Cristina, loirinha sem juízo, 12

Um conto erótico de AribJr
Categoria: Heterossexual
Contém 1605 palavras
Data: 09/01/2009 10:59:04

NOSSA CASA, NOSSA QUINTA, NOSSO MUNDO...

Mudamos para a quinta e fizemos surgir um mundo especial diferente do mundo lá de fora.

Foi na quinta onde grande parte de tudo aconteceu e foi na quinta onde nossa família aceitou, sem restrições, viver a vida vivida às escondidas. Não que a quinta seja um antro de devassidão ou que lá tudo seja permitido, não! A quinta é um mundo a parte, mas não é um centro de perdição e nem verão coisas que não sejam vistas em outra qualquer quinta pelo Brasil afora, mas é a nossa quinta o nosso mundo.

Sexta-feira, 17 de janeiro de 2003

— Porque a gente não vem morar aqui? – Cristina falou.

— É muito longe filha, lembra do colégio e de meu emprego – Inês descartou.

Estava na cozinha ajudando Zulmira a fazer uma pizza, escutei e achei plausível.

— Não é tão longe mãe, só cinco minutos... – tornou argumentar – A tia podia vir morar conosco... – olhou para a tia deitada na rede branca da varanda – Toda sexta-feira é essa agonia, a gente podia pensar nisso...

O assunto pareceu morrer naquele instante, Inês preferia o burburinho da cidade ao invés da paz do campo.

Foi no açude que o assunto voltou.

— Se tivesse um caro vinha morar aqui... – Berenice sentou perto de mim – Não agüento mais viver naquela casa...

Cristina e Glória estavam perto, mas não falaram nada.

— Compra um... – passei o braço por seu ombro – Tira um pouco daquela grana do banco...

Inês ouvia sem falar nada, gostava de viver na cidade, mas também a quinta sempre foi um bom lugar de viver.

— Tu queres é viver nessa eterna bandalheira, sua vaca! – brincou com a irm㠖 E tua casa, vai vender?

— Não é preciso, aluga... – olhei para Inês – Ouvi Cris falar ontem de noite, até que seria uma boa...

— E como ia ser, um só carro não atende a gente... – já estava mais convencida da possibilidade – Tem de fazer pelo menos mais um quarto...

— Não precisa mãe – Cristina aproximou – Pra que outro quarto, dois já é demais?

Berenice riu e puxou a mão da sobrinha.

— Essa daqui é da minha turma... – abraçou – Tu gosta de uma sacanagem, né sua danada!

Não deixamos o assunto morrer, logo na segunda-feira levei um amigo engenheiro para dar um trato na velha casa e construímos outro quarto e banheiros no nosso e no das garotas. Oficialmente o novo era de Berenice

No sábado seguinte já estávamos em nossa nova casa, Berenice não quis alugar sua casa e Inês resolveu alugar a nossa, a de Berenice ficou sendo nosso pouso na cidade.

Quem mais curtiu a mudança foi Berenice, mas não tinha planos de dormir só.

— Não quero dormir só... – falou.

— Leva Gloria... – Inês respondeu sabendo bem o que a irmã estava sugerindo.

— Não sua sonsa, vou ficar com vocês... – atirou a bermuda suja no rosto da irmã.

A primeira semanafoi meio aperreada para que eu desse conta dos horários, pela manhã descíamos todos, as garotas estudavam no diocesano, Inês ficava na firma e Berenice na loja, meio dia buscava as garotas e Inês, Berenice almoçava na cidade. Duas horas novamenteo corre-corre e no final da tarde tudo se repetia.

— Tu estais feliz amor? – Inês deitou em cima de mim.

Estava cansado, mas não tinha o que reclamar.

— E você?

Ela brincou com meus cabelos, Berenice estava deitada na rede lendo um almanaque de compras.

— Não podia ser mais feliz... Tenho o melhor marido do mundo, uma filha carinhosa que nos ama e... – cutucou a irmã com o pé – E uma irmã maluca que tem uma filha que é um doce.

Nunca tive dúvidas que ela sentia aquilo, mas nossa vida não é um marde tranqüilidades e nem sou aquele melhor marido.

— Tu pensou um dia que ia ser assim?

Não respondeu, olhou para a janela, a noite caia e o céu negro sem lua parecia uma massa sem vida.

— Não... Não com tudo isso, mas... – passava o pé na perna da irm㠖 Quando a gente era criança sonhava em morar com essa doida... lembra Berê?

Berenice desceu da rede e deitou.

— Era bom aquele tempo... – a mão em meu braço – Não que hoje não seja, mas a gente tinha mais tempo...

Ficamos calados, cada um metido em seu próprio pensamento.

— Vamos conversar na casa da Zulmira? – Berenice deu levantou como se tivesse levado um choque – Lembra Nina das histórias que contava?

Inês sorriu e levantou, puxou a mão da irmã.

— Vamos amor, to com espírito de criança...

Balancei a cabeça, não eram duas as meninas de minha casa, eram quatro. Saímos abraçados, Zulmira estava sentada defronte da televisão preto e branca assistindo novela no SBT, Francisca deitada no sofá de calcinha.

— Vixe Maria? – Zulmira levantou e correu para abrir a porta – Aconteceu alguma coisa gente?

Inês riu e abraçou a preta velha, falaram que estavam com saudade das histórias.

— Vai te vestir menina? – olhou para a neta – Não vê que os patrões tão aqui? – deu um peteleco na cabeça da garota –Esse negrinha ta me saindo uma bisca, agora deu de andar assim só por causa de vocês, suas sem vergonhas?

Rimos, Berenice segurou a mão de Francisca.

— Deixa a menina em paz, tem nada ficar assim... – Francisca olhou para a avó e para mim – Estamos em família...

— Qual o que dona Berenice, tem de respeitar senão mete os “pé pelas mão” – olhou de novo para a neta – Tu ainda ta assim?

— Deixa a garota Zulmira, não ouviu a Berê... E vocês não são empregados de ninguem, são das família...

A custo a preta velha deixou a neta como estava. Não mais que uma garota simples do interior, quase doze anos completos, corpinho mirrado com os seios começando a botar o caroço pra fora, pernas bem torneadas e cabelos grulis sempre amarrados.

Sentamos na porta e Zulmira contou histórias de príncipes e princesas, de reinos maravilhosos cheios de cavaleiros valentes salvando donzelas e princesas.

— Quer café tio? – Francisca estava sentada entre Inês e Berenice.

Todos aceitamos o café que só Zulmira sabia coar. Escutei maravilhado admirando como uma mulher da roça conseguia dar vida a personagens, falar de lugares que nunca tinha visto e que jamais viria com tantos detalhes e destreza. Inês e Berenice pareciam duas crianças encantadas, o tempo voltou em suas memórias e sentiam viver naquela época onde aquelas histórias ajudavam a criar brincadeiras pelas capoeiras e riacho. Francisca ora prestava atenção nas histórias da avó, ora espiava desconfiada em mim e, em várias dessas vezes, nossos olhares se cruzaram e ela sorria. Em uma dessas vezes ela fixou mais tempo o olho vivo em mim, olhei para elas e ela sorriu e abaixou a vista, segui e vi que a mão delicada afastava a beirada da calcinha mostrando a vagina escura...

* * * * * *

— Vamos Francisca, vem banhar com a gente! – Cristina olhou a garota parada.

— A vó briga... – sorriu.

— Deixa que o pai fala com ela, vem, tira a roupa...

Francisca sempre guia as garotas quando desciam para o açude, algumas vezes tinha banhado sem tirar a roupa, em outras só de calcinha, mas nunca quando eu ou Inês estavam presentes.

— Se você quiser pode vir... – falei – Se precisar falo com Zulmira...

Olhou para Cristina e Glória deitadas dentro da água nuas e para mim, vestido em uma comportada cueca e tirou a camisa, os seios pequenos pareciam maiores que quando chegou, tirou a bermuda e a calcinha sempre olhando direto para mim, ficou parada, os braços caídos.

— Vem logo Francisca, deixa de frescura... – Glória incentivou.

O riso nervoso e envergonhado, caminhou lento até a água fria, parou em pé perto de mim e olhei a vagina coberta por cabelos encaracolados, as pernas rijas. Cristina sorria ao me ver admirando a negrinha. Levantou e puxou a mão dela, entraram correndo na água e nadaram até a ilha, eu e Glória ficamos olhando.

— Ta quase no ponto tio... – Glórias murmurou entre os dentes – Vive de olho em ti...

— É só uma menina envergonhada – falei – E não quero outra, basta vocês...

Glória sorriu e deitou colada em mim, senti a pele ponteada de montes minúsculos, a respiração forte.

— Tu vai no quarto hoje? – passou o dedo no bico de meu peito.

— Você quer que eu vá? – respondi sorrindo, desde que tinha mudado as coisas não mais pareciam temer as mães.

— E a Cris?

— Que é que tem ela?

— Tu só fica com ela, não olha pra mim...

— Tua mãe me mata se fizermos alguma coisa...

— Mata não, depois tu dá uma pimbada nela e fica tudo bem... – me empurrou, deitei e ela passou a perna por cima de mim – Não quero chupada, quero foder...

Cristina e Francisca conversavam alheias ao que acontecia na margem.

— O velho quase teve um treco quando tu parou perto dele... – tocou no peito da garota – Tu quer ele, não quer?

Francisca sentiu o corpo arrepiar e olhou para a margem.

— Ele quer é a Glorinha... – apontou com o beiço.

Cristina olhou e balançou a cabeça, a prima estava doida para dar e ele parecia não querer.

— Se tu quiser ele vai te querer... – na cabeça uma idéia maluca, botou a mão dentro da água e passou o dedo na xoxota da negrinha – Tu ta melada sua safada...

Riu e continuou passando o dedo, Francisca olhava fixo para outra margem imaginando se teria coragem de fazer alguma coisa com ele, estava gostando do dedo e levantou um, pouco a perna, Cristina notou e forçou o dedo.

— Tu é moça Francisca? – estranhou, o dedo entrou sem nenhuma dificuldade.

A garota olhou para ela, no rosto uma mascara de desejo.

— Não... Dei pro Bastião...

Era o irmão mais velho, motivo de ter seguido a avó.

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Comentários

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Poucos(as) escrevem com tanta eveza como você. Talvez estejamos lendo um novo Nelson Rodrigues que tão bem navegou no mar dos assuntos polêmicos. Parabens!

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