Quem não se comunica...

Um conto erótico de Miriam
Categoria: Heterossexual
Contém 1601 palavras
Data: 20/10/2008 17:18:40

A esposa

Em primeiro lugar quero dizer que amo o meu marido. Alguns de vocês podem até pensar que eu sou uma rameira ou algo assim, mas essa é a mais pura verdade: eu amo o meu marido e é por isso que vou contar a minha história, para que alguns de vocês possam me entender. Meu casamento sempre foi muito bom, muito feliz, muito produtivo. Nos casamos há mais ou menos quinze anos e temos um casal de filhos lindos, nosso maior tesouro. Sexualmente nunca foi um casamento exemplar, muito embora quem sou eu para julgar o que é exemplar ou não em matéria de sexo? Casei-me virgem e nunca traí meu marido, quer dizer, nunca até recentemente quando conheci o Mário. Antes tenho que dizer que na cama, eu e meu marido nunca fomos muito harmoniosos. Durante algum tempo achei que a culpa fosse minha e me sentia mal, achando que não transávamos porque havia em mim alguma coisa que não o atraísse. Depois, conversando com amigas, comecei a pensar que talvez ele tivesse uma amante. O fato é que sempre transamos muito pouco e sempre fiquei insatisfeita com isso. Como sempre fui muito tímida e o sexo sempre foi para mim algo muito complicado, eu nunca me senti a vontade para cobrar algo mais do meu marido. Tenho 40 anos e parece que meus hormônios estão explodindo, pois o desejo me pega de todos os lados. Comecei a me masturbar e no início me sentia culpada. Aos poucos fui descobrindo meu corpo, encontrando enorme prazer em me tocar e explorar todas as minhas reentrâncias. Mas a masturbação tem seus limites e quando me via admirando aqueles homens maravilhosos na rua, no trabalho, na televisão, eu me sentia vazia. A verdade é que eu precisava de um homem para sexo. Nesse momento eu entendi como funciona a cabeça masculina, pois o que eu queria era simplesmente o contato, o toque, a troca de carinhos com um homem viril, carinhoso, e só. Nenhum envolvimento emocional me interessava, pois isso eu já tenho com o meu marido. A equação é simples: tenho amor, compreensão e companheirismo com o Valter, mas me falta o homem, o macho, o masculino fálico me explorando, me penetrando, extraindo de mim a mulher que meu marido nunca soube saciar. Conseguia separar as coisas e comecei a pensar seriamente em arranjar um amante. Mas como? Eu não tenho mais jeito para jogos de sedução e acho que não teria a mínima coragem de encarar um garoto de programa. Entrei num bate-papo na internet e logo choveram convites para uma conversa reservada. Como usava um nick acusando minha situação de casada, percebi que isso atraía a fantasia de muitos homens (e mulheres) que estavam na sala de bate-papos. A grande maioria era de garotos mas havia homens maduros e casados que me cercavam com perguntas e convites. Sempre fui muito tímida e medrosa e devo confessar que esse negócio de internet me causa verdadeiro horror. Mas um dos presentes na sala me atraiu a atenção. Dizia ter 43 anos, a idade do meu marido, e que também era casado e carente. Me disse que a esposa não se interessava por sexo, e que ele se via obrigado a entrar em chats na esperança de encontrar alguém bacana. Trocamos e-mails e ele passou um celular pedindo que ligasse. Achei precipitada a idéia de telefonar logo de cara e disse que entraria em contato por email e que aos poucos a gente ia se conhecendo. Ele me enviou uma longa mensagem contando-me sua vida, falando do amor pelos filhos, dizendo-me que gostaria muito de me conhecer e enviou uma fotografia. Era um homem bonito, grisalho, estava de farda do Exército, tenente coronel, foi o que ele me disse. Seu nome, Mário. Quero deixar claro que todos os nomes aqui são fictícios, mas a história é real. Faço isso para preservar todos os envolvidos em meu caso. Com o passar do tempo, percebi que o meu amigo era realmente de confiança e num final de tarde, acabei criando coragem e lhe telefonei. Que voz! Que gentileza no falar! Fiquei simplesmente maravilhada com aquela voz forte de homem. Fiquei excitadíssima e creio que ele percebeu, pois foi logo perguntando como estava vestida. Eu disse que estava de saia e ele perguntou se podia falar algo mais picante. Eu fiquei em silêncio, e ele percebeu que era consentimento e disse que adoraria subir as mãos pelas minha pernas. Eu desliguei o telefone, coração na boca. Meu Deus, que coisa mais maravilhosa é se sentir viva, se sentir mulher, se sentir desejada. Dois dias depois eu tornei a ligar para ele e dessa vez tomei a iniciativa de marcar um encontro real. Havia me preparado para isso, emocionalmente e fisicamente. Estava linda, me sentindo linda, perfumada. Quando nos vimos ele sorriu para mim e disse que me reconhecera pelo sorriso. Mentira, eu tinha dito que estaria de saia vermelha e blusa branca e ele maravilhosamente de farda. Conversamos bastante e ele me confessou que gostaria de manter um relacionamento apenas sexual, foi sincero comigo, e eu com ele. Perguntou como era o meu marido comigo e eu lhe disse que era meu melhor amigo, mas não meu amante. Ele me disse que gostaria de me dar tudo o que eu não tinha do meu casamento e que seria muito bom ele receber de mim tudo que a esposa não lhe dava. Quando cheguei em casa fiquei pensando na proposta . Olhava para o meu marido e pensava se eu estava sendo sacana. Queria conversar com ele mas tinha receio de sua reação. Sabia que na cama nós não existíamos mais, mas na vida estávamos marcados para ser amigos para sempre. O Mário acabou me levando para um motel durante o expediente de trabalho. Foi a tarde mais deliciosa de minha vida. Finalmente eu sabia o que era um verdadeiro homem. Perdi a conta dos orgasmos que tive com ele. O corpo forte de um homem maduro e viril era para mim um presente maravilhoso. Começamos um pequeno caso, sem envolvimento algum além da cama. Fugíamos uma vez por semana e transávamos feito loucos. Uma vez estávamos eu e o meu marido no shopping quando o Mario passou com a esposa e a filha. Fingimos que não nos conhecíamos, mas percebi uma leve e maliciosa piscadela vinda daqueles olhos castanhos. Faz 3 meses que saímos, e a cada encontro inventamos posições e brincadeiras. Tudo com carinho e respeito. O sexo é apenas uma porta para nos sentirmos bem. Ele está feliz com a esposa, e eu muito feliz com meu marido corno. Creio que ele desconfia de tudo, pois já insinuei algo para ele. Acho que ele gosta de tudo isso. Um dia ainda falo abertamente com ele.

O marido

Sou casado há 15 anos com a Miriam, temos uma filha e um filho. O sexo em nossa vida é frio, por culpa minha que trabalho feito um desgraçado e não tenho muito tesão mesmo. Fico sem graça de comentar com ela, mas ela nunca me cobrou nada também. Ao contrário da maioria dos homens, eu sempre nutri um desejo maluco em ser corno. Quando saía com a Miriam, ainda quando a gente namorava, eu adorava ver os outros caras olhando pra ele. Isso sempre me deu um tesão enorme. Ultimamente tenho entrado em sites da net que tratam de swing e vejo os anúncios e fotos de homens que se oferecem para comer a mulher de outros. Eu nunca teria coragem de falar para a minha mulher esse meu desejo maluco, ela nunca compreenderia. Outro dia, teclando com um amigo meu de São Paulo, casado como eu, ele me confessou que a esposa dele tem um amante e que ele não liga, pelo contrario, ele incentiva a esposa a dar pra outros homens. Ele me contou que, sigilosamente, pediu que o cara seduzisse sua esposa e só depois contou para ela que tinha planejado tudo. Porque você não faz o mesmo, Valter? Arranja alguém de confiança e passa os dados da sua esposa pra ele chegar junto. Isso eu não tenho coragem não, prefiro que ela arranje alguém sozinha. Queria muito ter coragem de chegar pra ela e dizer com todas as letras: Olha, porque você não dá para outro homem? Eu vou gostar, não vou ficar chateado não. Mas aí penso no quanto ela é séria e sexualmente travada e desisto de me abrir com ela. Tenho um amigo militar, o Mário, ele é um sujeito muito discreto e sério. Nos conhecemos durante um processo no Tribunal Militar. Outro dia me ligou pois precisava desabafar um pouco. Me disse que nunca tinha traído a esposa, mas que havia conhecido uma mulher, também casada, e estava muito interessado nela. Ao ouvir isso, me excitei demais. Dei corda para que ele me contasse mais. Disse que a mulher era muito meiga e carente. Que o marido não dava conta do recado e que se sentia muito só. Estava pensando em ir para a cama com essa mulher casada e precisava falar com alguém. Negou-se a dar detalhes sobre a mulher, para preservá-la. Gostei de sua atitude, como sempre muito ética. Disse-lhe que ele deveria ter cuidado, mas que não perdesse a oportunidade de fazer mais um corno no mundo. Ele ficou rindo da minha babaquice e me disse que iam para um motel no dia seguinte. Ai, que delicia. Fiquei pensando em como seria bom se essa mulher fosse a Miriam, mas isso nunca aconteceria com ele. Eu nunca terei a sorte de ser corno. Nunca.

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Comentários

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gostei... dava um bom argumento para um filme curto...

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MISTURA DE CONTO COM DIARIO DE CASAL.NÃO FOI LEGAL,NOTA ZERO.

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