Meu amigo me amava - Capítulo 58

Um conto erótico de Multiplosex
Categoria: Homossexual
Contém 5267 palavras
Data: 14/07/2010 22:45:55
Assuntos: Gay, Homossexual

Meu Amigo me Amava – Capítulo 58

No momento em que vejo o ônibus partindo, e noto claramente que o rapaz que abriu a janela e pôs a cabeça pra fora e me via ali, totalmente atordoado, chorando, aos prantos, era o Jhonny, meu coração que já estava em cacos, doía ainda mais, na verdade acho que nem batia, me sinto inerte, sem chão, sem rumo, como tantas vezes me senti, porém dessa vez a sensação foi pior, pois antes sabia que tinha o Jhonny pra me amparar, meu porto seguro, a pessoa que estava ali ao meu lado, pronto pra tudo, apenas sua presença já me dava forças, já me fazia enxergar melhor o dia seguinte, pois sabia que tinha alguém ali, sempre ao meu lado.

Algumas pessoas começam a se sensibilizar com minha situação, meu descontrole e me levantam, me levam até um dos bancos da rodoviária, uma senhora me traz um corpo d’água, e eu continuo ali, olhando pra estrada, neste momento não vejo mais o ônibus, acordo pra dura realidade: meu amigo, o Jhonny partiu, foi embora magoado mortalmente comigo, com toda sua família, logo num momento tão delicado da minha vida, reta final da faculdade, minha mãe desconfiando da minha opção sexual, o Estevão me cercando, disposto a infernizar minha vida, e o Pedro como não poderia esquecer, o instável Pedro sempre ali, com aqueles olhos, aquele corpo, e aquele jeitinho que sempre me descontrolava. E eu em meio a todo esse turbilhão de acontecimentos, tendo que manter sóbrio, tendo que ser um bom profissional, por que a o emprego não quer saber dos seus problemas, tendo que ser um bom estudante, pois os professores, a faculdade não quer saber, não está nem aí pros seus problemas, muito pelo contrário, tem que dar conta dos seminários, das provas, trabalhos etc... etc. Se não tiver a média alcançada é prova final, e não conseguir na prova final é bomba, repete a matéria, e tudo o que não podia acontecer era isso, eu repetir matéria, pagar mais, sendo que meu orçamento sempre estava ali na risca, as vezes até faltava dinheiro, tendo que recorrer a minha mãe pelo menos na passagem, pois antes com as caronas do Pedro me ajudavam muito, além de chegar mais rápido, eu economizava, e isso era muito bom. As pessoas começam a se afastar, cada uma seguir seu rumo, sua vida, e eu fico ali na rodoviária, logo chega um funcionário da prefeitura que pergunta se aquela bicicleta é minha, confesso que tinha até esquecido da bike, ele encosta no banco e sai, eu agradeço e continuo ali, até que olho pro meus pés, depois pra bermuda e camiseta que estava, fico com vergonha, estava muito largado. Olho pras pessoas em volta e vejo que nenhuma delas neste momento olhavam pra mim, elas estavam preocupadas com suas próprias vidas, são poucas as pessoas que se importam, que se sensibilizam com os problemas dos outros, os seres humanos estão cada vez mais frios e insensíveis, isso dentro até de nossas próprias famílias, pessoas como o Jhonny estão cada vez mais raras, existem isso é verdade, e temos que agradecer a Deus por isso, mas que são raras isso não podemos negar, não posso negar.

Me acalmo um pouco e pego minha bike e volto pra casa, chegando em frente ao portão vejo minha mãe e D. Nuancy conversando, a mãe do Jhonny em especial muito abalada, com os olheiras profundas de quem não conseguiu dormir a noite toda.

Nuancy - Cadê meu menino Breno, cadê meu filho?

Breno - Ele foi embora D. Nuancy, ele voltou pra cabo Frio.

Zilda - Como você sabe disso Breno,?

Breno - Mãe, ele me deixou um bilhete, fui correndo pra rodoviária e o vi dentro do ônibus, eu gritei, tentei conversar com ele, mas não adiantou, ele está com ódio de mim, ele está com raiva de todo mundo, e eu não tenho culpa mãe, eu não fiz nada.

Nuancy - Ninguém tem meu filho, ninguém. Zilda minha amiga eu não te contei nada por que.../

Zilda - Minha amiga não precisa me explicar nada, eu tenho certeza de que tudo isso foi feito nas melhores das intenções. A vida é assim, feita de decisões, as vezes acertamos, as vezes erramos, e a vida continua. O Jhonny precisa ficar sozinho, por suas ideias no lugar, foi um choque pra ele, um choque pra todos nós.

Breno - Ele não podia ter me tratado assim mãe, eu não sabia de nada, soube ontem e.../

Nuancy - Eu vou pra Cabo Frio hoje mesmo amiga, vou falar pra Estela, ficaremos na casa dela e vamos encontrar o Jhonnny, Cabo frio é pequeno, conhecemos todos os seus amigos, não será difícil de encontra-lo.

Breno - Acho melhor não Dona Nuancy, se a senhora for pra lá ele ficará ainda mais revoltado. Se ele saiu assim, sem falar com ninguém, se ele foi pra Cabo Frio assim tão repentinamente, é por que não quer nenhum de nós próximos a ele. Largou emprego tudo... tudo.

Zilda - Meu filho vá se arrumar, tome um banho, tire esse roupa e vá trabalhar.

Breno - Vou sim mãe, melhor ocupar mesmo minha cabeça.

Tomo um banho rápido e tento me arrumar mais rápido ainda, estava em cima de hora, com certeza chegaria atrasado. No chuveiro as águas que caiam sobre meu corpo se misturavam com as lágrimas, sentia uma dor tão intensa, tão forte no meu peito que parecia que não iria agüentar, era um vazio, um imenso buraco escuro, que havia se instaurado ali no meu peito, e que estava me consumindo. Saio do banheiro e vou pro meu quarto, vejo o Rick quietinho no canto da parede chorando baixinho, vou até ele.

Breno - Não fica assim cara, ele vai voltar você vai ver.

Rick - Ele me deixou isso Breno.

Breno - O que?

Rick - O cd do jogo que tanto queria, eu contei pra ele e ele deixou na minha cama, e hoje eu acordei pulando de alegria, pensei que fosse encontrar ele aqui e minha mãe disse que ele foi embora, que ele foi embora Breno, nosso amigo, nosso melhor amigo.

Breno - Calma rapaz, ele vai voltar.

Rick - Não vai não, eu acho que nunca mais a gente vai ver o Jhonny cara.

Breno - Vamos sim, eu te prometo.

Abraço meu irmão que estava tão ou mais triste quanto eu, havia se construído uma amizade verdadeira entre os dois, na verdade entre nós três, algo sólido, lindo, verdadeiro. O laço do Jhonny com meu mano foi de amizade fraternal, o Jhonny era pro Rick um irmão perfeito que ele sempre quis ter, um cara mais velho, pra cima, que manjasse tudo de jogos, que não cobrava boas notas, ou seja, um mano que todo aborrescente gostaria de ter e não tem. A minha relação já era mais intensa, uma mistura de uma grande amizade, cheia de sinceridade, que devido as circunstâncias da vida se transformou num amor, um sentimento cheio de indagações, problemas, conflitos, pois eu estava gostando do Pedro, ou ainda gosto não sei. Ele dividido entre eu e o Estevão, seu primeiro relacionamento, um cara que foi a melhor e a pior coisa da sua vida em todos os sentidos, que fez de nossas vidas um inferno, na verdade isso tudo ainda não acabou, e ao nos unirmos para enfrentarmos todos esses problemas, acabamos criando uma relação bem mais forte que no fundo no fundo não sabíamos, não sei, no que vai dar, isso só o tempo dirá.

Depois de conversar com o Rick vou correndo e pego um carro de lotada, era mais rápido, chego no trabalho oito e meia, logo ouço a maliciosa piadinha do Maurício.

Maurício - Isso são horas, a empresa tem regras.

Mando na lata sem pensar duas vezes.

Breno - Pode descontar, ou volto meia hora antes da minha hora de almoço, eu me atrasei por problemas, acontece.

A Alessandra notando meu estado emocional, que estava visivelmente abalado pergunta sem disfarçar a curiosidade.

Alessandra - O que houve Breninho, por que dessa cara?

Breno - O Jhonny Alê, ele saiu de casa, brigou com toda a sua família e voltou pra Cabo Frio.

Alessandra - O meu gatinho, o Jhonny, mas ele nem me ligou, que isso. O que houve Breno?

Breno - Uma discussão horrível com sua família, ontem maior barraco, ele foi embora Alessandra, sem se despedir, com raiva de todo mundo.

A Alessandra começa a dar um show, chora, se esperneia, reparo que ela gosta realmente do Jhonny, logo se levanta o Pedro que nem disfarça que estava prestando atenção na conversa, eu o encaro, e ele me observa também, aquilo me incomoda, dá pra notar que sou explicitamente transparente pra ele, me levanto e vou pro banheiro, meu corpo volta a ficar estranho, sinto fortes dores, dor de cabeça, dores nos olhos, e começo a sentir frio, penso ser a tenção de tudo o que estava acontecendo, lavo meu rosto, e me dá um pouco de tontura, quase caio no chão quando sou segurado, ao me recuperar vejo que é o Pedro.

Pedro - Você está bem cara?

Breno - Não sei... Meu corpo está estranho, estou com dor de cabeça, dores nos olhos, estou sentindo frio.

Inesperadamente o Pedro me dá um abraço, ao encostar meu corpo no dele, ao sentir seu cheiro, as batidas do seu coração, várias coisas passam pela minha cabeça, como uma droga, algo que não conseguia controlar, começo me excitar, meu pau endurece, antes que ele perceba minha fraqueza me afasto, ele me olha atentamente, e vê que psicologicamente, que fisicamente estava completamente abalado.

Pedro - Cara para um pouco, você não vai agüentar, humanamente ninguém agüenta.

Breno - Eu parar, piada né cara. Tenho prova agora, ou melhor, a semana toda, não posso me dar ao luxo de parar, quero ficar de férias logo, passar em tudo, não tenho o luxo nem de ficar doente, vou pedir um remédio a Kátia ou a Alessandra, elas sempre tem, deve ser isso, uma dor de cabeça que logo passa.

Pedro - o Jhonny foi mesmo embora, o que houve com o leke?

Breno - É muito longa a história, depois a gente conversa ok, prometo que te conto tudo.

Pedro - Vem cá.

O Pedro novamente me dá um forte abraço, e sussurra no meu ouvido, ao sentir aquela barba que agora ele deixava por fazer roçando meu rosto, sinto algo muito estranho.

Pedro - Você é um exemplo de vida cara, aprendo muito com você sabia.

Ele vai, me larga e sai, fico ali olhando meu reflexo no espelho, não acreditando muito em tudo isso que estava acontecendo, que aconteceu, por alguns instantes viajo em tudo, passam flashes do primeiro dia que vi o Pedro aqui na empresa, do primeiro dia que vi o Jhonny, num sábado em frente a minha casa, no primeiro beijo que dei o Pedro em seu carro, após ele ter chorado e ter dito que gostava de mim, do dia em que na praia o Jhonny me confessa que era gay, lembro também nitidamente o dia que ele me confessou na rua, tarde da noite, que me amava, e o quanto fiquei confuso naquele dia, lavo meu rosto, tomo fôlego e vou direto pra minha mesa, ligo o PC e começo a trabalhar, somar inúmeras faturas, digitar avisos prévios, e todas as chatices de um escritório de contabilidade. A dor de cabeça continua, acompanhada de uma forte dor no corpo, meu olhos ficam cada vez mais pesado, sinto um frio infernal, mesmo estando calor, logo o Pedro vem.

Pedro - Breno vamos pro hospital cara você não está bem.

Breno - Não Pedro, é só uma gripe logo passa, eu estou bem.

Alessandra - Leva sim Pedro, você não está bem nada, olha seus olhos, você está com febre, vai leva ele pro hospital.

Breno - Não gente, sério, eu estou bem, estou bem mesmo.

O Pedro numa atitude infantil, puxa minha cadeira, me pega no colo.

Pedro - Com criança teimosa a gente tem que fazer assim, levar na marra, agora ele sabe como faço com a Luana, minha filha.

Breno - Pedro, para de bobeira, me coloca no chão.

Alessandra - Só você mesmo Pedro.

Pedro - Você não quer ir pro hospital por bem, então vai na marra. Pessoal ligo pra vocês do hospital, vamos saber o que o mascote do escritório e futuro administrador de empresas tem.

Fico cheio de vergonha, começo a suar, e o Pedro naturalmente me leva no colo, no meio de geral do escritório pro carro dele, em direção ao hospital. Chegando na rua ele me põe no chão, e vai logo abrindo a porta do seu carro.

Pedro - Depois volto e pego suas coisas se você demorar muito lá beleza?

Breno - Por que aquela palhaçada cara, me pegar no colo no meio de todo mundo.

Pedro - Breno para de graça, você está com febre, dores nos olhos, corpo dolorido, eu sei que você anda metido com muitos problemas e talvez nem saiba, mas você pode estar com dengue cara, e dengue mata.

Breno - Eu com dengue, fala sério cara, eu tenho prova hoje, me deixa ir pra casa, prometo se não passar eu amanha vou ao médico, deve ser por que não tive uma boa noite de sono e tal, logo passa.

Pedro - Entra no carro, ou vai querer que te coloque a força, se você quiser que eu faça mais um showzinho aqui como você mesmo diz eu faço cara, mas você vai pro hospital hoje, ou não me Chamo Pedro Duarte Lima.

O Pedro me olha sério, realmente ele não estava brincando, e estava me sentindo muito mal, entro no carro e ele logo arranca pro hospital, chegando no pronto socorro o Pedro que faz a ficha, me deixa sentado no sofá da recepção, olho ao lado e vejo muita gente no mesmo estado que eu, com dores, uns nem agüentavam ficar de pé. O Pedro vai até o bebedouro e me traz um copo d’agua.

Pedro - Bebe aí cara, daqui a pouco você será atendido, tem dois médicos.

Breno - Pedro, estou sentindo muita dor no corpo cara, está doendo muito.

No meio da recepção o Pedro me abraça, fico cheio de vergonha, mesmo com muita dor me afasto, olho em volta, acho que ninguém percebeu, ou maldou. Também pudera, o Pedro maior pinta de macho pegador, e eu também nada... nada afeminado, mas mesmo assim não queria chamar a atenção de ninguém, ainda mais num pronto socorro.

Depois de um longo tempo sou atendido, a médica nem pra minha cara olha, pergunta meus sintomas, vou falando e ela anotando em minha ficha, com uma letra que não dava pra entender muito bem, depois de rabiscar bastante eu meio que grosseiramente pergunto.

Breno - Doutora desculpe aí, mas a senhora não me disse o que eu tenho.

Doutora - Você vai fazer um hemograma completo pra ver a taxa da sua plaqueta, depois traz o resultado aqui, tudo indica que você esteja com dengue jovem.

Breno - Mas isso vai demorar muito?

Doutora - Breno você já viu a quantidade de pessoas que estão a espera de atendimento, vá até o final do corredor, na enfermaria fazer a coleta de sangue, espere o resultado que demora em média uns 30 minutos e depois volte aqui.

Breno - Obrigado.

Fico puto com a doutora, mas realmente havia muitas pessoas na fila. Assim que saio do consultório me assusto com o Pedro, encostado na parede, mais ansioso do que eu.

Pedro - Te falei não foi teimoso, isso são sintomas da dengue.

Breno - Como você entrou aqui cara, você é doido é?

Pedro - A atendente nem o guarda nem perceberam que eu entrei. Fica caladinho ae, e vamos logo pra enfermaria, você tem que tirar sangue.

Breno - Pedro eu tenho 23 anos, não sou criança não.

Pedro - Pior que é cara, maior crianção, mais do que minha filha.

O Pedro pega no meu braço e me leva até a enfermaria, logo reparo que a enfermeira se encantou pelo Pedro.

Enfermeira - Quem vai coletar o sangue?

Pedro - Esse rapazinho aqui enfermeira, Breno Nunes.

Breno - Cala a boca Pedro.

Enfermeira - Calma, isso tudo é medo de injeção.

Pedro - Pior que é enfermeira, o rapazinho nem queria vir ao hospital por causa da agulha acredita?

Breno - Pedro na boa, vaza daqui, muleke chato, putzz.

A enfermeira começa a sorrir, tira meu sangue, e o Pedro permanece ali, eu sentado noto que ela observa o Pedro de cima embaixo, o Pedro por sua vez nem dá confiança, ou se fazia de besta, fica ali me olhando, todo preocupado. Saio do hospital, pois tinha que esperar o resultado e isso demoraria uns 30 minutos, o Pedro me manda esperar no carro, entramos eu e ele, começo a sentir muito frio, as dores aumentavam, algo horrível de suportar, parecia que meu corpo iria arrebentar, então ele pega minha cabeça e põe no seu ombro, pega seu casaco e me cobre, acaba que me abraça forte, e mesmo ali dentro do carro, agasalhado com duas blusas de frio e de brinde o calor do corpo do Pedro, mesmo assim sinto muito frio. Ficamos ali abraçados durante algum tempo, até que o Pedro se levanta e entra no hospital, logo ele vem dizendo que o resultado do exame já estava pronto, entramos os dois no hospital, até que desta vez o guarda resolve embargar o Pedro.

Guarda - O que você é do rapaz?

Pra minha surpresa o Pedro dá mais um de seus shows, mas dessa vez fico morto de vergonha.

Pedro - Meu namorado, na verdade meu namorido neh, ele está doente e ficaria louca se você não me deixasse acompanhar meu bofe.

O guarda fica meio envergonhado, olha pro Pedro, olha pra mim que abaixo minha cabeça, não tiro os olhos do chão, até que o Pedro abusa e diz algo que até hoje não acredito que ele teve coragem de dizer.

Pedro - Não pense que não reparamos em você sabia, belas pernas, braços fortes, e um malote que diga-se de passagem , falta pouco estourar a cueca e a calça.

Guarda - Estavam me reparado é?

Pedro - Desde que entramos, prometo vir aqui e te chamarmos pra uma festinha a três o que acha?

Guarda - Não sou disso rapaz, me respeite.

Pedro - Ahhh... somos discretos, vai morrer entre a gente. Depois vai lah e pega meu celular ok?

O guarda da um sorriso sacana, e o Pedro aproveita e entra comigo, vamos até a enfermaria e logo pego o resultado do meu exame, muitos números, nomes difíceis, não entendo nada, mas mesmo assim tento ler, entender alguma coisa, o Pedro puxa o resultado das minhas mãos e dispara.

Pedro - Leke deixa de ser metido, você faz administração, não medicina, se pelo menos fosse biologia você entenderia alguns nomes aqui, deixa que a médica vai dizer se você está ou não com suspeita com dengue.

Breno - Cara o exame é meu, sabia que você tem um péssimo defeito.

Pedro - Cara que redundante, se é péssimo claro que é defeito neh.

Breno - Cala a boca, você me irrita sabia, que palhaçada foi aquela, ta querendo se revelar agora pra geral é, me expor assim.

Pedro - Cara eu conheço, aquele guardinha ali maior putão. Estava te olhando direto, não só a você como a todos os caras e mulheres, voc~e não reparou não, todo arrumadinho, barbinha feita, gelsinho no cabelo, todo apertado.

Breno - To vendo aqui que quem estava reparando mesmo era você o guarda. A enfermeira também te deu maior mole você viu, faltou pouco pedir seu celular na maior cara dura, mesmo você estando de aliança.

Pedro - Ciúmes isso leke? Sinal de ciúmes né. Nem reparei na boa.

Breno - Pedro deixa de ser achar cara, só estou comentando, só isso.

Pedro - Sei... Mas soou como ciúmes, e eu gostei, na verdade adorei.

Breno - Pedro na boa, me deixa saber o que tenho, pode ir pro escritório, vai perder o dia por bobeira.

Pedro - Só saio daqui depois de saber que você está bem, e nem começa beleza, nem começa com suas malcriações que grito com voc?e aqui.

Breno - Cara eu estou mal é sério.

Pedro - Por isso que estou aqui.

Me sento no banco de espera e aguardo minha vez de ser atendido, o Pedro fica em pé e novamente vai buscar um copo d’água, observo ao meu lado um jovem rapaz, ele estava pior do que eu, com uma garrafa de água, e gemia de dor.

Breno - Suspeita de dengue cara?

Jovem - Nada, brother enchi a cara ontem, red Bull, maconha, estou muito mal.

Fico chocado com a sinceridade do rapaz, ele é moreno, magro, tem um rostinho até bonitinho, cabelos lisos, nada atraente, mais muito comunicativo e simpático, começo a puxar papo com ele enquanto não chegava nossa vez de sermos atendidos.

Breno - Que isso cara sério?

Jovem - Porra cara vou parar com isso, meu coração estava batendo muito rápido, parecia que ia sair do meu peito. Vou parar com isso, chega cara, maior doideira, gastei 300 reais cara de besteira na noite, zuando com os amigos.

Breno - Caralho !!! 300 reais cara, você é doido?

Jovem - Porra, doido, levei umas porradas do meu pai e tudo, olha o velho ali, antes de vir pra cá levei boas porradas.

Breno - Doidão você hein.

Jovem - Vou parar com isso cara, sério, cara é doideira, misturei red Bull, maconha, pó. Cara quase morri, cheguei em casa hoje seis da manha, carregado.

Breno - Caramba Mané, se cuida hein, só tem essa vida.

Logo chega o Pedro que nem disfarça e logo amarra a cara, me entrega o copo e fica me olhando, disfarço e continuo a conversar com o rapaz, estava até divertido.

Breno - Fez o exame de sangue também?

Jovem - Sim cara, vou entrar no soro com glicose agora pra limpar as veias, também, cheio de coisas venenosas.

Breno - Você é doido cara.

Jovem - Sério show, vou parar com isso, não é vida não, quase morri cara.

Logo vem o Pedro cortando nossa conversa, como fico com raiva quando o Pedro cisma de bancar o inconveniente.

Pedro - Ta mal hein cara, o que tu aprontou.

O rapaz nem liga pra intromissão do Pedro, e vai na maior naturalidade contando tudo o que aconteceu. Fico meio sem graça mas continuamos a conversar, nesse momento tento até esquecer um pouco da dor no corpo que estava sentindo e as dores nos olhos. Até que o rapaz entre é consultado, ao sair ele vem e fala no meu ouvido, o Pedro fica vermelho.

Jovem - To fudido show 500 miligramas de soro na veia.

Não consigo controlar e começo a sorri, o Pedro fica pra morrer, logo eu entro e recebo a notícia.

Médica - Hummm ,metros cúbicos, pode ser dengue. Vai até a enfermaria tomar 500 miligramas de soro, pra você se hidratar e tem que voltar aqui amanha. Olha repouso absoluto, bastante líquido, vou receitar aqui um remédio pra amenizar as dores no corpo. Sua plaqueta está baixa, pode se considerar dengue sim.

Breno - Doutora mais demorar, eu tenho prova hoje, não posso ficar aqui entende?

Médica - Vou te dar um atestado, você leva até a faculdade e eles lhe darão a prova outro dia, como lhe disse repouso absoluto, você esta com dengue e tem que se cuidar certo. Amanha volte aqui para repetir o exame e controlar a medição das plaquetas.

Saio do consultório meio desolado, não podia acontecer isso comigo, não na última semana de provas na faculdade, eu com dengue, o Jhonny longe, tudo isso ao mesmo tempo, fico tonto, não pelos sintomas e tal, pois até então estava levando numa boa, mas pelo fato de não poder fazer as provas finais, ficar doente, com dengue, estava mal, fico tonto, e quase caio no chão, novamente sou segurado pelo Pedro.

Pedro – Senta aqui cara, calma aí, vou pegar um copo d’água pra você.

Breno - Estou com dengue Pedro, estou com dengue cara, não posso ficar aqui, tenho prova mais tarde, não posso ficar doente você entende?

Fico desesperado, vêm em minha mente várias coisas, como ficar fazendo provas de reposição, perder notas de trabalhos, seminários, maior merda na vida de qualquer estudante, ainda mais em faculdade que a exigência é maior, ainda mais na reta final de uma graduação. Vou pra fica de atendimento na enfermaria, até que a enfermeira aplica o soro, enfia logo na veia da minha mãe, 500 miligramas, que me recorde, acho que foi a primeira vez que tomei soro na veia na vida, estava meio que abismado com tudo aquilo acontecendo comigo, até que olho pro lado e vejo o rapaz do red Bull, ele ao me ver começa a se animar e puxa assunto. O Pedro recebe um telefonema e diz que vai ter que voltar ao escritório, mas que a tarde voltaria, peço a ele pra trazer minhas coisas, mochila e materiais da faculdade, ele vai e sai, volto a conversar com o doidão do red Bull pois olhar aquele soro pingando lentamente, e só de olhar o relógio e o frasco cheio de soro, aquilo começa a me irritar, ainda mais estando cercado de pessoas doentes, ainda piores do que eu, aquele cheio de hospital, um inferno.

Jovem - Na veia também cara?

Breno - Infelizmente, estou com dengue cara.

Jovem - Porra Mané, dengue é foda, dói tudo cara, pior ainda é o gosto que fica na boca, tu pode comer a melhor comida, que fica maior gosto amargo, e a dor no corpo, e a coceira que dá no final cara, coisa infernal, puta que pariu, não vou mentir não véio, mas tu ta fudido, fudido e mal pago.

Breno - Só o que me faltava agora, ficar doente, cheio de provas pra fazer.

Jovem - Pow tu estuda ainda, está em que série?

Breno - 5 período da faculdade, faço administração.

Jovem - Humilhou, aí ta vendo, o leke novinho na faculdade, deve ser maior orgulho pro seu pai fala aí.

Breno - Não tenho pai, ele é morto. Moro com minha mãe e meu irmao.

Jovem - Pow foi mal cara. Mas na boa tu tem maior jeitinho de ser todo certinho, trabalha, estuda, tu seria o filho perfeito pro meu pai.

Breno - Que nada cara, ninguém é perfeito.

Jovem - Pow mas na boa, estou até me sentindo melhor agora, está limpando cara, na moral, várias coisas venenosas na veia.

Breno - Você ainda acha graça cara, você não bate bem.

Jovem - Mas vou parar na boa, isso não é vida. Olha aí, cadê meus amigos, cadê, não tem ninguém véio, aposto que nem sabem, estão todos dormindo.

Logo um homem de aproximadamente uns 40 anos começa a sorrir, estava também no soro e começa a bater papo com a gente também.

Homem - Cara sabe há quantos anos eu falo isso? Há 25 anos e te digo uma coisa, você não chegou nem no começo ainda.

Jovem - Porra cara eu quase morri, meu coração estava batendo muito forte, quero isso mais não.

Homem - Cara eu sempre dizia isso, e duas semanas depois, as vezes nem uma e repetia, é foda cara.

Breno - Deve ser mesmo.

E ficamos ali, olho pra velocidade com que o soro do homem caia, pingava bem mais rápido, pergunto a ele o que fez e esse me responde que é só subir a paradinha que o soro começa a pingar, aproveito o descuido da enfermeira e destravo a paradinha e o soro começa a pingar rápido, coisa de uma hora depois o frasco está quase no fim e nisso olho pro relógio e já são cinco e vinte, logo aparece minha mãe e meu irmão super preocupados.

Zilda - Meu filho, o que você tem?

Breno - Dengue mãe, estou com dengue.

Zilda - Meu Deus meu filho, que coisa, logo agora.

Breno - É mãe fazer o que, ta pra nascer um cara com uma vida tão desgraçada como a minha.

Zilda - Bate na boca meu filho, Rick fica aí com seu irmão que vou em casa pegar umas roupas, blusa de frio.

Breno - Não mãe, não precisa, o meu amigo do trabalho que me trouxe foi no serviço pegar minha mochila, meu material da faculdade.

Zilda - Breno meu filho, você vai pra casa né?

Breno - Vou sim mãe, a senhora pode ir pra casa, ele me leva de carro, só terminar o soro aqui.

Rick - Eu fico com você Breno, ta bom?

Breno - Não Rick, vai com a mamãe, você está cansado, ainda está até de mochila, vai pra casa, ficar aqui no hospital não é nada bom, daqui a pouco estou em casa beleza?

Minha mãe me dá um beijo na testa, cheia de preocupação e surpreendentemente o pentelho do Rick que má um forte abraço e vai, o homem e o jovem do red Bull, o doidão ficam me olhando, até que o doidão fala.

Jovem - Pow família linda a sua sabia.

Breno - Que nada, viu aquele pirralho, meu mano, então, as vezes a gente se pega feio lá em casa.

Jovem - Mas deve ser legal ter um mano pra pentelhar, eu sou o caçula lá de caça, tenho 26 anos.

Breno - Caralho!!

Jovem - É pow , e pelo que me lembro nunca nenhum deles me deu um abraço assim, como seu mano de teu agora.

Breno - Pow que foda.

O soro do jovem acaba e ele logo vai novamente pro consultório, eu ainda meio que tonto por conta do soro, e as fortes dores tento me esticar na inconfortável cadeira até que o frasco logo esvazie, o Jovem sai do consultório e aperta mão do cara que estava conversando com a gente, vem até mim e deixa um papel, eu não entendo nada, ele vai me dá um aperto de mão e vai. Pego o papel e coloco no bolso da calça, ele vai e sai me olhando, estava tão mal que nem dei bolas pra tudo aquilo. Logo chega o Pedro com minha mochila, pasta com apostilas, todo meu arsenal universitário, junto com a Alessandra, que passa me dá um beijo, me deseja melhoras e sai, vou ao consultório, a médica diz que não precisa repeti o soro e me pede pra voltar amanha para novamente fazer o exame e ver a taxa da plaqueta, chegando na rua peço pro Pedro me levar direto pra faculdade pois iria fazer a prova, ele se assuta.

Pedro - Você só pode estar de piada né. Cara você está com dengue, faz a prova depois, isso é sério Breno.

Breno - Pedro ou você me leva ou vou de ônibus, eu vou fazer essa prova hoje cara, nem que eu vá me arrastando entende , eu tenho que fazer essa prova e não vai ser uma dengue que vai me impedir.

Pedro - Cara eu não estou acreditando que você vai fazer isso, chega ser doentio sabia?

Breno - E então Pedro você vai poder me levar ou vou ter que ir pro ponto pegar um ônibus, por que nem que vc me arrebente a cara, eu vou fazer essa prova hoje de qualquer maneira.

Na cara de choque do Pedro, e no meu olhar decidido.

Continua...

Galera obrigado pelo carinho, pelas mensagens de incentivo, desculpem, mas acho que esse conto foi o mais longo até agora, espero que continuem gostando de coração. Bom.. o que tenho a dizer é que um dia pararei de escrever aqui, mas responderei a todos os e-mails, e contato continuará, ontem quando postei o capítulo 57 e falei sobre a falta de mensagens é que ando observando um certo desinteresse, porém, de hoje em diante, todos os dias teremos contos aqui, prometo me esforçar cada vez mais. Segue em anexo meu e-mails e o link de todos os contos. Aproveitem

e-mail: multiplosex@hotmail.com

link: http://www.casadoscontos.com.br/perfil/134415

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Comentários

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Desculpe ter me entecipado no conto 59, não tinha visto que os outros estavam próximos, então estou me deliciando com suas narrativas, que são por sinal, excelentes, nos levando para um mundo de puro extase, mais uma vez parabéns e deixo minha admiração

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Como diz o estevão: "Esse jonny e o que mais se fode"

Nota 10 multiplex :P

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Emocionante!!! parabéns.........continue publicando!!!!

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Nuss que emocionantee ;D

para de escrever não kra (yn)

se mudar de site avisaa (y)

:D

Akle abraço

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foi longo mesmo, mais e bom e assim continua escrevendo

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Vc não pode parar de escrever. Se vc não quiser escrever mais nesse site, me manda um livro com todos os capítulos! ro.mario.ferreira@hotmail.com

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