e rumei para a porta. "Tchau pai", disse enquanto saía.

Eu ouvi a distância enquanto saía pela porta da frente, "Tchau filho, não chegue muito tarde". Entrei na minha caminhonete e olhei no relógio. Merda! Já era sete e dez. Eu estava muito atrasado. Peguei as instruções que tinha escrito mais cedo na biblioteca e comecei a dirigir. Jesse vivia a uns bons dez minutos da minha casa e eu já estava preocupado que ele fosse pensar que eu estava dando um bolo nele.

Cheguei na frente do endereço que ele me passou e estacionei. A casa dele era bem parecida com a minha. Um par de altas árvores verdes no jardim e uma grande varanda com um balanço de alpendre,tudo cercado por uma grade de ferro. Andei até o portão e entrei.

Meu estômago estava em nós enquanto estendia a mão para a campainha. Depois de um minuto uma garotinha pequena, de provavelmente oito anos de idade, atendeu a porta. Ela tinha de ser a irmã mais nova do Jesse, eles tinham os mesmos cabelos loiros, e enquanto ela estava lá, sorrindo pra mim,eu pensei em todas as vezes em que tinha visto Jesse sorrir.

"Olá", eu disse para ela. "Meu nome é Stephen e sou um amigo do Jesse. Ele está aqui?" Eu tive de pensar naquilo por um minuto, quer dizer, nós éramos amigos? Nós não tínhamos realmente começado com o pé direito, então eu acho que era um pouco estranho chamá-lo de meu amigo, mas eu realmente queria ser amigo dele, e muito mais.

Ela deu risadinhas por um minuto e então me agarrou pela mão e me arrastou para dentro da casa. "Jesse está lá em cima no seu quarto. Vamos, eu te mostro onde é", ela disse enquanto procedia me arrastando subindo as escadas.

Quando chegamos ao fim das escadas ela me apontou a porta do quarto no lado esquerdo do hall e então correu na direção oposta para onde eu acho que era o seu quarto. Eu andei na direção da porta que ela apontou e enquanto chegava mais perto eu vi que ela estava um pouco aberta. Eu ia bater mas quando olhei lá dentro, eu o vi, sentado na sua cama de costas para a porta. A visão dele simplesmente me fez ficar sem ar, era deslumbrante.

Ele era... bonito. Vestia apenas um par de shorts cinza prateados. Eu podia ver os músculos nas costas dele enquanto ele estava lá sentado com a cabeça nas mãos. Imaginei no que será que ele estava pensando quando minha mochila acidentalmente deslizou pelo meu ombro e atingiu o chão. Ele pulou e se virou para me encontrar o encarando.

"Stephen, o que está fazendo aqui?" ele me perguntou, parecendo mais surpreso de me ver lá do que assustado pelo alto barulho que minha mochila fez quando atingiu o chão de madeira no hall. Eu quase engasguei alto quando ele se virou e eu pude ver aquilo que estive imaginando por tanto tempo.

"Lamento por estar atrasado Jesse. O treinador me segurou lá depois do treino porque eu... bem, não importa realmente, de qualquer forma, estou aqui agora", eu disse enquanto me inclinava para pegar minha mochila. Eu não podia contar a ele que tinha sido uma merda hoje porque tudo em que eu podia pensar era ele.

Ele tinha se virado e sentado de novo na cama e um olhar conturbado tomou sua face. Ok, aquilo me preocupou. Será que eu tinha feito alguma coisa errada vindo aqui? Ele tinha dito que estava tudo bem, mas talvez as coisas tivessem mudado, talvez fosse uma má hora.

"Jesse", eu disse enquanto andava para onde ele estava sentado e tomava o lugar a seu lado, "É um hora ruim? Digo, está tudo bem eu estar aqui?" Ele apenas se sentou lá encarando o chão. Eu estava confuso, queria saber no que ele estava pensando, e aquilo estava se tornando algo bem difícil de descobrir já que ele nem mesmo olhava pra mim.

Depois de um minuto de silêncio constrangedor não pude mais suportar. Não gostava de vê-lo daquele jeito, tão triste, como se uma batalha estivesse acontecendo em algum lugar dentro da sua cabeça. Me ajoelhei na sua frente no chão e levantei meu olhar até ele, e disse, "Jesse, o que está acontecendo?" Esperei em silêncio por sua resposta.

"Eu pensei que você não estava vindo", ele conseguiu dizer finalmente, seguido por, "Digo, eu pensei que você não viria. Acho que estou apenas surpreso, só isso". Ele olhou para mim, finalmente, através daqueles olhos que tinham se tornado uma necessidade para mim e o que eu vi por trás daqueles olhos não era o Jesse que eu sempre tinha visto antes. O que eu vi foi um Jesse assustado e vulnerável, um que queria garantia e aprovação.

Fiz o meu melhor para dar a ele aquelas coisas enquanto disse, "Eu te disse que estaria aqui e não iria simplesmente não aparecer. Além disso, eu realmente queria vir, Jess". Acho que tinha apenas decidido chamá-lo de Jess, parecia mais amável, e especial. "Eu prometi a você que viria, e me desculpe por estar atrasado, ok?" Disse esperando ver aquele sorriso de novo o mais cedo possível.

Ele realmente sorriu com aquilo e eu de repente me tornei ciente do fato de que ele estava sentado lá, na cama dele, vestindo quase nada, e eu não podia parar de olhar para ele, para seu corpo. A pele levemente bronzeada do seu peito era magnífica. Tudo que eu imaginei sobre ele nunca se compararia à coisa real.

Eu acho que estive encarando de novo porque ele finalmente disse, "Você não tem que sentar no chão, sabe". Ele estava olhando para mim como se eu estivesse agindo de forma estranha, e eu provavelmente estava. Eu geralmente não saio por aí encarando garotos quase nus em seus quartos.

Eu me levantei nervosamente e empurrei minhas mãos nos meus bolsos. Encarar o chão parecia seguro o bastante, mas não era nem perto de tão bom de olhar. Eu estava olhando seu quarto. Era como o quarto de qualquer garoto adolescente.

Tinha uma cama, um armário, uma escrivaninha, e uma TV colocada ao longo da parede. Ele tinha alguns pôsteres de bandas que ele gostava pendurados. Eu vi, em pé no canto do seu quarto, que ele tinha uma guitarra e me perguntei como é que eu nunca soube que ele tocava. Acho, depois de pensar nisso, que eu nunca tinha realmente tirado tempo para saber muita coisa sobre ele.

"Você toca?"", ele perguntou quando me viu olhando. Me virei para o seu rosto e disse, "Não, eu não tenho muito ritmo na verdade, mas acho que você já sabe disso". Minha resposta pareceu confundí-lo porque o olhar que ele fez me mostrou que ele não estava me acompanhando.

"Ok, agora eu estou perdido", ele disse. "Do que você está falando?" Eu estava ficando mais nervoso a cada segundo e ele parecia igualmente nervoso, mas por uma razão completamente diferente. Eu estava nervoso porque até o ponto que ele sabia, eu era apenas um garoto hétero, popular e atleta lá para ajudá-lo com o dever de casa, não um cara secretamente gay que estava se permitindo ficar mais envolvido do que realmente deveria.

Percebi que ele estava nervoso porque eu estava podendo vê-lo pela primeira vez longe dos amigos, da escola, e sem sua confiança usual. De nós dois, parecia para mim, que para ele isto devia ser mais fácil considerando que eu já sabia que ele era gay, todos sabiam.

"Bem, nós dançamos juntos no Baile, lembra? Tenho certeza de que ficou bem óbvio o quanto eu sou ruim", Eu disse relutante, esperando que ele não pensasse que eu tinha sido tão terrível quanto eu pensava. Me ouvir dizer aquilo fez com que ele divagasse em pensamento.

Depois de um momento assistindo várias emoções diferentes passando por seu rosto, primeiro medo, então bravura, seguido por perseverança, e então finalmente vindo para um sorriso pensativo, eu disse suavemente, "Jess?" Os olhos dele encontraram os meus e ele disse, "Oh, me desculpe. Eu estava apenas lembrando daquela noite", ele corou e desviou o olhar sorrindo aquele sorriso que eu estava começando a amar ver.

Aquilo me fez sorrir e eu disse, "Sim, foi uma ótima noite". Ele rolou os olhos para mim e disse quase ressentido, "Por que, porque você venceu?" Aquele pensamento nem tinha passado pela minha cabeça quando eu estava lembrando porque aquela noite foi tão boa para mim.

"O que?", eu perguntei, a pergunta dele me pegando desavisado. "Não, eu não ligo realmente pra essas coisas". Ele estava olhando pra mim agora, como se eu estivesse tentando enfiar um monte de besteira em sua garganta abaixo, e eu estava ficando nervoso. Me feria pensar que ele me via daquele jeito, como se eu fosse apenas um idiota que só liga para status.

"Olha, você provavelmente não acredita em mim, se eu fosse você provavelmente também não acreditaria, mas para mim, toda aquela merda é só...", pausei, procurando pela palavra certa para lhe dizer como eu me sentia, "estupidez". Foi tudo que eu pude arranjar naquele momento.

Ele deitou na cama e pôs o braço na frente dos olhos. Acho que ele estava tentando pensar, me entender. Eu não o culpo por precisar de um pouco de tempo para processar tudo porque minha cabeça estava girando também.

Qualquer raiva ou necessidade de me defender que eu estava sentindo se esvaiu de mim assim que eu o vi se deitar lá. Eu tinha a liberdade de olhar desta vez porque seus olhos estavam fechados, e o que eu estava vendo era maravilhoso.

Sua pele nua se destacava enquanto ele se deitava em cima do seu edredom azul escuro. Seus shorts repousavam ao redor de seus quadris e uma trilha fina de cabelos loiros claros começavam no seu estômago firme e eu a segui com meus olhos até ela desaparecer dentro de seus shorts. Meus olhos continuaram em sua descida e se fixaram no volume que estava lá. Eu podia ver o contorno do seu pênis mole pressionando contra o tecido apertado dos shorts.

De novo minha respiração ficou presa na minha garganta enquanto eu assistia a ele lá, deitado. Ele estava calmo, seu peito subindo e descendo com cada respiração que ele fazia, e eu estava sem ar. Estava ficando claro para mim que eu precisava disso, eu queria ele, e estava desejando que ele fosse fazer algo já que eu não iria.

Finalmente depois de ficar lá por um minuto, parece que ele conseguiu arrumar alguma coisa, seus olhos ainda estavam fechados quando ele disse, "Stephen, por que você está aqui de verdade?" Aquela pergunta me surpreendeu um pouco. Achei que já tivéssemos resolvido isso. O que exatamente eu devia dizer? Tive que pensar sobre minha resposta cuidadosamente.

Ele ainda não tinha olhado para mim e eu estava começando a pensar que isso iria ser uma competição. Quem poderia esperar mais tempo? Eu, me esquivando, sem saber como responder seguramente e sem contar meus pensamentos secretos sobre ele. Ele, parecendo precisar da verdade. Foi um silêncio constrangedor até que ele falou de novo.

"E nem tente me dizer que é para a tutoria, isso podia esperar até amanhã depois da escola. Me conte a verdade. Por favor, eu preciso saber", ele disse. Enquanto ele falava seu tom mudou de um exigente para um suplicante. O que ele queria de mim, e eu podia dar a ele?

Eu tinha de dizer alguma coisa, ele pareceu tão vulnerável, como se ele fosse aquele cujo coração estava na linha, mas na realidade eu era o vulnerável. Eu era aquele com o grande segredo para contar, aquele cuja vida seria totalmente mudada pra sempre se isso se espalhasse, não ele. Todos já sabiam sobre ele.

"Eu vim porque eu queria...", parei. O que eu devia dizer, perguntei a mim mesmo, e enquanto a pausa se tornava um silêncio constrangedor, eu não pude achar palavras para continuar. Me virei e olhei para fora da janela, talvez procurando um jeito de escapar daquela situação em que eu tinha me metido, quando senti a mão dele no meu ombro.

Eu me virei e estava frente a frente com ele, olhando-o nos olhos, como eu tinha feito naquela primeira noite, e ele olhou nos meus. Nós nos encaramos, nos conectando novamente, e eu soube então, que ele sabia tudo que eu tinha escondido por tanto tempo. Eu estava começando a entrar em pânico, o que ele iria pensar de mim agora, o que ele ia fazer?

Tentei desviar o olhar, mas não pude. Nós estávamos nos comunicando, embora não estivéssemos falando. Eu o vi me questionando, e então a ele mesmo, se perguntando se o que ele pensava que estava vendo em mim era realmente verdade. "É verdade? Você realmente é como eu?", ele me perguntou gentilmente.

Eu estava com tanto medo. Com medo de que ele fosse rir, medo de rejeição, medo de que toda minha vida fosse mudar agora que ele sabia meu segredo. Acho que lá no fundo eu sabia que ele não iria me provocar ou me insultar, ele não era esse tipo de pessoa, mas eu ainda estava tão aberto emocionalmente ficando lá, olhando nos seus olhos azuis, que eu não pude me conter.

Uma lágrima lentamente desceu pela minha bochecha, então outra, e outra. Ah meu Deus! Eu estava chorando, na frente do Jesse, na cama dele. Eu não conseguia me lembrar enquanto ficava lá na frente dele de quando foi a última vez que eu tinha chorado, mas eu não estava pensando claramente no momento.

Comecei a me virar, de repente me sentindo envergonhado e mais visível do que eu nunca quis estar, quando ele me parou. Ele segurou minha mão e eu olhei para baixo para ver sua mão na minha, e aquilo parecia tão certo; de fato, nada parecia mais certo para mim no momento.

Olhei para cima e ele sorriu para mim e então puxou meu corpo de encontro ao seu. Ele me segurou nos seus braços, minha cabeça repousando no seu ombro nu. Meus braços instintivamente envolvendo-o enquanto ficamos lá. Minhas lágrimas encharcando sua pele e seu cheiro me acalmando.

Lá eu me senti seguro, envolvido nos seus braços, e depois de um minuto eu disse, "Sinto muito". "Não sinta", foi tudo que ele disse. Depois de um momento eu sussurrei, "Eu gosto de você Jess", acho que mais para mim mesmo do que para ele. "Tá tudo bem Stephen, de verdade", ele disse silenciosamente na minha orelha, "Eu entendo".

"Não entende não", sussurrei de novo o que fez ele se afastar e me olhar. Seus olhos me disseram para não o desafiar nisto, que ele já tinha passado por tudo isto antes. Olhando para baixo e eu vi ambas as minhas mãos nas suas, entre nós, e de novo pensei que era assim que as coisas deveriam ser.

"Não Jess, eu realmente gosto de você", eu disse enfatizando minhas palavras para fazê-lo entender o que eu queria dizer. Ele já sabia meu segredo, acho que posso então ser honesto com ele agora. Ele estendeu a mão e usando-a, levantou meu queixo até nossos olhos se encontrarem. Estava tudo em aberto agora, ele com certeza sabia o que eu estava tentando fazê-lo entender.

As pontas dos seus dedos gentilmente enxugaram minhas lágrimas que ainda estavam caindo continuamente. Ele sorriu para mim, tentando me confortar. Eu não podia sorrir de volta, não agora que eu tinha acabado de desnudar minha alma para ele, de dividir uma parte de mim que ninguém nunca tinha visto antes.

Estava olhando nos seus olhos, esperando por alguma pista, alguma reação para a clara declaração que eu tinha acabado de fazer. Pensei ter visto um brilho de tristeza passar por seus olhos mas então ele disse, "Eu também gosto de você, de verdade".

Eu lhe dei um pequeno sorriso quando o ouvi dizer aquelas palavras, e desviei o olhar, me perguntando como me fazer parar de chorar. Senti ele me puxar contra ele de novo, ainda segurando minha outra mão bem apertado. Seus lábios suaves roçando nos meus enquanto minha cabeça se virava na sua direção.

Meus olhos se fecharam e senti sua mão no meu cabelo gentilmente puxando minha cabeça para mais perto da sua. Ele tinha soltado minha outra mão para liberar a sua e então envolveu minha cintura. Levantei minhas mãos e puxei seu rosto para mais perto do meu; sentindo sua língua roçando meu lábio superior, abri para deixá-lo entrar.

Ele segurou nossos corpos perto, juntos, com o braço que tinha em volta de mim. Eu estava perdido no nosso beijo, e quando ele finalmente se afastou gentilmente, abri meus olhos. Meus braços caíram em volta de seu pescoço e quando eu tentei olhar nos seus olhos ele abaixou a cabeça. Com sua testa apoiada no meu queixo e nossos corpos ainda pressionados juntos eu sussurrei, "Obrigado".

Ele não disse nada em resposta, e depois de outro minuto eu disse suavemente, "Eu realmente preciso ir. Meu pai vai ficar se perguntando onde estou". Eu não tinha feito nenhum movimento para sair apesar disso e então ele finalmente se afastou de mim para se sentar na cama. Eu instantaneamente senti falta da proximidade que tínhamos dividido.

Parecia que ele não queria olhar para mim e eu odiei aquilo. Me confundiu como em um minuto ele teve confiança o suficiente para me beijar, esse maravilhoso e apaixonado beijo, e no outro ele estava tão assustado que não podia nem me olhar nos olhos. Era minha vez de confortá-lo.

Andei até onde ele estava sentado com sua cabeça abaixada e me ajoelhei na sua frente. "Jess, olha pra mim, por favor?", pedi. Acho que ele ouviu a incerteza na minha voz e então olhou para cima e eu sorri para ele. "Te vejo depois da escola amanhã?", perguntei a ele esperando que ele dissesse sim.

Ele vasculhou meus olhos por um momento e pareceu satisfeito de não ver arrependimento neles. Ele finalmente assentiu e retribuiu o sorriso. Eu me levantei e fui em direção à porta do quarto. Peguei minha mochila e olhando para trás por cima do meu ombro disse, "Te vejo amanhã então". Ele levantou o olhar para mim, seus olhos suplicantes nos meus, então lhe dei um sorriso tranquilizador e fui para casa.

O trajeto para casa foi quieto, nunca tinha muito trânsito àquela hora. Eu estava realmente pronto para dormir, estava emocionalmente drenado e tinha uma sensação de estar completo pela primeira vez em muito tempo.

Subi as escadas, parando no banheiro, antes de finalmente ir para o meu quarto, pronto para uma noite de sono de que eu realmente precisava. Minha mente estavas sobrecarregada enquanto eu entrava no meu quarto, jogando minhas chaves na escrivaninha e largando minha mochila na minha cadeira. Olhei em volta e vi Jules adormecida na minha cama.

Suspirei enquanto andava até ela. Sacudindo-a gentilmente, disse, "Jules, vamos, você adormeceu". Ela se sentou e me disse, "Seu pai disse que você voltaria cedo. Ele disse que eu podia esperar". Fiz uma nota mental de dizer a ele o quanto gostei disso. "Vamos, eu te levo para casa", suspirei, minha exaustão se tornando evidente.

Lá, de pé na sua varanda da frente, ela estava me abraçando, e eu estava me lembrando de como Jesse tinha me segurado daquela mesma forma há apenas pouco tempo. Eu amava Jules, ela significava muito para mim, mas eu nunca me sentiria como me senti quando ele tinha seus braços em volta de mim quando fosse ela.

Dando um passo para trás eu disse, "Te vejo de manhã", e me virei para ir embora. A curta caminhada para casa me deu algum tempo para pensar. Eu tinha acabado de dizer a alguém, pela primeira vez na vida, que eu era gay e ele me segurou nos seus braços enquanto eu chorava. Ele enxugou minhas lágrimas e me beijou.

De tão animado que estava, depois de tudo que aconteceu, acho que já estava inconsciente antes mesmo de minha cabeça atingir o travesseiro. Eu estava exausto, emocionalmente drenado. Pareceu que a manhã chegou muito rápido me deixando bocejando enquanto eu ficava lá debaixo da água quente do chuveiro, vapor flutuando em volta de mim. Com meu reflexo me encarando de volta no espelho, eu vi meu eu completo, pela primeira vez, lá e sorri para mim mesmo por um momento antes de terminar de me arrumar para a escola.

No camiho para o colégio Jules me perguntou onde eu tinha ido na noite anterior. Eu disse a ela que tinha saído para ajudar um amigo e então rapidamente mudei de assunto perguntando a ela o que tinha feito ela ir lá em casa que era tão importante que ela decidiu me esperar. A resposta dela foi precedida por algumas risadinhas e enquanto ela começava a me contar porque ela foi lá, Sean e Bobby nos encontraram quando saíamos da minha caminhonete e então o assunto foi deixado de lado. Eu estava agradecido por aquilo no entanto, enquanto começávamos outro dia de aula.

Não tinha visto Jesse o dia inteiro, não que eu geralmente o visse, mas eu queria vê-lo, olhá-lo nos olhos, apenas para ter certeza de que eu não estava apenas imaginando como estava me sentindo depois de tudo que tinha acontecido na noite anterior. O fato de eu estar bem com tudo aquilo realmente me surpreendia na verdade, porque embora eu soubesse que meu segredo estava seguro com ele, ainda era um passo enorme ter contado aquilo a alguém, e agora que eu tinha contado eu estava me perguntando o que aconteceria depois. O que iria mudar e como?

Decidi que iria tentar ver Jesse na hora do almoço. Eu queria vê-lo, e mesmo que isso não fosse algo que eu geralmente fizesse, não importava pra mim. Estava me perguntando como ele iria reagir a mim agora que ele tinha me beijado, e agora que ele sabia da outra parte de mim, a parte que ninguém conhecia.

Era um dia fresco e ensolarado e eu tinha encontrado Jules sentada lá fora na nossa mesa no pátio para o almoço. Eu tinha acabado de me sentar para comer quando Bobby e Sean apareceram e sentaram também. "E aí galera", Bobby disse para nós. "E aí Coop, o que você conta?", Sean disse, usando meu apelido antes de se virar para Jules e dizer, "Ei Julianne, como vai?"

Ela rolou os olhos para mim e dei a ela um olhar que dizia para ela ser legal. "Não muito, Sean", respondi enquanto olhava ao redor procurando Jesse. Eu o vi com alguns amigos do outro lado do pátio, rindo como eu geralmente o via. Não ouvi realmente a resposta que Jules lhe deu, ou muito mais do que foi dito, porque eu estava o assistindo, seus movimentos. A forma como ele meio que jogava a cabeça para trás quando ria, o jeito que ele balançava sua perna enquanto estava sentado, como ele iria tirar seus cabelos da frente de seus olhos, tudo me fascinava.

Tinha de chegar mais perto, queria uma visão melhor. Eu queria que ele desejasse me ver também, que olhasse pra mim. Decidi que iria andar em sua direção e ver o que acontecia. "Até mais galera, te vejo na próxima aula Bobby", eu disse enquanto eles assentiam. "Jules, consegue se virar sozinha depois da aula de novo?", perguntei, tentando lembrá-la que iria estar ocupado de novo. Sua expressão denunciou seu desprazer com a situação enquanto ela murmurava, "Acho que vou ter que conseguir".

Andei na direção do Jesse e ele ainda não tinha me percebido quando me aproximei da área onde ele estava sentado.

Acho que não tinha pensando nisso muito bem, porque quando cheguei perto dele o bastante para dizer algo, congelei. O que eu iria fazer, simplesmente andar até ele e dizer olá? Nunca tinha feito isso antes, então porque iria começar agora? Ele estava bem ali, mais ou menos três metros à minha frente, sentado num banco à sombra de um velho carvalho, e eu não podia fazer nada além de ficar lá de pé e encarar.

Acho que ele deve ter sentido meus olhos nele, porque ele se virou e olhou pra mim. Meu rosto estava ilegível enquanto eu permanecia lá, com raiva de mim mesmo por fazer algo tão estúpido, quando seus olhos capturaram os meus. Ele pareceu me observar por um momento antes de sorrir na minha direção. Aquele único ato, o significado daquele sorriso, foi o bastante para parar o conflito dentro da minha cabeça. Me permitiu sorrir e então senti minhas bochechas ficarem quentes, corando em resposta a ele.

Comecei a me afastar dele. Precisava me afastar, antes que eu revelasse meu segredo pra todo mundo. Andei em direção à minha aula de artes já que estava praticamente na hora de qualquer jeito, mas acho que era parte instinto também, já que eu sempre sentia uma necessidade de desenhar quando estava ansioso. Acho que desenhar me dava o que fazer além de apenas me inquietar e tirava da minha mente qualquer coisa que estivesse me preocupando.

Acho que ele me seguiu porque enquanto eu estava lá sentado na sala de artes vazia, tirando vantagem da solidão, ele entrou. Eu não tinha notado ele entrando, já que estava concentrado no desenho. Era ele, sentado na sua cama, a forma como eu o vi, suas costas para mim enquanto eu observava da porta.

Ele veio por trás de mim, e depois de um momento disse, "Sou eu?", me assustando. Primeiro eu tentei cobrir o desenho, esconde-lo, mas já era tarde. Ele já tinha visto e de novo senti minhas bochechas corarem. Não podia falar, mas finalmente suspirei e consenti. Tinha sido pego, e ele pegou meu caderno de rascunhos para dar uma olhada mais de perto.

Nunca era fácil deixar alguém olhar meus desenhos, provavelmente porque eles sempre eram sobre algo muito pessoal para mim, mas era mais que angustiante observá-lo enquanto ele os olhava. Ele estava vendo aquele da minha varanda da frente na noite depois da dança, o do meu garoto misterioso vestindo sua máscara, e um dele em que ele estava deitado na sua cama vestindo apenas um par de shorts, somado àquele que eu estava desenhando dele.

Depois de alguns minutos de silêncio , forcei-me a olhar para cima e seus olhos encontraram os meus. Eu estava incomodado e me sentindo bem consciente de mim mesmo. Vulnerável. Desviei o olhar quando ele disse, "É realmente assim que você me vê?" Não respondi de imediato, acho que não poderia aguentar.

Ele suspirou, e sentando-se na minha frente e me forçando a olhá-lo, ele disse, "Stephen, por favor, fale comigo. Apenas me conte, eu quero saber". Ele parecia tão impressionante nos meus desenhos, como eu sempre o imaginei, e ele,ali, era como nos meus sonhos, quando seu corpo forte vinha sobre o meu. Como eu poderia explicar o que ele via claramente com os próprios olhos?

Olhando nos seus olhos, soube que ele entendia como eu me sentia, como eu andava o imaginando, e vi nos seus olhos aceitação do que eu queria que nós fôssemos um do outro. Ele apenas disse, "Uau, você é muito bom", enquanto se levantava e saía. O que é que isso queria dizer? Não era a resposta que eu estava esperando, e com certeza não era a que eu estava desejando.

Ele se virou quando chegou à porta, quando eu estava a ponto de pará-lo, e disse, "Te vejo depois da escola então", enquanto assumia sua vez de me dar um sorriso tranquilizador. Sorri de volta, embora não estivesse tão confiante quanto qualquer um de nós desejaria que eu estivesse, e disse, "Sim, na biblioteca. Mesmo lugar, e você pode ir mais cedo se quiser", esperando não soar tão ansioso quanto estava.

O sinal tocou e depois de alguns minutos mais pessoas começaram a chegar. Bobby chegou logo antes da aula começar, me perguntando, "Onde é que você foi, Coop?" Olhei pra ele e respondi, "Estava aqui. Senti vontade de desenhar um pouco". Ele franziu um pouco a testa para mim antes da aula começar e nós estarmos ocupados desenhando.

Enquanto eu estava guardando minhas coisas, meu caderno de rascunhos e meus lápis, e os colocando na mochila, Bobby me perguntou, "Então, já descobriu o que é que estava fazendo de você uma merda no treino de ontem?" Olhei para ele e assenti, embora tivesse outras coisas na cabeça no momento.

Nos despedimos e ficamos de nos ver mais tarde no treino. Com sorte eu teria tudo um pouco mais sob controle hoje. Mais uma palestra de quinze minutos do treinador sobre concentração ser a chave para lançar bem, e ficar na zona, era tudo de que eu precisava no momento.

Eu estava sentado de novo na biblioteca, na mesa do canto de trás, trabalhando no meu dever de casa quando ele chegou e disse, "Olá", e mais nada. Olhei pra ele lá, em pé, e tentei ser casual quando respondi, bem simplesmente, "Oi". Ele ainda lá de pé, constrangido, então suspirei e mandei ele se sentar, e então ele sentou. Depois de alguns momentos de nada sendo dito entre nós, finalmente decidi perguntar, "Então, no que você precisa de ajuda?" pensando que esta seria pelo menos uma pergunta segura.

Ele sorriu pra mim, quase como se pensasse que estávamos jogando uma espécie de jogo aqui, e encolheu os ombros dizendo, "Acho que seria legal uma ajuda no meu dever de matemática". Ele pegou seu livro e começou a trabalhar, e eu apenas o observava, para ter certeza de que ele estava fazendo corretamente. Ele estava indo bem por um momento, mas então ele chegou num problema que não conseguiu resolver. Eu estava tentando ver seu livro e aquilo era difícil já que ele estava na minha frente e o livro estava de cabeça para baixo.

Ele deve ter me percebido esticando o pescoço para ver, porque ele abruptamente se levantou e rodeou a mesa antes de se sentar do meu lado. Olhei para ele e quando nossos olhos se encontraram, ele sorriu para mim, e desta vez quando eu retornei o sorriso foi porque estava realmente feliz. Estávamos olhando seu livro de matemática, sentados lá próximos um do outro, e eu estava realmente dando duro pra me concentrar na tarefa porque estava sendo distraído pelo fato de nossas pernas estarem se tocando embaixo da mesa.

Cada vez que isso acontecia, ele iria olhar pra cima e sorrir pra mim com seus olhos, quase me desafiando a tomar um passo à frente. Em dado ponto, quando eu estava rabiscando no seu papel lhe mostrando o que ele tinha feito errado, senti sua mão quando ela pousou suavemente na minha coxa. Eu engasguei em voz alta, surpreso pela sensação que tive, enquanto ele esfregava mansamente, cada vez avançando mais para dentro. Eu sabia que estava corando, podia sentir nas minhas bochechas, e de repente preocupado de que ele fosse descobrir minha ereção. A que estava crescendo continuamente desde que ele me tocou pela primeira vez. Decidi cuidar do assunto eu mesmo, enquanto alcançava sua mão debaixo da mesa e a agarrava, como se quisesse segurá-la.

Na verdade, eu não me importava de segurar sua mão, mas meu movimento tinha sido feito mais na intenção de desvio do que de qualquer outra coisa. Era uma sensação boa, segurar sua mão enquanto nos sentávamos próximos um do outro, nossos ombros se tocando e nossas pernas se esfregando uma contra a outra. Todos os medos que eu tinha sobre ser visto fazendo isso foram arrastados, como uma maré, cada vez que a paixão em seus olhos azuis me capturava.

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Comentários

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Muito bom, vc esta fazendo um ótimo trabalho!!

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Nossa!!! Perfeito a traduçao, e perfeita a historia..continua logo!!!!!

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Ótimo...continua E galera toda Se puderem leiam minha serie que está em progresso Chama-se Love in camping,Só clicar no meu nome ai e ler.

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Cara ,eu to adorando esse conto continua Ooooooologo

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Se você também curte uma boa sacanagem entre machos de verdade, não perca tempo. Clique no meu nome e leia meus contos. Não deixe de comentar. Para o pessoal de Campinas que se interessar, meu e-mail está no final. Curto uma boa pegação com outro macho de verdade. Até mais.

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