Coração Otário
Capitulo: Enfim Amor (7)
Somos lentos para nos declarar, apressados para brigar, relutantes na reconciliação. Amor depende de sorte.
Um arrepio percorreu meu corpo ao escrever o nome dele e saber que ele iria ler.
_Oi Ben. - Disse eu me passando por outra pessoa. Já havia pensado no esquema, não daria nada errado.
_E ai cara! - Disse ele. Uma estranha euforia me dominava, eu não conseguia parar de sorrir. Era involuntário.
A conversa foi sobre o jogo, sobre coisas banais. Nada de relevante, apenas matei minha vontade. Me senti mais calmo por saber que as coisas não eram tão graves, e então resolvi começar meu plano. Era o plano mais tosco do universo, só mesmo um bobo-cego-apaixonado pensaria nisso. Começaria no dia 21/10 a armar o palco pro 'grande show' que eu pensava que iria dar. Eu iria chantageá-lo. Não que eu quisesse algo em troca além de sua amizade, mas simplesmente iria colocar pressão, sem chance de 'acerto de contas'. Eu tinha algumas habilidades hacker, na época o suficiente pra hackear o profile de um garoto da escola que causava um certo medo devido a sua 'gangue'. Eu iria hackea-lo e comentar com Benjamin que o hacker poderia incrimina-lo. Eu não chegaria a tal ponto, mas era o suficiente pra fazer sabe-se-lá-oque. Eu acho que foi meu jeito orgulhoso de puxar assunto e não sair por baixo. Até hoje não entendo o meu plano, e o que eu faria após ameaça-lo.
No outro dia, era uma outra quinta-feira. Eram períodos de artes que nos aguardavam. Nós mexeríamos com tinta, ia ser uma bagunça daquelas. Todo mundo estava circulando pela sala, e isso me ajudava bastante a esconder minhas intenções. Quando levantava e o via no caminho, eu dava toda a volta, a maior possível, apenas pra mostrar o quanto eu estava irritado. Alguns comentários daqui, outros de lá em relação a minha atitude, outras piadas (Em briga de casal....) mas tudo ia bem. Esperei a hora que nós colocaríamos os trabalhos em outra sala, até secarem, estarem prontos, e fiquei do lado de fora da minha sala, apenas esperando ele sair. O que não demorou.
Ele foi o primeiro a sair, olhando para os lados. Me viu encostado na parede e eu fixava meu olhar pra frente. Então quando ele deu um passo e se escorou do lado de um alicerce, eu cheguei uns metros perto dele. Mantendo uma distancia de dois metros mais ou menos, eu disse.
_Fiquei sabendo que hackearam o profile do Renan. - Disse ainda sem olhar nos seus olhos.
_É... - Ele parecia surpreso por eu estar lhe dirigindo a palavra.
_Magina se esse cara decide colocar a culpa em alguém... - Tentei ser sútil, sugestivo. Mas ele era burro feito uma porta.
_Oi? O que que tem? - Obvio que ele não entenderia.
_Você não faz ideia de quem foi? - Talvez eu deva desenhar pra ele.
_Não, olha, porque tanto tempo sem falar comigo? O que eu fiz? - Oi? Oque ele havia dito? Pera, não ouvi direito. Agora o 'bicho ia pegar'.
_OQUE? COMO ASSIM? VOCÊ GRITA COMIGO, ME XINGA, SAI DE PERTO DE MIM, PARA DE OLHAR NA MINHA CARA, FALA PROS OUTROS QUE EU SOU UM IDIOTA, ME F... - Pensei em dizer me faz sofrer, mas já estava bom.
_Você brigou comigo Benjamin, você se afastou. - Disse novamente irritado e indiferente.
_Eu não, você cortava a volta, passava longe, não olhava pra mim, me ignorou bonito. Totalmente. Ninguém nunca fez isso comigo. - Ele disse agora um tanto triste.
_Bom, talvez você merecesse, não? - Ele não queria isso. Mas ainda sim não o perdoaria por Bianca.
_Olha, sinto muito. - Ele tinha mais pra falar, mas eu estava novamente tomado pela raiva. Eu quase morri nesse ultimo mês.
_Não, eu sinto muito. Eu fui um idiota, você não mereceu minha amizade. Olha o que você fez? Agora quer se desculpar. Justificar. Eu não era o idiota que não sabia respeitar as pessoas? FO-DA-SE VO-CÊ. Agora eu sou essa pessoa. Feliz? - Acabo de descobrir uma habilidade desenfreada para xingar e discutir!
_Eu nunca te chamei de idiota. Você não me respeitou mesmo. Você me deu um soco, mesmo de brincadeira. Pra defender quem? O Henri. - Agora ele havia entrado na discussão.
_Porque você não deixa o Henri em paz? Eu conheço ele minha vida toda, desde que eu comecei a estudar. - Ele queria envolver Henri e me fazer sentir mal. Não ia conseguir.
_Olha, foi o Jean que disse isso sobre eu ter te chamado de idiota não foi? Ele também me disse que você não queria mais falar comigo. - Eu deixei transparecer isso, não disse. Jean estava causando conflitos realmente.
_Eu não disse isso. - Falei emburrando e cruzando os braços. Foi cômico.
_Então você quer? Quero dizer, continuar falando comigo. - Ahhhhhh eu te odeio por me fazer te amar tanto BENJAMIN!
_Aliás, não quero. Eu disse isso quando soube que você me chamou de idiota. - Verdade, foi armação daquele FDP.
_Sinto muito. Eu senti sua falta. - Ele veio me abraçar, e eu empurrei ele sem o encostar muito. Dei as costas e entrei pra sala de aula, mas sem esquecer de dar um largo sorriso para o Vinicius e para o Alencar. Eles viram a movimentação, talvez mais gente tenha ouvido nossa briga.
Davi chegou perto de mim, e de Benjamin que havia me seguido. Ele nos viu perto, mas não viu conversa. O assunto foi encerrado lá fora. E então Jean e o Thales que era o brinde (garoto chato! Era assim que nós chamávamos os inconvenientes, brindes, porque sempre chegam com alguém, o prêmio) chegaram. Eu bufei, esbarrei em Jean com o máximo de força que eu pude, acho que ele não caiu, mas ficou se segurando em alguma coisa. Ficou bem claro quando Benjamin deu as costas e me seguiu até a rua novamente que as coisas iam normalizar. Ele abandonou eles. Mas Bianca não.
Haviam rumores de que eles haviam transado. Duas vezes. Quem espalhou foi ela, junto com o boato de que ele... Era bem dotado. Durante um tempo, nós víamos ela sentando de um modo estranho, e reclamando de dor. Era engraçado pois os outros meninos idolatravam Ben, enquanto ele sentia vergonha por ter sua intimidade exposta. Já haviam certas brincadeiras envolvendo esse tema, mas a garota toda dolorida foi a prova. Fiquei curioso... Queria desmistificar essa história. Risos.
Cheguei em casa como não fazia ultimamente. Sorrindo e esbanjando felicidade. Liguei o computador e entrei no jogo. Sabia que ele estaria lá. Ele me deu Oi e nós começamos a conversar. Eu ainda estava irritado e continuava relutante em perdoar. Mas estava feliz, acima de tudo.
_Senti sua falta. - Ele escreveu. (Esses diálogos são de uma conversa escrita, então não existem muitos detalhes).
_Não pareceu. Como vão as coisas com a Bianca? Você parecia feliz, mesmo não tendo amigos. - Escrevi batendo no teclado. Detestava escrever esse nome.
_Mas senti. Foi tudo intriga daquele palhaço. - Não, não foi não! Ele não gritou comigo. Você gritou. Ele não importa, você sim.
_Ai quer saber? Vou sair, tem gente aqui me chamando pra uma partida de Modern Warfare 2. Bye! - Escrevi decidido a sair daquela conversa. Se ele queria, melhor correr atrás.
_Então, posso ir ai? Você deixa? - O-M-G. Ele queria passar na minha casa. Preciso dizer o que eu respondi?
_Você que sabe... Se vier, não demora. - Aiai, nem percebi o que eu disse. Em outras palavras "eu adoraria, vem correndo pros meus braços". Tolo apaixonado.
_Okay, chego ai em cinco minutos. - Então tá, tudo bem. Tentei disfarçar de mim mesmo o quanto me sentia inteiro e feliz novamente. Engraçado como as coisas ganharam cores e sons novamente. Senti dores no rosto, meu sorriso ainda insistia em tentar rasgar minha face. Borboletas em meu estomago faziam a festa. Com direito a tema e tudo. Este era: "Seja bem vindo de volta, Benjamin! Do dono de um coração otário para o amor da vida dele!".
Em cinco minutos ou menos lá estava ele. Rindo, igual um bobão. Entrou, sem me cumprimentar e rumou pro sofá onde escorou os braços. Fofo e abusado. Meu tipo... Meu tipo.
_Oi... Porque todo esse sorriso. - Perguntei extremamente curioso. Não estava mais afim de criar esperanças. Já havia sofrido o suficiente.
_Ué, não posso? - Disse ele me constrangendo.
_Aiiiiiii como eu senti falta disso cara. Dá um abraço aqui! - Me abraçou e me levantou.
_Chega me larga, me põe no chão! Risos. - Queria era agarrar ele ali mesmo.
_Então, como foram as férias de mim? - Disse ele como se tudo fosse um mar de rosas, como se eu tivesse transado com a primeira vadia que cruzou meu caminho e estivesse bem. Muito bem. Mas, espera. Ele é hétero, então, tecnicamente o que eu estou fazendo é me prejudicar. Nós nunca namoramos, o que significa que ele transa com quem ele quiser.
_Foi legal. - Disse dando as costas, meu olhar era muito traiçoeiro. Melhor evitar entregar os pontos.
_Sério? Eu senti sua falta... Eu já disse isso? - Estava me irritando. Ele ainda mantia o ar sínico, feliz demais.
_Olha, não foi nada bom ok? Eu chorei bastante, eu me importo muito com você, eu morria de medo de você fazer alguma coisa, eu tentei várias vezes... e... e... E não tinha ninguém lá por mim, não tinha uma namorada, eu larguei meus amigos por você. - Falei um pouco de tudo, confuso demais.
_Tentou várias vezes oque? - Ele parou de rir. Agora estava irritado.
_Deixa eu ver. Vamos, deixa eu ver. - Minha boca é outra traiçoeira. Não esquecendo desse meu coração otário!
Mostrei meus pulsos. Haviam algumas marcas, e foi então que ele me puxou pro sofá, deitou minha cabeça sobre seu peito e disse.
_Me desculpa, me desculpa. Não foi tão facil pra mim, eu me apeguei muito em você, eu vejo em você... Alguém que eu vou amar pra sempre. Eu fui idiota, mas pensei que tivesse te perdido. Eu também chorei muito. Você disse que se eu te abandonasse você ia até o inferno chutar meu traseiro. - Ele chorou um pouco, aquilo estava meloso demais. Sobre 'abandonar' era sinônimo de suicídio. Sentei de frente pra ele no sofá enquanto ele só olhava pra mim e eu para ele. Eu via as intenções dele, eram verdadeiras. Ele não teve a intenção de me causar dor. Isso não muda o fato de que causou. Era a razão contra o sentimento.
_Seus olhos são lindos. - Ele disse mais recomposto.
_Isso é uma cantada? - Precisava quebrar o clima triste.
_Olha eu sinto muito por tudo, eu te amo cara, do fundo do meu coração, mano eu te amo. - Travo? Para de repetir que eu gamo! Depois que nos apaixonamos eles reclamam.
_Ok, tudo bem não tá, mas vamos ver o que você pode fazer pra compensar - Soou malicioso? Acho que meu sorriso talvez tenha soado malicioso. Não foi a intenção.
_Eu compenso, eu juro. - O que deu nele? Nunca vi disso!
_Como nós vamos assumir? - Oi oque? Pensamentos, pensamentos. Palavras, Palavras, não se confunda! Manter o foco é difícil com ele na minha sala dizendo que me amava.
_Quero dizer, como vamos explicar nossa amizade ter retornado do dia pra noite. - Não queria ser atormentado com perguntinhas, indiretas...
_Não sei, se precisar eu digo que te pedi desculpas, me ajoelhei, implorei... Da uma ideia que eu faço. - Não me provoque. Se ele dissesse "qualquer coisa"... Risos.
_Já tive uma ideia. Amanhã, no período de educação física, provavelmente nós vamos pro campo. Presta atenção no plano...
Nós conversamos como antigamente. Eu brincava com o cabelo dele, e até falei que achava ele realmente bonito. Não disse "eu te pegaria". Eu disse "Você é fofo... bonitinho. Tem um ar de macho, mas é sensível. Tem esse corpo lindo que eu só pude ver de longe, esse olhar que me deixa completamente extasiado, essa boca deliciosa e esse perfume inebriante e...". Quer dizer, eu disse só "fofo, bonitinho" mesmo.
_Tudo bem, então amanhã todo mundo vai ver o quanto eu me sinto arrependido. Você vai ficar bem? Eu tenho que ir... - Ele disse segurando uma das minhas mãos e estralando meus dedos.
_Eu vou ficar bem... Não tem como piorar mesmo. O pior já passou. - Porque eu sempre me arrependo do que eu digo? Eu saberia isso só mais tarde...
_Tudo bem, então vem cá... - Me deu um abraço, mas abraço mesmo. Com corpo sabem? Do tipo que não se importa de encostar em você, sentimentos de verdade.
_Cara, promete pra mim, se você se sentir mal me liga. Promete ficar comigo, pra sempre. - Na saúde e na doença? Na alegria e na tristeza? Risos.
_Eu prometo... Ficar com você... depois que você se tocar e largar de mão de ficar pegando vadias por ai e ficar falado. - Boatos afirmavam que ela havia traído ele recentemente. Quando eu disse ficar, eu não disse no sentido romântico da palavra, eu disse que permaneceria com ele.
_Pois é... Acho que vou fazer isso mesmo, parece que ela me traiu. - Ele sabia. Bem feito! Otário! Ame quem te ama...
_Tenho que ir, até amanhã. E pra todo sempre. - Eu já disse que odeio ele por me fazer ama-lo tanto?
_Você tá muito meloso e romântico hoje. Continuo afirmando que meu negócio não é esse... Mas desse jeito fica difícil. - Tive de rir para não demonstrar seriedade nas palavras. Mas queria que ele ouvisse isso.
_Então você gosta no final das contas? - Eu amo. Mas não disse isso...
_Eu gosto. É carinhoso. - Olhei no fundo dos seus olhos, tentando decodificar seus pensamentos.
_Eu falei... de garotos. Risos. Hmmm você gosta? - Bobão!
_Ahhhhhhhhhh pensei que fosse sobre a melosidade. Não néh! - Ele ficou sério
_Então tchau, até amanhã - Voltou a sorrir. Então tchau? Quero ver alguém me tirar da cabeça que ele gosta de mim!
Enquanto ele ia, eu observei e contei cada passo que ele deu. Lá se ia meu coração otário, junto com o otário mais fofo do mundo. Antes de dobrar a esquina ele olhou uma ultima vez para minha casa e me viu parado no portão, o observando. Ele riu e continuou andando, balançando a cabeça.
Felicidade era pouco perto do que eu sentia. Benjamin havia se tornado a felicidade, e eu o sentia. Sinônimos. Se eu soubesse explicar o que eu sentia, talvez eu não amasse. O amor foge as explicações possíveis. Mas talvez seja isso: Descobrir o que o outro fala, mesmo quando ele não diz. Leonardo da Vinci disse "As mais lindas palavras de amor são ditas no silêncio de um olhar". Ele estava certo. Era o que eu vivia.
No outro dia, era hora da educação física. Pra escapar eu disse que iria estudar pra prova de um colégio de ensino médio, tinha de ler um livro e ia utilizar esse tempo vago para ler. Ali seria perfeito. Mas eu não estava prestando atenção. Eu havia passado o dia mergulhado no livro, porque estava completamente distraído do resto do mundo. Vinicius e Alencar nem sonhavam o que se passava. Eu tinha de contar pra eles, mas deixei eles verem. Assim avaliariam...
Chegando lá, todos se dispersaram. Grupos pra cá, outros pra lá. Eu fui até o campo de futebol e sentei na arquibancada. Haviam lugares mais frescos embaixo das arvores, mas tinha de ser lá. Parecia uma parada de ônibus, com telhado, era só um banco pequeno, mas era o que havia sobrado da antiga arquibancada. Me sentei contra o canto do banco, e juntei meus joelhos em meu peito, de lado. Levantei o livro até a altura da cabeça e espiei por cima, para frente, onde estavam a maioria das pessoas, onde ficavam as arvores. Era mais alto lá, e a descida era pelo lado, então quem quer que fosse descer, eu veria. Eu reconheci aquele cabeção de longe! Lá estava ele, marchando lentamente até mim. Sexy demais, fazia um charme nos braços, nas pernas e no embalo. Chamando a atenção aquele exibido!
Mas como todo plano tem uma falha, la vinha uma das meninas mais chatas do colégio. Ninguém gostava dela, e ela odiava Benjamin (Isso da boca pra fora... Ela até confessou gostar dele, mas depois desmentiu tudo) e começou a conversar comigo. Lá vinha ele, e não estava feliz com a presença dela. Enquanto ele se aproximava eu enfiei minha cara no livro e ela sentiu um clima pesado. Então ela saiu. Mas antes disse "Vou deixar os pombinhos a sós". Nem dei bola, ele sentou-se do outro lado do banco e ficou olhando pro campo. Aos poucos eu fui observando meus colegas vidrados no que acontecia entre nós. Pra alguns nós iriamos começar uma briga, pra outros, iriamos nos beijar. Mas era engraçado ver eles espiando, e quando eu olhava, disfarçavam. Eu vi no olhar de alguns curiosos que estavam tensos pela expectativa, queriam ser uma mosquinha entre nós dois. Com toda atenção virada pra mim, ele começou a falar sem contato visual, e eu ainda na defensiva, como se ainda estivéssemos brigados, não nos olhávamos. Ai nós retomamos o assunto de que Jean havia causado boa parte disso, falamos de varias coisas, sem perder a pose séria. Tinha gente que tocava a bola perto de onde estávamos e brincava com ela antes de sair de perto. O assunto parava. Planos frustrados, curiosos!
Eu estava me sentindo o máximo. Fechei o livro e apoiei minhas mãos no banco, assim como ele. Foi quando nós começamos a rir descontroladamente. Se era um show que eles queriam, era um show que iriam ter. Mais alguns minutos e estavam todos dfcs em volta da gente. Davi me fitava nos olhos como tentando me perguntar algo mentalmente. Eu fiz cara de poucos amigos e disse que estava ocupado lendo. Funcionou e eles saíram. Passamos apenas um período no campo, e durante esse tempo ninguém além dos garotos havia ousado chegar perto de nós. Na ida nos separamos, mas ele queria me levar em suas costas, coisa de bobão. Eu disse pra ele ir com os amigos dele, mas ele foi sozinho. Eu conversei com Alencar e Vinicius, que estavam curiosos. Nós tínhamos uns cinco minutos até eu terminar a história e disse que queria eles por perto no próximo período. Assim seria mais fácil não dar bola pro Benjamin tanto quanto eu queria. Foi o suficiente ele pegar os materiais dele e sentar ao meu lado. Já escutava os cochichos...
_E então Ben, o que aconteceu entre você e esse ai? - Fui pego de surpresa pela pergunta de Alencar. Vinicius deu uma cotovelada nele quando Ben olhou pro chão rindo.
_Como assim? Foi besteira do Jean... - Disse ele. Alencar segurava pra não rir do meu constrangimento, devia estar vermelho.
O tempo insistia em passar rápido quando eu não desejava. Aquele período nós não prestamos tanta atenção. Era um debate de Religião, e por isso geralmente nós tínhamos dois períodos de Educação física. Era uma matéria nada obrigatória. Eu estava com a cabeça recostada na mesa, quando eu vi um papel bater na minha perna e ficar ali. Eu abri ele lentamente.
Estava escrito de um lado "De Benjamin" com a letra tipica dele. Havia um coração no canto, um pouco a esquerda. Estranho.
Do outro lado estava escrito
"Você quer.... Namorar comigo?"
Obrigado novamente a todos que leram e gostaram, fico feliz que tenha conseguido comover vocês. É pra isso que eu escrevo. Esse capitulo ficou bem menor, mas é o capitulo que equilibra o anterior. Sofrimento + Alegria fazem amor certo? O anterior era o sofrimento, esse a alegria. Ai está o resultado. Obrigado a todos que acompanham, não pretendo dar detalhes do rumo da série, porque agora ela começou. Espero ter tempo pra continuar postando, pois vou começar a trabalhar.
Outros capítulos!
Coração Otário - Capitulo: Prólogo
(http://www.casadoscontos.com.br/texto/Coração Otário - Capitulo: Destino (1)
(http://www.casadoscontos.com.br/texto/Coração Otário - Capitulo: Olhos Mistériosos (2)
(http://www.casadoscontos.com.br/texto/Coração Otário: - Capitulo: Ironia (3)
(http://www.casadoscontos.com.br/texto/Coração Otário: - Capitulo: Montanha Russa (4)
(http://www.casadoscontos.com.br/texto/Coração Otário - Capitulo: Aceitação? (5)
(http://www.casadoscontos.com.br/texto/Coração Otário - Capitulo: Verdade Incontestável (6)
(http://www.casadoscontos.com.br/texto/
