Infidelidade Conjugal

Um conto erótico de Ivo Korytowski
Categoria: Heterossexual
Contém 1017 palavras
Data: 01/12/2004 22:43:47
Assuntos: Heterossexual

INFIDELIDADE CONJUGAL

ATENÇÃO

Este conto contém temática orientada sexualmente para adultos, destinada a indivíduos maiores de 18 anos. Se você não atingiu ainda 18 anos, se este tipo de temática ofende você, ou se você está lendo o conto em algum país ou local onde este tipo de temática é proibido por lei, NÃO PROSSIGA!!!

ARMANDO

Adoro Dóris, a mulher da minha vida. Transamos duas, três vezes por semana – haja catuaba e guaraná da Amazônia! Quando conto pros amigos, babam de inveja. Mas quem disse que homem casado não bate punheta?

Vinho é vinho, cerveja é cerveja, sexo é sexo, punheta é punheta. Bom seria se pudéssemos juntar os dois. Explico. No sexo, você faz tudo direitinho: vai-se tirando a roupa, dá-se um beijinho aqui, uma chupadinha ali, mas rapidinho você acaba metendo na bocetinha dela – você não é desses atores de filme pornô que conseguem ficam de pau duro meia hora. Às vezes, dá vontade de se perder nas preliminares, esquecer que o pau não ficará duro para sempre... mas sem meter a mulher não gosta, acha que você não é de nada. Sexo tem que fazer tudo direitinho, e tem que acabar metendo.

Mas punheta é punheta! Na punheta, você viaja. Tem a mulher que quer, na cama que escolher. E pode escolher dentre todas as mulheres do mundo. Menu ilimitado: púberes com pentelhinhos recém-nascidos, adolescentes safadas doidas pra dar prum coroa tarado e sacana, grávidas com umbigo tentador coroando o barrigão, recentes mamães, peitões com mamilos marrons recendendo a leite (se bobear, sobra um jatinho pra você), coroas disformes que há décadas não vêem a cor de um cacete. Na punheta (maravilha!) não há ejaculação precoce, o pau fica duro meia hora, sim. E a imaginação faz a festa.

Pois hoje vai ser como o diabo gosta! Dóris viajou, viagem de negócios. Amo-a perdidamente. Mas queria fazer sexo como nas fantasias da punheta! Entrei no Hot Side, “o lado quente da rede: aqui você encontra lindas modelos brasileiras com seus telefones para contato”. De cara, o aviso: “Este site contém material orientado sexualmente para adultos, destinado a indivíduos maiores de 18 anos. Se você não atingiu ainda 18 anos, se este tipo de material ofende você, ou se você está acessando a internet de algum país ou local onde este tipo de material é proibido por lei, NÃO PROSSIGA!!!”

Saibam que prossegui e fui regiamente recompensado. Que material! (Se Deus inventou coisa melhor que a mulher, ficou pra ele!) De cara, a bifurcação: louras, morenas. Difícil escolha! Cliquei nas louras! Que formas harmoniosas, que peitos, que bundas! Se eu fosse Deus, ah, seu eu fosse Deus, toda mulher no mundo seria igual às mulheres do Hot Side!

Escolhi uma “modelo”. Vai ser sexo como nas fantasias da punheta. Sexo sem peias, sem amarras. Primeiro ela vai botar aqueles peitinhos de vaquinha pra fora pro bezerrinho aqui dar umas boas mamadas. Depois vai ficar de quatro, como um cachorrinho. Vou meter a língua no cuzinho dela. . Morro de vontade de fazer, mas como pedir para a Dóris? Até parece que ela iria deixar... Esqueci: antes disso, beijarei carinhosamente, detidamente, cada um dos seus pezinhos, dos seus dedinhos. Aí vou me enfiar embaixo da mulher e faremos aquele sessenta e nove antológico que entrará nos anais (coincidência?) da sacanagem. Gozar na sua boca. E sugar todas aquelas secreções vaginais. E sentir aquele cheiro indescritível. Imaginou se tiver um clitóris grandão, grandão?

Aí vou oferecer:

– Aceita uma cervejinha, benzinho?

Pensou: chamar de benzinho a puta rampeira (puta nada, modelo, esqueci!), como se fosse a namorada dos 15 anos? Tesão! Aí ela vai beber a cerveja e, pouco depois, perguntar:

– Onde é o banheiro, quero fazer xixi.

É aí que vou radicalizar. Vou levá-la pro banheiro, entrar com ela no chuveiro e suplicar:

– Me mija todinho, me empapa os cabelos, me dá um banho dourado!

Adoro Dóris, a mulher de minha vida, mas...

DÓRIS

Com esse negócio de contenção de despesas, a firma não paga mais avião: tenho que viajar de ônibus. Ônibus-leito, confortável, mas quem disse que consigo dormir? Já li e reli a Veja do início ao fim e do fim ao início. E esse rapaz ao lado, da Marinha? Cheiro de macho daqueles filmes de sacanagem que o Armando passa no vídeo pra nos excitar. Está me despertando o desejo. Não que eu seja sexualmente frustrada, muito pelo contrário. O maridinho dá conta do recado. Duas, três vezes por semana. Quando conto pras amigas, arregalam os olhos de inveja. Adoro o Armando, o homem da minha vida. Mas toda mulher tem lá suas fantasias. O rapaz da Marinha tá olhando pra mim. Vou retribuir o olhar, pra ver no que dá. Quem sabe realizar meu desejo secreto: ser beijada no tornozelo, na nuca, no pescoço, no seio, na calada da noite, na estrada, num ônibus! O rapaz da Marinha – safado! – pôs a mão na minha coxa. Vou deixar, seja o que Deus quiser. E não é que ele está excitado? Dá pra sacar sob a calça. Durinho, durinho, vontade de segurar. Ai meu Deus, ele está desabotoando o zíper da sua calça. Não consigo resistir, vou dar uma pegadinha. E ele, bem sacana, me diz coisas deliciosas ao ouvido. Tá todo mundo no ônibus dormindo. Que sensação deliciosa, essa coisa proibida. Por que tudo que é proibido é mais, muito mais gostoso?

Nem sei se alguém percebeu algo. Quando chegamos, rezei pra ele não pedir meu telefone, sou casada. Coitado do Armando, ele não merece. Mas que aventura maravilhosa!

ARMANDO + DÓRIS

– Oi benzinho, até que enfim você voltou, estava morrendo de saudades. Como foi a viagem?

– Aquela chatice de toda viagem a serviço. A gente trabalha dobrado: durante o expediente e depois. Eu também estava com saudades.

– Conseguiu dormir no ônibus, pelo menos?

– Que nada, cheguei morta de cansaço. Tomei banho no hotel, dose reforçada de café e tive de encarar o trabalho.

– Comprei um vinhozinho bem gostosinho pra gente curtir, e depois...

– Hmmm, estou com saudades desses depois...

– E eu, então? Onde foi que você guardou o saca-rolhas, que não acho em lugar nenhum?

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