Com Liz em casa ou mandando o emprego às favas

Um conto erótico de Mandarim
Categoria: Heterossexual
Contém 1621 palavras
Data: 01/02/2007 23:30:36
Assuntos: Heterossexual

Eu estava procurando emprego como redator. Como gosto de escrever crônicas e contos eróticos, dei ênfase na busca por uma editora desta área. Após correr atrás de muitas encontrei a Phodart, uma bosta de uma empresa de fundo-de-quintal. Mas, como eu queria a qualquer custo me inserir nesse mercado emergente que é a literatura sexual, topei pegar o serviço. O proprietário era o sr. Delair, um senhor de seus sessenta e porrada anos, bigode espesso e a armação do óculos rachada presa com fita crepe. Estúpido talvez fosse um termo bastante suave para definir a personalidade daquele sujeito. Logo que cheguei pedindo emprego o cara falou:

- Aqui não temos emprego, temos trabalho. Ganha por produção, por texto publicado. E é bom que a história faça gozar, porque senão é demissão sumária, ouviu? Não estamos pra brincadeira.

- Com qual computador vou trabalhar?

- Computador? Nenhum. Só temos dois computadores aqui na Phodart. Um fica na minha sala e outro com a dona Divanildes – e apontou para a mulher sentada num dos cantos da sala. Quando me viu, a funcionária deu um sorriso pra lá de esquisito. Para obter a qualificação de feia aquela espécime feminina teria que melhorar muito o conjunto.

- Com que vou trabalhar, então?

- Máquina de escrever Olivetti. Um bom escritor e digitador tem que provar suas qualidades numa máquina de escrever de ferro, antiga, dura, sem chances de apagar o que foi impresso errado. É pra não ter moleza mesmo. É assim que se revela os grandes jornalistas, cronistas, escritores. Depois disso, se passar no teste do seu primeiro conto, se ele tiver uma boa aceitação, você vai poder pegar o PC da dona Divanildes. E aí ela vem pra minha sala. Tô precisando mesmo de uma secretária bilíngüe.

- Ela fala dois idiomas? – perguntei surpreso.

- Não. Só um. Mas essa mulher tem uma segunda habilidade com a língua que você nem queira saber... – cochichou ele maliciosamente perto do meu ouvido para em seguida vir com um berro: - Ei! Pra um novato você já está querendo saber coisa demais! Pegue aquele banquinho de madeira, sente-se ali e vamos ver o que sai dessa sua cabeça que não é pequena.

A sala tinha infiltrações em quase todas as paredes e o lugar cheirava a mofo. Num dos cantos havia o retrato do que eu acreditei ser uma atriz pornô dos anos 70. A foto estava tão descolorida que a mulher parecia mais branca que a Nicole Kidman. Ainda assim era a única coisa bonita da sala, além do jarro de flores artificiais na mesa da dona Divanildes.

Sentei no desconfortável banco olhei para a máquina, mais obseleta que o ventilador preto estilo repartição pública, gigante, que ficava perto da minha mesa, fazendo um barulho quase que de turbina de avião.

- Posso desligá-lo? É que senão os papéis vão voar da minha mesa – perguntei pra dona Divanildes.

- Nem pense em tocar aí! Eu morro de calor aqui dentro e você, um pobretão, não vai ter como pagar meu enterro porque nem empregado aqui ainda está.

É duro ter que engolir uns sapos para se firmar no mercado, pensei. Então, puxei com muito esforço o dinossauro metálico pra perto de mim, coloquei uma folha de papel e comecei a pensar no texto. Pensei numa transa que eu havia tido com uma gata uns dias atrás. Havia sido uma paquera difícil, onde levei semanas da conquista à cama, por isso iria inventar uma história rápida para ficar tudo bem resumido. Imaginei um título original que mostrasse os cálculos que fiz para conquistar a gostosa. Ficou: “Arrumando ½ de levar Liz a ¼“.

“Segunda-feira, aula tediosa. Matemática Avançada. Quem é que quer saber de Pitágoras e equações quando se tem na sala de aula uma garota como Liz? Sentada na primeira fila Liz era uma verdadeira gata. Uma garota sensacionalmente gostosa apesar de não ter a bunda empinada e nem seios assim tão bonitos. Também era gordinha. Ela tinha uma maneira peculiar de se vestir. Abusava dos decotes. Decotes que deixavam os bicos de seus seios quase aparecendo, suas costas totalmente nuas, pouco pano, mas nem por isso caía na vulgaridade.”

- Sr. Mandarim! Não demore com esse conto porque vou publicar ainda na edição desta quinzena, e o dia limite é hoje. Portanto, rapidez! – gritou de repente o sr. Delair, atrapalhando o desenrolar dos meus pensamentos. Voltando à sala e à deliciosa Liz:

“Ficava olhando para aquela garota de cabelos dourados pensando em como seria uma tarde amor com ela. Sim uma única tarde seria o suficiente para solucionar nossos mistérios. A professora, aproveitando a minha expressão aérea, resolve fazer uma pergunta sobre logaritmos. Professor sempre acaba com nossos sonhos quando eles estão naquela fase inicial de tesão.”

- Sr. Mandarim, pode pegar um café pra mim? – falou dona Divanildes, interrompendo minhas idéias da trama pra pegar café. Aquela foi demais. Depois de resolver mais essa inconveniência pra chata, voltei à sala de aula.

“Olhei bem para o rosto da”, pensei em um nome que caísse bem para a rabugenta da professora. “dona Divanildes e respondi à pergunta sobre cálculos integrais um pouco assustado pela forma com que havia sido abordado. Ela não parou e, tentando me complicar, já que tinha marcação individual comigo, falou: ‘vou te fazer outra pergunta, e se você acertar, ganhará um ponto na prova final’. Ela perguntou algo complexo de movimentação eletromagnética achando que me destruiria, só que ela não sabia que esse era um assunto que eu dominava e acertei a resposta. ‘Mas eu gostaria de poder transferir esse ponto que acabei de ganhar, sra. Divanildes’, disse, causando burburinhos na sala. ‘E pra quem o senhor transfere?’, quis saber. ‘Para a Liz. Ela precisa desse ponto pois teve um problema de ordem familiar que a impossibilitou estudar melhor para a última prova’. Ela comentara comigo que um chegado tio seu havia falecido duas semanas atrás, o que a abalou na época. ‘Muito altruísta da sua parte, sr. Mandarim. Aposto que ela ficou muito agradecida. Pena que o ponto, quando é transferido desta maneira, perde meio ponto. Liz olhou pra mim e sorriu. Vitória parcial. No final da aula ela veio comentar comigo o corrido. Agradeceu e marcamos de tomar um suco na cantina. Liz falava que nunca alguém tinha feito aquilo pra ela, nunca encontrara um cara assim e coisa e tal. Disse para que ela ficasse atenta com dona Divanildes e com o diretor, seu Delair.” Se esse conto fosse publicado com os nomes como estavam eu estaria certamente enrascado. “Ambos marcavam os alunos e fariam qualquer coisa para detoná-los, disse. Sem querer acabamos criando um vínculo forte a partir desse dia. Todos os dias voltávamos juntos para o ponto do ônibus. Até que um dia não agüentei e a chamei para um passeio um pouco mais adulto: uma pizza à noite. Ela aceitou. Naquele mesmo dia a convidei para ela aparecer lá em casa à noite e ela aceitou com alegria. Quer dizer, ela não aceitou assim tão fácil e pediu um tempo.” Escrever em máquina de escrever é essa merda... a gente erra a porra do texto e não dá para mudar. Desse jeito ficou esquisito porque o leitor vai achar que a menina é galinha quando na verdade ela era um anjo. Mas agora é tarde. Olhei pra Nicole presa na parede e pensei em algo que me criasse tesão, pois a Divanildes não parava de cruzar as pernas, expondo sua calcinha, e isso era letal para o desenvolvimento do meu trabalho. “Marcamos às oito e ela surgiu linda, arrebatadora. Ficamos na sala jogando gamão até às dez, que foi quando ela começou a falar que gostava de mim e que sentia uma grande vontade de ficar comigo. Então, nos beijamos e eu comecei a beijar aquele pescoço, aqueles peitinhos gostosos. Logo estávamos no chão da sala transando muito, loucamente. Metia em Liz com vontade. Coloquei a gata de quatro e” eu não podia dizer que iria comer o cu da Liz. Eu não fiz isso na vida real e ia soar muito falso se eu inventasse. Mas os leitores, em sua maioria homens, gostam de ler que uma mulher está sendo enrabada, faz parte do imaginário masculino. Por outro lado as mulheres não curtem muito, preferem mais felação, chupadas...

- Sr. Mandarim, telefone para o senhor aqui – falou o sr. Delair de repente. Era um amigo que se surpreendeu quando eu contei de onde estava falando.

- Porra, Mandarim, na editora Phodart, nessa merda?? Você tem talento para coisa bem melhor. Eu inclusive ia propor pra você dar um pulo aqui na SexxxLieb. Temos um espaço que precisa ser preenchido na nossa revista e pensamos em você – falou Hercílio. Era o que eu precisava ouvir para dar um basta naquela situação humilhante. Voltei para a mesa só para terminar o conto já decidido em nem voltar mais ali.

“mesmo tendo aquela bunda disponível, linda e provocante, resolvi não comer. Meu pau talvez fosse grande demais para ela e tive certa dó. Mas o sexo oral esse nós não dispensamos. Foi gostoso, muito bom mesmo. Mas o melhor de tudo foi no dia seguinte no colégio. Ao passar pelo corredor central vi uma cena que me chocou: dona Divanildes na sala do sr. Delair com este acorrentado e vestido com um capuz negro. A mulher carregava nas mãos chicote gigante com o qual castigava o diretor. Usou também velas e objetos perfurantes. Fiquei alguns instantes observando aquilo, mas parei quando ela resolveu sodomizá-lo com boletins com notas 10 dobrados em forma de canudo. Era demais. Um colégio pervertido merece um comando no mesmo nível e era isso que eu estava vendo. O importante de tudo isso foi que Liz continuou comigo e hoje é minha secretária para assuntos diversos na SexxxLieb”.

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Comentários

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O tal de jocosi e o contista Me-nino são a mesma pessoa. Entra nos contos dos outros só pra dar nota zero e um, enquanto dá nota dez para ele duas vezes. Deixa de ser panaca, ô meu!... Vá dar o rabo por aí e deixa de ser idiota. O morenojambo e o negroebano também são a mesma pessoa e fazem uso do mesmo expediente. Vai dá o rabo por aí, ô panaca.

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Legal, muito legal. É o que eu digo, as vezes o conto não precisa ser erótico, deve ser bom para prender a atenção do leito. Não pode ser qualificado como erótico, mas, como uma comédia. nota 8

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ri muito, imaginando as cenas...gostei

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