O corno, o viado e a lourinha ceguinha.

Um conto erótico de Dödòi
Categoria: Grupal
Contém 667 palavras
Data: 04/08/2006 00:56:14
Assuntos: Grupal

Via-se à beira da piscina da bela casa num bairro elegante do Rio: louraça, gostosíssima, delgada, tipo grandona, 22 saudáveis aninhos, cabelos encaracolados, louríssimos, pescoço longo, muito bonito, elegante, cabeça proporcional, suavemente oblonga, mas, admitamos, meio burrinha, porque ninguém é perfeito, mas aqui, basta que seja gostosa, e ela repousava, preguiçosa e plácida, na coxa direita, peluda e máscula, do belo rapaz também de 22 anos, lindo, o qual, segundo os maledicentes, também amava rapazes, como Sócrates e os pitboys, ou seja, bem mais do que recomenda a moral e os bons costumes. Ele, na dele, nem é com ele. Nem com ela. Deixava-a apenas ali a estar como estava, e lia uma revista qualquer, porque ela, infelizmente, não podia ler: era cega de nascença. O que também pouco deve importar, embora nem todos gostem de ceguinhas, porque a nossa, como a maioria outras, ressalvadas as exceções de praxe, além de gostosíssima, com 22 saudáveis aninhos, não nasceu privada de sentidos outros.

Na revista, que lia, com vívido interesse, o belo rapaz, alguém tinha escrito algo mais ou menos assim: ...A grande sacada deste site de contos eróticos , além da dinâmica extraordinária – publicar, ler, votar, comentar – é que permite todo tipo de comentário, sem qualquer censura. Isto leva alguns leitores mais assíduos destacarem-se como “comentaristas”.

Uma minoria, porém, protegida pelo anonimato e pela saudável liberdade, faz dos seus comentários uma curiosíssima válvula de escape de fobias e frustrações. Destacam-se dentre os mais radicais os homofóbicos e os “cornofóbicos”, estes últimos avessos a “cornos”, evidentemente.

Embora minoria, os homofóbicos e “cornofóbicos” são leitores e comentaristas mais ativos, e presentam traços comuns curiosos e contraditórios, merecedores de atenção. São os mais ávidos leitores dos textos cuja temática envolvam suas fobias. Não raro, associam o “corno” ao homossexual, com ilações conceitualmente frágeis, fundadas em preconceitos. Outra evidência é abaixa capacidade intelectual da maioria desta minoria, e pela má qualidade e o próprio conteúdo dos textos dos comentários.

Uma autora, que a esta subscreve, publicou recentemente alguns textos no site e percebeu a importância desses leitores/comentaristas, porque apesar de revelarem o que há de pior na sociedade em termos de intolerância, oferecem farto e rico material para as próprias estórias, principalmente para a composição de tipos.

Desafiando a si mesma a autora, repita-se, que a esta subscreve, publicou recentemente no site o conto “Cínica”, no qual construiu um “corno” atormentado, narrativa em primeira pessoa, para saber-se capaz de emprestar verossimilhança a um personagem masculino. Introduziu taras absurdas e repugnantes, num texto propositadamente entrecortado, repleto de interpolações e difícil fluidez. Ainda que tenha indicado ser ela, autora, do sexo feminino, os comentários, todos ofensivos, foram dirigidos a um autor, claro, homossexual. Uma outra característica interessante dos comentários é que, ao contrário da maioria, estes são muitos curtos, apenas ofensas, a sugerir uma certa intimidação diante da propositada formatação do texto. A Autora, satisfeita, revela: Consegui exatamente o que queria: pensar como um homem, criar um “corno” verossímil, e repugnar, num texto denso, avidamente lido pelos “comentaristas” mais fóbicos, seguramente meus futuros e mais assíduos “consumidores”.

Enquanto isso, na piscina, o rapaz fechou a revista assim que viu um outro aproximar-se com seu corpo apolíneo, moreno, queimado de sol, olhar e sorriso cúmplice, de amor e desejo. A lourinha, coitada, ceguinha, de 22 anos, que repousava placidamente na coxa peluda do primeiro rapaz, deu sinal de vida e começou a inchar e ficar “mais” grandona” e cabeçuda, desproporcional. Os dois beijaram-se na boca, um beijo longo e molhado, e entraram na casa, onde amaram-se até o sol se pôr. A loirinha rapaz, que para foder não precisa enxergar porque pênis é cego mesmo, e, até prova em contrário, não existe nenhuma mulher neste texto além da autora, ela, a lourinha, novamente repousava, agora na outra coxa, a esquerda, murcha, cansadinha, de tanto entrar e sair do rabo do segundo rapaz, ambos lindos de morrer, dormindo abraçados, como uns anjinhos de uma pintura, digamos, renascentista. Fim. Se não conseguiu entender. Comece de novo.

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Comentários

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Muito Criativo! Gostei mesmo. Voce escreve bem. Infelizmente nem todos vão entender seu inteligente jogo de palavras. Parabéns, muito agradável. Além disso, concordo com seus comentários sobre os nossos insolitos comentaristas. MAs , como sei que vou ser criticado, permita-me tecer alguns comentários de baixo nível para antecede-los. GOSTEI MESMO! SE NÃO GOSTOU VAI TOMAR NO CÚ, CAMBADA DE VIADOS ENRRUSTIDOS FILHOS DE UMA VACA BOQUETEIRA, CURURUS-CAGA-SANGUE DO CARRALHO! pronto, Atenciosamente:. Fosta

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deveria ter usado seu tempo,para ser mais autentico,criativo,vc simplesmente conseguiu passar para os leitores que vc é um frustado contado de contos.nota zero

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Outro ótimo texto de Dodoi!Continue. Seus contos estão perto do que eu considero ideal em literatura erótica.

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