A prisioneira das FARC

Um conto erótico de WW
Categoria: Heterossexual
Contém 4184 palavras
Data: 22/09/2009 15:41:44

Este conto já foi publicado sob outro pseudônimo; ocorre que o verdadeiro titular do nome não gostou de vê-lo associado à temática deste site e solicitou, gentilmente, que fosse retirada toda e qualquer referência a sua pessoa, razão pela qual eu passarei a republicar todos os meus escritos, sob a alcunha de Walfredo Wladislau (WW).

A libertação da candidata Ingrid Betancourt, e a notoriedade que está se dando ao sadismo daquele grupo narcoterrorista, incentivaram a que eu escrevesse sobre o que se passou em meio à selva colombiana, sob jugo dos guerrilheiros do pó, há pouco mais 5 anos. Meu nome é Elisa, e na época dos fatos, eu tinha 37 anos, e fora com meu marido e filho, este com 18 recém completados, à Bogotá, eles dois cuidando de negócios das empresas da família e eu a passeio. Pretendíamos esticar a viagem a Cartagena de Las Índias, a famosa cidade colonial colombiana, patrimônio histórico da humanidade.

Bogotá, diferente do que a maioria das pessoas pensa, é uma metrópole moderna, bonita, segura e pujante. Anos de bons governos, centrados na segurança e no desenvolvimento, transformaram a capital da Colômbia em um dos poucos oásis de prosperidade dessa tão sofrida América Latina. Nossa estada em Bogotá foi tranquila e divertida, e estávamos tão maravilhados com o lugar que praticamente esquecemos o clima conflagrado de guerra civil que assola o interior do País há mais de 40 anos. Iludidos pela falsa sensação de segurança, adstrita à capital e algumas cidades importantes, preferimos um carro alugado para percorrer os pouco mais de 500 km de distância entre a capital e o Mar do Caribe, dispensando o vôo de apenas 40 minutos oferecido pela Avianca. Foi nosso grande erro: em meio à viagem, a estrada foi bloqueada pelos terroristas, que atentaram contra todos os carros, aprisionando seus ocupantes e saqueando seus pertences. Meu marido, que esboçou uma leve reação, foi morto, metralhado por um dos encapuzados, e eu e meu filho fomos levados, junto com outros sequestrados, para um acampamento no meio da selva. Minha narrativa neste ponto é tão rápida quanto rápida foi a ação dos malfeitores bolivarianos! Em poucos segundos os moleques, travestidos em uma ideologia marxista que sequer entendem, tomaram o que eu tinha de mais precioso na vida – meu marido, minha liberdade e o futuro do meu filho.

Meu filho – Oswaldo –, eu, e um grupo de mais 12 pessoas, selecionadas por viajarem nos carros mais luxuosos, escoltados por três dos terroristas, marchamos em meio à selva por dias sem fim, até que, exaustos e famintos, chegamos a uma clareira, onde a organização terrorista organizava uma espécie de “cadastramento” dos seus “hóspedes”. Eu havia sido alertada por uma senhora do grupo que me declarasse casada, para que não fosse separada do meu filho. Explicou a senhora que, além dos ideólogos de araque, as FARC são também lideradas por padres fanatizados pela Teologia da Libertação que, em contradição aos atentados que cometem em nome das estultices que acreditam, valorizam os sacramentos da Igreja Católica. Como nossos documentos e pertences haviam sido deixados no carro assaltado, ajustamos nossas idades para diminuir a diferença, Oswaldo adotou o nome do pai, e combinamos um enredo de nossas vidas, caso fossemos confrontados. Nossa conselheira, que se machucou durante a caminhada, foi sumariamente executada com um tiro de fuzil na nuca, e seu corpo foi deixado na trilha.

Do lugar do cadastramento fomos transferidos a outro ponto qualquer da selva, a outros tantos dias de distância. O conselho foi válido, e permaneci os quase quatro anos de cativeiro junto a Oswaldo, a quem agora exito em chamar de filho, ligados por uma “cadena” de menos de um metro de comprimento, atada ao pé de cada um. Não há muito o que contar sobre o primeiro ano de cativeiro – e também não é esse o tema deste texto – a não ser que as manhãs e tardes eram idênticas, sem qualquer atividade, ouvindo e contando as mesmas histórias, as mesmas conversas entre os reféns repetidas vezes. A palavra correta para descrever esse período nefasto é tédio! O tédio entorpece a mente, enfraquece o caráter, confronta as convicções, deprecia os valores. Muito mais que comida, o ser humano se alimenta basicamente de informações, e a ausência delas, durante tanto tempo, desliga até mesmo a imaginação.

Se os dias eram parados, as noites eram piores. Deitada junto a meu filho, no calor sufocantemente úmido da selva amazônica, meu pensamento sequer vagava, mas ainda permanecia atenta ao que se passava na minha volta. Evidente que percebia as inquietações de Oswaldo que, acreditando estar eu dormindo, masturbava-se uma, duas, três, quatro vezes a cada madrugada. Acordada, eu imaginava: quem ele estava comendo? que fantasias freqüentavam suas punheta? esses pensamentos me excitavam, e eu me tocava, bem de leve, quase sem me mexer ou gemer, mas meus dedos iam fundo dentro da minha buceta.

Até que numa noite de temporal aconteceu o inevitável: Oswaldo se masturbava com vigor, eu estimulava meu grelo e lembrava um namoradinho da adolescência. Não resisti a tentação e estiquei minha mão para trás, procurando o pau do meu filho; ao senti-lo, duro e grosso como as seringueiras da região, segurei-o com força, e sem dizer nada, trouxe-o para junto de mim. Eu estava deitada de lado, de costas para ele, com uma mão baixava suas cuecas e com a outras conduzi sua piça para a entrada da minha xana, deixando claro o que eu queria. O pobre rapaz, daquela primeira vez, deve ter ficado surpreendido com a determinação da mãe, mas não tinha alternativa de recuar: posicionou-se de lado e puxou minhas nádegas para junto de si, enquanto que se mastro me penetrava de uma só vez. Meu orgasmo, que sempre demandava certo tempo e habilidade do parceiro, compareceu já nesse primeiro contato, tão pronto eu senti minha xota preenchida pelo caralho que tantas vezes eu limpei com óleo Johnson e besuntei com Hipoglós. Ele bombou duas ou três vezes, mas também gozou imediatamente, Nossa primeira trepada não durou mais que dois minutos, mas foi intensa, e determinou o resto das nossas vidas.

Ele saiu de mim e virou-se para o outro lado, como se arrependido pelo que fizéramos. Não dissemos nada um ao outro, evitamos qualquer contato, e permanecemos inertes por um tempo que imagino ser de duas horas ou mais. Sabia o que se passava na cabeça dele, pois era o mesmo pensamento que se criara na minha: fudemos por puro instinto animal, em um momento de fraqueza. O certo seria controlar nossas mentes, não deixar que isso se repetisse, e sequer mencionar o assunto, como se o ato incestuoso não tivesse existido.

Mas eu estava cansada da minha abstinência. Tinha pranteado o luto do meu marido por muito tempo, e naquele momento, mesmo prisioneira em meio à floresta, me achava livre para qualquer pecado. Quebrei o silêncio e ordenei:

- Me come de novo.

- Mas mãe ...

- Mãe o caralho – interrompi a cantilena quase no início – aqui no meio dessa merda não tem mãe, não tem pai, não tem porra nenhuma...

- Mas não é certo, a gente não pode ... – ele estava chorando.

- Me fode, seu viado. – eu disse com raiva, e continuei o discurso: - Não aguento mais ouvir tu te punhetando toda a noite; não aguento mais esse meu dedinho de merda na minha buceta ...

Para que não restassem dúvidas, me virei sobre ele, abaixei as suas calças, e caí de boca na sua jeba. Ainda restava no pau o gosto da porra ressecada e dos líquidos que lubrificaram a minha vagina. Eu gostei das lembranças que aqueles sabores me traziam, e chupei com entusiasmo, enquanto a tora endurecia. Atingido esse objetivo, tentei levantar a cabeça e dar por encerrada aquelas preliminares, mas Oswaldo segurou meus cabelos, determinando que eu continuasse chupando. Aquela nova postura fez com que dali em diante eu passasse a respeitá-lo como macho dominante. Deixei com que ele conduzisse o coito, e adorei quando ele empurrou meu corpo para o lado, arrancou meu vestido, abriu minhas pernas, e montou sobre mim. Desta vez foi uma trepada decente, demorada, satisfatória. Ele era bom amante, e mostrou que sabia dominar uma mulher no cio. Apoiado no chão, com meu corpo sob o seu, ele permitiu que apenas meio mastro entrasse em mim, e impedia cada vez que eu tentava mexer ou rebolar. Empurrava minhas ancas para baixo, sempre que essas subiam para que mais do pau se escondesse na minha caverna. Ele estava me dominando, e era bom que fosse assim. Depois de muito tempo, quando eu, já submissa, não tomava qualquer outra iniciativa, ele desceu, e penetrou fundo, forte e rápido, provocando um gemido alto, que certamente acordou os outros prisioneiros. A partir daí, como se fosse para me torturar de prazer, ele fazia movimentos em que o pau quase que saia todo fora, para imediatamente voltar até o fundo. Sempre que eu dizia – vai, vai – ele retrucava – não goza ainda. Eu segurei o que pude, e quando senti o caralho inchar, prenunciando o esporro de sêmen, eu aproveitei e pedi: não aguento mais – e ele assentiu: - agora goza!

Talvez esse tenha sido o primeiro grande orgasmo da minha vida! Sempre, desde cedo, ainda adolescente, minha vida sexual foi ativa, e sempre tive sexo de qualidade. Mas nada se comparou ao que passei a sentir desde então. Pude confirmar, na própria carne, o dito popular de que “amor de pica sempre fica”! Continuamos assim, como amantes enlouquecidos, ansiando por aquelas noites de luxuria, incesto e prazer. Minhas regras sempre foram controladas, e nos dias de fertilidade, eu invertia o sentido do vetor do meu cu, e por onde normalmente saia merda, entrava pau. Quando a menstruação vinha, eu ficava aliviada, e ele ganhava de presente três ou quatro dias de boquete.

No entanto, mesmo com a vida sexual intermitente, jamais deixei que ele me beijasse, ou que trocássemos carinhos aleatórios. Nosso relacionamento, fora da cama, era frio, por deliberação minha. Com isso aliviava minha consciência por dois motivos: o primeiro deixava claro que a conjunção carnal entre mãe e filho tinha como único sentido dar vazão ao instinto animalesco das nossas libidos; o segundo era me punir pela carência de não desfrutar de um beijo, um toque de mão, um abraço, um carinho.

O sexo revigorou a nossa permanência, e até mesmo estimulou a que outros prisioneiros se relacionassem entre si. A como havia menos mulheres que homens, dois deles revezavam a mesma companheira; e outros quatro, em duplas, se homiziaram. Nosso ambiente era absolutamente promíscuo, mas eu e Oswaldo permanecíamos fieis, e de certa forma, felizes. A pressão exercida pelos carcereiros afrouxara com o passar do tempo, mas uma frustrada tentativa de fuga de um casalzinho de boiolas recém saídos do armário fez com que a rigidez recrudescesse. Após a execução sumária dos bambis – seriam eles fãs colombianos do tricolor paulista? – uma nova líder dos guerrilheiros – de codinome Clara - assumiu o comando do acampamento, estabeleceu regras bastante severas. Reduziu a ração de comida, proibiu a entrada de livros ou jornais, cancelou o fornecimento de pilhas para o rádio onde os nativos ouviam recados das suas famílias, entre outras restrições. Não passou despercebido, entretanto, que a mim havia um tratamento especial, e tudo o que eu pedia, na medida das possibilidades, era atendido.

Era uma menina, talvez 20 anos, cujas feições severas contrastavam com o rosto redondo típico dos povo pré-colombianos. Mesmo na sua sisudez, era de certa forma bonita, e extremamente elegante no seu uniforme de campanha. Logo começaram os comentários, até que um dos prisioneiros, do mesmo time daqueles finados que haviam revelado a sua sexualidade no cativeiro, fez o seguinte comentário:

- A “chica” é furiosa, mas se derrete toda quando fala contigo. Você poderia usar isso a nosso favor.

- O que você quer dizer com isso? – perguntei.

- Que você deveria se aproximar dela, e conseguir melhorar a nossa condição ...

- O que você acha, Oswaldo? – dirigindo-me ao meu “marido”.

- Acho que ele tem razão. Se você estiver disposta, seu sacrifício virá em proveito de todos ...

Refleti uns minutos, estabeleci um plano de ação, e aceitei a missão. Fui ter com ela na barraca onde funcionava o comando do acampamento, e pedi uma conversa particular. Ela se surpreendeu com minha iniciativa, mas mandou que me soltassem da corrente que me prendiam a Oswaldo. Eu disse:

- Era exatamente isso que eu estava querendo. Estou a quase dois anos presa a ele, já não agüento mais tanta proximidade, queria que a senhora permitisse que eu passasse algum tempo durante o dia sem a corrente ...

- Mas vocês parecem tão íntimos – disse ela com ironia – daqui do comando eu escuto a seus gemidos a noite ...

- Desculpa, eu não queria incomodar a senhora – eu respondi, fazendo um olhar convidativo – mas ele me procura sempre, e eu aproveito pensando em outra pessoa...

- E quem é essa pessoa? Eu conheço?

- Eu tenho vergonha de falar, mas a senhora conhece bem. Eu sei o meu lugar, e vou deixar que essa pessoa tome a iniciativa.

Rindo, pois entendera o recado, a oficial bolivariana mandou que prendessem novamente a corrente ao meu pé, e não disse mais nada, apenas me olhou como se me avaliasse. Frustrada, passei o resto do dia com o grupo, quando um dos soldados me entregou uma sacola e disse: “- a comandante quer que você passe a usar isso.” Dentro da sacola estava a senha, pois continha alguns itens de maquiagem, como batom, lápis, delineador, esmalte, alicate, sombras, pó, xampu, alguns cremes etc. Houve um pequeno alvoroço entre os seqüestrados, como se comemorando o sucesso da minha missão, e em seguida vieram em meu auxílio. Sem falsa modéstia, apesar da idade, e das restrições do cativeiro, eu era uma mulher bonita. Alta, de cabelos longos, magra, seios firmes, pele bronzeada pelo sol equatorial, macia pelos banhos junto a r, bem nutrida por uma dieta sem carnes, a base de frutas tropicais. A maquiagem realçou os meus dotes, e mesmo com o vestido em farrapos, eu fiquei feliz com o resultado. Um dos viados até comentou, segurando a mão da outra biba:

- Se eu tivesse visto você assim antes, não teria mudado de opção!

Eu ri e esperei. A noite caia, Oswaldo já se preparava para me comer, quando a generala adentrou no nosso alojamento, e sem dizer nada soltou-me dos grilhões. Caminhamos em silêncio, iluminadas pela lua cheia. A guerrilheira, não obstante o poder supremo que tinha sobre qualquer um de nós, se mostrava tímida, e diante da sua inação, eu comecei, indagando:

- A senhora gostou?

Surpreendida, ela assentiu com um sorriso, e eu continuei:

- Ufa! Que alívio! Achei que a senhora não tinha gostado ...

- Que tonta, você está linda!

- Você é que é um charme nesse uniforme – eu disse, enquanto minhas unhas vermelhas percorriam o verde oliva da farda.

Em uma atitude instintiva, reagindo ao toque, a “chica” sacou o revólver do coldre, apontando para cima, à altura do meu rosto. Sensual, mas um pouco assustada, eu beijei o tambor da arma, e continuei com a língua lambendo o cano. Ainda com a língua de fora, voltei em direção à culatra, e beijei a mão que me ameaçava. Ela devolveu o revólver à cintura, e deixou-se tocar. Eu entremeei meus dedos na sua cabeleira lisa, e aproximei meu rosto para ser beijada. Em um segundo percebi que estava diante de uma menina frágil, que nunca se sentiu amada, e que não sabia por onde começar.

Eu jamais ficara, ou sequer desejara, outra mulher. Aceitei a missão sem saber direito o que me esperava, e acreditava que teria de conter um certo asco que a ideia me causava. Mas a inexperiência da moça em assuntos de sexo, não obstante a sua postura masculina, aliada ao olhar de indecisão e medo que me lançava, me fez desejá-la, esquecendo que eu ali estava a trabalho.

Percebi que eu seria ativa, e assumi essa posição. Trouxe seu rosto para junto do meu e a beijei. Ela aproveitava o beijo como se beijasse pela primeira vez, tensa, com os lábios cerrados, que eu fui abrindo com a ponta da língua, tarefa a qual eu me dediquei com denodo e calma, até tocar seus dentes, e a mucosa interna da boca. O hálito da índia era suave, o que me fez trazer seu corpo mais para junto de mim. A abstinência de carícias a que me impus durante quase dois anos me deixaram sensível, e as lágrimas correram sobre minhas faces quando eu senti as mãos rudes, cheirando a óleo e pólvora, retribuírem o meu abraço. Ficamos assim abraçadas, nos beijando, nos “carinhando” (como disseram Kleiton & Kledir), por muitos e eternos minutos, até que a tesão desceu sobre minhas entranhas, e eu senti necessidade de avançar sobre ela. Primeiro foram os seios, um pouco fartos para uma menina magra, um tanto caídos para uma menina nova. Demorei minhas mãos examinado-os com calma, acariciando os bicos, até que me abaixei para beijá-los, mordê-los, chupá-los, enquanto que ela gemia baixinho, como que envergonhada, e ousava roçar os lábios no meu pescoço. Trouxe-a ainda mais para junto de mim, mas a demasiada força do meu gesto, e a irregularidade do terreno onde estávamos, fizeram com que ela tombasse, e eu caísse sobre ela. Desesperada, com medo da reação que ela pudesse ter, antes mesmo dela se recompor, me prostrei sobre seus pés, e beijei suas botas embarradas. Indagada sobre a razão da minha atitude, respondi, ainda no chão:

- Pra lhe pedir desculpas, pra que a senhora saiba que eu sou submissa e obediente ...

Ela riu, e ainda sentada no chão, respondeu: - é estranho, mas não gosto que você me chame de senhora.

Eu aproveitei a deixa, e fui tirando a botina direita, enquanto ela se curvava para sacar fora a outra. Descalça, tirei-lhe as meias, e sem me importar com o odor que exalava daqueles pés suados, me senti impelida a massageá-los, beijá-los, lamber-lhe os dedos um a um. Ela, com sorrisos e gemidos, demonstrava que apreciava os carinhos, e provou que queria mais, ao abrir e baixar suas calças, me puxando pelos cabelos para que minha boca encontrasse a buceta que ela passava a me oferecer. A “perseguida” da guerrilheira era cabeluda, e tal qual os pés, cheirava mal, o que estranhamente me excitou ainda mais. Parti com a boca e língua, pus o grelo azedo entre os meus lábios, e fiquei assim por todo o tempo do mundo, sorvendo o gosto forte, ouvindo seus gemidos hispânicos que soavam como música, enquanto cravava as unhas de uma das mãos nas suas nádegas, e com a outra mão acolhia um dos seios.

Ao senti-la satisfeita, estiquei meu corpo até a minha boca encontrar a dela, indicando-lhe que estávamos trocando os papéis. Desajeitada, ela passou a percorrer meu corpo com as mãos, e muito rapidamente levantou meu vestido, baixou minha calcinha e me chupou. Ainda que ela tenha se demorado bastante, sua performance não foi suficiente para me levar ao êxtase, e simulei uma gozada, e gemi alto, só para agradá-la. Deitei-me ao seu lado e, seminuas, cochilamos abraçadas sob o luar. Eu já estava acordada, me questionando se eu me apaixonara pela “morocha”, quando ela, rispidamente, procurou por seu revólver que repousava ao meu lado. No seu olhar ficou claro o arrependimento pelo descuido, e a desconfiança de que eu pudesse rendê-la e provocar uma fuga. Sem saber o que fazer, as palavras me escaparam da boca:

- Já ouviste falar da Síndrome de Estocolmo? Eu tô apaixonada pela minha sequestradora. Jamais faria qualquer coisa que pudesse te prejudicar! – Refletindo sobre minhas palavras, percebi sem surpresa que havia sido sincera.

Nossa despedida foi um beijo prolongado, e de mãos dadas, namorando, fomos até o alojamento. Ao chegar ao meu catre, percebi Oswaldo acordado, e ordenei secamente: - Me fode!

Os dias foram passando e acabamos por assumir nosso relacionamento. Já não andava mais acorrentada, e dividia as noites com a Clarita e com meu “marido”, aproveitando tanto um quanto outra. Havia conseguido umas poucas regalias para os demais presos, mas a idéia de motim percorria aquelas cabeças ociosas, que me cobravam fidelidade, e exigiam que eu subtraísse armamentos, e até matasse tantos soldados quantos fosse possível. Evidente que recusei, nem tanto porque julgava a empreitada arriscada, ou porque não tínhamos qualquer plano razoável de fuga, mas principalmente porque eu estava envolvida pela colombiana. Esse romance, entretanto, valeu-nos a vida. Como as FARC não conseguiram negociar valores de resgate em relação a quaisquer de nós, a nossa existência significava um custo de recursos humanos e financeiros. Nossa fuga significava uma derrota. A ordem do comandante supremo era executar-nos, desativar o acampamento e incorporar os efetivos em outra tropa. As lágrimas correram pelo rosto de Clara, que a meu pedido agora aliviava suas feições siamesas com um preto delineando os olhos e um rouge sobre as faces. Ela e mais dois campônios fantasiados de guerreiros resolveram por desertar da ridícula milícia, e propiciar a nossa fuga.

Os soldados dissidentes foram mortos pelos ex-camaradas, e suas armas divididas entre o grupo. Para aumentar as chances de sucesso na fuga, os prisioneiros foram separados em três grupos, cada um deles liderado por um ex-combatente, agora em roupas civis. Meu pelotão, obviamente liderado por Clara, incluía ainda meu “marido” e a dupla de “são-paulinos” (o apelido lhes fora dado por Oswaldo). O plano de Clara era esconder-nos na selva por trinta dias ou mais, para então dirigir-nos a um vilarejo onde chamaríamos o socorro do exército. Ela acreditava que, decorrido um mês, as FARC nos teriam como mortos, e encerrariam as buscas. Ela conhecia bem a região, e após uns dias de caminhada, tal qual a família Von Trapp fugindo dos nazistas através dos Alpes, escolheu um esconderijo pouco acessível e praticamente invisível. A libido cresce nos momentos de tensão, e quando nos sentimos a salvo, os cinco na pequena tenda armada sob a copa das árvores, a orgia correu solta. Os dois “bainhas” transavam quase o tempo todo, sempre um embainhando a “espada” do parceiro. Eu me dividia entre Clarita e Oswaldo, dando para um, chupando a outra, sendo comida por uma, boquetando o pau do outro.

Clara e Oswaldo tinham uma relação péssima, motivada pelo ciúme dela quando ele me traçava. Oswaldo, ainda que de cara amarrada, era grato por Clara ter renunciado as suas convicções em proveito à paixão que sentia por mim. Comecei a falar do nosso futuro, quando estivéssemos a salvo no Brasil, e pela primeira vez mencionei que ela viria conosco, e que eu não sairia da Colômbia sem ela. Ela foi inteligente para perceber que na verdade eu era a mãe de Oswaldo, e que jamais separaria nossa família. Entendeu que ela poderia ficar fora caso não se estabelecesse uma boa relação entre ambos. A ex-combatente esperou o momento certo, e aproveitou quando eu – menstruada - estava chupando o pau do meu “marido”, e disse:

 Descansa, deixa que eu faço isso pra você!

Saí dali, sentei-me ao lado, e fiquei assistindo aquela cena deliciosa: a mulher que eu amava felando o homem que eu amava. Enquanto Oswaldo apreciava a surpresa, Clara esticava o olhar em minha direção, como se estivesse perguntando - “o que eu faço agora?”. Passamos a brincar de “chefe-manda”, comigo, na posição de líder, narrando os próximos passos:

 chupa o saco dele, vadia!

 agora no lado debaixo do pau, sua guerrilheira de merda!

 puxa ela pelos cabelos; beija ela na boca, boiola!

 senta no pau dele, piranha!

 cavalga logo, porra, porque tu tá demorando?

 come ela com vontade, meu amor!

 beija as tetas enquanto tu come ela, seu viado!

 vira de lado pra ele comer o teu cu, meu anjo!

 não gozem ainda, meus amores!

 tá bom, agora se beijem e deixem que eu limpo o teu pau e depois a tua buceta.

Fiquei tão feliz os dois que, depois de sentir o gosto de merda que impregnara o caralho e engolir a porra que restara na xana, pela primeira vez me permiti abraçar e beijar meu “marido”. Passamos aquele mês fudendo, chupando, beijando, abraçando, tocando e eu lamentei que tivéssemos de ir, antes que começassem as chuvas do verão.

Como previsto por Clara, chegamos facilmente ao vilarejo de San Calderón de la Sierra, onde, em menos de uma hora, um helicóptero americano, a serviço do exército da Colômbia, veio nos resgatar. Em Bogotá as autoridades quiseram manter Clarita sob custódia, sob pretexto de processá-la pelo seu passado terrorista. Mas, como ficou provado que ela levava um filho brasileiro em seu ventre, nosso embaixador intercedeu em seu favor, outorgando-lhe cidadania e passaporte.

Quando voltamos a Porto Alegre ficamos sabendo que nossas empresas ficaram a salvo dos predadores, eis que nosso advogado, Dr. Immanuel, soube nomear administrador profissional, que multiplicou os negócios durante a nossa ausência. Hoje vivemos os quatro – eu, meu filho/marido, minha nora/esposa e meu neto/enteado – em perfeita harmonia, os adultos compartilhando entre si os prazeres da alcova.

Do demais colombianos, nossos companheiros de cárcere, soubemos do destino de apenas dois, que se refugiaram no Brasil, e são vistos sempre no Morumbi sofrendo, vibrando e se emocionando com seu ídolo Rycharlison.

Walfredo.wladislau@hotmail.com

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Comentários

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Realmente, uma das coisas mais fantásticas que já li em anos. Digno de um estupendo filme de Hollywood, muito bom mesmo, Nota 1000!

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Muito bom seu conto parabéns, como disse a adélia seu conto e um roteiro de filme, bem escrito e muito bom ler. Nota 10.

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É um épico...apesar da referência babaca sobre futebol, rs! Um dos melhores contos do site.

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Sagran. Que bom que, apesar de termos visões diferentes - eu considero as FARC a causa, tu as vê como a consequencia - podemos abordar um tema tão controverso e apaixonante com tranquilidade e elegância, mesmo em um site que se presta para outro tipo de instinto.

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Meu caro WW!

Obrigado pelo esclarecimento e pela gentileza.

Acredito que você não teve a intenção de fazer proselitismo político, mas o texto mostra claramente que toma partido. Apresenta as Farc como que fossem as responsáveis pelos problemas enfrentados pelo povo colombiano, quando elas são conseqüência de décadas de espoliação por uma elite que saqueia a nação e não tem limites em sua ânsia de enriquecimento a qualquer custo e que se vende aos americanos entregando-lhes seu território, expondo até nós mesmos, os brasileiros, a situações de risco, com sete bases americanas bem aí nas nossas costas. Os americanos, pode ver a história, por onde passam, não levam flores e sim muita arma. Eles não são de paz. São de guerra.

Repito: As Farc não são a causa da instabilidade colombiana, elas são o efeito da causa.

Apesar da discordância, acho que seu conto é bem elaborado e com uma ótima escrita.

Vale Dez!

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Prezado Sagran! o conto fala quase nada em política, quanto mais faz proselitismo: tem como pano de fundo crimes odiosos, como o assassinato, o sequestro, a extorsão, a tortura. Ideologias, independente da lateralidade, não valem um prato de comida. Vê o caso do Brasil, pela via demorcrática, alcançou avanços sociais e econômicos, especialmente na última década, enquanto regimes revolucionários e totalitários, de esquerda ou de direita, vanguardeiam o atraso. Poderia ter escrito um conto à época dos anos de chumbo, ou da cortina de ferro (para não sair da "idade dos metais"). No entanto dificilmente iria encontrar nos carrascos, latinos ou eslavos, a humanidade da personagem Clarita. Um grande abraço. Vou ler teus contos.

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O conto seria bom, se não fosse o proselitismo político gratuito e barato!!!

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