A. e B.: tudo poderia ter sido diferente.

Um conto erótico de A.H.
Categoria: Homossexual
Contém 1238 palavras
Data: 17/04/2011 18:09:59
Assuntos: Gay, Homossexual

Me chamo A. H. e tenho 24 anos. Quando tinha 10 anos, chegou em minha escola um garoto chamado B.C. , que se tornou, de certo forma, meu desafeto. Eu sempre havia sido o melhor aluno da turma. Gostava dos elogios das professoras, da diretora e dos funcionários da escola. Gostava muito, também, dos comentários invejosos dos meus colegas. Bom, não sei se, de fato, eram invejosos ou eu é que era prepotente demais. Acho que fico com a segunda opção . Bom, mas voltando ao B....bom...o B. chegou pra competir comigo. Fiquei puto da vida quando descobri que ele havia tirado, como eu, 10 na prova de matemática. Aquela bendita prova que havia sido o terror da turma. Fiquei possesso! Na minha mente egoísta, apenas eu poderia tirar 10 e nenhum outro colega poderia ter o desplante de tirar tal nota. Para agravar mais a situação, o B. tinha tirado 10 cravado e eu...ah eu! Meus 9,75 tinham sido arredondados para 10! O pobre garoto mal sabia que tinha assinado sua sentença de morte! Já disse: não admitia ficar pra trás. Os elogios, as invejas, as notas 10 tinham que ser só meus. De mais ninguém! Sei que isso é profundamente egoísta, mas o que poderia ter feito? Era só uma criança! E crianças não estão interessadas nas regras do jogo... A partir de então, B passou a ser um grande estorvo do qual tinha que me livrar a qualquer custo. Tanto mais que a fama dele começava a correr na escola. A gota d’água foi quando a professora falou em sala de aula, PRA TODOS ESCUTAREM:” Parece que temos um novo gênio na sala. B., querido, parabéns, você obteve as maiores notas da turma, venha receber seu presente”. Nesse momento, ela lhe entregou uma faixa e uma caixa de bombons “boy” (não vou fazer comercial de graça), aqueles da caixa amarela. Aquele bombom tinha o sabor da morte pro pobrezinho do B. Passei a maquinar de que forma o mataria, até, chegar à conclusão de que deveria me aproximar dele para isso. Bom... foi muito simples. Eu tinha um SUPER NINTENDO e vários jogos legais daquela época, como: Mortal Kombat II, III e ultmate. B.não tinha nada disso. Mas B., assim como eu, era aficionado por esses jogos, tanto que quase pulou de alegria quando convidei-o para ir até a minha casa jogar. Pedi desculpas por ter sido hostil com ele algumas vezes, dizendo que tinha achado que ele era esnobe e tal...mas que tinha percebido agora que ele era um bom camarada. Disse que tínhamos muito em comum...e que achava que poderíamos ser bons amigos. Não menti. Tínhamos muito em comum e poderíamos mesmo ter sido bons amigos. B. era uma versão minha. Ele era a minha versão do bem. Gostava de ajudar as pessoas; não entrava em brigas; não estrangulava as galinhas da vizinha até a morte; não envenenava os cachorros alheios; mão mentia só para ver as pessoas se darem mal; não humilhava ninguém e, acima de tudo, não tinha , aos 5 anos de idade, empurrado nenhum amiguinho seu de mesma idade, em um igarapé profundo, só para ver se as pessoas realmente morriam afogadas. B. era avesso a tudo isso. Na verdade, ele agia de forma totalmente oposta. Diga-se, porém, que se eu cheguei a fazer essas coisas, era só porque era criança. Não sabia o que era o bem ou o mal. Bom... chega de lero lero. Decidi, finalmente, como daria cabo de meu novo amiguinho. Ao final da escola, convidei B. para pegar goiaba no terreno baldio que ficava atrás da escola. Pulamos o muro. Ninguém da escola viu a gente (aquela era uma zona proibida pela direção). O lugar estava meio deserto, e o sol começava a dar sinal de que desapareceria. B. , como a maioria dos outros alunos, nunca tinha ido ao terreno baldio, portanto, não sabia que ali não tinha goiaba nenhuma. _ a goiabeira fica no terreno detrás, B.. Lá é uma casa. Só mora um casal de velhinhos lá_ eu disse. Fomos até a casa. _ Vamos fazer silêncio, B. os velhotes são muito chatos. Eles não podem ver a gente_eu disse. _Mas tá tudo cercado!_B. Disse_sei de uma tábua que está solta, bem ali_ disse eu. Ora, eu mesmo tinha ido no dia anterior soltar a tábua. Disse ao Bio que eu não conseguiria passar lá, mas que ele, por ser mais magro, sim, passaria. _Mas pode ter cachorro_disse ele. _Não tem, não. Eles só criam gatos, conheço eles. _Então, tá. Mas onde fica a goiabeira?_ bem ali...atrás daquela barraca. Tá cheio de goiaba lá_. Estavamos conversando bem baixinho para, de acordo comigo, os velhinos chatos não nos ouvissem e contassem tudo à diretora. B. chegou até a parte de trás da cabana. Eu, por minha vez, já havia tirado o martelo da mochila e o preguinho que trouxera e preguei rapidamente a fina tábua (que havia sido escolhida estrategicamente no dia anterior) de volta. Me distanciei mais de um metro da tábua que havia servido de passagem, de forma que B. não saberia onde se encontrava, no meio de tantas, a tábua frouxa. Chegou a hora, pensei. Consegui ler os lábios de B. Ele disse com os lábios e com as mãos, sem fazer barulho “N ã o t e m g o i a b e i r a a q u i!”Não tinha mesmo! Haha. No mesmo instante, fiz com toda a força dos meus pulmões aquele barulho que vc certamente já fez na vida, pois já deve ter atiçado um cachorro_ Kshkshkshkshkshkshksshkshkshksh!! Pega, pega pega!_ B. ficou paralisado. Depois de um tempo, correu para a cerca à procura da tábua solta. Fingi que estava procurando-a, também. Parei de fingir quando vi o enorme casal de Rottweilers vindo na direção de B. Nunca tinha visto desespero tão grande! Como gritou o bondoso B. E eu.Como ria diabolicamente! Não fiquei muito tempo. Fiquei o suficiente apenas para ver um braço fora do lugar. Não fiquei para ver como os cães arrancavam e comiam o resto! Que importa se descobriram que eu estava com B. Fui muito fácil chorar à beça e dizer que havia insistido para ele não pular a cerca, pois podia ser perigoso, e que podia pegar goiabas no quintal de minha casa e tal e tal. Pobre B._ disse eu. _ Era meu melhor amigo. Estava soluçando. Parecia desesperado. Minha mãe me encaminhou ao psicólogo. Parece que de alguma forma, em algum lugar dentro de mim, lá no fundinho, apesar do fingimento, realmente gostava dele. Por um lado, é muito estranho esse sentimento! O sentimento da certeza de que nunca descobrirão ou mesmo desconfiarão de mim! Como li certa vez: É fácil, muito fácil matar! Como fui esperto! Nossa fui incrivelmente esperto! Por outro lado, pobrezinho do B. Podíamos ter sido realmente bons amigos! Que droga! Mas porque ele teve de vir justamente para a minha cidade? Para a minha, a MINHA escola? Nunca admiti perder. Nunca admiti ser o segundo em nada! Como estaria B. agora? Talvez seria um bom médico devotado a seus pacientes. Talvez seria um simples pastor como seu pai.Ou talvez professor, pois adorava ajudar os colegas que tinham dificuldades. Talvez fôssemos namorados... Pobre B. Mas acredito que um dia nos encontraremos,...lá no céu. Espero que possa me perdoar.

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Comentários

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Eitha! Que fods! kkkkk. Meio humor negro mas ta valendo!

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