ACERTO DE CONTAS - O deve

Um conto erótico de Paulo César
Categoria: Heterossexual
Contém 1824 palavras
Data: 08/01/2008 11:03:14
Assuntos: Heterossexual

Este conto irá ser apresentado em três partes, assim intituladas:

ACERTO DE CONTAS – O deve; ACERTO DE CONTAS – O haver; ACERTO DE CONTAS – O saldoHá já alguns meses que eu havia emprestado dinheiro a um amigo meu de longa data. Não era grande a quantia, mas a situação havia atingido um ponto de rotura, especialmente porque depois de várias tentativas ele deixou de atender as minhas chamadas telefónicas.

A partir de determinada altura, deixou inclusivé de utilizar o número de telemóvel que sempre lhe conheci, e a operadora passou a informar: pedimos desculpa pelo incómodo, mas o número que marcou encontra-se desactivado!

- Sacana... - pensei eu, enquanto tentava descobrir uma forma de obter o pagamento da dívida!

O tempo foi passando, até que um dia encontrei por acaso um amigo que já não via há mais de dois anos. Havia estudado comigo e com o outro – o devedor – desde a escola primária e estava agora no estrangeiro, trabalhando na Suíça.

Fizemos uma festa e naquela conversa vai conversa vem, acabámos por falar do Rolando, o tal que me devia dinheiro. Acabei por saber que o emigrante – o João Miguel – sabia onde ele morava e que, melhor ainda, tinha acabado de o visitar. Estava casado com uma morena toda boa e trabalhava numa empresa de telecomunicações, como comercial.

Acabei por sacar a morada do Rolando e, já disposto a tudo, preparei-me para no dia seguinte lhe fazer uma visitinha!

Claro que não disse nada ao João Miguel, não fosse ele estragar a surpresa que preparava ao Rolando!

No dia seguinte, lá fui, eram cerca das 19h30. Conduzi até à localidade onde o dito morava e já no local perguntei pela rua. Gentilmente um senhor de meia idade apontou-me o local a dedo e disse: é só subir e procurar o número da porta! Assim fiz e assim foi; fácil como são as coisas fáceis.

À porta do prédio, de apenas três andares, toquei para o terceiro esquerdo! Parecia que o silêncio era o que me restava, pois ninguém respondia. Insisti! Carreguei na campainha com força e continuamente durante dois segundos. Esperei e, quando me preparava para voltar costas, o intercomunicador foi accionado e uma voz feminina fez-se ouvir:

- Faz favor!

Mais animado, retorqui:

- Boa tarde! Peço desculpa pelo incómodo, mas procuro o Rolando. Ele está?

Breves segundos separaram a minha pergunta da resposta que chegou disparada por uma voz meiga e aguda:

- Não, o meu marido não está, mas quem o procura?

Certo de que a visita fora em vão e a identificação poderia ser um erro, acabei por responder:

- É uma pessoa conhecida dum amigo dele. É por causa de um negócio em que ele poderá estar interessado. Sabe quando o poderei encontrar?

A voz surgiu rapidamente e com ela a resposta:

- Sabe o meu marido é vendedor... Não tem hora para chegar! Mas... Suba, falamos aqui à porta!

Subi. O tempo estava perdido e já agora queria confirmar se a fêmea tinha os atributos que o João Miguel indicara. Ao menos se não via o dinheiro, via a mulher do intruja que me devia a massa.

Cheguei ao patamar pelas escadas, uma vez que o prédio não tinha elevador. E apesar dos meus 39 anos, cheguei cansado, pois não estava habituado a uma estafa daquelas. Mal cheguei e ao abeirar-me da porta, percebi que era observado pelo óculo e de imediato a porta entreabriu-se, deixando uma fresta por onde surgiu um rosto angelical, de cabelos compridos escorridos, muito escuros e sedosos, uns lábios carnudos pintados com um baton rosa velho muito discreto e uns olhos maquilhados com uma sombra dum tom grenat de onde refulgia uma íris verde, arrebatadora e felina.

O cumprimento surgiu natural e um sorriso breve torneou os lábios e as maçãs do rosto daquela ninfa desconhecida. Retribui e não esperei mais conversa mole.

- Peço mais uma vez desculpa, mas precisava mesmo de falar com o seu marido, o Rolando! É que eu sei que ele anda à procura de um carro em segunda mão e eu tenho um que concerteza lhe interessa. Um negócio muito interessante! Não sabe quando o poderei encontrar?

A porta deixou de ter a corrente de segurança e abriu-se de par em par, mostrando o corpo todo da mulher que dormia com o meu estimado amigo. Era uma verdadeira deusa! Todo o seu corpo era divinal, as curvas certas, o peito saliente e médio, as pernas cheias e torneadas. Tudo, mas tudo no sítio. Apetecível! Estrondosamente apetecível!

Não consegui deixar de olhá-la de alto a baixo com gula e desejo. Rolando era um caloteiro de sorte! Aquela mulher era uma perdição para qualquer homem que dissesse sê-lo!

Aquela imponência humana olhou-me num esgar e mantendo a postura firme, respondeu:

- Ele hoje vem tarde, pois está para fora. Mas penso que amanhã, por volta das sete horas da tarde já deve estar em casa. Não quer deixar o seu contacto? – inquiriu a esposa do meu devedor.

Que não, respondi eu, que achava melhor tratar do assunto pessoalmente e que voltaria no dia seguinte um pouco depois das sete. Agradeci a atenção e, com o olhar colado no corpo daquela vampira, despedi-me estendendo a mão num cumprimento cortês.

Saí em direcção ao carro que estava estacionado um quarteirão acima e dali conduzi em direcção a casa. Na cabeça bailava a imagem do corpo sensual e apetitoso daquela fêmea, de quem nem sabia o nome. O meu cacete mostrava-se inquieto dando mostras de um frenesim que teria que acalmar naquela noite. E quem iria sofrer as consequências daquela tesão desencadeada por uma sereia dum mar sem nome? Talvez Soraya pudesse acalmar o meu nervosismo. Iria telefonar-lhe e convidá-la para uma jantar em minha casa!

Cabe aqui dizer que sou separado, pois, embora nunca tenha casado oficialmente, vivi durante nove anos com uma mulher, de quem me separei por decisão amigável, uma vez que a personalidade de ambos não se encaixava e os conflitos tendiam a crescer sem solução viável e duradoira. Foram, ainda assim, nove anos de grande convivência, muita paixão e sexo. Isa, o diminutivo de Isabel, foi uma companheira de mão cheia a quem devo grandes e bons momentos. O tempo voa e já passaram 10 meses após a separação. Agora ando no garimpo! E embora já tenha descoberta algumas preciosidades, ainda não achei o filão a que valha a pena dedicar-me!

No dia seguinte o tempo parecia não passar, tal era a vontade de voltar aquela casa e reencontrar aquela gata. Queria mais rever a fêmea do que reaver o dinheiro emprestado. E, apesar de ter passado uma noite agradável com Soraya, que tal como eu previra aceitou de pronto o meu convite e satisfez o meu desejo, tendo tratado do meu tesão e sugado todo o meu leite, a simples oportunidade de voltar a estar na presença daquela mulher deixava o meu cacete em brasa e todo o meu corpo ardia num fogo abrasador de paixão.

Quando a tarde caiu, avancei para o local e esperei impaciente no carro que chegassem as sete horas da tarde. Deixei que o relógio avançasse mais dez minutos e tomei uma cerveja fresquinha num café ali ao lado. Por fim dirigi-me à porta do prédio, toquei a campainha e aguardei. Tal como no dia anterior a voz feminina atendeu e de imediato, após me identificar, abriu o trinco que me escancarou o acesso à escadaria. Subi lenta, mas nervosamente, com o caralho duro e o sangue acelerado nas veias. Em frente da porta respirei fundo e, quando ia tocar a campainha, a porta foi aberta e do lado de dentro um sorriso largo, lindo, sexy, num corpo apetecível, surgiu deixando-me completamente desarmado.

Ela estava lllllliiiiiinnnnnnddddddaaaaaa! Simplesmente um espanto!

E, por estranho que me pudesse parecer, cobria o corpo apenas com um robe de chambre de seda, estampado com flores azuis. Percebia-se que por baixo apenas usava uma calcinha e nada mais. Meus olhos não despregavam daquela visão majestosa!

Como não dissesse nada, a minha anfitriã cumprimentou num tom jovial e meigo:

- Boa tarde! Peço desculpa da figura, mas acabei de tomar banho. – fez uma pausa, olhou-me nos olhos e continuou – O meu marido não está, nem vai estar. Acabou por não vir ontem para casa. Ficou mais dois dias, sabe como é... Por isso, peço desculpa pelo incómodo, mas não podia prever...

Cumprimentei sem jeito. Estava com uma vontade louca de entrar casa dentro, agarrar aquela mulher ao colo e depositá-la na cama. Comê-la de todas as formas possíveis e imaginárias e considerar a dívida saldada, mas isso eram apenas os meus desvarios de macho invadido pela tesão e pelo desejo.

Entretanto ela voltou à conversa e perguntou:

- Mas diga-me... Disse que era amigo de um amigo do meu marido! De quem, já agora?

De um modo automático e sem a noção do que dizia, acabei por responder, sem conseguir despregar o olhar daquele monumento:

- Sou amigo do João Miguel... Conhece? O João Miguel andou com o seu ma...

Ela interrompeu-me e atalhou dizendo:

- Claro que conheço... O João Miguel! Ainda há dias esteve cá em casa a jantar! Mas que cabeça a minha... Estamos aqui à conversa... Entre! Entre e falamos aqui na sala! Faça favor...

E deixando espaço para que eu entrasse, apontou a direcção da sala. Como um autómato aceitei o convite e fui entrando para o espaço intimo daquele paraíso terreno.

Já na sala olhei em volta e, quando ela me apontou o sofá, sentei-me, ficando de frente para a musa dos meus tormentos. De forma suave, como uma deusa, ela sentou-se e aconchegou o robe sobre as pernas. O decote aberto deixava ver o rego das mamas e adivinhar o caminho da perdição daqueles seios médios, que demonstravam firmeza. Os biquinhos dos seios sobressaiam no tecido fino da seda e criavam uma saliência que parecia chamar-me.

O seu olhar felino fulminava o meu, que parecia hipnotizado. O volume por sobre as calças era evidente demais, mas ainda assim não fiz qualquer esforço para disfarçar o inchaço. De quando em quando ela descruzava as pernas, ajeitando-se na poltrona, e por breves momentos eu tinha oportunidade de antever o segredo que se guardava por baixo daquele tecido macio e suave, adivinhando o calor sufocante que emanava daquela caverna cárnica onde o desejo se esvaia em espasmos de gozo.

A conversa foi seguindo o seu ritmo normal e às tantas eu já não sabia o que fazer e dizer, pois tudo me pedia que atacasse aquela fêmea e a devorasse sem dó nem piedade.

Tentei comportar-me de forma civilizada e quando olhei o relógio eram oito e meia da noite. Tarde demais! E eu e ela, sós, à conversa, numa casa que não era a minha, num espaço que me era estranho, num ambiente que me alucinava.

Levantei-me pronto para me despedir e sair, mas nesse momento o que restava da minha sanidade ruiu, desmoronou-se, desabou.

O que veio a seguir nem eu mesmo poderia imaginar...

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Comentários

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FAltou uma sensualidade mais ousada, mais firme, mas é bom.

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Neste momento é um dos meus preferidos! não pare de escrever, seria uma grande perda! *

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