Desejo Constante

Um conto erótico de Pequeno T
Categoria: Homossexual
Contém 1552 palavras
Data: 29/01/2012 15:30:04

E então, quase que por ironia do destino, eu estava de volta na quela mesma escola, com alguns velhos conhecidos e outros desconhecidos... Não que eu não estivesse bem com aquilo pois antes de voltar à São Paulo eu estava em Porto Alegre com meus pais que tiveram que mudar por conta do emprego, e estava com saudade da grande São Paulo e meus velhos amigos que estavam no 1º ano do ensino médio agora. Então resolvi pedir para os meus pais passar um ano com meus tios que moram em SP e rever todo mundo.

Mas após chegar na portaria da escola eu estava ofegante, ansioso para saber o que havia mudado, ou o que ainda permanecia igual quando estive aqui à 2 anos... Era o início das aulas e todos que chegavam corriam logo para seus grupinhos e contar as novidades e omitir algumas, mas o que me intrigava era onde estaria aquele meu velho grupo? Na sexta série éramos 5: Caio meu melhor amigo até aquela época, André, Rafael e Victor. Então após minha mudança eu perdi o contato com todos exceto com Caio que sempre que podia me telefonava, porém eu não o avisei que voltei de Porto Alegre e que estaria perdido no começo das aulas por não saber com quem interagir...

Ao caminhar às escadas e procurar minha nova sala, pude ver alguns rostos conhecidos porém muito antigos e não saberia por onde começar se falasse com algum deles. Então quando chego a minha sala me deparo com um garoto moreno de costas para a porta, e quando coloquei minhas coisas na mesa ele vem falar comigo.

- Não acredito que é você! Thales?!

Eu meio que reconhecia aquela voz, mas o seu rosto me era um pouco conhecido, foi aí que vi que o garoto moreno com que falava era Caio. Surpreso por encontrá-lo tudo o que consegui falar foi um "oi" e alguns "você mudou", "nem te reconheci"

- Porque não avisou que voltou? Eu não te liguei mais pois você também nunca ligava pra saber de "nós" então desisti rsrsrs.

- Foi mal, acho que o orgulho subiu minha cabeça... - Respondi como quem procura um buraco para se esconder da situação.

Logo conversando com Caio, ele me explica o paradeiro de nosso grupo. André estava em outra sala, e quase não falava mais com ele, Rafael mudou de escola, e Victor de estado. Tecnicamente todos menos Caio haviam mudado de lugar.

A aula começou, eu sentei ao lado de Caio, revi alguns amigos antigos mas nada de anormal ou interessante... Quando o 1º tempo acaba e entra um garoto cujo não conhecia, alto, meio loiro e com olhos cor de mel, de cabeça baixa e pelo o que pude perceber, novato. Ele sentou na primeira fileira e bem perto da porta, ouviam-se comentários baixos da turma sobre a chegada no novato, ele por sí só o que fez foi fingir que não ouvia e arrumar suas coisas na mesa. Então o professor da matéria seguinte entra, dá as boas vindas e começa a perguntar quem são os novatos e que se apresentem... E como se não basta-se , Caio aponta pra mim.

- Ele aqui professor! - Disse Caio com um sorriso de deboche no rosto.

- Muito bem, seu nome e de onde você veio. - Disse o professor analisando a ficha de presença

Claro que eu não gostei da situação pois era pouco disposto para falar sobre mim, mas quando percebi o silêncio de todos resolvi falar.

- Meu nome é Thales, e eu vim de Porto Alegre, mas já estudei aqui. - Não sabia se o modo como eu havia pronunciado as palavras estavam certos, eu não era bom com palavras...

- Certo Thales, sente-se... E que tal você aqui na ponta... Gabriel não é? - O novato, cujo agora eu sabia o nome, fez um movimento de sim com a cabeça e levantou para se apresentar.

Foi aí que pude analisa-lo melhor. Ele era muito bonito, apesar de não ter falado com ele pessoalmente ou um confronto de frente, algo me chamava muita atenção nele...

- Meu nome é Gabriel como já sabem, vim de Belo Horizonte e é meu primeiro ano nessa escola. - Ele sentou em sua cadeira procurando algo e antes mesmo que o professor pudesse finalizar as apresentações ele novamente levantou. - Ah professor... Eu ainda não tenho o livro da sua matéria, tem como eu só fazer as anotações?

- Mas é claro! - O professor ofegou - Porque não faz dupla com alguém da turma que tenha o livro? - A cara de espanto de Gabriel era perceptível - Que tal você... Ah... Thales?

Eu? Parei com qualquer movimento que estivesse manipulando. Olhei para frente e vi o rosto de Gabriel se encurvar como quem estivesse se sentindo ruim pelo o acaso.

- Ah ta, pode ser... - Foi o melhor que pude dizer para não ficar calado.

Então ele veio em minha direção, minhas mãos fecharam, meu coração pulsando rápido, trinquei os dentes. Mas porque eu estava paralisado ao vê-lo se aproximando? Ele era lindo, mas nada mais que isso... Ou talvez, muito mais.

- Oi. - Ele soltou um breve sorriso, nada grandioso, mas um sorriso aberto em torno de mil palavras que poderiam substituir aquele "oi".

- Oi... Thales, prazer. - Eu o cumprimentei.

- Desculpa ter que te fazer dividir o livro comigo. Prometo que na próxima aula eu já estarei com o meu, não se preocupe. - Ele estava se desculpando? Por fazer dupla comigo? Parte de mim quis gritar aquele momento e soltar um "NÂO!" Se ele não conseguisse o seu livro por mim estava tudo bem, ele poderia fazer dupla comigo sempre que quisesse. Eu até jogaria os outros livros dele fora se fosse preciso... Eu estava implorando?

- Claro que não, não se preocupe com isso - Sorri em meio seus olhos cor de mel.

- Então, a aula já começou... Quer olhar pra mim ou pra lousa? - Ele sorriu e piscou de um lado, o que meu deixou vermelho e sem ação.

Era brincadeira o que ele havia dito não é? Eu devia ficar feliz por ele ter senso de humor ou deveria ficar chateado por tirar esse tipo de brincadeira comigo? Não importava, eu mal o conhecia, levei na esportiva.

- Ahaha palhaço, acho melhor olhar a lousa mesmo. - Tentei usar a esportiva, não sei se me saí bem.

- Tô brincando - Ele posicionou sua mão sobre meu ombro e permaneceu assim por 3 segundos. Depois disso fiquei calado, só esperando a aula terminar.

Podia ouvir os comentários das meninas da sala, claro, elas estavam curtindo o fato dele ser bonito, e claro que ele estava ouvindo também, não iria demorar até ele se tornar um daqueles populares que só se importam com seu "reinado", talvez eu estivesse apreensivo por isso.

Na hora do intervalo peguei meus livros e fui ao meu armário, no caminho avistei Gabriel e Luíza conversando, ela tinha o seu grupo das meninas ricas e mimadas igual a ela na época, e com toda certeza, ainda existia o mesmo grupo. Eu já sabia o que acontecia na conversa, primeiro ela iria convidá-lo para passar mais tempo com o grupo dela e depois arranjar atenção pra ele de outras pessoas interessadas, mas ao invés de pará-lo no meio da conversa, tudo o que fiz foi passar direto, não queria deixar o clima desagradável no meu primeiro dia de aula...

Caio havia me chamado para sentar na mesa com ele e mais outros amigos para falar das novidades e dos velhos tempos, mas pra mim, eu preferia sentar em algum canto mais calmo, e havia um. Quando eu ficava pra baixo ou só queria distância de certas pessoas, tudo o que eu fazia era correr pro jardim no terraço da escola, quase não ia ninguém lá, talvez por medo ou por não ter nada de importante lá em cima se não o silêncio. E foi o que eu fiz

Ao sentar no banco na parte de trás do jardim, tirei meu IPod e comecei a escutar músicas aleatórias, eu teria 25 minutos até o sino tocar... E eu não parava de pensar nos momentos sentado ao lado de Gabriel, quando ele baixava a cabeça e anotava tudo o que estava na lousa, eu simplesmente o observava escrever, era o primeiro dia de aula, ninguém não anota nata... Bem ele anotou. E enquanto me distraí com a música, alguém puxa meu fone de ouvido.

- Oi, posso sentar? - Era Gabriel, estava sorridente e com as sobrancelhas levantadas enquanto eu, estava intrigado demais para responder. - Ok, vou sentar assim mesmo rsrs.

- Pode sentar, é só que... Como você chegou aqui em cima? - Desliguei meu IPod.

- Simples, escadas e portas... - Aproveitou e fez uma piada, que claro, todos fazem quando a resposta da pergunta é óbvia demais.

- Não quis dizer isso, quero saber o porque de você está aqui em cima, Luíza não te chamou pra sentar na mesa dela? - Nessa hora eu nem sabia mais se respondia o sorriso dele com um sorriso meu, ou se pedia para ele parar de sorrir.

- Ah ela chamou sim... Mas achei melhor ficar aqui com você. - Respondi com um sorriso. Eu fiquei todo sem jeito... Mas dane-se, ele estava lá, escolheu ficar lá do meu lado, não importava se tínhamos só 20 minutos para curtir aquele momento, eram 20 minutos aproveitando cada segundo.

Meu primeiro conto, espero que gostem. Abraços.

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Comentários

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deveria ter postado logo tudo... odeio suspenses!!!! mas para o começo ta bom...

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Bom, Eu gostei da 1° parte do seu conto, Eu estou Com bastantes expectavivas no seu conto.Mas Nós só vamos saber no desenrolar da história.

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