do jeito que eu queria

Um conto erótico de ale
Categoria: Heterossexual
Contém 2146 palavras
Data: 22/08/2009 19:52:21

Sou mulher exigente. Apesar de estar com vinte e poucos anos, permaneço intocada. Nem eu mesma me toco. Não quero nem de longe ter qualquer noção do prazer íntimo, a não ser quando estiver com alguém, numa explosão de paixão. Quero que tudo seja muito intenso e desconhecido. Mulher bela, equilibro o recato e o encanto. Uma aparência cuidada, vaidosa, sem exageros. Gosto de um rosto natural, sem excessos de maquiagem ou adereços. Decotes e saias no limite do conforto e do sedutor.

Escolho pacientemente aquele a quem darei o privilégio como meu primeiro.

Não gosto de flertes oriundos de homens mais velhos. Algo neles me causa repulsa. Principalmente quando insistem em dar pequenas apalpadelas nos meus ombros quando me interpelam pelos corredores do funcionalismo público. Gosto de homem que se dá ao respeito e que me respeite também. Para me despertar a vontade, ele deve ser alguém de postura, andar firme e sem pressa, gestos contidos e palavras fluentes. Sem expressões de duplos sentido nem olhadelas para o meu corpo. Desprezo quem faz isso, os quais evito até respirar o mesmo ar. Tem que ser aquele rapaz de vinte e cinco, até trinta e poucos anos. Seguro de si, afável, educado, mas sem frescura. Que transborde domínio, charme e respeito em tudo que faz. Ao andar, ao falar, ao se vestir, ao se perfumar. Ao rir. Ao dar bom dia. É aquele que queremos mas que não sabemos se nos quer, até o dia em que surge um convite inesperado.

O convite veio, muito sutil e pouco comprometedor. Acompanhá-lo em uma confraternização de colegas do trabalho. Irei, pois somos conhecidos. Pode não haver sentidos outros que não o da amizade. Torço pelo melhor e evito me iludir. Sei o valor que tenho, mas quando desejamos muito algo, desponta aquela dúvida acerca da vitória.

Pois bem. Fui. Reunião agradável, de nível. Conversas animadas, colegas com suas esposas e namoradas. Colegas com seus maridos e namorados. E eu com aquele rapaz. Ora conversa comigo a sós, fazendo perguntas mais profundas sobre a minha história e gostos, além do que ele já sabe, ora junta-se a um amigo para algumas gargalhadas sobre os últimos resultados do brasileirão. Quando está ao longe, esquadrinho cada pedacinho que vejo. Ao som da música, sinto que meu corpo esquenta e o coração se acelera. Uso a bebida que tenho em mãos para esfriar a pele do meu rosto. Aquele homem parece ser na medida. Nada faltando, nada sobrando. Nem magro, nem gordo, nem musculoso demais. Tudo proporcional. A cor da pele é clara, em contraste com os cabelos escuros e sempre cortados daquele jeito que o faz vez ou outra ajeitá-los com os dedos, assim para trás. Lisinhos e soltos. Sombrancelhas fortes e definidas. Olhos que demonstram concentração enquanto escuta e descontração quando fala. Sorriso sempre à espreita. Aquela barba por fazer. De jeans e camiseta preta. Perfume sempre gostoso, de origem que não identifico. Pernas bem feitas, delineadas sob o jeans. Bumbum atrevido. Não precisava, é até um exagero. Esqueço que não gosto da música e que tem mais alguém tentando conversar comigo. Só olho para ele. E imagino como seria a minha primeira vez nas mãos daquele garanhão de raça.

Ainda não é tarde e ele chega perto de mim, ao pé do ouvido, com a mão em meu pescoço, num gesto de intimidade. Pergunta se não quero conhecer o apartamento dele e assistir a um filme. A recatada em mim me diz para ir com mais calma e não aceitar o convite. A mulher voluptuosa não quer saber de regras ou táticas para assegurar um relacionamento mais duradouro. Ela só quer aquele corpo sobre o seu. E aceito o convite.

Vamos conversando um pouco pelo caminho, coisas banais e sem importância. Risos fáceis vêm com qualquer conversa quando estão dispostos. Subimos ao apartamento dele, enquanto ele me descreve o filme que veremos. É algo, segundo ele, que ele queria me mostrar há tempos. Achou que seria de meu agrado e que só conseguiria discutir o enredo comigo. Um filme estrangeiro, da década de 1980. Entramos no apartamento, ele liga as luzes. Pequeno mas bem acolhedor. Organizado, limpo. Cheirinho de lar. Ele se desculpa pela bagunça (quê bagunça?). Diz que se não quiser assistir ao filme hoje, podemos marcar outro dia, se estiver cansada. Posso dormir ali também, há uma cama extra. Ele me empresta roupa e toalha para tomar um banho, se eu quiser. Tira o calçado, pega a minha bolsa e a guarda. Tiro o meu sapato também. Ele me pede para ligar a tv e o filme enquanto ele vai à cozinha. Ligo tudo e pergunto pelo banheiro. Me olho no espelho e começo a ter dúvidas sobre o desfecho dessa noite. Ele realmente parece muito interessado em que eu veja o tal filme. Quer me receber bem, com quitutes mais bebidas. Se desculpa por não ter álcool, coisa que ele diz que prefere não trazer para casa. Mas tem refrigerantes e sucos. Não tem álcool. Isso não é um mal sinal? Escuto isso tudo de dentro do banheiro e dou uma checada na minha aparência no espelho. Estou bonita. Tudo arrumado. Me sinto bem. Me sinto pronta.

Volto para a sala e a luz está menos intensa. Ele me espera com algumas vasilhas na mão, com petiscos e copos. Sento-me ao seu lado e brinco que é bom que o filme seja bom mesmo, porque sábado à noite preferiria fazer outras coisas com ele. Ele dá uma risadinha e me dá um abraço assim meio de lado, com um beijo estalado na minha cabeça. Acho esquisito e pouco animador, mas ele continua abraçado a mim no sofá. E que sofá! Era um sofá-cama super confortável que ele já ajeitara com almofadas e cobertor. Comemos um pouco, assistimos. Ele vai ao banheiro, vou também, depois dele. Tudo normal e pouco promissor. Quando volto, ele me pede para sentar na frente dele, entre as suas pernas, aconchegada na barriga. Esfriou um pouco e ele nos cobriu. Uma posição mais íntima, mas não chegou a ser erótica. Fiquei ali um tempo e ele começou a brincar com os meus cabelos, fazer carinho. Foi fazendo, fazendo, e aquilo me relaxando, devagar, em redemoinhos, puxando fraquinho pequenas mexas. Fechei os olhos e me desliguei do filme (que estava ótimo até aquele momento, diga-se de passagem). Ele virou a minha cabeça um pouco de lado e começou a mordiscar o meu pescoço. Que frio na espinha... os lábios roçando de leve a minha pele, mordendo um pouquinho. Sentia ele encostando a língua em alguns pontos, sentindo o meu gosto. A respiração dele estava perto dos meus ouvidos e sentia que estava diferente. Ele desceu uma das mãos pelo meu pescoço, passou pelo meu colo e chegou naquela região entre os seios. Ficou por um breve instante ali. Prendi a minha respiração. Arrastou a mão até um deles e repousou. Parecia que ele queria sentir a forma antes de mais nada. Centrou a palma da mão sobre o mamilo e fez uma leve pressão em cima. Levou a outra mão para o outro seio e com ambas as mãos os tocou ao mesmo tempo, pressionando de leve. Pressionou um pouco mais. Peguei uma das mãos e coloquei dentro da minha blusa, que tinha um leve decote em canoa. Ele gemeu e a respiração ficou um pouco mais intensa. Me puxou mais para perto, enquanto ele se endireitava. Ficamos sentados e não mais tão deitados. Eu ainda estava na frente dele, mas de costas para ele. Ele tirou uma das mãos de lá e ficou mais um pouco com a outra, de um seio para o outro, por dentro da blusa. E a mão que estava agora livre ele foi descendo pela minha barriga. Tirou a outra de dentro da blusa e me puxou mais para perto. Ficamos bem colados. Eu estava com uma saia longa, com as pernas encolhidas. Ele pousou a mão na minha virilha e apertou com vigor, por cima da roupa. Senti correr um calafrio misturado com um calor esquisito, por todo o corpo. Comecei sentir pulsar algumas coisas. Senti o meu sexo pulsando. Ele foi puxando o tecido da minha saia, puxando, até que trouxe tudo para cima e deixou as minhas pernas descobertas e a calcinha à mostra. Era uma calcinha comum, de algodão. Gostaria de ter escolhido uma mais bonita. Ele voltou a botar a mão ali, massageou um pouco por cima do tecido. E com as duas mãos fez menção de que iria puxar a calcinha, tirando ela do caminho. Levantei um pouco o bumbum do chão para facilitar. Ele só afastou cerca de um palmo ou dois e voltou a me tocar. Que sensação indescritível... Eu ouvia ele respirando forte, junto com a minha respiração, e sentia ele mexer em mim, apertar, fazer círculos, abrir, enfiar de leve os dedos. Senti aquela mão maravilhosa em mim alguns bons e inesquecíveis minutos. Ele mexeu sem pressa, com carinho. Passou a ficar mais forte, com sofreguidão, com desespero. Eu queria que aquilo nunca parasse. Senti que ele estava bem duro atrás de mim. Senti o volume me pressionando. Me deu uma urgência de ser penetrada, uma coisa tão louca. Nada no mundo me faria parar o que fazia. Deslizei rápido no chão, ao lado de onde ele estava. Puxando ele junto, pela camisa. Ele rolou por cima de mim, em sincronia. Ele me livrou de uma vez da calcinha e tirou rápido a camiseta dele, desabotoou a calça e colocou para fora o membro. Achei muito grande. Quase me arrependi. Ia doer muito. Ele pegou uma camisinha e vestiu rápido. Abri um pouco mais as pernas para recebê-lo. Senti a ponta encostando no meu sexo. Ele olhou para mim, sem palavras, mas pedindo permissão com a expressão dos olhos. Fiz um sim com um movimento de cabeça. Ele veio com tudo ou assim me pareceu. Senti muita dor. Mais do que eu pensei que sentiria. Uma ardência, como se tivesse rasgado. Não consegui disfarçar. Apertei os olhos e soltei um gemido de dor. Ele parou um pouco, ainda dentro de mim, passou a mão pela minha testa e perguntou se estava tudo bem. Disse que estava, mas... não precisei completar a frase, ele tinha entendido. Me deu um beijo e perguntou se eu queria continuar. Exitei um pouco, mas disse que sim. Apesar da dor, estava muito excitada. Ele continuou todo cuidadoso, com carinho. Foi devagarinho, olhando para o meu rosto, para ver se a reação de dor continuava. Relaxei um pouco mais e tentei me concentrar no que mais eu estava sentindo além da dor. Ele começou a falar comigo, baixinho, de mansinho. Me disse que eu era linda, que ele sempre quis ficar comigo. Que ele não podia acreditar que estava ali, que eu tinha escolhido ele. Disse que o meu corpo era maravilhoso, que eu era do jeito que ele imaginou. Só não tinha imaginado que eu era virgem. Uma mulher tão linda, ainda virgem. Ele ficou quietinho e começou a gemer. Ficava um pouco de olho fechado e lembrava de olhar para mim, para ver se eu estava bem. Daí ele fechava o olho de novo e acelerava um pouco. Tá tudo bem? Tá. Respondi, bem baixinho. Ele acelerou um pouco mais. Estava todo suado e eu também. Entrou mais uma vez e ficou me segurando. Envolvi ele com as minhas pernas e apertei ele. Ficamos assim alguns instantes. Ele me soltou e escutei dele um aaahhhh.

Deitou sobre mim, sobre a minha barriga, respirando forte. Passei a mão pelos cabelos dele. Ele alcançou meu rosto e me deu um beijo. Nosso primeiro beijo. Um beijo intenso e atrasado. Um beijo de recompensa. A boca dele é tão maravilhosa quanto as mãos. Ele rolou para o meu lado, se aconchegou e me perguntou novamente se estava tudo bem. Digo que está, mas que sinto dor. Ele me dá mais um beijinho e se levanta. Quando volta, ele traz um pouco de água e pergunta se não quero tomar um analgésico, quem sabe alivia. Eu recuso o gelo, apesar de achar o gesto uma gracinha. Puxo a saia para baixo. Fico deitada de lado, encolhida, me sentindo muito satisfeita e realizada. Não quero pensar no amanhã, quero curtir o que sinto nesse momento. Uma sensação de cansaço, alegria, paixão, e muito mais. É indescritível. Ele me pede para dormir essa noite com ele. Digo que quero assistir ao filme. Ele me pergunta se quero algo, qualquer coisa. Faço que não com a cabeça e ele dá uma risadinha. Está todo serelepe e cuidadoso. Ele vem do meu lado e fica deitado comigo, encaixadinho. Enquanto o filme continua, sinto ele me olhando algumas vezes. Ele me cheira, me beija de vez em quando. E vai fazendo um carinho de leve no meu seio.

Foi perfeito.

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