Estranho Amor

Um conto erótico de Tostoi
Categoria: Heterossexual
Contém 428 palavras
Data: 01/06/2005 00:17:44
Assuntos: Heterossexual

Aquela estranha cor; uma cor meio amarronzada; tinha pernas torneadas - e como eram torneadas! Não me cansava de para elas ohar. Sempre provocante - parecia querer sexo a todo momento - com aquele ar superior. Apesar de já ter mais de trinta anos, aquela maravilha da obra humana me fazia sonhar acordado. Ela tinha um silêncio instigante, mas a sua quietude valia muito mais que mil palavras.

O nosso contato foi bastante tímido no começo - praticamente só eu falava. Eu não entedia toda aquela timidez:"Por que tudo isso, meu Deus?" - já desesperado, eu me perguntava. Já não podia mais supotar aquela situação, era muito difícil estar longe dela. Não pensei duas vezes quando a vi numa manhã de outono chuvoso.

Eu gosto de você, já não dá mais para suportar tamanha dor - disse sussurrando de paixão.

Ela ficou passiva, esperando um beijo meu. Foi um beijo inesquecível, tinha um gosto suave da relva macia dos campos bucólicos. Parecia não ter fim o nosso beijo, acariciava com todo carinho o contorno das suas curvas.

Passamos a ter encontros cada vez mais excitantes e ousados. Nosso amor ficou tão selvagem que um dia quase eu quebrei as suas pernas - juro que isso é verdade!

Mas... como tudo que é bom... Nosso amor também passou por momentos de crise. Me arrependo de ter sido violento com ela; mas, o seu silêncio já não era suportável... Teve um dia que lhe dei tamanha surra que ela nem mesmo podia ficar de pé. Aquele ser que tanto amei,ali, estatelado no chão como se fosse um objeto qualquer(não, não ela não era um objeto qualquer!). Mas eu a ajudei nesse processo difícil - me arrependi e a ajudei -, talvez, sem a minha ajuda ela não teria voltado a ficar de pé.

O momento mais estranho da nossa relação foi quando papai nos pegou transando na sala.

- Meu filho, o que é isso? Você está trepando com a mesa da sala!

- Não, papai, eu tropecei e cair aqui... - disse desesperado.

- Mas você está nu! - disse rispidamente.

- É, é...porque acabei da sair do banho, papai...

- Saia já daqui, seu muleque! Agora eu entendi por que essa mesa cheirava tão mal; entendi também por que ela apareceu toda quebrada e você fez questão de consertá-la -disse papai num discurso patético.

Foi quando papai começou a quebrá-la com toda raiva. Este momento foi muito difícil para mim.

- Não! Não, papai, não faça isso!

- Faço sim, seu doente!

Foi muito doloroso vê-la queimando, mas...em compensação, eu ainda tenho a geladeira, o sofa, a tv, o ventilador...

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