O outro lado da lua nova

Um conto erótico de U.S.Malta
Categoria: Homossexual
Contém 946 palavras
Data: 30/08/2002 15:17:48
Assuntos: Gay, Homossexual

Uma noite amena de agosto, a brisa da Bahia a soprar do oceano, um hotel a beira mar. Eis o nosso cenário, uma moldura feita de mistérios e encontros. Eu o conhecia do espaço virtual a mais de dois anos , e mil promessas foram feitas ao longo do tempo, frases picantes repetidas, taras e fantasias entre os lençóis. Sua vida agitada no interior paulista e suas viagens o faziam um homem por muitas vezes inatingível. Sempre ocupado com seus compromissos profissionais e com sua família. Casado a mais de 20 anos, ele convivia bem na medida do possível com sua bisexualidade, mas bem sabia que o que uma mulher não podia lhe dar , um homem pode saciar-lhe na cama. Seu charme vinha do seu jeito viril, no seu apetite e de toda uma carência velada. Seu rosto sério e ao mesmo tempo risonho refletia um menino grande por detrás das lentes dos seus óculos. Aos 45 anos ele já tinha vivido de quase tudo e seus amantes tinham passado sem abalar sua certeza de que sem o casamento seu equilíbrio emocional teria sofrido abalos. Tinha se casado por amor , disso tinha certeza, mas tudo com o tempo muda e seus filhos eram seu tesouro , mas um dia cresceriam e iriam embora , pois assim era o destino de todos nós, ou seja, estamos apenas de passagem e nessa viagem tão curta tudo deve ser compartilhado, tudo é aprendizado. Seus medos eram outros, suas expectativas eram mais calmas. Tinha se acomodado, se acostumado á rotina e a alcova era apenas uma forma de quebrar o que já estava estabelecido. Era assim como quase tudo funcionava para ele, sem laços fortes, sem relacionamentos extraconjugais que abalassem sua história. Como uma lua que esconde seu outro lado. A parte que se faz desigual. Ao chegar ao hotel , o lobby estava cheio devido a duas conferências que aconteciam ao mesmo tempo. E apesar das mesmas já teriam terminado no cair da tarde, muitas pessoas entravam e saiam e seguranças procuravam manter a ordem em meio á desordem. Ele se apresentou vestido com uma camiseta e um short azul que denotava as formas e curvas das suas pernas e deixavam á amostra seus pêlos. Seu aperto forte de mão denunciava seu lado dominador, nos traços fortes do seu rosto, o olhar duro e doce ao mesmo tempo, marcas da vida e do que tinha sido vivido por ele. Para quebrar o gelo comentários alheios, o vento na balaustrada a soprar e a pergunta em forma de convite para visitar seu quarto. Quando a porta se fechou por detrás de mim, seus braços se tornaram cordas apertando meu corpo franzino, eu era sua presa e ele o meu macho quarentão, meu touro no cio. Seu beijo engolia minha língua e aumentava a temperatura dos nossos corpos. A cama e os lençóis nos faziam um convite irresistível, nos olhamos por uma fração de segundos, falamos umas frases e reconhecemos nosso desejo mútuo de nos conhecermos mais intimamente. Ainda vestidos seu sexo pressionava minha bunda, o calor da sua respiração, a sua língua a invadir minha orelha, seus dentes a morde-la . As mãos dele deslizaram por debaixo da minha camisa e fizeram reconhecimento do seu novo território entre as curvas da minha cintura e tocaram meus mamilos, apertando-os de leve. O peso do seu corpo me excitava e me fazia desejar-lhe ainda mais. A química dos corpos se criava com toda a força dos desejos contidos e ansiados. Arrancamos nossas vestes e suas pernas e braços limitavam meus movimentos enquanto eu me debatia para dar mais calor ás nossas fantasias. Confesso não saber muito dos seus gostosos, mas minha intuição a cada gesto e ato adivinhava o jeito que ele gostava de ser tratado. Um macho maduro transpirando tesão. Seu cacete delicioso pincelava meu cuzinho, forçava a sua entrada, me fazia mexer e rebolar gostoso. Depois de lubrifica-lo prendeu meus braços e como um tarado no cio, enfiou com vontade seu mastro tapando minha boca por alguns segundos com a outra mão, e reconhecendo no meu olhar todo prazer e tesão do momento. Meu sorriso se iluminou novamente e nosso suor era a tradução de outros desejos mútuos. Éramos um só, corpo e desejo, sussurros e puro tesão derramando-se em suor e saliva. Meu gozo veio primeiro e o dele ainda demoraria e isso me deixava ainda mais excitado. Meu macho me virou de lado, me cobriu novamente. Eu cavalgava sua espada em chamas, no movimento ritmado no sobe e desce, no rebolar das minhas ancas, na maciez dos lençóis e na febre das taras reunidas. Seu prazer era o meu prazer, seus braços fortes me diziam quem estava no comando. Seu leite de touro derramou-se com toda fúria nas minhas entranhas e seu mastro enterrou-se ainda mais na minha gruta úmida e quente. Ficamos a nos olhar e meu sorriso safado era um estímulo para ele ter suas forças reunidas outra vez, no modo mais suave , e no calor das suas mãos pesadas e fortes. Depois de um banho rápido a noite recomeçou e os lençóis já reconheciam nosso cheiro e no nosso gozo compartilhado. Era quase madrugada de um novo dia e eu tinha que dizer adeus ou quem sabe até logo. A realidade era o que a lua lá fora não queria mostrar. Eu bem sabia dos caminhos que tinha trilhado e dos erros e deslizes cometidos. Sabia que minha vida recomeçava todos os dias e que queria muita mais do que uma aventura a mais na minha história, pois todos nós somos feitos para algo melhor. Algo que está do outro lado da lua nova. Nosso mistério e o nosso destino.

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