Reuniões, 12: Um acidente

Um conto erótico de Anjo
Categoria: Heterossexual
Contém 2118 palavras
Data: 12/05/2010 13:14:51
Última revisão: 12/05/2010 13:48:18

Continuação da série Reuniões e você somente o entenderá na íntegra se ler os anterioresREUNIÕES, SOB O LUAR DO SERTÃO - Um acidente

Nat e Cíntia vibraram quando souberam que o pessoal do sul viria passar as férias, os dias que antecederam foi carregado. Eu mesma sentia uma alegria inexplicável.

Foi bom ver todos felizes.

(Recordações de Nadir)

12º Dia

A tia colocara um disco de música clássica que encheu de paz o ambiente. Fica matutando sobre esses onze dias de vida intensa e descobertas constantes. Os problemas de cada uma das primas, suas frustrações, seus desencantos e a alegria verdadeira em estarem livres para viver e sonhar na fazenda.

- Nat! – escuta a voz amiga de Marluce. – O papai me mandou para ver se estão precisando de ajuda, já que a Izidora foi com teus tios pra cidade.

- Sei não, Luci – responde. – Mas a tia ta lá dentro. Vai lá ver se ela quer alguma coias - ela entra e a tia agradece e a dispensa.

- Ela disse que está tudo bem... Acho que vou pra casa – fala e sai em passos curtos e indecisos.

Não demora muito para que Nezinho passe montado em Sarita puxando o Alazão pelo cabresto.

- ‘Tardes, seu Nat – cumprimenta na rede e pára pra papear. – A murrinha ta grande né seu moço?

- Olá Nezinho, como vai o Rob?

- Vortô pra cidade cum a diaba da muié... Eita cangaia pesada essa do meu fio, inté parece qui papai do cé num quer qui nois fica cum muié – refere-se a esposa que fugiu com um vaqueiro há muito tempo deixando com ele os dois filhos.

- Amorzinho! Amorzinho! – a tia grita correndo esbaforida. – Acode amorzinho...

- Que foi tia? - ele pula da rede indo a seu encontro temendo o pior.

- O Júlio... O Júlio... – não consegue concluir e desanda a chorar.

- Que o tem o tio... Fala tia! Que tem o tio?- segura em seus ombros e sacode com violência. Nezinho apeara e olhava espantado também sem entender.

- Foi o carro que virou... – consegue falar. – Eles tavam de volta e o carro virou na ladeira do macaco...

A ladeira do macaco é um lugar difícil e perigoso. Não é muito longe e solta a tia correndo pra Sarita que monta em um pulo partindo em desabalada carreira. Ele mesmo, em junho, havia tombado a caminhonete lá e sabia dos riscos. Sarita percebeu a urgência e corria como nunca havia feito, ainda ouve os gritos da tia.

- Cuidado amorzinho... Cuidado...

Olha para trás vendo Nezinho no Alazão disparado em direção à Vila. A fazenda fica há menos que meia légua da ladeira e ele ssbe que seguindo a estrada demoraria muito para chegar ao local, Sarita também percebeu minha intenção e, ao primeiro movimento do cabresto, enveredou-se pelo atalho do buriti – antiga trilha dos tempos do avô que corta um brejo onde existe um buritizal. Os cipós da trilha sem manutenção batiam forte em seu corpo e sentia leves ardências, Sarita não parou nem ao menos no charco lamacento, que transpôs com saltos largos. Não a açoita momento algum, apenas incentivava com palavras firmes.

O atalho desemboca exatamente no funil da ladeira, onde não demora a chegar e ver a caminhonete emborcada com várias pessoas tentando desvira-la. Pula do lombo de Sarita direto na frente do carro.

- Cadê o tio?... Cadê o tio?... – grita tremendo pela esforço da cavalgada e receio do pior.

- Calma Nat!... Calma Nat!... – sente braços prendendo impedindo que chegasse até o local.

- Me larga seu merda! – berra desvencilhando-me das mãos que impedem. – Cadê o tio Júlio... Cadê o tio Júlio! – atira-se em direção ao carro e olha para a cabine destruída não vendo ninguém.

- Pelo amor de Deus – implora – onde está meu tio... Pra onde levaram meu pai!

Percebe então que fora o tio Manoel quem tentara segurar, que anda para Nat falando pausadamente.

- Meu filho! Está tudo bem... Tenha calma, foi só o susto...

- Onde está meu pai, tio – seu rosto banhado de lágrimas diziam da dor que sentia. – Por favor titio, me diz onde está meu pai! – implora.

O tio Manoel lhe abraça e segura a cabeça apoiada em seu ombro e acariciava seus cabelos cheios de pedaços de folhas e lascas de cipó.

- Calma meu filho está tudo bem. O Julio levou o pessoal pra cidade. A Larissa parece que quebrou o braço e Isabelle sente dores na costa... Calma, foi mais um susto que algo mais grave.

Senta no chão e deixa o choro extravasar a tensão apavorante que sentira. Alguém estende um copo com água que bebe devagar. Levanto e o tio conta como acontecera.

- E amorzinho? Teve alguma coisa com amorzinho?

- Não Nat! A Cíntia parecia onça acuada quando percebeu que o carro iria virar. Deu um salto que nunca imaginei ser possível.

- Pô tio! O senhor não imagina o que passei quando a tia falou...

- Pedi para que ligassem avisando e tranqüilizando vocês, mas parece que não adiantou nada...

- Foi a tia quem atendeu e ela ficou apavorada. A única coisa que consegui falar foi que a caminhonete tinha virado e pulei na Sarita vindo o mais rápido que pude.

Escutam som de motor e vimos Ataliba chegando com a tia no carro do tio João. Estavam muito nervosos e a tia chorava muito, mas o tio conseguiu tranqüiliza-la. Ela olha o sobrinho que abraça.

- Amorzinho... Amorzinho...

- Ta tudo bem tia. Tio Julio levou o pessoal para o hospital – fala beijando seu rosto. – Vamos tirar o carro do meio da estrada para poder passar e vamos até lá.

Os homens conseguiram desvirar o carro e empurraram para o mato dando passagem. Nat assume o volante e segui com a tia em direção a cidade. O tio Manoel e o Ataliba ficaram tomando as providencias necessária.

Ao chegar no hospital já estavam mais calmos e quando entram na recepção o tio Julio apressou em abraçar a tia e tranqüiliza-la. Isabelle havia pego uma pancada na costa sem gravidade e Larissa apenas deslocara o braço.

- Primo! – gritaram todas ao me ver Nat entrar e correram em sua direção. Cíntia abraça o primo chorando nervosa.

- Calma amorzinho, já passou... – beija sua face e suga suas lágrimas.

Flávia puxa e também abraça Nat fazendo carinho em sua cabeça.

- Que é isso primo! – olhava para sua mão manchada de sangue. Deixa eu ver tua cabeça... Meus Deus! Tu estás todo cortado – afasta-se e Nat percebe que o resultado dos cipós durante a cavalgada.

- Nat! Eu não tinha percebido – a tia segurou meu braço virando-me para ela – Menino! Tu estás todo lanhado... Vamos ver isso – e segue em direção à enfermaria.

Medicados, enfaixados e remendados voltam todos depois das oito horas. A Mineu havia preparado o jantar a mando do Ataliba e se reúne na mesa grande onde o acidente foi o único assunto.

- Que foi que aconteceu, Julio? – falou o tio Manoel. – Estava tudo bem e de repente vi o carro virando...

- Nem eu sei direito o que aconteceu, mano. Quando comecei a descer notei que o volante puxava um pouco pra esquerda, mas tava tudo bem...

- Pai eu ouvi um barulho de ferro quebrando – falou Cíntia que vinha na carroceria, do lado para onde o carro tombou.

- Também ouvi, tio – confirmaram Larissa e Isabelle.

- Pode ter sido a barra, mas não deu tempo de eu perceber nada. Aconteceu muito rápido e a única coisa que me lembro foi eu tentando desviar da ribanceira, depois só vi tudo girando – explicou o tio Julio.

- E essa aqui? Viram os pulos de gato que ela deu? - Manoel abraça Cíntia.

- Se vimos! Parecia uma artista de circo – falou Larissa pensativa e sorrindo. – Ela tava do lado que virou e caiu do outro lado...

- Em pé mana! Ela pulou por cima da gente, deu uma cambalhota e caiu em pé... – Isabelle demonstrava perplexidade.

- E quando ela caiu puxou por meu braço e me jogou no chão... – atalha Larissa.

- Quase arranca meu coro cabeludo quando ela me puxou. – Isabelle levanta e abraça a prima – Obrigado priminha, tu salvou nossas vidas.

- Eu fiz tudo isso? – estranha Cíntia – Só me lembro que eu tinha pulado!...

- É minha sobrinha. – o tio João resolveu falar – Nos vimos o que você fez. Se não fosse sua ação rápida, as meninas poderiam até ter morrido.

Todos aplaudem Cíntia, as garotas cercam abraçando e beijando a heroína.

- Mas tem uma que vocês não viram... – falou Manoel virando para Nat – Esse caboclinho aqui fez o percurso entre a fazenda e a ladeira em menos de dez minutos...

- Como??? – estranharam todos.

- Pois foi verdade – atalhou Ataliba. – Quando o Nezinho me contou eu estava trazendo o carro do seu João e só fiz engatar a marcha, apanhar Dona Nadir e meter o pé no acelerador. Devo ter gastado uns dez minutos até chegar, o endiabrado do Nat já estava lá.

- E tu foi de que, meu filho? – perguntou perplexo tio Julio.

- Sarita me levou pelo buriti.

- Sim, é um pouco mais perto, mas tem o brejo... Mesmo assim é impossível chegar nos Macacos em tão pouco tempo! – rebateu tio Julio.

- Eu também pensei que era impossível... – conclui.

Depois do jantar se reuniram na sala grande para o café novinho.

- Tio cadê a Izidora? Ela não foi com vocês? – Nat se lembra da preta velha.

- Ainda bem que ela não veio conosco – falou Julio. – Ela ficou na casa do Roberto para fazer umas consultas e exames médicos amanhã, ele trás ela depois de amanhã.

As tias serviram o café forte e Flávia colocou um disco de viola caipira na radiola. Saíram para a varanda continuar a conversa e escutar os causos e potocas do Chico Loba. Julio sentou na varanda da rede do sobrinho.

- Obrigado filho... – farfalhou seu cabelo.

- Porque tio?

- O Manoel me contou de tua preocupação comigo e de como ele e os homens tiveram que brigar contigo para não te atirares na boléia...

- Fiquei apavorado quando olhei teu carro naquela situação.

- Deus tem sido muito bom comigo – parou pensativo olhando fixo. – Tu és muito mais filho que se fosses mesmo meu filho...

Cíntia se aproximou e deita na rede, Julio levanta e fica observando os filhos.

- Tenho os dois mais queridos e amados filhos que um homem pode ter – se afastou em direção à roda que sorria das macaquices do Chico.

- Amorzinho... Também quero te agradecer...

- Vocês não têm nada que agradecer, não fiz nada...

- Tu existe... Agradeço a Deus por tu existires em nossas vidas... Sem meu amorzinho eu não seria feliz – se beijam sem importar com os parentes presentes.

Pulam espantados com uma batida forte nos punhos da rede. Era Nadir que assistira o beijo sincero de agradecimento pela vida.

- Mãe?... – exclama nervosa.

Nat cala, apenas fixo o olhar na tia que retribui com um sorriso carinhoso.

- Não fica nervosa filhinha – senta conosco na rede. – Eu já sabia que vocês dois se amam e aprovo sem restrições. Teu primo deve ter percebido isso... Eu mesma já dei a entender que faço gosto pelos dois. Pena que as pessoas não vão entender como eu...

- Mãe!

- Mas vocês devem continuar tendo cuidado e... – parou como que acabrunhada - ...e em relação a sexo...

- Tia...

- Amorzinho, deixa eu falar – interrompe. – Em relação a sexo vocês precisam pensar com bastante cuidado com a implicação que isso traz. Você minha filha, é muito nova, só tem dezessete anos, quase uma criança. Não sei até que ponto vocês já chegaram, mas se já transaram como acho que sim, precisam se proteger contra uma gravidez indesejada... – interrompe bruscamente ao perceber que Silvia se aproxima.

- Ei pessoal! Venham pra cá que o Chico está matando a gente de rir...

- Depois quero continuar a conversa com vocês – conclui a tia dando um beijinho nos lábios da filha e do sobrinho.

Silvia se aproxima.

- Atrapalhei alguma coisa?

- Não Silvinha! Você não atrapalhou nada – falou a tia se reunindo com o grupo.

Silvia entra na rede e deita em cima do casal.

- Essa rede não vai agüentar... – Nat fala acariciando o corpo da prima.

- Agüenta sim! – determina Silvia.

Mexe o corpo pelo desconforto e pelo ardor das lanhuras.

- Cuidado Silvinha, o amorzinho está todo arranhado.

- Deixa Cíntia, está bom assim com minhas gatinhas.

Conversam sobre várias coisas, Silvia vestia uma saia curtinha e colada no corpo que a incomodava, puxa para cima fazendo aparecer o início do triângulo entre suas pernas mostrando a calcinha branca com uma risca separando em duas partes o tecido macio.

Ela pega a mão do primo e leva para sua pélvis onde deixa repousando. Cíntia a tudo percebeu com um sorriso maroto.

- Olha a sacanagem em minha frente – pegou a mão e a prendeu entre suas pernas.

Ficam nesse leva e traz mão sorrindo por um bom tempo até que chamam insistentemente. Levantam a contragosto para se reunirem aos demais.

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