Memórias de Uma Filha Apaixonada - Segundo Capítulo

Um conto erótico de Marquês de Arco Verde
Categoria: Heterossexual
Contém 753 palavras
Data: 03/10/2006 02:33:07
Assuntos: Heterossexual

2º Capítulo

Quem é Alfredo?

Marina sente ciúme de sua própria mãe?

Desde criança Alfredo sentia grande atração por Marina. Foram criados como irmãos, sendo vizinhos de andar, no bloco de apartamentos da zona norte do Rio de Janeiro, onde os pais de Marina foram morar, no início do casamento.

Ele era único filho do casal, cujo pai era militar de patente, mas saiu-se diferente daquele pai, que era autoritário e franzino, e que lhe enfernizou a infância e a adolescência com as lições de machismo diante de todos, sem nenhum acanhamento de ralhar com o filho perante a vizinhança.

Alfredo haveria de ter adquirido os predicados da família materna em que, o bisavô nordestino, senhor de engenho, na Paraíba, tivera uma prole de razoável significância, com comprovadas descendências de almas nobres, bacharéis, médicos, políticos e antiescravistas, na família.

Alfredo Moisés dos Anjos, este é o nome completo do nosso personagem, se dizia sobrinho neto do poeta Augusto dos Anjos, mas ninguém comprovou ser essa uma verdade absoluta.

Contudo há alguma lógica nesta afirmação de Alfredo, visto que, Augusto dos Anjos morou no Rio de Janeiro antes de morrer nas Minas Gerais.

Ainda assim Alfredo era adepto da Psicologia Moderna, leitor de Rousseau, bom estudante em todas as disciplinas.

Causava raiva no pai déspota, por ser aluno aplicado, sem que, em tempo algum, tivesse se enfiado em complicações juvenis.

Os sonhos e olhos do jovem Alfredo eram adversos a quaisquer tipos de banalidades adolescentes. Ele era um rapaz orientado pelos bons pensamentos, e por isso acabara de se formar, aos 23 anos, no curso avançado de Psicologia, no Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora.

Alfredo se ajustava perfeitamente na família de Marina. Ali encontrara toda a harmonia que lhe faltara na sua casa. O pai de Marina era um homem afetuoso, interessante e culto, a mãe uma mulher bonita como a filha, voltada exclusivamente ao núcleo familiar.

Nada mais lhe restava ao espírito romântico de humanista que se acomodar naquele seio familiar.

E Marina? Ah, a doce Marina, autora de suas insônias. A criança, a jovem, a plena mulher em que se tornara aquela meiga menina de outrora.

Ao descer, para perto do açude, rumo à cabana, Alfredo, vestido de uma capa impermeável, cuidava-se de não escorregar no caminho. E naquele momento de chuva intensa ele recordava, com imensurável amor, os momentos vividos com a sua doce e amada Marina.

O baile de debutantes no Fluminense Football Club, na rua Álvaro Chaves, em que Marina apareceu pela primeira vez na vida como mulher vestindo um traje branco, com ornamentos de flores nos cabelos. - Como estava bonita e que tremor lhe causara!

Ah, Alfredo! Pensava ele: você é o cara mais felizardo do mundo por ter o amor de Marina!

Neste meio tempo, na choupana do açude, Marina achegou-se à porta e animou Alfredo.

-Vem! Olha, cuidado! Desça devagar meu amor, não vai se machucar, viu?

Alfredo chegou alegre feito um colibri, beijou rapidamente a boca de Marina e se dirigiu ao sogro: - Como vai poeta!

O pai de Marina respondeu-lhe com cortesia: - Vou bem! Pelo que vejo você ainda está aproveitando o final de semana para acordar tarde.

Alfredo, mais alegre ainda, voltando-se a Marina, disse: a chuva atrapalhou nossos planos, não é meu amor?

De agora em diante não preciso narrar, pois que tudo correu conforme o natural.

Na casa de cima o cheirinho do café da roça despertou o apetite nos três e eles subiram logo para lá.

Após o almoço todos procuraram cama para repouso.

Marina estirou-se no sofá com uma revista e Alfredo deitou-se na rede que havia lá no varandão, e dormiu profundamente.

Em dado momento, no que era silêncio absoluto, Marina começou a escutar gemidos sensuais. Ativou sua audição e logo percebeu que os ruídos vinham do quarto dos seus pais.

Levantou-se e foi, pé a pé, achegar-se à porta do quarto para escutar com melhor sonoridade o que haveria de estar acontecendo lá dentro.

Ouviu sua mãe gemendo de prazer, e seu pai, com a voz alucinada de desejos, incentivando a mulher a dar maior carinho para ele.

- Aí, minha vida! - Assim amor, dá gostoso ao seu macho, dá amorzinha...

Marina enlouqueceu-se de ciúme: teve vontade louca de romper a porta e arrancar o pai de cima da mãe a tapas.

Contudo, ela se conteve, foi ao seu quarto e fechou-se nele.

O que acontecerá depois?

Marina vai se vingar?

A mãe de Marina é mulher melhor que ela?

Vejam tudo no próximo capítulo.

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