- Peter, Diana, essa é a Ágata. – Disse Andrew estampando um sorriso.
- Oi, tudo bom? Disse ela nos cumprimentando.
- Tudo. – Disse eu examinando-a melhor.
- Aha. – Fala Diana.
- Vocês todos estudam juntos?
- Sim, sim, eu, Diana e Peter estudamos na mesma turma e...
- Então Ágata, você é o que do Andrew mesmo? – Disse cortando ele, e encarando seus olhos sedutores em poucos segundos, antes de voltar meu rosto ao de Ágata para ouvir sua resposta.
- Sou prima dele, morei alguns anos aqui quando era criança e, acabei me mudando com meus pais para o Rio de janeiro quando tinha 11 anos, mas agora estou de volta, meu pai recebeu uma proposta de emprego melhor aqui, por incrível que pareça, e nós estamos nos mudando para cá agora.
- Hum, você irá estudar aqui? – Disse Diana curiosa.
- Sim, me matriculei na sexta.
- E por que não me contou nada? – Disse Andrew.
- Ah Andrew, eu queria lhe fazer uma surpresa né. – Fiz uma cara de contente pelos dois, mas não tão contente assim por dentro.
- Adorei a surpresa, afinal, fazia um tempo já que eu não via você.
- É fazia... – Os olhos de Ágata brilharam ao dizer isso.
Andrew estava muito feliz ao rever sua prima do Rio novamente, ela também estava, apesar de demonstrar mais felicidade do que ele ao reencontro que tiveram. Ágata era ainda mais bonita de perto, seus olhos eram de um verde claro belíssimo, suas roupas modernas contrastavam sua aparência, realçando mais ainda seu rosto de menina esperta e doce. Ela tinha um corpo todo delineado, possuía seios bonitos, mas não tão grandes (Não exagerados), pernas finas, mas não secas e, por último, o que com certeza era o mais belo de tudo, o seu cabelo, Comprido e sedoso, cintilando ao sol com o balançar de sua cabeça.
- Bom, eu posso te mostrar o colégio se você quiser, já que você é nova por aqui.
- Claro, vamos.
- Tchau, a gente se vê mais tarde.
- Tchau. – Disse eu e Diana.
- Peter, eu sei que você não atua bem, mas tem que melhorar. – Disse Diana após eles saírem.
- Aii Di, não gostei muito dela, quer dizer, gostei, ela parece legal, mas alguma coisa me diz que há algo errado nela, eles parecem ter tanto em comum, que talvez até...
- Peter! Para! Não começa, o Andrew te ama, a prima dele veio do Rio, eles não se viam há muito tempo, então é normal eles estarem com saudades e quererem conversar mais. Além do que, você está sendo injusto em julgar a garota assim.
- É tem razão, eu acho que eu não devo pensar assim, né? E também, Andrew me ama muito, assim como eu amo ele também, não tem por que duvidar do nosso amor...
- Claro que não Peter, não fica com ciúme, ele são apenas primos.
- Bom, vamos pra aula então, já vai começar. – Disse ligeiramente não querendo admitir o ciúme.
Fomos para a aula e quando entrei na sala acabei tendo outra péssima visão: Ágata estava sentada ao lado de Andrew (Naquele dia teríamos um trabalho em dupla). Aquilo me deixou um pouco perturbado, na verdade, me deixou muito perturbado, ela estudaria na nossa turma e ainda por cima estava sentada com ele, Andrew, meu Deus grego, perfeitamente lindo e fofo. Não deixaria de sentar com Diana para sentar com Andrew só por que estávamos namorando, mas também não queria que ele sentasse com Ágata, a sua prima fantasticamente linda e simpática, pois sentia que ela buscava algo mais em Andrew do que recordar os velhos tempos e matar a saudade.
- Com tantas turmas de segundos anos, ela teve que ficar justamente com a nossa? – Falei indignado.
- Senta na cadeira primeiro, fala mais baixo e vê se não faz barraco.
- Tá! Tá! Que seja, só não gostei de ver ela sentada com ele.
- Tá então pede pra sentar com ele, pronto!
- Primeiro, não vou chegar lá do nada e dizer: Oh Andrew, eu queria sentar com você, será que você poderia despachar a sua prima e me deixar sentar ao seu lado? Segundo, eu amo o Andrew, mas não sou do tipo que só por que tá namorando, larga a melhor amiga e vai sentar com o namorado.
- Sério? Own...– Falou Diana toda feliz já logo me abraçando.
- De nada...
- Tá, mas agora para de dar chilique por que eles não estão fazendo nada de mais, a Ágata não vai roubar o seu amor e a aula já vai começar. - Diana deu um largo sorriso artificial, fazendo me rir.
A aula foi demorada, a cada período, sentia a afinidade de Andrew e Ágata crescer, queria Andrew só pra mim, estava sendo egoísta? Sim, mas quando a gente ama alguém de verdade, a gente não quer perder essa pessoa, e eu estava amando Andrew perdidamente, queria proteger esse amor com todas as minhas forças.
Quando o último sinal tocou, levantei rapidamente da cadeira para ir para rua falar com Andrew. Cheguei na frente do portão e lá estava ele, sentado na calçada conversando com Ágata.
- Oi Andrew, oi... Renata né? – Eu sabia o nome dela, fato.
- Ágata...
- Isso aí, bom, Andrew, você vai comigo a pé hoje?
- Vou, vou, Ágata, você vai como?
- De carro com meu pai... Falando nele, ela já tá ali me esperando, bom, vou indo, tchau primo, foi ótimo te rever. – Disse ela se despedindo dele com um beijo no rosto. – Tchau Peter. – Ela veio e me beijou também. – Foi legal te conhecer. – Disse sendo 100% simpática e agradável.
- Tchau...
Depois que a Ágata foi embora, Andrew e eu voltamos caminhando para casa, eu poderia ir de topique, ouvindo aquela criançada gritando no meu ouvido, mas óbvio que eu preferia ir caminhando ao lado da pessoa que fazia o meu dia mais alegre, que deixava meu coração disparar quando tocava em meu corpo e que apenas com o olhar, encantava meus sentimentos, tirando a atenção de tudo que via. Só teria tudo isso... Com ele.
Minha casa era longe da escola, mas Andrew recompensava a distância e todo o resto. No começo ninguém falou nada, mas logo ele resolveu quebrar o silêncio encarando-me com aqueles olhos repreensivos que mais pareciam sorrir:
- Eaí, o que achou da minha prima?
- Bonita, mas enjoadinha, quer dizer... Simpática, mas eu não gostei dela ter ficado grudada em você o tempo todo...
- Ficou com ciúme é?
- Não foi isso... – Disse ficando completamente vermelho, sob aquele olhar.
- Você até falou o nome errado dela, na verdade foi de propósito né? – Disse ele sugerindo a mim.
- Sei lá, às vezes me confundo... – Tentei disfarçar, não consegui.
- Morzaum, sério, olha aqui pra mim, eu te amo mais do que tudo, a relação que eu tenho com a minha prima é apenas amizade, com você eu não tenho amizade, eu tenho o sentimento mais especial do mundo, que talvez não pode nem ser descrito como amor... – Disse ele baixinho se segurando pra não me abraçar e me beijar, provando pra mim todo seu amor e verdade em relação aos seus sentimentos.
- Eu te amo também... – Disse mechendo os lábios juntamento com um sorriso estampado gritando em meu rosto: Você é a pessoa que eu mais amo no mundo.
Depois do que Andrew falou pra mim, estava convencido do que a única coisa que havia entre ele e Ágata era apenas amizade, até por que, conseguia sentir a verdade que seu rosto expressava, declarando afeto com os olhos e sentimento através do sorriso.
Quando chegamos a sua casa, paramos em frente ao portão:
- To morrendo de vontade de te beijar Peter, você não faz idéia. – Disse ele falando baixinho.
- Faço sim, aguentar a aula toda sem um beijo seu é como sentir a falta de água em um deserto por 5 dias...
- Pena que minha mãe está em casa, se não podia matar a sua sede. – Disse ele insinuando com os olhos cheios de fervor.
- Queria poder ficar mais tempo com você, acho que vou ter que ir ver meus pais esse fim de semana, não sei nem se vou poder ficar pra fazer o trabalho. – Disse perdendo o brilho que levava no rosto de quando estava caminhando com Andrew.
- Não se preocupe, a gente vai dar um jeito de se ver mais vezes, viu? – Falou ele olhando pros lados para ver se não havia ninguém por perto e me dando um selinho rapidamente logo em seguida, com gosto de quero mais.
- Tá bom... – Disse enquanto ele se afastava para ir para casa. – Espera.
- O que foi? – Disse ele já na frente da porta de casa.
- Você não existe...
Andrew ficou meio paralisado em frente à porta, como se estivesse pensando no que dizer, ou analisando o que eu havia dito. Até que um instante depois ele então muda sua expressão virando seu rosto para mim, sorrindo do jeito mais lindo que se possa imaginar, mostrando seus dentes branquinhos e o olhar de moleque levado e arteiro que fazia parte do seu jeito único de ser. Eu então levantei a mão, abanei e ele abanou também entrando em casa ainda com o sorriso no rosto.
A semana foi meio cruel, não tive quase absolutamente nenhum momento a sós com Andrew, quando não estava em casa, ele me ligava pra gente se encontrar, e quando eu estava em casa, ligava pra ele, mas também estava sempre ocupado. Estávamos torcendo para que o domingo chegasse, pois havia falado com meus pais, e combinamos que eu iria ficar o fim de semana lá, mas que no domingo de manhã voltava para fazer um trabalho de história junto com Diana, Ágata e Andrew. Claro que o verdadeiro motivo por estar desejando tanto o domingo assim era pela razão de que, depois que terminássemos o trabalho na minha casa, Andrew ficaria lá comigo, já que minha tia e os meus primos não estavam no momento, assim poderíamos passar um tempinho juntos para matar a saudade.
No domingo de tarde, demos inicio ao trabalho, tive a oportunidade de conhecer Ágata melhor, e perceber que ela era uma pessoa muito bacana, minha intuição estava errada sobre ela, além de ser uma pessoa muito bonita, era gentil e inteligente, mostrava uma educação incrível.
Lá pelas 16h15min da tarde, já estávamos quase terminando a pesquisa sobre a escravatura no período colonial do Brasil, e precisávamos buscar o cartaz que Andrew havia comprado para a apresentação. Na sala de estar, estava buscando informações no computador enquanto ouvia eles discutirem quem buscaria o cartaz na casa de Andrew:
- Bem, acho melhor ir eu e Andrew, a Ágata pode ajudar o Peter na conclusão, eu aproveito e passo na minha casa para pegar as imagens que eu imprimi e esqueci de trazer.
- Tá, pode ser, só vou ali falar rapidinho com o Peter. – Disse Andrew.
Quando ele chegou atrás de mim, não me virei, esperei ele me surpreender, sabia que faria ou diria algo.
- Vou lá buscar o cartaz rapidin, para terminarmos mais rápido o trabalho e sobrar mais tempo para nós. – Disse sussurrando em meu ouvido e cheirando meu cangote.
- Não faz isso aqui, você sabe que eu não resisto. – Falei deixando a cabeça cair para trás para ele poder me beijar daquele jeito que só ele sabia, compartilhando todas as suas sensações comigo...
- Andrew vamos!
- To indo Diana! Já volto, viu? – Sussurrou a última parte.
- Tá, vai seu danado... – Disse mordendo os lábios.
Diana e Andrew saíram e Ágata veio até a sala de estar para me ajudar a fazer a conclusão:
- O que você acha dessa parte Ágata? Você prefere assim ou ass...
- Quanto tempo faz que você está namorando o Andrew escondido? – Ouvindo aquelas palavras vindo de Ágata, fiquei chocado, não acreditei no que ela havia dito, parecia até outra pessoa pelo tom de voz.
- Como...? – Disse me virando para olhá-la com ela mostrando-se incomodada pelo fato de Andrew ser muito próximo de mim.
- Não se faça de tonto... Querido Peter, quer que eu desenhe pra você...? – Disse ela pronunciando cada palavra com leveza e ódio nos olhos.
- É verdade sim, - Disse demonstrando calma, mas surpreso por dentro por saber que realmente minha intuição estava certa. - eu e Andrew estamos namorando, aonde você quer chegar com isso?
- Direi a você... Mor... – Falou Ágata, deixando clara a perversidade em seu sorriso e a maldade em sua fala.
Continua...
Msn: will52@hotmail.com (Sou do RS, se tiver algum gaúcho aí lendo o meu conto, adicionem-me ^^)
