A porta do inferno - 4° parte

Um conto erótico de Knight
Categoria: Heterossexual
Contém 1621 palavras
Data: 11/05/2011 11:29:34

Presas e amordaçadas lado a lado em uma corrente que tangenciava a parede, na posição conhecida como estrapado, com os braços suspensos atrás do corpo, doze garotas com olhar apavorado eram examinadas minuciosamente por Dante, como um general que inspeciona suas tropas. O outro homem na sala era Alexander L’Onnais, pirata francês de longos cabelos e barba por fazer, conhecido como “o mercenário”, que olhava satisfeito para o futuro pagamento que receberia pela sua missão, assim que a completasse.

- Então, mercenário, como combinado. Todas estas garotas serão suas assim que você me trouxer o forasteiro Knight, que agora está em Rockland. Escolhi pessoalmente as meninas que serão seu pagamento – disse Dante, aproximando-se de uma bela oriental, e continuou: - Essa eu fui até o Japão buscar para você. É a ex-chefe da guarda pessoal do imperador. Deu um pouco de trabalho trazê-la, mas aqui está. A loira ao lado dela é a filha do rei Maximiliano da Baviera. Se você fizer tudo direito, em breve terá uma legítima princesa pronta para te servir nos porões do seu navio.

- Negócio fechado, Dante. Mas parece que a melhor de todas você guardou para você.

Olharam então para a bela loira com os punhos amarrados aos braços de uma cadeira. Jill os encarava com seus belos olhos azuis repletos de raiva e apreensão. Dante caminhou até ela e sorriu tocando-lhe o rosto:

- Esta aqui não está a venda, Alexander. É a noiva de Knight. Minha carta na manga para atraí-lo até aqui. Justamente por isso você deve trazê-lo vivo.

- Já matei justiceiros iguais a ele em três continentes diferentes, Dante. Ter que trazê-lo vivo tira todo o prazer do meu trabalho. Por que você faz tanta questão disso?

Neste momento o sorriso sarcástico no rosto de Dante se desfez. Soltou Jill das cordas e ordenou:

- Tire suas roupas, suba na mesa e dance para a gente, menina!

Jill não acatou a ordem, continuou a fitá-lo desafiadora. Levou então um tapa no rosto que a fez girar e cair ao chão.

- Jill, Jill. Sei que você não se importa muito com a sua vida desde que chegou aqui. Mas vai me obedecer, senão vou escolher algumas daquelas garotas e matá-las na sua frente. Tenho certeza que o Sr. L’Onnais não se importaria se faltassem uma ou duas, em troca de ver você dançar para nós.

- Definitivamente não, Dante! – respondeu o mercenário.

Sem opção, Jill deixou o vestido escorregar por seu corpo, revelando suas formas esguias e femininas, e timidamente subiu sobre a mesa. Como se nem sequer reparassem na garota que agora dançava, Dante serviu dois copos com rum, entregando um ao seu convidado. Sentaram-se à mesa em que Jill dançava e seguiram com os negócios:

- Agora bebamos, Alexander! Vou responder a sua pergunta do porquê de trazê-lo vivo. Ele me desafiou para um duelo em Rockland. Por isso, se eu colocar meus pés lá, será eu ou ele. Então contratei você para trazer o homem que seguirá com os meus trabalhos e herdará meu império. Meu filho.

FAZENDA DE INMAN KNIGHT, CAROLINA DO SUL – 1838

No quarto, sob a pouca luz emitida pelos lampiões, a governanta Ruby segurava perplexa em seus braços o recém-nascido, já morto. À sua frente, sua patroa, Ada McKnight chorava ensopada em suor. Em dois anos, era a segunda vez que isso acontecia.

- O bebê nasceu morto, sinhá. Lamento muito.

O coronel Inman McKnight então deixou o quarto em pisadas fimes, sem nada dizer. Foi até a cozinha, onde empurrou violentamente as duas empregadas que lá estavam, serviu-se de uma dose de whisque virando-a em um gole, em seguida atirando o copo ao chão.

“Se essa mulher não pode me dar um filho homem, então ela não serve para mim!”.

Nervoso, sentou-se na cadeira da varanda e acendeu um charuto. Ainda podia escutar o choro de sua esposa vindo do quarto.

Ada sentia tanto quanto seu marido o fato de não conseguir gerar o filho que ele tanto desejava. Ela havia sido escolhida pelo clã dos McKnight para ser a esposa do coronel, e agora sentia que havia desonrado toda a família. Não sabia como seria seu destino e sua vida dali por diante.

Numa madrugada, após uma briga com Inman, ela resolveu sair de casa, apenas com suas vestes de dormir no frio da noite. Sem ter para onde ir, pôs-se a chorar no celeiro da fazenda. Fui quando recebeu a inesperada visita do homem de pele pálida, olhos e cabelos negros. Este pegou-a pelas mãos, como que tentando consolá-la. Sob o turbilhão emocional em que estava, Ada não se importou com a presença do forasteiro e contou-lhe sua história.

- Eu posso te dar um filho homem, Ada. Ninguém saberá que ele não é filho do coronel. Em troca, só quero que você saiba que ele, um dia, será o homem que vai me substituir e reinar no inferno.

Ada pareceu apenas ouvir a frase “eu posso te dar um filho homem”. Sem nenhuma outra escolha a vista, aceitou.

Nove meses depois, nascia um bebê forte e saudável naquela fazenda. Foram dias e dias seguidos de comemorações entre Inman e seus amigos fazendeiros da região. Estava lá “seu” filho homem que ele tanto quisera: Bryan McKnight.

SALOON DE SELENE – 1863

Enquanto bebia sozinho, esperando que Dante aparecesse para o duelo, Knight notou alguém se mover ao seu lado. Em um movimento rápido sacou a arma e apontou para a cabeça de quem quer que fosse que estivesse ali.

Eram Alicia e Nina, as dançarinas de Selene, que olhavam assustadas para o cano da arma.

- Vocês duas não dormem nunca?

- Viemos apenas te entregar isso – respondeu alicia – entregando-lhe um pequeno pentagrama prateado e reluzente – é um símbolo da nossa antiga cultura, antes da igreja destruir nossa religião e taxá-lo como algo demoníaco. Você salvou nossas vidas ontem, e esperamos retribuir assim.

- Obrigado, moças – disse Knight, indiferente – mas entre a sua fé e a minha Smith e Wesson, eu fico com a segunda opção.

- Não é isso, Knight - emendou Nina - Ele é feito de prata. Derreta-o e faça uma bala para sua arma. Só assim você conseguirá matar o líder dos diabos do leste aqui na terra.

- Sendo assim, aceito o presente.

As duas continuaram imóveis na frente do forasteiro, e agora sorrindo Alicia diz:

- Você está muito tenso, Bryan. Acho que nós podemos de alguma maneira te acalmar antes do duelo.

Vendo Nina abraçar Alicia, as bocas se colarem e as mãos de uma descerem para o sexo da outra, Knight perde toda a concentração no que estava fazendo. Seu pau endureceu enquanto ele pensava em como Jill se sentiria vendo aquela cena, ou se ela gostaria de se juntar aos três...

Sua divagação foi interrompida por tiros que vieram do andar de baixo do saloon. Knight conferiu o tambor de sua arma, completamente carregada, levantou-se rapidamente e antes de chegar às escadas acertou a cabeça de dois capangas de Alexander com dois tiros certeiros.

Ao chegar ao bar, reconheceu o mercenário que agora tomava Selene como refém, usando-a como escudo e apontando a arma para sua cabeça.

- L’onnais, há quanto tempo! Como está seu maxilar depois que eu o quebrei naquele bar em Denver?

- Eu lembro de você, Knight. Todas as vezes que tenho que mastigar alguma coisa. Como eu esperei por esse momento.

- Vocês dois se conhecem? – gritou Selene?

- Já trocamos alguns socos uma vez. Meu amigo Alexander ficou com um maxilar quebrado e eu fiquei com a namorada e o cavalo dele – respondeu Knight.

- Eu vim literalmente te mandar para o inferno Knight. O Dante quer te ver.

- De pirata e escroque de renome internacional para garoto de recados do Dante, L’onnais. Que decadência.

O francês, irritado com o comentário, engatilhou sua arma e apontou-a para Knight, que foi mais rápido e disparou primeiro, decepando a mão do oponente e fazendo a arma cair ao chão. O mercenário ajoelhou-se berrando de dor, sendo em seguida acertado por um soco de Knight que o fez ficar zonzo.

- Me diga onde o Dante se esconde aqui e onde está a Jill, babaca! Fala agora que talvez eu te deixe vivo – dizia Knight segurando-o pelos cabelos.

- Ele desmaiou, Knight – disse Selene.

- Então vamos brincar de roleta russa agora.

Knight esvaziou o tambor de sua arma deixando apenas uma bala. Girou e fechou-o de volta. Arrancou as calças do inimigo descendo-as até os joelhos e de uma forma inesperada e violenta enfiou a arma no ânus do mercenário, que então acordou em um pulo.

- Parece que agora eu tenho a sua atenção, L’onnais! Você tem no máximo seis chances de me responder onde o Dante se esconde, é o número de balas que cabem nesse tambor. Por isso este é um daqueles momentos em que você deve pensar bem no que vai responder.

- Vá se foder, Knight! E tire isso de m... “CLICK” – Knight apertou pela primeira vez o gatilho e a arma não disparou. Alexander percebeu que ele não estava brincando.

- Tudo bem! Tudo bem! Eu não sei onde ele está, Knight. Quem me levou até ele foi a ruivinha, a garota com sardas no rosto. Ela deve saber. Agora por favor, pare com isso – dizia o francês já com lágrimas nos olhos.

Knight bateu então com a coronha da arma na cabeça do oponente, fazendo-o desmaiar de novo. Olhou para Selene que disse:

- Ele está falando da Hella, Knight. A garota que você conversou aquela vez, e que guarda a porta do inferno.

- Eu sei, Selene. Para quem estava esperando um cachorro com três cabeças vigiando aquele portão, vai ser bem fácil arrancar da Hella onde fica o esconderijo do Dante aqui na Terra. Agora vamos, você precisa me mandar de novo para lá.

Continua...

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