MAR, CONFIDENTE IRMÃO

Um conto erótico de Rikititatiua
Categoria: Heterossexual
Contém 2317 palavras
Data: 20/01/2002 16:19:53
Assuntos: Heterossexual

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MAR, CONFIDENTE IRMÃO

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Cada novo dia me via mais e mais envolvido com Pat, me peguei inúmeras vezes divagando sonhos e mitigando situações durante o serviço. Seu corpo de menina moça ainda não mulher completa toma todos meus espaços cerebrais e sua cândida voz inunda meus ouvidos como música maravilhosa.

Acho que é a idade me aprontando castelos de sonhos – penso, e tenho que encontrar forças interiores para fugir desse envolvimento. Ela ainda é muito nova e tem uma vida pela frente, não devo e nem tenho o direito de me interpor a sua vida e prende-la a uma situação insólita.

- Doutor, o senhor atende dona Patrícia? – ouço a voz de dona Angélica resgatando minha mente de meus devaneios.

- Que Pat está querendo?

- Não é a menina Patrícia – fala rebatendo. – É uma senhora que diz ser mãe de uma amiguinha de Clarinha.

Recordo o rosto perfeito da mãe de Elisabeth e de sua voz profunda aconselhando a filha quando fomos busca-la para o passeio a Alcântara. Também a imagem da doce Lisa pulula em minha mente resgatando as imagens e sensações daqueles dois dias de prazer intenso.

Voltamos a nos encontrar por diversas ocasiões e cheguei a ficar amigo do casal que passara a freqüentar meu apartamento e eu, sua casa. Lisa, a convite de Pat passara muitos finais de semana conosco e, a três, fizéramos loucuras mil e descobertas insanas na cama.

- Pode passar. – ordeno à minha secretária e atendo a ligação.

- Amigo, a quanto tempo não te vejo – falou Patrícia. – A Lisa me dá noticias suas de quando em vez...

- É o tempo escasso e os problemas da empresa, Patrícia. Sobra-me muito pouco para vida social... Quais as novidades, tens ido a Belém?

- Faz quase três meses que não vou, o Iran não perde oportunidades de estar com os seus – é seu marido.

- Como está esse barrigudo? – pergunto brincando.

- Viaja hoje para o Japão para uma convenção mundial da empresa... – faz uma ligeira pausa. – É sobre isso que quero falar.

Percebo uma leve apreensão em sua voz como que temerosa por alguma coisa. Será que aconteceu algo? – pergunto aos meus botões.

- É meio chato falar isso ao telefone, melhor seria se viesses aqui ou nos encentrássemos em algum lugar – sugere. – Poderias vir hoje à noite pôr volta das nove horas? Aproveitamos, levamos Iran ao aeroporto e conversamos os três.

- Sem problema – respondo. – Mas não poderias dizer o que está afligindo você?

- Deixa que saberás no momento certo, mas não fica preocupado, pois nada de tão grave assim...

- Pelos menos podes falar se é sobre Lisa.

- Em parte sim, mas ela não é o tema central. O Iran por certo te pedirá sobre ela e sobre eu própria, mas a nossa conversa pessoal só saberás quando eu falar – dá por encerrada a conversa e desliga o telefone.

Que será que Patrícia e Iran querem comigo? E qual a conversa pessoal pretendida pela amiga?

Fico mitigando por ainda um bom tempo até que os afazeres diários tomam por completo minha atenção.

O dia, como sempre, foi cheio de problemas a serem resolvidos, planos e projetos a serem autorizados, analisados e redirecionados. Por diversas ocasiões fui chamado para a sala de Carlos – também metido até o pescoço com cotidiano perverso – para tomadas de decisões importantes e outras coisinhas a mais. Não voltei a pensar no convite de Patrícia que teria esquecido completamente se minha eficiente secretária não houvesse chamado atenção.

- Doutor, não esqueça que o senhor tem compromisso com D. Patrícia.

- Tu és meu anjo salvador, velhota amada – dou um beijo carinhoso em sua cabeça grisalha. – Havia esquecido completamente do Iran. Olho o relógio na parede e dou um grito de espanto.

- Puta merda! Já são oito e vinte – bato na testa enquanto D. Angélica deixa escapar risinhos de carinho. – D. Angélica, se o Carlos perguntar por mim diga para onde fui e que não voltarei hoje, e a senhora pode ir embora...

- Fazer o que em casa, doutor. Tenho ainda que arquivar os projetos de hoje e fazer aquelas correspondências que o senhor pediu – responde dedilhando o teclado do computador em sua frente.

- Que seria de mim sem meu anjo da guarda protetor... – faço carinho em sua cabeça. – Mas a senhora não deve se cansar muito... Deixa isso pra amanhã!

Conheci D. Angélica quando entramos para a empresa e desde sempre ela demonstra um carinho quase materno por mim. Me ajudou como ninguém a entender o funcionamento da burocracia e, com maestria, conseguiu ensinar-me compor correspondências comerciais e esses trecos todos. Quando compramos a empresa lhe convidei para me secretariar e a trouxe para o corredor da zoeira – como é conhecido o andar onde fica minha sala, a de Carlos e a do Conselho Administrativo. Há três anos consegui aposenta-la quase que na marra, mas ela nunca deixou de vir trabalhar e a contratamos novamente, agora com regalias que somente Carlos e eu temos. Tenho certeza de que ela só deixará de vir trabalhar com sua morte.

Saio correndo e encontro meu carro na porta com o motor ligado e Zeca me aguardando.

- Dona Angélica interfonou mandando deixar seu carro ligado, pois o senhor tem um compromisso e está atrasado – falou o prestativo porteiro segurando a porta.

- Se Dona Angélica não existisse, o mundo não seria o mesmo – falo olhando para cima e vendo-a acenando da janela. Jogo um beijo e aceno de volta.

Eles ainda moram na mesma casa no Renascença para onde vou apressadamente. Toca o celular.

- Sim! – atendo.

- Ocê não vêm não, rapaz? – era Iran.

- To chegando, barrigudo!

- Queria antes passar pelo shopping e comprar uns trecos pros japonas – fala antes de desligar.

Na porta Lisa vestida em uma bermuda de arrasar quarteirão me espera com ansiedade. Estaciono e ela abre a porta ligeira e beija-me com paixão.

- Tava morrendo de saudades, Nat – fala mansamente.

- Que Patrícia quer tanto falar comigo – pergunto.

- Sei não, ela não disse nada, só que virias pra levar o pai no aeroporto. Vem, eles estão te esperando – segura minha mãe e me puxa com carinho.

Iran ao ver minha chegada dá-me um forte abraço. Patrícia, da copa, fala alto.

- Chegou o grande empresário que não tem tempo para os amigos! Espera um pouco que vou já aí...

Na sala uma montanha de malas e pacotes encostados na parede.

- Puxa Iran, parece que vais de muda? – observo.

- Quase, amigo, quase... Dessa vez vou ficar uns noventa dias por lá.

- Mas Patrícia me falou que irias para uma convenção!

- Também! É que depois a multi nos arranjou um curso de extensão em Nagazaki...

Patrícia entra na sala e dá-me um abraço que quase me tira o fôlego e um beijo super gostoso. Iran não estranha sua efusiva demonstração por ser assim desde que nos conhecemos.

- Ta bom... Ta bom que já estou ficando com ciúmes – dá-me uns tapinhas nas costas e puxa a mulher pelo braço.

- Como está o Carlos! – pergunta Iran sentando na poltrona enquanto Patrícia serve taças de vinho branco.

- Metido até o gogó com as broncas da empresa... Aquele não tem jeito, nasceu para viver enfurnado em salas de reuniões o tempo todo – respondo bebendo o líquido branco que desce a garganta macio. – Pô, Iran! Vinho delicioso esse, não?

- Presente de Marla, minha irmã, de sua viagem ao Chile... – faz uma pausa para um gole em sua taça. – Amigo, como não temos parentes aqui e vou passar muito tempo fora, resolvi dar-te uma mala de problemas...

- Problemas, quais problemas? – pergunto enquanto Lisa senta no braço da poltrona.

- Essas duas aí – aponta para a mulher e filha. – Queria te pedir que desse uma atenção especial para as duas, enquanto estiver longe...

- Hummm... Assim o tio Nat vai pensar que estais querendo se ver livre da gente – fala molecamente sua filha.

- Claro que não, jóia preciosa! O Nat entendeu o que quis dizer – olha em minha direção.

- Preocupa não, Iran. Vou adota-las como minhas...

- Êpaaaa!... – retruca gozador levantando a mão. – Também não é assim...

- Merda Iran! Assim o Nat fica acabrunhado... – fala rispidamente Patrícia.

- Nada não, Patrícia. Ele também entendeu o que quis dizer.

- Pois á Nat, qualquer coisa de mais grave liga para mim. Só queria não deixá-las tão desamparadas... Se precisares fazer alguma despesa, depois a gente acerta as contas – consulta as horas e levanta com pressa.

Correndo jogamos a montanha de bagagens em meu carro e saímos, em desabalada carreira, rumo ao aeroporto. Iran ao meu lado fala sobre as expectativas de seu retorno ao Japão onde já estivera por uma vez, Patrícia de vem em quando faz uma ou outra observação.

No aeroporto grande parte dos passageiros já havia embarcado e anunciavam a última chama. Iran corre para o balcão anunciando-se enquanto Patrícia, auxiliada por um carregador, transportava as bagagens. Deixei o carro com o alerta ligado e corri para dentro a tempo de despedir-me do Iran esbaforido.

Voltamos e pergunto.

- Qual o assunto importante que disseste ao telefone?

- A princípio sobre a viajem de Iran e do pedido que ele te fez... – faz uma pousa longa e coloco um cd de chorinho e o interior é inundado com os acordes de Luis Nassif tocando “El Marabinho” . – Depois sobre mim mesma.

- Que tem você? – estranho.

- Já jantou? – pergunta mudando de assunto. – Tua secretária falou que passaste o dia todo na empresa...

- Não, mas andei comendo um sanduíche que meu anjo da guarda mandou buscar... E você?

- Comemos umas besteiras no shopping, quando Iran foi comprar uns balango-dango pros japonas. Vamos lanchar! – sugere enquanto em penso no Capitão Gancho com sua peixada de hora e me encaminho para a Litorânea.

A boa música e o tempero sem igual nos encheram de satisfação. Tomamos uma garrafa de bom vinho branco e descemos para a areia onde nos sentamos em cadeiras voltadas para o mar.

A lua inundava a areia branca e fazia resplandecente a espuma das ondas que quebravam ruidosamente.

- O senhor deseja mais alguma coisa? – perguntou o garçom.

- Aceito um uísque – respondeu Patrícia.

- Por favor, traz meu uísque – falo para ele que se retira já sabendo minha preferência.

Ficamos bebericando a bebida até que Patrícia se levanta e vai em direção às ondas. Observo seu andar sensual e tomo, de um só gole, o líquido em meu copo. Levanto e a sigo.

Ela está parada, iluminada pelo reflexo da lua no mar, olhando em direção às luzes dos navios estacionados ao longe. Fico atrás dela sentindo seu pensar fluir como ondas revoltas do mar que joga espuma de suas águas em nossos pés. Toco em seu ombro e sinto um leve estremecimento de espanto.

- Como seria bom se a vida fosse tão mansa e previsível como as ondas... fala pausadamente.

- As ondas não são tão previsíveis assim. As vezes elas são perigosas e destrutivas – respondo.

- Nem sempre, e quando acontece é porque o homem fez alguma coisa muito errado que mereça ser castigado... O mar, meu querido, é sábio. A vida partiu dessas águas, foi daí que saímos...

Se cala e encosta em mim repousando sua cabeça em meu peito. Envolvo seu corpo com meus braços e ficamos, os dois, observando o balé das águas revoltas e a música suave nas areias frias da praia.

- Dá vontade de banhar... – fala pensativa.

- Porque não aproveitas e toma um banho gostoso... – sugiro.

- Não trouxe roupa de banho.

- Tens teu corpo, para que imaculá-lo com panos?

Patrícia fica pensativa e, segurando no cóis da calça a arreia com movimentos ondulatórios e sensuais. Tira a camisa e seus seios pulam felizes pela liberdade e tira, então, a tanguinha que lhe cobre parte da bunda e seu sexo. Joga toda roupa para a areia seca e anda em direção às águas que lhe abraçam o corpo em movimentos fortes.

- Não vens? – pergunta sorridente.

Também tiro minha roupa e entro em sua busca. Patrícia atira água em minha direção e sai correndo com dificuldades, mar adentro. Atiro-me e começo a nadar em sua direção, e ao alcançar abraço seu corpo e ficamos colados boiando sentindo as ondas, em formação, balouçando-nos com leveza. Está fundo onde estamos e nado, puxando por sua mão, até onde meus pés tocam o solo. Para ela, ainda muito fundo obrigando que se abrace a mim. Guiando suas pernas coloco meu cacete na entrada de sua xoxota ao que ela abarca meu corpo segurando, com seus pés, a área de meus rins.

Ela suspira forte e fecha os olhos jogando sua cabeça para trás fazendo um movimento brusco introduzindo, em sua vagina ávida e lubrificada, meu cacete até o fim.

- Annn... Uffff... – suspira.

Eu passo a bombear meu cacete em sua xoxota bem devagarzinho sentindo a leveza de seu corpo pela água do mar. Ele geme baixinho e goza, e goza. Aperta suas pernas pressionando meus rins a cada novo gozo e busca, com prazer, minha boca que beija sentindo todo o corpo ganhar vida, embalado pelas ondas do mar e pelos meus movimentos.

- Huuuu.... Haaaa... – continuamente ouço seu gemido de prazer sussurrado ao meu ouvido.

Meus movimentos aceleram, meu corpo formiga e expande, por meus sentidos, a chegada galopante de minha explosão final.

Ela pula em meus braços cadenciando o ritmo de minhas estocadas até que sente todo seu interior ser jateado por meu gozo violento. Ela me abraça com uma força que não a imaginara capaz e força sua xoxota fazendo meu cacete invadir por completo seu corpo.

Fico parado tentando segurar-me no embalado constante das ondas. Minhas pernas estão trêmulas, sinto cair. Ela percebe minha luta pessoal e desengata seu corpo do meu nadando em direção a praia. Deixo-me afundar e sinto o frescor das águas vivas em um abraço total. Em meus ouvidos apenas o silêncio por música, em meu sentido o prazer pelo gozo inesperado.

Nado lentamente até a areia onde me deito sentindo as ondas morrerem em cima de mim. Estou ofegante, respiro com dificuldade.

Patrícia se aproxima e põe minha cabeça em sua perna nua.

- Era sobre isso que queria falar contigo...

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