Uma Noite Muda Tudo - 05

Um conto erótico de Pedro (Ryan)
Categoria: Homossexual
Contém 2077 palavras
Data: 13/11/2011 19:17:33

Uma Noite Muda Tudo – 05

Sempre reclamamos da vida. Do que ela nos oferece, do que ela nos proporciona, mas na verdade quando algo bom acontece, nunca paramos pra agradecer, nunca pensamos o quanto o dom da vida é importante. E era exatamente nisso que eu pensava enquanto o avião partia, eu estava sentado ao lado da pessoa que roubara meu coração nos últimos meses.

A vida nos proporciona emoções jamais pensadas, boas ou ruins, eu acredito que se isso realmente está acontecendo é porque um propósito existe. E é esse propósito no qual eu me apego, mesmo não o conhecendo, é nele que eu acredito.

Passei a viagem inteira agradecendo a Deus por ter colocado o Raul no meu caminho, por agente ter virado tão amigos em tão pouco tempo... Por tudo que me aconteceu, por mais eu tenha sofrido, agora eu estava seguindo em frente, tinha realmente superado tudo. Estava mais feliz por um lado e um pouco triste por não ter o Raul, mas aquilo ia mudar!

- no que você tanto pensa? – falava Raul me tirando do transe que meus pensamentos me proporcionavam.

- na... Nada!

- espero que não esteja arrependido de ter vindo!

- isso nunca! To muito feliz por você ter me chamado.

- que bom então!

Nós fomos conversando até que o avião aterrissou e nós chegamos em Porto Alegre. Nós pegamos nossas malas e fomos ao encontro da tia do Raul que estaria esperando pela gente no aeroporto.

- Raul meu sobrinho, como você ta diferente!

- é tia, eu mudei muito desde a ultima vez que nos vimos!

- estava com saudades!

- eu também estava! Ah! Tia deixe eu te apresentar, este é o Pedro, meu amigo que te falei que viria comigo.

- ah! Então você é o famoso Pedro. Olha rapaz, quando ele me disse que você viria passou o maior tempão falando de você pra mim, que eu tinha que deixar tudo certo, bem arrumado, que não era pra fazer feio pra você! – eu pude ver o Raul corando de vergonha.

- ah! Então ele falou muito de mim, que bom então! Muito prazer em conhecê-la dona Soraia!

- pelo que vejo ele também falou de mim.

- falou sim, e muito também!

- hum! Mas pode me chamar só de Soraia, nada de dona ou de senhora, ok?

- ta bem então.

Soraia era uma mulher com os seus 38 anos, branca, olho azul, cabelo ruivo, ela tivera um filho logo cedo, com 15 anos, casara cedo também, mas seu marido morreu há 5 anos, desde então ela tem dedicado sua vida para ela mesma.

Nós pegamos as malas e fomos pra casa da Soraia, o primo do Raul estava em casa assistindo TV quando entramos, era o Fernando, tinha 23 anos e estava terminando a universidade de administração, ele era muito bonito bem como a mãe, loiro, olho azul, branco, alto, com um corpo malhado, não muito, mas com tudo definido. Lindo!

- iai Raul? Pensei que não viria mais aqui!

- ah Nando, exagerado como sempre!

- exagerado nada! Dois anos que você não vem aqui!

- ta, faz tempo mesmo! – os dois riam e eu ali parado olhando os dois.

- e você deve ser o Pedro, acertei? – falou Fernando olhando pra mim.

- é, sou eu mesmo! Prazer! – falei esticando a mão e ele bem educado me cumprimentou.

- meu nome é Fernando, mas pode me chamar de Nando.

- meninos, levem suas malas pro quarto de visitas, eu coloquei outra cama lá, ficou um pouco apertado, mas acho que vocês não vão ligar né.

- não tia, agente dorme em qualquer lugar.

Eu não tinha reparado bem, mas a casa de Soraia era muito grande, a sala era muito ampla, com uma escada ao lado, na parte de cima também era muito arrumado, um corredorzão, alguns quadros na parede, mas nós fomos direto pro quarto de visitas, quando entramos no quarto me surpreendi pelo tamanho, era grande e havia duas camas de casal. Quando ela disse que tinha colocado outra cama pensei que fosse uma cama pequena de solteiro, mas agora eu tinha percebido que eles deviam ser muito bem financeiramente, bem como eu e o Raul.

Nós ajeitamos tudo, e fizemos as coisas típicas, banho, lanchar e fomos dormir, alias era madrugada ainda. Acordei com o sol brilhando, olhei no relógio era 1 da tarde e o Raul continuava dormindo, então fui no banheiro fiz minha higiene matinal, peguei meus fones e me deitei esperando ele acordar. Era 2:30 quando ele finalmente acordou.

- bom dia Pedro!

- boa tarde pra você também Raul!

- nossa! Que horas são?

- 2:30!

- sério?

- não! To brincando! Claro que é!

- besta! Vou tomar banho, daqui a pouco agente desce.

- to esperando!

Ele não demorou muito e a agente desceu, Soraia não estava em casa, tinha ido pro trabalho, mas Fernando estava. Ele tava de férias da faculdade também.

- boa tarde dorminhocos!

- boa tarde! – falei.

- o Pedro já tava acordado, mas tava com vergonha de descer.

- Raul! – falei olhando pra ele.

- não precisa ter vergonha não Pedro, sinta-se em casa!

-é... brigado, mas é que as vezes o Raul fala coisas demais mesmo sem agente ter falado nada né.

Agente ficou em casa o resto do dia, conversando, jogando vídeo game, acessando no computador do Fernando e essas coisas, a noite agente saiu pra jantar fora, mas nada de mais.

Os primeiros dias agente passeou muito, conheci a cidade, os pontos turísticos e tudo mais. Eu que estava acreditando que essa viagem mudaria alguma coisa já estava começando a desacreditar nisso. Faltavam apenas 10 dias pra nossa volta e então o Fernando teve a idéia de ir pra chácara, que ficava no interior, mas Soraia estaria trabalhando então não poderia ir, mas mesmo assim fomos, eu o Raul e o Fernando que ia levar mais dois amigos.

Arrumamos tudo pra poder pegar a estrada logo cedo pra ainda aproveitar o primeiro dia, o Fernando ia dirigindo, ao lado dele ia o Marcelo, amigo do Fernando, e atrás eu o Raul e o Vitor, outro amigo do Nando.

Os dois amigos do Nando eram gatinhos, o Marcelo era o mais alto, tinha cabelos e olhos castanhos, moreno claro, e um corpo normal, já Vitor era mais baixo, cabelo bem preto, olhos castanhos claro (cor de mel), e malhado. Nós chegamos na chácara na hora do almoço e como não tinha ninguém pra fazer a comida o Fernando foi fazer com os amigos e eu e o Raul fomos dar uma volta, ele ia me mostrar mais do lugar.

- então era aqui que você passava as férias? – eu perguntei.

- era sim! Esse era o lugar que eu mais gostava quando vinha a Porto Alegre. Quando eu precisava pensar aqui era o melhor lugar. Vem! Vou te mostrar o lugar que eu ia quando estava triste. É lindo!

- ta, vamos!

Nós fomos conversando sobre besteiras. O caminho era como uma trilha tinha árvores dos dois lados, e o mato mais parecia uma grama sintética. Até que ele falou.

- pronto, é logo depois daqueles matos ali. – ele falou apontando pra um monte de árvores, que juntas faziam um muro natural.

Agente passou por entre os galhos e folhas e chegamos num lugar lindo. Tinha uma cachoeira que seguia calma, a grama baixinha, ao longe rochedos com varias flores da região, no outro lado do lago tinha um jardim praticamente, com flores campestres, no alto da cachoeira pinheiros davam um toque mais especial, era um lugar realmente lindo.

- nossa Raul! Que lugar lindo!

- é... Eu sempre vinha pra cá quando precisava pensar, ou quando brigava com o Nando ou com minha mãe.

- é muito lindo!

- é...

Agente sentou e ficamos olhando pra aquela beleza natural e ele interrompeu o silencio que reinava entre nós dois.

- no que você está pensando? – perguntou ele curioso.

- em como a vida está me trazendo a felicidade de novo, a alegria de viver, de lutar contra os meus problemas...

- é... Você nunca me contou seus problemas.

- eu sei. Eu sempre os escondi de você, mas eu acho que tá na hora de falar.

- eu to aqui pra tudo que você precisar Pedro, pode falar. Confie em mim!

- eu confio! Mas é tão difícil e complicado!

- relaxa, eu vou entender. Eu sou seu amigo!

- eu sei... – eu fiquei calado um pouco, mas logo comecei a falar.

- há 3 anos e meio eu me apaixonei por uma pessoa, ela era incrível, tudo nela me chamava atenção. Seus olhos me traziam uma paz profunda, seu olhar sempre me confortava de verdade, sabe? Era amor de verdade, mas de uma hora pra outra sua mãe descobriu tudo e como ela não queria ver agente junto, eles se mudaram pra Londres e nunca mais nós nos vimos. Nós nos amávamos muito, eu particularmente nunca havia sentido nada parecido. Durante os últimos 3 anos eu venho lutando contra essa dor de ter perdido a pessoa que eu mais amei. E esse ano eu conheci você que me fez muito bem, você é um amigo muito especial. Você fez com que eu esquecesse toda a minha dor, por isso eu te considero muito Raul.

- mas porque a mãe dela não queria que vocês ficassem juntos?

- então, esse foi o problema de tudo... Não era ela... Era ele! Eu me apaixonei por um menino e no inicio foi uma barra, eu não aceitava, eu sempre fui hetero, nunca havia passado pela minha cabeça gostar de um menino, mas acabou acontecendo e deu no que deu - falei com um pouco de medo da sua reação, mas encarei o nada e falei calmo.

- nossa Pedro, eu nunca imaginei que você fosse gay.

- tudo bem Raul, eu entendo. Você é hetero e não vai mais querer ser meu amigo. Tudo bem, mas esses meses que você dedicou sua amizade a mim foram os melhores que eu já vivi.

- seu besta, eu não vou deixar de estar ao seu lado por você gostar de meninos. Você é muito especial pra mim também, no inicio eu não tava entendendo como eu me aproximei tanto de você. Eu nunca tive um amigo de verdade como eu tive você e isso me mudou muito.

- eu fico feliz por isso! – eu dei um sorriso pra ele e ele me retribuiu com um mais lindo ainda.

O silencio voltou a tomar conta do lugar, mas não por muito tempo, porque ele logo o quebrou de novo.

- é... Pedro... é...

- fala Raul!

- eu pensei melhor e... e...

- e?

- e eu não quero mais ser seu amigo.

- tudo bem, eu já esperava isso – as lágrimas agora vinham com uma vontade de percorrer todo meu rosto, eu no fundo sabia que ele ia falar aquilo pra mim, ele não ia querer ser amigo de um gay.

- não, não é isso... Eu me expressei mal...

- ah ta! Eu sabia! Tudo ia mudar.

- não seu bobo! Eu não quero ser só o seu amigo, eu não quero ser só uma pessoa pra horas difíceis ou alegres, eu quero ta junto de você a todo instante, a todo minuto, a toda hora. Quero que você faça parte da minha família!

- mas nós já somos como irmãos... Ou melhor, éramos até antes disso tudo!

- Para de ser besta e me escuta! Eu não quero que você seja da minha família como irmão, mas como meu amor, minha vida, meu namorado!

- o que? Raul você não deve brincar com os sentimentos dos outros – eu falei incrédulo com o que eu ouvia.

- é sério Pedro! Eu pensei nisso por vários dias e varias noites! Eu quero te ter ao meu lado sempre! Te beijar, te ninar, te fazer carinho! Cuidar de você com todo o meu amor! – ele falou me olhando nos olhos.

- Raul isso é tudo que eu sempre quis ouvir nos últimos meses!

Ele veio se aproximando e nós nos beijamos, calmos, apaixonados, felizes. Dois meninos se entregando ao desejo do coração, um querendo o outro. O Amor, A Paixão e o Desejo reinavam naquele lugar. Nossas línguas dançavam com o mais belo ritmo musical, nossas bocas se juntavam numa união perfeita. Eu estava realmente apaixonado por ele, e pelo que ele tinha dito, ele estava por mim!Fim do capítulo

Desculpas, Pedidos, Agradecimentos e Dedicatórias!

Meus leitores favoritos me desculpem pelos erros de português, tem sempre aquele que me passo! Agradeço aos comentários do último conto, ao número de leituras do meu conto, que eu me surpreendo toda vez que olho. Brigado mesmo viu gente!

Me adicionem: ryanfontinelli@hotmail.com

Beijos! Até o próximo conto! Tchau..

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Comentários

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FANTÁSSSSSSSSSTICO PEDRO. ADOREI A INTENSIDADE DOS SEUS CONTOS. SÃO VERDADEIRAS OBRAS LITERÁRIAS......

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Ai morri bem aki mto lindo msm

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Esse capítulo saiu bem maior que os outros, se ficou chato, desculpem ai, não era a intenção! Mas aproveitem! Logo mais um novo capítulo!!! :D

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