Dois Irmãos - Final

Um conto erótico de LBSL
Categoria: Homossexual
Contém 9616 palavras
Data: 16/04/2009 00:45:02
Assuntos: Gay, Homossexual

Wesley parou próximo ao rosto de Miguel. Ele levantou a mão e passou no rosto do moço, próximo aos seus olhos.

- Você estava com esse negócio preto perto do olho – disse mostrando o dedo à Miguel.

- Ah, obrigado por tirar – falou Miguel afastando-se de leve.

Eles ficaram calados por um longo período, um olhando para o teto e o outro para a janela, admirando o céu que a essa altura estava ficando azul celeste.

Wesley pensava em tudo que Miguel tinha dito. Será que ele teria chance com o rapaz? E se ele tentasse e Miguel não gostasse? Seria bom começar a provocá-lo?

Diego apareceu no quarto, esfregando os olhos e bocejando.

- Ah, vocês estão aí – disse ele olhando para os dois – Miguel o que faz aqui?

- Até que fim você acordou hein! – exclamou Miguel – Eu vim fazer companhia pro Wesley já que eu não queria dormir e você já estava até roncando.

- Que exagero – disse Diego sentando-se na cama de Wesley – Eu nem ronco!

- Vamos para a praia de novo? – sugeriu Miguel – Daqui a pouco vamos ter que ir embora e eu quero dar mais um mergulho.

Ambos concordaram com a cabeça. Wesley e Miguel se levantaram. Eles se trocaram novamente e saíram. Chegaram na orla em poucos minutos. O sol ainda estava muito forte mesmo passando das quatro da tarde.

Colocaram as cadeiras e tiraram as bermudas, ficando todos de sunga. Caíram no mar os três ao mesmo tempo. Diego alugou uma prancha de surf, aproveitou cada onda que vinha ao seu encontro. Miguel e Wesley ficaram pulando ondas e afundando levemente para refrescar o calor.

Quando Diego terminou de surfar, foi a vez de Miguel seguir os passos do irmão. Wesley ficou admirando ele em movimento, ambos sabiam aproveitar o movimento e o ritmo de cada onda.

Quando o sol começou a se pôr, eles decidiram ir embora. Ficaram o tempo todo praticamente dentro da água, afinal eles não sabiam quando iriam voltar para a praia novamente.

Quando já estavam saindo da água, Miguel encontrou Sabrina e eles ficaram conversando por um período. Diego e Wesley continuaram andando, despertando os olhares das pessoas ao redor deles.

- É melhor a gente esperar ele – disse Diego – Pelo menos enquanto ele não vem, a gente pode ver o pôr-do-sol.

- Ah, bom isso é verdade mesmo! – exclamou Wesley olhando para o sol no horizonte que já começava a se esconder atrás do mar.

- Oi gato – disse uma voz feminina – Lembra de mim?

- Oi Cíntia! – exclamou Diego – Fiquei te procurando o dia inteiro!

- Me desculpe Diego, eu não estava na praia mais cedo, não me senti muito bem e fiquei em casa.

- Ah, tá! Entendi. Bom, eu já vou ir embora daqui a pouco...

- Mas já? Tão cedo?

- Amanhã começa o ritmo normal novamente – falou Diego.

Wesley saiu de perto de Diego e da loira com quem ele mantinha um relacionamento informal. Ele saiu em busca de um sorvete, e no meio do caminho, encontrou Miguel aos beijos com Sabrina, deixando ele ainda mais raivoso.

Ele comprou um picolé de chocolate e começou a caminhar na beira do mar enquanto saboreava o sorvete. Ele estava pensando nos dois irmãos, cada um com uma mulher enquanto ele não parava de pensar nos dois.

Quando terminou de chupar o picolé, Wesley deu mais um mergulho e por fim voltou ao encontro dos dois irmãos, que já estavam sem nenhuma companhia feminina.

- Onde você estava? – questionou Miguel curioso.

- No mar – respondeu ele colocando a bermuda.

- Pensamos que você tinha ido pro apartamento – informou Diego.

- Como? Sem a chave?

Diego sorriu e Miguel se levantou.

Só faltava Diego terminar o banho e se vestir para eles irem embora. Miguel já tinha colocado as bagagens no carro e Wesley já estava arrumado. Ele assistia televisão enquanto o amigo não saía do banheiro.

- Ele ainda não terminou? – perguntou Miguel saindo da cozinha e se juntando à Wesley.

- Não – falou Wesley olhando para o rapaz – Está com pressa né?

- Um pouco – disse Miguel sentando-se no sofá de couro preto – A essa hora todos vão embora e a gente vai pegar trânsito.

- É, isso é verdade, é bem provável que peguemos trânsito mesmo.

- DIEGO ANDA LOGO – gritou Miguel para que o irmão se apressasse.

- JÁ ACABEI – gritou Diego em resposta desligando o chuveiro.

Ele saiu de toalha para o quarto e Miguel foi secar o banheiro. Wesley voltou ao seu quarto para ver se não esquecia nada e para fazer uma última vistoria para ver se estava tudo em ordem.

Quando entrou, encontrou seu celular carregando em cima da cama, suspirou satisfeito em ter entrado no quarto e olhou pela janela pela derradeira vez e fechou-a em seguida.

Miguel entrou no quarto e fez uma vistoria assim como Wesley. Trancou as portas do guarda-roupas e por fim fechou a porta ao sair.

Diego estava arrumado. Ele trajava uma calça jeans preta e uma camisa pólo vermelha, os cabelos rebeldes como sempre estavam ligeiramente penteados para a direita.

- Vamos? – perguntou Miguel.

- Sim – responderam os dois ao mesmo tempo.

- Não estão esquecendo nada?

- Não – falaram novamente juntos.

- Então vamos – disse Miguel se adiantando à frente do irmão e do amigo.

Ele desligou o registro de água e desligou a chave de eletricidade que ficavam na lavanderia, quando saiu, fechou as janelas da sala encobrindo-as com a cortina de renda branca.

Enfim estavam viajando de volta para a cidade grande. Quem dirigia desta vez era Diego, Miguel estava no banco do carona, e Wesley, como da outra vez, estava acomodado no banco traseiro, ouvindo músicas em seu aparelho MPJá prepararam tudo para amanhã? – perguntou Fred animado para o aniversário do irmão mais novo.

- Só falta montar a decoração – disse Neuza visivelmente satisfeita – E também comprar o bolo.

- Acho que um simples vai dar Neuza – disse Júlio – Não temos dinheiro para muita coisa minha velha – lamentou em seguida.

- Não se preocupe pai – disse Camila – Daremos um jeito como sempre fazemos.

...

Allan ligou no celular de Wesley pela oitava vez naquela noite. Cansado de tantas tentativas em vão, ele decidiu mandar uma mensagem:

“Quando você lembrar que tem namorado, entra em contato comigo.”

...

- Acho que já encontrei o plano perfeito para colocar fim na vida do meu tio – informou Bárbara aos aliados.

- E o que você tramou desta vez? – perguntou Rafael.

- Algo que você vai ter que fazer Rafinha, meu lindo – disse ela andando pela sala.

- O quê? – perguntou Alícia.

- Vamos assassinar ele, vamos não, você vai Rafael.

- Mas, eu? E como? – perguntou Rafael.

- Isso eu ainda não sei. Mas um tiro certeiro na nuca dele fará ele partir desse mundo, o que já deveria ter acontecido a muito tempo.

...

Depois de mais de uma hora completamente parados, Diego conseguiu se livrar do engarrafamento. Ainda faltava um longo percurso até a cidade onde moravam, Wesley já estava ficando irritadoAcho que o Wesley chega hoje – disse Patrícia à Eduardo.

- Ah é? Podíamos ir vê-lo, que tal?

- Não, melhor deixar para amanhã. Aí a gente aproveita que é aniversário dele e já vai na festa que a mãe dele está organizando.

- É, pode ser – disse Eduardo beijando a namorada.

...

Finalmente Wesley estava em casa. Miguel desceu e pegou a mochila do rapaz. Eles se cumprimentaram, Wesley agradeceu pela hospedagem e pelo convite, e em seguida entrou em casa.

- Você chegou meu amor – disse Neuza indo abraçá-lo.

- Sim mãe, finalmente...

Eles se abraçaram, em seguida o rapaz cumprimentou seus irmãos e seu pai, indo tomar banho logo depois.

Ele comeu um pão com frios e depois foi direto dormir, estava cansado da viagem e ligeiramente abalado com os dois irmãos.

...

Diego e Miguel entraram no jardim de casa. Entraram e foram falar com os pais e a irmã, indo tomar banho em seguida para depois irem dormir.

Antes de ir dormir, Diego passou no quarto de Miguel para eles poderem conversar um pouco.

- Você não tem jeito mesmo né? Você tem namorada e ficou com aquela morena.

- Ah, mas ninguém vai contar pra Juliana, ou vai?

- Não, mas não é certo.

- Diego pára de querer bancar o correto, você não fica atrás. Quantas vezes você já não traiu uma mulher?

Diego ficou calado.

- Muitas. Então não venha querer me corrigir. A gata era linda e tava me dando mole, não custa dar uns beijos pra aliviar a tensão!

- Mas que não é justo não é! – retrucou Diego – E o Wesley? O que vocês conversavam na cama dele hoje mais cedo?

- Nada demais. Ele me contou que era gay.

- Contou?

- Sim.

- E você?

- Eu o respeitei ué. Ele me disse até o nome do namorado dele. Allan.

- Allan – repetiu Diego em voz baixa – Que bom que ele te contou, isso mostra que ele confia em você.

- É, eu confio nele também. Mas deixa isso de lado. Vamos dormir? Afinal amanhã a Multifox e a Multipictures nos esperam.

- É, se é o único jeito...

Diego se levantou e deu um beijo na bochecha de Miguel.

- Boa noite, mano – disse bagunçando o cabelo do irmão.

- Boa noite, Di – respondeu Miguel sorridente – Dorme bem.

Diego correspondeu ao sorriso e saiu em seguida, encostando a porta ao passar. Miguel tirou o pijama ficando completamente desnudo. Ele se espreguiçou e finalmente deitou-se de bruços, abraçando o travesseiro.

A imagem de Wesley veio em sua mente quase que de imediato. O que o amigo escondia dele?

...

Wesley não conseguia dormir. Ele pegou o celular e olhou as horas. Meia noite e quatorze.

- Parabéns Wesley – disse em voz baixa para si mesmo.

Chegara o dia em que ele completaria vinte e cinco anos de idade. Uma sensação boa tomou conta do corpo dele. Se sentia feliz. O rapaz pensou em cada aniversário que teve desde os sete anos, quando teve sua primeira festa.

Depois de algum tempo, já sendo vencido pelo cansaço, ele fechou os olhos. Diego e Miguel apareceram em sua mente. Ambos de sunga, brincando e sorrindo para WesleyDiego finalmente deitou. Ele apagou a luz do abajur e ficou olhando para o teto. Wesley veio em sua mente. Ele começou a pensar em o que Wesley fazia quando estava sozinho com o namorado, e não conseguiu segurar uma ereção. O que aquilo significava?

Àquela manhã, Wesley fora acordado por todos da família. Sua mãe lhe deu um beijo carinhoso na bochecha, ele recebera um abraço afetuoso de seu pai, tapinhas amigáveis nas costas do irmão e por fim, um abraço e um beijo fraternal de Camila.

Fazer vinte e cinco anos não deixava Wesley completamente feliz. Pela primeira vez desde aquele momento, ele começou a perceber que o tempo estava passando, que ele estava envelhecendo, só faltava cinco anos para ele completar trinta!

Ele tomou banho e se arrumou como de costume, tomou café com todos reunidos à mesa, e saiu para o trabalho. Diego não mandara nenhuma mensagem pedindo que lhe esperasse, ele também não quis ligar para Allan, não naquele momento. Decidiu ir de ônibus.

Quando subia à rua para ir ao ponto de ônibus, Wesley encontrou uma de suas vizinhas, dona Conceição. Ela lhe felicitou pela data, dando-lhe um abraço.

O homem continuou a andar, chegando ao ponto de ônibus com certo período de vantagem. Conseguiu pegar um coletivo demasiado vazio para aquela hora da manhã. Sentou-se em uma das últimas cadeiras e relaxou.

Quando desembarcou no ponto próximo à Multipictures, ele pôde sentir a brisa fresca da manhã envolver o seu corpo, respirou fundo e começou a descer à avenida.

Chegou na empresa antes de quase todos os funcionários. Entrou em sua sala e ligou o computador, como fazia todas as manhãs. Antes mesmo de se sentar, ele foi ao banheiro arrumar o cabelo, quando voltou notou duas mensagens de texto em seu celular. A primeira das duas era de Eduardo. O melhor amigo de Wesley desejou felicidades com simples palavras, mas estas fizeram com que Wesley esbanjasse um sorriso de satisfação.

O outro torpedo era de Paty, que também felicitou o amigo com doces e sinceras palavras, deixando-o feliz e agradecido. A manhã estava perfeita. Parecia que tudo iria dar certo àquele dia.

...

Miguel não conseguia acordar. O sono dele estava profundo e relaxante, ele só despertou quando Diego chegou em seu quarto:

- Miguel – disse cutucando-o nas costelas – Acorda Miguel, você vai se atrasar!

Miguel mexeu a cabeça de leve, abrindo os olhos em seguida. A visão ainda turva revelou a claridade do dia, que estava ligeiramente ensolarado.

- Acorda Miguel – falou Diego novamente – Já está atrasado.

- Que horas são? – perguntou espreguiçando-se.

- Oito e meia – disse Diego – Levanta logo.

Miguel sentou-se na cama e esfregou os olhos. Ele ainda se sentia cansado e com sono.

Contra sua vontade, ele levantou. Diego admirou-se ao ver o irmão pelado, ele não sabia que Miguel dormia tão a vontade. O irmão mais velho dirigiu-se ao banheiro, fez suas necessidades e em seguida tomou banho.

Quando desceu para o café já não encontrou Diego em casa, como eles trabalhavam em locais distintos, cada um ia com um carro, Miguel sentou-se à mesa da sala de jantar e serviu-se de cereais, frutas, suco de laranja, torradas com geléia, doces, pães e pedaços de bolo.

Quando terminou de comer, finalmente saiu de casa, chegando com quase uma hora de atraso na presidência.

Quando entrou no décimo sexto andar, deu de cara com sua prima Bárbara, que estava sentada no lugar de Michelle, mexendo no computador atentamente.

- Bom dia Michelle – disse ele – Alguma ligação?

- Bom dia senhor Miguel – falou a assistente sorrindo – Até o momento não.

- Bom dia meu priminho lindo! – exclamou Bárbara com uma voz elétrica.

- Bom dia, Bárbara.

Ele saiu da recepção e foi até sua sala para mais um dia na empresaPosso entrar? – perguntou Diego à Wesley, na porta da sala do rapaz.

- Oi Di! – exclamou Wesley sorrindo – Claro que pode, entra aí!

- Desculpa não ter ido te buscar hoje, acordei um pouquinho atrasado.

- Não tem problema não – falou Wesley com sinceridade – Não tem que se preocupar com isso.

- Você parece muito feliz, ou é impressão?

- Estou feliz sim – disse sorridente.

- Que bom! Mas, posso saber o motivo de tanta felicidade?

- Nenhum em especial, apenas acordei de bem com a vida hoje.

- Isso é muito bom. Mas deixe-me ir para a minha sala que tenho muito trabalho a fazer.

- É, eu também tenho – disse Wesley.

Diego saiu da sala, logo em seguida o celular de Wesley tocou. Era Suellen, que lhe felicitou pelo aniversário e também o convidou para sair no final de semana, Wesley decidido, aceitou o convite.

Durante o resto da manhã o celular dele não parou de tocar. Amigos, parentes e até mesmo colegas de faculdade lhe felicitaram. A satisfação de Wesley era evidente.

Ele e Diego saíram para o almoço, foram em um restaurante simples, mas muito aconchegante no centro da cidade.

Quando já estavam terminando o almoço, o celular de Wesley tocou pela décima segunda vez aquele dia.

- Alô? – atendeu ele secando os lábios com o guardanapo.

- Feliz aniversário Wesley! – exclamou uma voz feminina.

- Obrigado! – disse ele sorrindo – Mas, quem é?

- Nossa, nem reconhece mais a minha voz não é?

- Daniela! Ai amor, como você está?

- Muito bem, e você?

- Eu também!

- Estou ligando só para desejar um feliz aniversário mesmo. Muitas felicidades, paz, saúde, conquistas e vitórias para você!

- Obrigado Dani, muito obrigado.

Diego olhava para o amigo. O que ele agradecia?

- Quantos anos você está fazendo mesmo?

- Vinte e cinco – respondeu Wesley.

Diego entendeu o motivo de tanta felicidade.

- Então aproveita bastante o seu dia, e mais uma vez felicidades – falou Daniela.

- Pode deixar, e mais uma vez obrigado – disse Wesley.

- Um beijo e tchau.

- Outro para você. Tchau – disse desligando o celular.

- Por que não nos disse que hoje é seu aniversário? – perguntou Diego com o rosto sério.

- Ah, não quis perturbar vocês com isso.

- Não é perturbação. Pensei que nós fossemos amigos!

- E somos! Mas se eu dissesse isso, podia parecer interesseiro, e eu não sou assim.

- Sei que não. Miguel também tem plena noção disso. Você não tinha porque ter escondido!

Wesley ficou ligeiramente encabulado.

- Mas agora você já sabe – falou por fim.

- É. E parabéns! – disse Diego ainda sério.

- Obrigado – respondeu Wesley sorrindo.

Diego pagou a conta àquele dia, como forma de presente para Wesley que ficou agradecido e contente pelo ato do amigoFala Di – atendeu Miguel ao telefone.

- Adivinha o que eu descobri?

- O quê?

- Hoje é aniversário do Wesley.

- Sério? – espantou-se Miguel – Mas como você descobriu? Ele te contou?

- Não, foi por acaso, ele não ia nos contar porque disse que ia parecer interesseiro e etc.

- Nossa que bobagem! Ah, então era isso que ele me escondia! Mas que legal. Vem pra cá com ele, vamos cantar parabéns com os outros funcionários.

- Está bem. Antes de acabar o expediente nós iremos.

- Isso. E como estão às coisas por aí?

- Ah estão bem. A gravação do comercialA felicidade não podia ser maior. Porém, no meio de tantos fatos, Wesley esquecera-se que até aquele momento seu namorado não tinha ligado para ele. Olhou no celular, nenhuma chamada perdida. Seria viável ligar para ele?

Decidiu deixar o fato de lado, pelo menos por um momento. O trabalho estava árduo e ele tinha que terminar uma planilha para ser entregue a Miguel ainda naquele dia.

Faltava uma hora para eles irem embora, Diego apareceu subitamente na sala de Wesley, pedindo-o para que lhe acompanhasse até a recepção.

Todos os funcionários estavam reunidos e começaram a cantar parabéns para você quando o rapaz chegou.

Wesley ficou envergonhado, mas contente por Diego ter feito aquela pequena homenagem. Ele recebeu um abraço de cada colega de trabalho, inclusive de Diego.

- Parabéns, cara – dizia Diego enquanto eles estavam abraçados, Wesley sentiu o cheiro do rapaz através de seu pescoço – Que você seja muito feliz!

- Muito obrigado Diego, obrigado de verdade.

Eles se soltaram e Diego, olhando em seus olhos disse:

- Vamos embora. Hoje você vai mais cedo, mas vocês saem no horário normal – disse dirigindo-se aos outros funcionários.

Wesley foi à sua sala e fechou as janelas, desligou o computador e trancou as gavetas de sua mesa. Em seguida saiu.

Diego estava esperando pelo amigo na saída, eles entraram no carro e Diego deu partida.

...

Miguel já tinha avisado aos funcionários sobre a surpresa para Wesley, todos estavam preparados para a chegada do amigo.

- Mas o que estamos fazendo aqui? – perguntou Wesley à Diego, vendo que eles estavam na Multifox.

- Não questione – disse Diego tirando o cinto de segurança – Desça.

Ele obedeceu e eles subiram pelo elevador. Quando entraram na presidência, cerca de cinqüenta pessoas começaram a cantar os parabéns para Wesley que desta vez, ficou púrpura de vergonha.

Recebeu, assim como no outro escritório, o abraço de todos os colegas de trabalho, sendo que por fim, recebeu o de Miguel.

- Seu pilantra – disse Miguel em seu ouvido quando se abraçaram – Não quis me contar né? Pensou que ia escapar disso?

Wesley apenas riu. Miguel o felicitou, eles ficaram abraçados por mais de um minuto.

Já estava na porta de casa. Diego buzinou para o amigo que acenou sorridente. A chave foi girada na porta e a mesma foi empurrada. A sala estava completamente escura, e o silêncio reinava na casa do rapaz. Será que todos tinham saído?

Ele ligou a luz. O rosto de espanto foi inevitável. Ele viu todos os amigos e parentes mais próximos reunidos, olhando para ele com um sorriso nos lábios.

- SURPRESA! – gritaram todos ao mesmo tempo, fazendo que ele desse um salto de susto repentino.

A primeira pessoa a cumprimentá-lo fora uma tia de Wesley. Regina. Em seguida, um por um até a última pessoa lhe deu um abraço de cumprimento, entregando um presente logo em seguida.

Agradecer foi o que Wesley mais fez naquele dia. Quando terminou de cumprimentar todos, eles começaram a comer e a conversar. Camila colocou uma música agitada e alguns jovens começaram a dançar no meio da sala, fazendo uma pequena e improvisada pista de dança entre os sofás.

Por volta das dez horas da noite, foi cantado o terceiro parabéns para você à Wesley, que apagou uma vela em cima do bolo e começou a cortá-lo para entregar aos convidados.

Allan não tinha ido. O que teria acontecido com ele? O último convidado deixou a casa por volta da meia noite, fazendo assim, com que Wesley pudesse tomar seu banho e ir dormir.

O aniversário tinha acabado. Quando colocou a cabeça no travesseiro, não pôde deixar de sentir uma imensa satisfação em ter dado tudo tão certo naquele dia.

Ele pegou o celular e ligou para o namorado.

- Lembrou de minha insignificante existência? – perguntou Allan quando atendeu o celular.

- Lembrou que hoje foi meu aniversário e que você nem se deu ao trabalho de me mandar pelo menos uma mensagem?

- Lembrou que eu te liguei umas quinhentas vezes no sábado e também no domingo e que você nem ao menos se deu ao trabalho de retornar a ligação?

- Lembrou que eu estava na praia e que não andava com celular? E que também não podia te ligar porque senão ia ser interurbano e que eu também não tinha crédito?

Allan ficou quieto por um segundo, em seguida continuou:

- Engraçado, agora você tem crédito né?

- Acabei de fazer uma recarga bancária – informou Wesley com a voz calma – Olha, se você for continuar assim é melhor a gente conversar.

- Assim como?

- Assim, tão insistente, tão intolerável.

- Insistente? Intolerável? – repetiu Allan com desdém.

- Você sabe muito bem do que eu estou falando, não se faça de desentendido. Se vai ficar fazendo essa tempestade em um copo de água só porque eu não te liguei no final de semana, eu sinto muito meu caro, só posso lamentar.

Allan ficou calado.

- Não vai dizer mais nada? Ficou sem palavras? – disse Wesley – Acho que isso significa que eu estou certo não é? Allan, mude suas atitudes, quando você fizer isso, você volta a me procurar está bem?

- Não, espera...

- Não, agora eu vou dormir. Boa noite – disse Wesley desligando o celular.

O fato de Allan não ter ligado ou nem ao menos desejado um feliz aniversário para Wesley em seu aniversário balançou com o emocional do rapaz. Querendo ou não, Allan era seu namorado, ele tinha a obrigação de felicitá-lo.

Mesmo não amando Allan, Wesley não pôde deixar de ficar magoado pelo que o namorado tinha feito. Àquela noite ele dormiu pensando no que Allan tinha feito.

...

A manhã seguinte chegou rapidamente. Diego levantou e foi ao quarto do irmão. Desta vez, Miguel já estava de pé, tomando banho como sempre fazia ao acordar.

- Ah, você já acordou – disse Diego entrando no banheiro.

- Já. Dormiu bem?

Uhum e você? – perguntou Diego indo fazer xixi.

- Sim. Mas ainda estou com sono.

- Eu também.

Eles não falaram muita coisa, Miguel passava a esponja com sabonete pelo corpo, fazendo uma espuma densa e cheirosa. Diego fechou os olhos momentaneamente, a vontade de voltar para a cama foi imensa, mas ele não o fez, ao invés disso despiu-se e foi tomar banho no chuveiro.

- Por que você não vai tomar banho no seu banheiro? – intrigou-se Miguel olhando para o corpo do irmão.

- Porque se eu passar por aquela cama mais uma vez, eu vou cair nela e nem um guincho me tira de lá. Então melhor não correr riscos.

Miguel riu baixinho, enquanto uma excitação involuntária fazia com que ele terminasse seu banho. Ele se levantou e se enrolou com o roupão.

- Pode pegar meu roupão para mim?

- Posso, mas o que eu vou ganhar em troca? – perguntou sorrindo.

- O que você quiser – disse Diego bocejando.

- Qualquer coisa? – perguntou Miguel.

- Uhum – respondeu Diego ensaboando o cabelo com xampu.

- Sorte a sua que eu não quero nada – disse saindo do banheiro para ir ao quarto do irmão.

Diego continuou seu banho, o sono estava consumindo sua mente e o cansaço tomava conta de seu corpo. Miguel voltou rapidamente e colocou o roupão na porta do box.

- Anda, se não você vai se atrasar.

Diego desligou o chuveiro e se vestiu. Miguel percebeu que o irmão também estava excitado, mas decidiu não comentar nada.

Ambos se vestiram e desceram para o café. Diego ainda estava com as feições sonolentas, mas já estava mais disposto do que anteriormente.

...

Wesley acordou àquela manhã com o despertador em seu ouvido. Ele se levantou decididamente disposto.

Quando estava se vestindo ele recebeu a mensagem de Diego dizendo que ele iria buscá-lo. Uma sensação de bem estar subiu pelo seu corpo, Wesley se sentia leve.

No mesmo horário de sempre, Diego passou na casa de Wesley. Ele entrou no carro e disse:

- Você está bem? Que cara de sono é essa?

- É sono oras – respondeu Diego dando partida no automóvel.

- Dormiu mal?

Não, dormi pouco – respondeu Diego sorrindo.

- Ah sim.

Uma movimentação repentina no colo de Diego fez despertar o olhar de Wesley para a região.

- Hum... – riu-se Wesley – Com a barraca armada! Tarado!

Diego olhou para baixo e percebeu a ereção.

- É falta! – falou prestando atenção no trânsito.

Wesley riu e ficou olhando para o volume na calça de Diego. Pelo jeito o rapaz era dotado, do jeito que ele imaginava e gostava.

...

Thaisy ficou sabendo que Wesley tinha feito aniversário. Decidiu ligar para o amigo assim que entrou em seu escritório:

- Alô? – atendeu Wesley.

- Oi aniversariante – disse ela com a entonação feliz.

- Ah, oi Thata!

- Feliz aniversário um pouquinho atrasado – disse ela – Eu só fiquei sabendo hoje quando falei com Miguel.

- Obrigado e não tem nenhum problema pela demora, o que vale é a intenção.

- E como está se saindo como subgerente da produção?

- Bem, graças a Deus está tudo bem.

- Que bom, fico realmente muito feliz por você.

- Obrigado!

- Bom então era só isso mesmo – disse Thaisy – Um beijo e felicidades.

- Outro para você. Até a próxima.

Ela desligou o telefone e colocou a tampa da caneta na boca, a imagem de Wesley veio em sua mente, ela deu um suspiro profundo e voltou a verificar os papéis que tinham lhe mandado.

...

O final de semana logo chegou. No sábado, quando saiu da empresa, Wesley convidou Diego para sair com ele à noite, já que seus amigos tinham marcado de ir em uma danceteria.

- Ah, eu quero ir sim – disse Diego – Posso passar na sua casa?

- Claro que pode – disse Wesley sorrindo – Passa lá as dez. e leva o Miguel se você quiser.

- Pode deixar. Combinado então.

Wesley saiu da empresa e subiu na moto do namorado, que finalmente tinha concordado em conversar com o rapaz.

Eles foram almoçar em um restaurante de classe média na zona norte da cidade.

- E então – começou Allan.

- E então – repetiu Wesley olhando fixamente nos olhos de Allan.

- A gente tem que se acertar.

- Eu também acho!

- Você também acha? Mas foi você quem começou!

- Não senhor, quem fez tempestade em um copo de água foi você e não eu.

Allan fechou a cara.

Eles fizeram os pedidos e começaram a comer. Wesley estava faminto, mas Allan mal tocou na comida.

- Se for para a gente ficar nesse chove não molha, é melhor colocar um fim em nossa relação de uma vez por todas – falou Wesley.

Allan bebeu um gole de sua taça de vinho e disse:

- É isso que você quer não é?

- Não. Não é isso, mas se a gente for ficar assim eu prefiro. Pelo menos eu posso me relacionar com outras pessoas e você também.

- Ah, então você quer ficar com outras pessoas! Eu devia ter imaginado que você tem interesse em outro cara!

- Não disse isso Allan, não coloca palavras na minha boca!

- Quem é? Será que é o chefinho? O tal do Miguel? Ou será que é o outro? O tal do Diego?

- Nem um, nem outro – disse Wesley começando a perder a paciência – Vai continuar com o seu show?

- Quer saber, amor – disse Allan enfatizando a última palavra com desdém – Vai ficar com os seus chefinhos, e me deixa em paz.

- Ah, muito bem. Boa sorte pra você Allan, e vê se você amadurece, porque nenhum homem merece namorar com uma pessoa tão imatura e infantil como você. Passar bem – falou Wesley colocando uma cédula de dinheiro embaixo do prato para quitar a conta.

Ele saiu do restaurante e foi para o ponto de ônibus mais próximo com uma forte raiva de Allan, como ele poderia fazer isso com Wesley?

Miguel mergulhou na piscina. Diego sentou em uma das tantas cadeiras que tinham no jardim e ficou olhando o irmão nadar. Quando este finalmente saiu da água, Diego disse:

- Wesley nos convidou para ir em uma danceteria hoje a noite. Quer ir?

- Ah, não posso – disse Miguel sacudindo a água do corpo – Vou sair com a Juliana hoje. Já faz duas semanas que a gente não se vê...

- Caramba! Quanto tempo sem se ver.

- É, precisamos nos ver – disse sorrindo.

- Sei te entendo perfeitamente, mas não me deixa com inveja, você sabe que eu to sem há quase cinco meses.

- Não sei como você agüenta.

- Força de vontade. Não quero pegar qualquer uma não. Prefiro me satisfazer sozinho.

- Sei – disse Miguel sentando ao lado do irmão – Que sol maravilhoso.

Manoella trouxe dois sucos. Um de caju, que foi entregue à Diego, e o outro de limão, esse de Miguel. Eles degustaram o refresco calmamente, aproveitando cada minuto daquele sol que àquela hora já enfraqueciaJá pensou em algum plano para matar meu tio Rafael? – questionou Bárbara que também aproveitava o dia de sol.

- Sim. Mas ainda falta aperfeiçoar algumas coisas.

- O que você bolou? – perguntou a loira tirando os óculos para mirar o rapaz nos olhos.

- Que tal veneno? – sugeriu Rafael.

- Veneno... Veneno... – sussurrou Bárbara para si mesmo – Não seja idiota Rafael! Como você quer envenenar ele? A família vai desconfiar e vai sair o laudo no atestado de óbito!

- Não tinha pensado nisso – disse Rafael.

- Babí – disse Alícia que estava ao lado da prima – E se promovermos um assalto à mansão deles?

- Um assalto?

- É você contrata alguns homens eles entram na casa e um deles o mata...

- É uma idéia Alícia, é uma idéia... Preciso aperfeiçoá-la, mas é uma ótima idéia!

...

A noite finalmente chegou. Wesley pegou uma quantidade generosa de pomada para o cabelo e começou a arrepiar os fios até que a madeixa ficou completamente ouriçada.

Separou sua melhor roupa. Uma calça jeans agarrada ao corpo e uma camiseta regata que deixava uma parte de sua tatuagem à mostra.

O rapaz colocou o relógio que ganhou de Eduardo no pulso esquerdo e passou a colônia que ganhou de Diego por todo o corpo.

- Hum... – disse Fred que estudava na sala – Onde você vai todo arrumado assim?

- Para a balada. Quer ir?

- Não posso, estou em semana de provas na faculdade, tenho muito que estudar.

- Entendo.

- Nossa! Como você está cheiroso – disse Camila – Onde vai?

- Balada. Quer ir?

- Não, o Henrique vem me ver.

- Ah... Vocês dois são dois chatos – riu-se Wesley.

- Ah, a propósito – disse Camila – Esqueci de te dizer. Eu e Henrique marcamos a data do nosso casamento.

- Sério? – espantou-se Wesley.

- É sim. E eu adoraria que você fosse um dos meus padrinhos.

- Jura? – perguntou Wesley abrindo um sorriso de orelha à orelha.

- Claro que sim. Fred é meu padrinho também. Então, você aceita?

- Claro que eu aceito! – respondeu Wesley pegando a irmã no colo.

Camila riu alegremente, fazendo com que Neuza viesse até a sala. Ela ficou vendo os filhos se abraçando e não conseguiu conter um sorriso de alegria.

- Mãe, vou ser padrinho dela mãe! – exclamou Wesley sorridente.

- Eu já sabia! – falou Neuza – Minha pequenininha já vai se casar... Você é tão nova minha filha, ainda nem terminou o colégio...

- Mas eu termino final do ano mãe! E eu não sou tão jovem assim, já estou com dezoito anos!

- A senhora se casou com essa idade mamãe – disse Fred – É natural.

Diego buzinou duas vezes na frente do portão da casa de Wesley. O jovem deu uma última olhada no espelho para conferir o visual e em seguida saiu de casa, verificando os bolsos para ver se não estava esquecendo nada.

Quando Diego viu Wesley não conteve o impulso de sorrir. Ele saiu do carro para poder cumprimentar o rapaz, que na opinião de Diego, estava muito bonito e charmoso.

- Desse jeito – disse Diego olhando Wesley dos pés a cabeça – Você vai acabar matando alguém hoje!

- Por quê? – perguntou Wesley curioso.

- Você está bonito, charmoso e além de tudo, cheiroso!

Wesley sorriu vergonhosamente.

- Que bom que está usando o perfume que eu te dei de presente – disse Diego com satisfação.

- Ele é muito bom. Eu já agradeci pelo presente?

- No mínimo umas quinze vezes – riu-se Diego – Entra no carro, você vai me guiando até a casa da sua amiga.

Wesley entrou no carro e sentou no banco do carona como costumava fazer pelas manhãs quando Diego vinha buscá-lo.

- E então, já sabe onde iremos? – questionou Diego colocando o cinto de segurança.

- Não, a gente ainda não decidiu, mas na hora a gente escolhe um lugar legal.

- Então tá né – disse Diego olhando o cabelo espetado no retrovisor – Onde eu devo ir agora?

- Daqui a duas quadras você vira a direita, quando você chegar lá eu ensino o resto do caminho.

- Você manda, chefinho – disse Diego virando a chave na igniçãoQuanto tempo – disse Juliana friamente ao ver Miguel.

- Pois é, acho que alguém esqueceu de mim, já que não me liga mais.

- Digo o mesmo – falou Juliana colocando o cinto de segurança.

- Onde quer jantar?

- Qualquer lugar.

Miguel deu partida no carro. Eles não falaram muita coisa. Ao chegar no restaurante de escolha de Miguel, eles desceram e escolheram uma mesa reservada.

Miguel admirava o rosto da amada que estava reluzente a luz tênue daquele local.

- E então? – disse ele.

- Sabe, acho que a gente não está mais como antes...

- Isso é visível!

- Não acho isso saudável...

- Eu também não!

- O que você quer fazer?

- Solucionar esse problema.

- Como? – questionou Juliana – Terminando?

- Não, corrigindo os meus erros e você corrigindo os seus.

Ela ficou calada. A comida foi servida e eles começaram a jantar. Durante um longo período não falaram nada, até que...

- Então você quer uma chance para salvar o namoro? – perguntou a moça enquanto cortava a carne.

- Só se você também quiser – disse Miguel ao engolir a comida.

Por mais um longo período eles não falaram nada, apenas trocaram olhares.

- Se é assim, acho que não custa nada dar mais uma oportunidade a nossa relação, mas, se não mudar nada, a gente termina.

- Sem problema! – exclamou Miguel com indiferença.

Quando eles saíram do restaurante, foram para o motel que gostavam de freqüentar. Miguel parecia distante enquanto amava a namorada, a imagem de Wesley não saía de sua mente.

...

Diego já tinha se entrosado com todos os amigos de Wesley. Eles chegaram na danceteria que tinham escolhido faltando cinco minutos para a meia noite. Eles fizeram uma fila uniforme que não andou durante quinze minutos.

- Deve estar bem cheio – disse Patrícia – A fila não anda!

- Relaxa Paty! – exclamou Suellen – Até as seis da manhã a gente entra!

Todos riram.

Diego, que estava ao lado de Wesley, começou a observar a silhueta de Suellen. A moça vestia uma calça capri preta e uma bata cor de rosa, que realçava a beleza de seu rosto. O cabelo estava elegantemente amarrado em forma de rabo-de-cavalo, deixando seu pescoço ligeiramente à mostra.

- Cadê seu namorado? – perguntou Diego à Wesley entre os dentes para que ninguém ouvisse.

- Eu não tenho mais namorado – disse Wesley com cautela –Agora eu estou na pista para negócios.

- Sério? Isso é bom! – disse Diego não conseguindo segurar uma palpitação no baixo ventre.

- Pena que essa boate é para pessoas heterossexuais e não para o público GLS, hoje eu não vou ter chances de ficar com ninguém!

- Ah, eu não teria tanta certeza se fosse você – disse Diego sorrindo – Vai que você encontra alguém interessante hoje à noite? – completou piscando de leve para o amigo.

- Você acha? Acho pouco provável...

- Não custa ter esperanças.

A fila começou a andar pela segunda vez, parando assim que Diego ficou perto da porta de entrada.

Wesley olhou no relógio, acabara de passar das duas horas da manhã.

Diego estava no meio da pista, sendo envolvido por várias garotas de todos os estilos. Wesley por sua vez bebia o quinto chope, todos os amigos estavam se divertindo com exceção dele que até aquele momento ainda não tinha ficado com ninguém.

- O que um gato como você faz sozinho nesse bar, sendo que tem um monte de garota à solta por aí? – perguntou uma jovem moça ao lado de Wesley.

- Apenas analisando o movimento – disse Wesley sorrindo para tentar ser agradável.

- E o que acha do movimento hoje? – perguntou a morena virando-se para Wesley.

Wesley ficou calado por alguns segundos, analisando o corpo daquela mulher. Ela tinha a pele morena clara, os cabelos castanhos enrolados até a ponta, os dentes harmoniosos e de uma brancura excepcional, o busto grande e volumoso e a cintura delineada num corpo devidamente esculpido.

- Acho que o movimento está bom – disse ele por fim, rendendo-se ao sorriso daquela mulher.

- Qual é o nome desse deus grego? – perguntou ela bebendo um gole de sua bebida.

- Claudemir – mentiu Wesley.

Ele não soube por que não disse seu nome verdadeiro, apenas sentiu necessidade de fazer isso.

- E o seu? – perguntou após um breve silêncio.

- Angélica – disse a morena.

Eles se beijaram no rosto.

- Me concede a honra desta dança cavalheiro? – perguntou Angélica erguendo a mão até próximo a Wesley.

Ele segurou a mão da moça e eles foram para o meio das pessoas para poder dançar. A música era agitada e os dois pareciam se divertir. O efeito da bebida estava deixando Wesley mais agitado do que o normal.

Diego notou que Wesley tinha arranjado companhia e não pode deixar de ficar com raiva da morena que estava com ele. Aos poucos, ele se aproximou dos dois, mas ficou longe o suficiente para ver o que acontecia entre eles.

A morena estava dando em cima de Wesley. Diego ficou ainda com mais raiva e se aproximou mais um pouco. Ele sentiu uma mão em sua bunda e se virou.

- Que delícia hein – disse uma loira sorridente, olhando em seus olhos.

Ele sorriu de leve e saiu de perto da moça que ficou desapontada. A imagem da morena dançando com Wesley o deixou intrigado. Por que ele estava daquele jeito só pelo simples fato de Wesley estar dançando com uma mulher?

Por uma fração de segundo Diego perdeu os dois de vista. Aonde eles teriam ido? Ele começou a percorrer os olhos pela pista de dança e avistou o casal saindo para um canto reservado. O que eles iriam fazer?

Com o máximo de cautela possível, Diego seguiu Wesley e a morena com quem ele estava. A mulher prendeu Wesley na parede e começou a beijá-lo. Diego parou instintivamente, um sentimento de raiva misturado com ciúmes começou a subir pelo seu corpo, ele sentiu vontade de separá-los, mas resolveu não fazê-lo para não haver escândalo por causa dele.

O casal dormia abraçado, mas Miguel tinha um sono inquietante.

- Miguel – chamou Juliana – Miguel, o que você tem?

Ele não acordou, mas remexeu-se levemente ao lado da namorada.

- Miguel – chamou Juliana pela segunda vez, agora cutucando as costelas do amado – Acorda Miguel...

- Que? Que foi? Hum? – disse ele acordando de chofre.

- O que você tem amor? Está muito inquieto, já me chutou duas vezes.

- Me desculpa minha linda, eu estava tendo um pesadelo – mentiu Miguel – Mas já passou.

Juliana acariciou o rosto do amado que era iluminado pela pouca luz que vinha da janela na parede oposta, eles se beijaram e voltaram a dormir logo em seguida.

Miguel pensou rapidamente em Diego. Será que o irmão estava se divertindo?

...

Diego ainda observava Wesley beijar a morena, o ciúme crescia a cada instante, mas, por que ele estava com ciúmes do amigo?

- Hei Diego – disse Suellen no meio da multidão – Você viu o Wesley por aí?

Diego apontou Wesley com a cabeça. Suellen ficou momentaneamente espantada com o que o amigo estava fazendo.

- Ah... – disse ela – Obrigada...

A garota também ficou observando-o por alguns segundos, mas logo em seguida saiu pelo meio da pista de dança ao encontro dos outros amigos.

Diego ainda analisava. Quando finalmente a morena parou de beijar Wesley ele decidiu atacar. Conseguiu se aproximar até que foi notado pelo amigo.

- Eu acho que vou ir embora – disse ele, descartando a moça que estava com Wesley.

- Já? Mas está cedo ainda.

Diego não soube o que falar.

- Não me apresenta o seu amigo, Claudemir? – perguntou a morena à Wesley.

Diego ficou sem entender. Por que ela chamava ele de Claudemir?

- Esse é o Luiz – disse ele piscando para Diego – Essa é Angélica.

- Muito prazer – falou Angélica beijando a bochecha de Diego – Nossa que olhos lindos você tem...

- Obrigado – disse Diego com a cara fechada.

- Não sei dos dois qual é mais bonito – informou Angélica que olhava de Diego para Wesley e de Wesley para Diego.

Eles não falaram nada, apenas trocaram olhares. Diego mantinha um olhar fixo nos olhos de Wesley e estava com a fisionomia séria. O que estava acontecendo?

- Então é isso... – falou Diego – Boa noite, então.

- Espera, eu vou com você – disse Wesley soltando a mão de Angélica.

- Mas já vai? – perguntou ela – Tão cedo ainda...

- Já sim, eu vim com meu amigo e vou embora com ele também – informou Wesley – Boa noite.

Eles saíram e deixaram-na sozinha, Wesley nem ao menos pegou o telefone da garota.

- Pensei que você era gay – disse Diego com amargura ao se distanciarem de Angélica.

- E sou – respondeu Wesley constrangido.

- Pelo que eu saiba, um gay não fica com mulheres!

- Ela que me agarrou Diego.

O ciúme de Diego aumentou ainda mais ao ouvir essa frase.

- E você deixou!

Eles estavam longe da pista de dança, mas não tinham a intenção de sair da boate, não naquele momento.

- E você queria que eu fizesse o quê? Que eu batesse na menina?

- Que pelo menos dissesse que não queria...

- Diego é impressão minha ou você está com ciúmes? – interveio Wesley com sabedoria.

- Eu? Ciúmes? Você está louco? – disse Diego exaltando-se – Só achei estranho...

- Sei...

Diego saiu em direção ao bar, deixando Wesley sozinho e ligeiramente intrigado.

- Nossa mais que bela coincidência – disse Thaisy ao ver Wesley minutos depois.

- Esse mundo é muito pequeno mesmo – disse ele cumprimentando a advogada.

- Não me diga que você está sozinho?

- Não, não... Estou com alguns amigos. Diego também está aqui.

- Sério? Caramba, com tantas boates nós acabamos na mesma. É o destino querendo nos unir...

Wesley sorriu levemente, fazia tempo que ele estava percebendo o interesse de Thaisy, já estava chegando a hora de contar a ela que ele era gay, só assim ela pararia de dar em cima do rapaz.

- E onde está o Diego? – perguntou ela.

- Não sei – disse ele com sinceridade – Eu vi ele indo ao bar, mas ainda não voltou.

- O que acha de irmos procurá-lo?

- Ah, acho melhor a gente ir dançar, deixa ele, deve estar ficando com alguém.

- Então vamos dançar! – exclamou Thaisy com veemência.

Eles foram para a pista de dança e logo no começo foram abordados por Angélica.

- Quer dizer que você me trocou? – perguntou olhando de relance para Thaisy.

- Não – disse Wesley – Olha, desculpa mas eu não quero ficar com ninguém hoje está bem.

A morena ficou séria e foi embora.

- Atrapalho em algo? – perguntou Thaisy.

- De maneira alguma, é só uma doida que quer ficar comigo...

- E por que não fica com ela?

- Porque não quero ficar com ninguém – respondeu Wesley com displicência – Vamos dançar ou vamos ficar parados?

Eles começaram a se movimentar. Aos poucos a pista foi ficando mais vazia, já estava entardecendo e a danceteria começava a esvaziar.

Wesley conseguiu localizar todos os amigos, com exceção de Diego. Será que ele teria ido embora sem avisar?

Quando o relógio marcou cinco horas da manhã, eles decidiram ir embora. Alguns, como Eduardo, Daniela, Danilo e Suellen estavam praticamente bêbados, os demais ainda mantinham a sobriedade, mas todos sem exceção, tinham bebido àquela noite.

Wesley vasculhou a boate em busca de Diego, e por fim, localizou-o sentado em um sofá com um copo de uísque na mão.

- Hei! Finalmente te encontrei, onde você estava?

- Não enche o saco – disse Diego saindo de perto de Wesley.

Ele começou a seguir o amigo, segurando no braço do rapaz em determinado momento.

- Calma aí, Diego, eu não te fiz nada para você me tratar assim – falou Wesley – Me dá esse copo que você já está mais do que bêbado.

Diego olhou nos olhos de Wesley e começou a rir. Era impossível não identificar que ele tinha bebido além da conta.

- Vamos embora, vou te levar para casa! – falou Wesley puxando o amigo pelo cotovelo.

Todos, com exceção de Wesley e Diego, já tinham abandonado a casa de dança. Eles pagaram a conta e foram ao encontro dos amigos que já estavam no estacionamento à espera deles.

- Mas que demora – disse Patrícia – Onde estavam?

- Esse rapaz aqui está pra lá de Bagdá, preciso levar ele pra casa. Vão sem mim!

- Você consegue dirigir? – perguntou Carol.

- Consigo sim, fica tranqüila.

- Se é assim... Então tchau – disse Paty indo beijar o amigo.

Todos se cumprimentaram e os amigos de Wesley entraram no carro. Diego encostou-se ao ombro de Wesley e dormiu.

- Quer ajuda? – perguntou Thaisy atrás de Wesley.

- Não, pode deixar, eu me viro com ele.

- Se precisar é só falar...

- Não, pode deixar!

- Se você diz... Então boa noite, e até segunda-feira.

- Bom dia – corrigiu Wesley, o sol já começava a nascer no horizonte – E até segunda.

Thaisy entrou no carro e foi embora, agora só restava ele e Diego.

- O senhor me saiu melhor que encomenda...

Ele puxou Diego pelo braço e colocou-o no banco do carona do próprio carro. O rapaz encostou a cabeça no vidro e novamente adormeceu.

- Mas onde será que essa criatura mora? – questionou-se Wesley assim que ligou o carro – Já sei!

Ele tirou o celular do bolso e ligou para Miguel, que não atendeu o telefonema.

- E agora? O que eu faço?

O administrador encostou a testa no volante do carro de Diego, o que ele iria fazer mediante aquela situação?

Ligou duas vezes mais para Miguel, porém foi irredutível, o amigo não atendera. Seria viável levar Diego para casa? Mas, e se ele não gostasse?

- Pense Wesley, pense – dizia ele enquanto batia levemente a cabeça no volante.

E se acordasse Diego para ele falar o endereço? Mas, e se o rapaz estivesse bêbado o suficiente para não lembrar onde morava?

Ele estava sem saída, teria que acordá-lo ou iriam ficar ali parados o resto da manhã. Cautelosamente ele se aproximou do corpo de Diego, que estava adormecido encostado, agora, ao encosto do banco.

- Diego – disse ele com a voz baixa – Acorda Diego.

Ele colocou os dedos no antebraço do rapaz, mas nada aconteceu. Sentindo um impulso Wesley começou a acariciar a pele de Diego, sentindo o desejo pelo amigo crescer constantemente.

Ainda com mais delicadeza, ele aproximou o rosto para perto de Diego e disse:

- Diego, acorda...

Os lábios de Diego estavam entreabertos sensualmente, Wesley sentiu vontade de beijá-lo... Mas, deveria fazê-lo? E se Diego acordasse com o beijo?

Vários minutos tinham se passado e Wesley não tinha encontrado nenhuma solução, até que, subitamente, a voz de Thaisy invadiu os seus pensamentos.

Ele pegou o celular que estava cuidadosamente ajeitado na sua coxa e ligou para a colega.

- Alô? – disse ela com uma voz ligeiramente cansada.

- Oi, sou eu...

- Ah, oi gato, aconteceu alguma coisa? – perguntou com a voz excitada.

- Na verdade, sim... Eu não sei onde o Diego mora... E não sei onde levá-lo...

- Não diga que você ainda está na boate?

- Estou... Não posso levar ele pra casa, você sabe onde ele mora?

- Na verdade não – falou Thaisy com sinceridade – Embora conheça Diego e Miguel há anos, ainda não fui na casa deles por incrível que pareça!

- E agora, o que eu faço?

- Traga ele para meu apartamento.

- Mas, não vai ter problema depois?

- Não, esqueceu que eu moro sozinha? Pode trazer, é melhor do que ele dormir aí no carro.

- Tudo bem, mas qual é o nome da sua rua?

Thaisy falou o endereço e Wesley anotou mentalmente.

- Eu estou aí em quinze minutos, e olha muito obrigado.

- Não foi nada.

Ele desligou e suspirou aliviado. Olhou para Diego mais uma vez, como ele poderia ter um sono tão pesado? Seria efeito da bebida?

Deu partida no automóvel e acelerou pelas ruas do bairro, que, naquele domingo, estavam demasiadamente vazias.

Ele tirou Diego do carro pegando-o no colo. O rapaz era pesado, mas Wesley conseguiu carregá-lo até a cama de Thaisy.

Wesley tirou o tênis e as meias de Diego, que dormia pesadamente com os braços abertos e a cabeça virada para a esquerda.

- Não prefere tirar a camisa dele? – perguntou Thaisy – Ele está suando!

- É, pode ser.

Wesley sentou o amigo na cama e com certa dificuldade, ele despiu Diego, deixando-o apenas de calça jeans.

- Pronto, agora eu posso ir – disse Wesley voltando-se para Thaisy.

- Não quer ficar para tomar café?

- Não, obrigado. Eu preciso agora de uma boa cama!

Eles saíram do quarto e encostaram a porta para não acordarem Diego.

- Bom, então até amanhã na empresa – disse ele, já na saída do apartamento.

- Até amanh㠖 falou Thaisy beijando-o no rosto – Vê se você descansa, está com uma péssima aparência!

- Obrigado pela parte que me toca – sorriu Wesley – Você também. E obrigado pela ajuda.

- Não agradeça... Ah, antes que me esqueça, quer carona?

- Não, não precisa eu moro a duas quadras, posso ir caminhando.

- Não, eu levo você.

- Não, é sério, não precisa. Assim pelo menos eu aproveito a brisa da manhã.

- Você é quem sabe – disse Thaisy sorrindo para Wesley.

- Bom dia e mais uma vez, obrigado.

Thaisy sorriu. O elevador finalmente chegou e Wesley o invadiu. Ele encostou no espelho do cubículo, e suspirou profundamente com os olhos fechados.

O rosto de Diego tomou conta de seus pensamentos, como o rapaz era bonito enquanto dormia. Por que Wesley não conseguia parar de pensar nele?

Miguel acordou pensando em Diego. Ele pegou o celular e notou as chamadas não atendidas de Wesley. Resolveu retornar as ligações, afinal, poderia ser importante.

O jovem não atendeu, provavelmente estava dormindo devido ao cansaço de ter passado a noite inteira fora. Miguel ligou para Diego, que também não atendeu. Teria acontecido alguma coisa?

Decidiu relevar o fato, Diego provavelmente estaria em casa dormindo profundamente. O loiro levantou-se e acordou Juliana, que, em dez minutos, já estava pronta para ir embora.

Ao chegar em casa, a primeira coisa que Miguel fez foi ir ao quarto do irmão. Ele abriu a porta sorrateiramente e olhou para a cama, que estava vazia.

Onde o irmão estaria? Miguel estava preocupado, mas, mais uma vez, decidiu relevar o caso, Diego deveria estar com alguma garota.

Ele não estava com sono, e sim cansado, dessa forma, deitou-se em sua cama e pegou-se pensando, outra vez, em Wesley.

Miguel não conseguia entender a maneira com que o rosto, o sorriso e até mesmo o perfume de Wesley invadiam a sua cabeça. Era uma situação engraçada, visto que Wesley era apenas seu funcionário e um mero amigo não teria por que Miguel ficar pensando no rapaz tantas vezes como fazia.

Vencido pela falta de coisas à fazer, ele adormeceu. Em seus sonhos foi visitado por pessoas desconhecidas que estavam em sua empresa, ele próprio estava no lugar de Michelle, e na presidência, se encontrava Wesley.

...

Diego coçou os olhos e em seguida abriu-os. Ele estava em um quarto até então desconhecido, um quarto feminino e muito bem arrumado. A cama era confortável, porém nada equivalente a sua própria cama.

Ele se sentou sentindo-se levemente nauseado. Onde estaria? Saiu da cama devagar, sua cabeça girava lentamente e seu estômago estava dolorido.

Caminhou até a porta e saiu. Deu de cara com um estreito corredor onde continham mais duas portas. Fez menção de entrar na última porta do lado direito, mas decidiu não fazê-lo. Ao invés disso, seguiu pelo corredor, entrando em uma sala ligeiramente pequena que era habitada por uma única pessoa que estava no sofá, assistindo televisão: Thaisy.

- Ah, olá belo adormecido – disse a amiga sorridente ao vê-lo.

- Bom dia – respondeu Diego com uma voz mais grave que o normal – Esse é seu apartamento?

- Sim – falou Thaisy – Não é nada comparado a sua bela casa, mas acho que dá para o gasto – completou rindo-se.

- O que eu estou fazendo aqui? Por que não estou em casa?

- Você bebeu além da conta e apagou. Wesley não sabia onde você morava e me ligou, decidimos trazer você para cá, pelo menos aqui você fica seguro.

- Eu não me lembro de nada – disse sentando-se no sofá vago – O que aconteceu ontem à noite?

- Nada demais, você apenas bebeu além do limite.

Diego esfregou os olhos, apenas naquele momento se deu conta de que sua cabeça doía.

- Você está bem? – perguntou Thaisy.

- Sim, obrigado, só estou com um pouco de dor de cabeça.

- Isso é normal. Quer comer alguma coisa?

- Ah... Acho melhor não, quero ir para minha casa, preciso de um bom banho e de cama.

Thaisy sorriu.

- Acho melhor você comer alguma coisa primeiro, vamos, eu faço um sanduíche para você.

Diego foi vencido. Eles se levantaram e foram para a cozinha. Thaisy abriu a geladeira e pegou alguns ingredientes que achou necessário. Ela fez dois sanduíches de peito de peru, um para ela e outro para o hóspede. Como bebida, preparou um suco de abacaxi.

- Eu não sabia que você estava na balada com a gente – falou Diego.

- É, foi coincidência.

- Hum...

Eles terminaram de comer e voltaram para a sala.

- Sente-se melhor?

- Mais ou menos, a minha cabeça está muito pesada, mas eu já estou melhor. Obrigado.

- Se quiser pode voltar a dormir...

- Não, não precisa se incomodar, você já fez demais me hospedando em seu apartamento, eu preciso mesmo é ir para a minha casa.

- Então se vista que eu te levo.

- Não se preocupe, eu vou sozinho...

- Você não está em condições de dirigir, não me custa te ajudar mais um pouco.

Thaisy entrou no gramado da propriedade dos Castelli e não pode deixar de se admirar com a beleza daquela mansão.

- É muito linda – disse à Diego com sinceridade.

- Obrigado. Idéia do meu pai, ele idealizou essa casa por muitos anos e aos poucos, conseguiu erguê-la.

- Isso é que é determinação. Bom, está entregue.

- Obrigado por tudo Thata, de verdade.

- Não tem que agradecer, amigos são para isso.

Diego abraçou a garota e disse:

- Vou mandar o motorista te levar tá?

- Não se preocupe, eu volto de ônibus...

- De jeito nenhum – retrucou Diego – É o mínimo que eu posso fazer por você.

Thaisy sorriu. Ela não ia gostar de ir de ônibus para casa.

- Se você insiste – falou ela olhando para o amigo.

Eles desceram do carro.

- Vamos entrar? Assim você fala com meus pais...

- Ah não Diego – disse Thaisy constrangida – Melhor eu ir embora.

- Você é quem sabe. Aguarde-me um momento sim?

Diego saiu pelo jardim. Thaisy começou a admirar a vista, as árvores e o canteiro de rosas do jardim, a cor azul da mansão de Diego, o verde da relva por todos os lados que olhava e é claro, a piscina que a convidava para um mergulho.

- Por que não dá um mergulho? – questionou uma voz masculina no ouvido da advogada.

- Miguel! – exclamou ela ao virar-se – Oi, como vai?

- Vou bem e você? – perguntou Miguel cumprimentando a amiga.

- Bem também. É uma bela casa, parabéns.

- Obrigado. Você veio trazer o Diego não é?

- Isso. Ele dormiu no meu apartamento, depois ele te conta.

- Vamos entrar, almoça com a gente.

- Não, obrigada, eu já estou indo, vim apenas trazer o seu irmão.

- O motorista está pronto, quando você quiser! – disse Diego juntando-se ao casal.

- Ah, então eu já vou indo. Obrigada Diego.

- Eu que agradeço pela hospitalidade.

Ela se despediu dos dois irmãos e entrou no carro. Miguel e Diego se olharam pela primeira vez.

- Pensei que tinha acontecido alguma coisa – disse Miguel.

- Que nada, eu só bebi demais. Mas depois eu conto, preciso de um banho e da minha cama.

Wesley acordou depois da hora do jantar, mas ainda sentiu o corpo ansiar por descanso. Ele jantou enquanto assistia a um programa na televisão.

- Maninho, tenho novidades a contar – falou Fred sentando-se ao lado do irmão.

- O que é?

- Eu já assinei o contrato de locação do apartamento.

- Já? – espantou-se Wesley – Mas você não acha cedo?

- Sim, mas o dono do ap. está com pressa para sair, e disse que se eu não assinasse ele iria alugar para outra pessoa, e como o aluguel está muito em conta, não quis desperdiçar a oportunidade.

- Já que é assim, não tem jeito. E quando temos que assumir?

- Começo de outubro.

- Mas é mês que vem!

- Sim e temos muito o que fazer, precisamos dos móveis e utensílios domésticos e tudo mais que for necessário.

- Deixa isso comigo.

- Ótimo. Eu estou muito atarefado na empresa e também tem a faculdade que está consumindo todo o meu tempo.

- Não se preocupa, eu resolvo.

...

Diego finalmente tinha descansado o suficiente. Ele levantou e logo foi ao encontro do irmão para contar-lhe como tinha sido a noitada com os amigos de Wesley.

- Você dormiu bem? – perguntou Miguel acertando a segunda bola de bilhar na caçapa.

- Muito, me sinto um novo homem. Como foi com a Juliana?

- Bem, a gente conversou e fizemos as pazes.

- Isso é muito bom. Sinto que alguém vai casar.

- Mas nem que me obriguem – falou Miguel acertando a bola novamente – Não me caso nunca!

Diego riu assiduamente. Ele sabia que a coisa que Miguel menos queria na vida era casar-se

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Comentários

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Caralgo, na moral, quem tiver o resto dessw conto, por favor me manda! Valeu! antoniomssa18@gmail.com

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eu tenho este conto completo, se alguém quizer-paxtonjcs@ig.com.br

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Oi, td bem?? Pode me enviar o conto completo?? Desde já, muito obrigado!!!

logos.claudiosjc@hotmail.com

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ola para todos, sou um leitor relativamente novos neste site, não sou escritor, delírio demais, mas sou um leitor compulsivo, por isso se alguém souber onde eu encontro o texto na integra deste conto (dois irmãos), adoraria que me descem um toque, pois até no google eu procurei mas não o encontrei, ate aqui nota 7.5, pela falta do restante, desde já obrigado

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OLA,BOA NOITE,BELEZA,ACHEI ESTE CONTO MUITO PARECIDO COM UM QUE FOI POSTADO ALGUM TEMPO NA COMUNIDADE CONTOS ERÓTICOS NO ORKUT,SE FOR O MESMO,PORQUE NÃO POSTAR O TEXTO NA SUA INTEGRIDADE.

ABRAÇOS.

BOA NOITE.

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Parece um filme indiano de Boliwood. Toda a gente canta e ninguém faz nada. Tem início, não tem meio nem tem fim. nota 0!!

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CADE O FINAL COMPLETO, ESTA AINDA FALTANDO MUITOS CAPITULOS, A NOTA SO PODERIA SER 10,

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como proceder para entrar em contato com o escritor do conto LBLS

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mas cade o meio da historia, oque acontece com todos

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Olá, Gostaria de deixar aqui meu comentário, para que ele fosse encaminhado ao escritor deste conto.

Não entendi o por que, de você ter deixado tantas coisas pendentes, como Miguel ficou sabendo de Wesley e como os 2 irmãos decidiram-se por ambos ficarem com Wesley?!

E a foto que Allan tirou com o celular?! Fez o que com ela?! Enfiou aonde?!?!?!?!?!

E a prima má, que final levou?!?!?!

Com um conto tão longo, quem já havia perdido tanto tempo lendo o PRIMEIRO E MAIS TEMPO LENDO O SEGUNDO, deveria ter um pouco mais de CONSIDERAÇÃO, por parte do autor e antes do FINAL, que houvesse mais um conto, para dar um final a todos esses e outros tantos, que ficaram "NO AR"!!!!! Acho que você deveria revisar seu conto e fazer um NOVO SEGUNDO E UM TERCEIRO E FINAL.... Afinal, você escreve bem, e seu conto e "NEM NÓS" merecemos ler uma coisa pela metade, toda cortada.....

Você concorda?!?!

Estou a disposição´para você me contar o qeu houve?! Pois, gostria muito de saber sobre as pendências e o que levou você a deixar a 2ª. parte do conto, toda cortada?!

Por favor, leve isto como uma crítica construtiva, pois gostei do que li, só me arrependi de perder tempo, com um final sem pé nem cabeça... tentei fazer-lhe uma cr´tica construtiva!!!

Abraços,

meu e-mail: lennonjunior@hotmail.com

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foi!!do nada partiu p/o ultimo capitulo!!Pow tah falatando alguma coisa!!Gostei mto do conto + acabou sem pé nem cabeça!!Kd o resto pow?!o resto ñ o meio...espero c/anciendade!!Por favor revise pq nós queremos ver a historia completa!!abrção

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O conto tava excelente ate vc chegar em o ultimo capitulo, vc cortou mtas coisas e isso prejudicou o seu texto, nao sabemos o que aconteceu a Barbara, Alicia e Rafael, nao sabemos se ela conseguiu fazer algo contra os pais de Miguel, o que aconteceu entre ela e Wesley, se ela descobriu o que rolou entre Diego e Wesley naquela sala. O casamento da irma do Wesley, as fotos que o Alan tirou, a viagem de Miguel e Diego, o novo apartament dele e como o Miguel passou a gostar dele.

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bem nao contava ja com o final, mas a historia foi cortada, nao houve castigos nem nada, por isso a tua historia desceu dos 10 ate 5.

essas descidas foram provocadas pelo corte da historia para adiantares o final, que merecia mais 1 capitulo para que esse viloes fossem castigados.

e 2º o wesley apesar ter fraquinho pelo 2 irmaos.

Deveria escolher uns dos irmaos irmaos.

se fosse eu escrever a historia nao era assim, ou escreves tudo em completo, ou adiantavas ja o final, desxaste os curiosos a imaginar e serem cortados.

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