Doce Kruelldade: #4 - Secret Fantasy

Um conto erótico de Sweet Kruella
Categoria: Sadomasoquismo
Contém 1157 palavras
Data: 26/05/2011 09:31:13
Última revisão: 26/05/2011 09:43:54

Samantha é seu nome e o Medo é sua arma. Que a olha, vê apenas uma senhora arrogante, mas que a conhece sabe a insanidade que povoa tão experiente corpo. Gosta de poesia, de música e de arte, mas os considera supefluos, desnecessários. O que ela gosta mesmo é de sexo. Não importa o outro, seja homem ou mulher, Samantha gosta de sexo e ponto. Há alguns anos trocamos correspondências e ela, certa vez, disse que gostaria de ver uma de suas histórias publicadas. Contou-me várias e disse que eu deveria escolher a que mais gostava. Havia tantas opções, tantas possibilidades, porém, assim que li a que vos contarei, senti que seria ela a escolhida. Ao saber de minha escolha, Samantha logo mandou-me mais informações acerca dela. Informações e relatos esses que vos conto agora.

Era noite de ano-novo, mas estava sozinha em meu apartamento. Luzes apagadas e total silêncio, excetuando-se os esporádicos fogos de artifício que brilhavam por sobre os telhados de terracota da cidade. Achava todos os humanos patéticos com seus desejos de 'feliz ano-novo', palavras vazias. Bebia vinho. Por volta das duas da manhã, algum infeliz tocou minha campainha; eu estava sentada na varanda e lá permaneci, apenas sentindo o vazio d'alma ser preenchido pelo vinho. Foram embora, mas o celular começou a tocar. Era uma música triste, mas que me agradava. Bem lenta, enchendo o ambiente das sombras que o vinho tornava vivas. Tenho um fraco por bebidas e pessoas, você sabe.

Lá fora a noite tornava-se cada vez mais sombria e fria. O celular seguia tocando. Irritada, olhei no visor. Número desconhecido. Atendi. A ligação chiou algum tempo, depois uma voz sensual invadiu-me e alojou-se no baixo ventre, entre minhas pernas. O tom de voz que o estranho me dirigia era abusivo e sendo em qualquer outra situação, o mandaria se foder, mas não naquele 1º de janeiro de 2001. Ele falava com sotaque pesado, forçava às vezes. Disse que podia me ver de onde estava e mandou que eu tirasse minha blusa e expusesse meus seios para que ele os visse. Sem pensar muito, despi-me o mais rápido que o álcool permitia e busquei-o com os olhos. Minha pele, doentiamente branca tornava-se prateada com a luz da lua e ele mandou que eu ficasse quieta, porque não o encontraria. Engoli em seco e apoiei-me casualmente no parapeito da varanda, de metal. Quem passasse pela rua não notaria minha nudez e creria apenas que eu felicitava algum próximo. Idiotas.

– Vire-se. – Foi o que ele disse, do outro lado da linha e eu de pronto o fiz. Dentro do apartamento as sombras tomavam formas e eu o vi, a dois passos de distância. Me olhava com cobiça, seus olhos de um estranho castanho faiscavam. Em lentos passos ele veio em minha direção, ainda falando ao telefone. Provocando-o, disse-lhe que deveria ficar aonde estava ou eu chamaria a polícia, pois ele invadira meu apartamento. Ele riu, uma risada gutural. Também ri, pois eu sequer me convencera de que não o queria. Abaixei o shorts que usava, curtinho e camuflado, e a minúscula calcinha o encantou.

– Aqui está frio... – Minha pele estava arrepiada, mas não era de frio. Era um misto de medo e tesão, aquela coisa que sentimos ao nos exibir para um macho. Desliguei o celular e ele fez o mesmo. Aproximei-me dele. Seus braços me envolveram e logo senti sua ereção sob a calça de linho marcada. Aquele homem era perigoso e sabia brincar comigo, sabia que eu adorava homens de terno e gravata. A dele era de seda branca, minha preferida. Abaixei-me para libertá-lo, mas ele me segurou; disse que a noite era minha, não sua, e segurando-me pelos braços com firmeza e cuidado, levou-me para o sofá, d'onde podíamos ver a lua. Com violência ele tirou minha calcinha, rasgando-a. Parecia um Lúcifer moderno, insano e belo.

Ele abriu minhas pernas e penetrou-me com dois dedos, movimentando-se com rapidez. Expus-me toda, entreguei-me aos seus dedos e boca. Com a mão restante ele abertava meus seios e depois, passou a brincar com a pontinha de sua língua em minha intimidade. Penetrou o opositor em meu ânus e o usou como uma pinça. Gozei. Ele ria com a mesma risada de antes e deu-me seus dedos para lamber. Com a outra mão ele penetrou-me no ânus novamente, sem qualquer delicadeza, e eu me tocava com a mesma violência. De repente ele parou. Senti-me novamente vazia e só, mas logo ele voltou com seu membro pulsante à altura de meus olhos. Não hesitei. Ele não tinha pêlo sequer, como eu sempre gostei, mas quando senti que meu gozo se aproximava, ele segurou-me e mandou que parasse. Segui me masturbando enquanto ele sumia na penumbra do apartamento, para em seguida reaparecer com duas velas brancas em mãos. Ele também estava nu, apenas com a gravata de seda. Seu peito não era depilado, como os dos jovens, mas era tão sensual quanto. Tinha olhos de predador e sob a luz da lua, ele fez com que eu me ajoelhasse e em meu corpo pingou a parafina escaldante.

Primeiro nos seios, deixando os bicos cobertos de parafina. Depois, ele se ajoelhou de frente para mim e por instinto, deitei-me no carpete. Ouvi um riso breve, seco, e em seguida senti o calor ir aos pingos até meu sexo. Dois dedos me penetraram e não demorei para ter um dos mais fantásticos orgasmos desde sempre. Ele me machucava, mas eu não sentia dor e me contorcia com os espasmos. Novamente ele me ofereceu seus dedos ao que aceitei de bom grado. Enquanto lambia-os, senti algo grande e teso buscar passagem em meu sexo, mas não era seu membro. Tentei olhar para saber o que era, mas sua mão voltou-me para meu pescoço e sua face contorceu-se numa careta monstruosa. Tive medo. Muito medo, mas também sabia que ele não seria capaz de me machucar, nem faria nada que eu não quisesse. Confiava nele como não confiara em nenhum outro antes. Nem mesmo em meus Senhores. E cedi. Foi como se ele me rasgasse, mas fechei os olhos e senti-o apenas pelo tato. Uma língua safada aventurou-se pelo meu seio e outra, pelo meu sexo. Deviam ser cinco, nunca tive certeza. Em certo momento, quando o dia começava a nascer, eles me vendaram e minha xoxota, que já havia envolvido cada um dos seus membros tesos, teve finalmente um descanso. Acordei deitada em minha cama com o corpo coberto de parafina e alguns arranhões. Mal conseguia caminhar e ainda assim, masturbei-me lembrando de cada coisa que havia acontecido comigo na noite anterior. Doeu, muito, mas eu não sentia.

Eu nunca soube quem eram eles, nem nunca os reconheci em lugar algum. Guardo comigo essa fantasia secreta de poder reencontrá-los, mas já não tenho mais esperanças. Passou-se o tempo e com ele eu me fui. Resta-me apenas a lembrança daqueles olhos animalescos, sedentos de medo e de prazer.

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