Maria: O Fogo

Quem eu sou? Essa é a pergunta que me assombrou por anos, enquanto eu vivia uma vida que parecia ser de outra pessoa. Eu era Maria, esposa de José, mãe de Lukas. Eu preparava jantares, organizava festas de aniversário, e acenava da porta com um sorriso de fachada. Mas, por dentro, eu me perguntava: Será que esta é toda a minha história? Minha rotina era perfeita, previsível, e mortalmente monótona. E eu sentia que, sob toda aquela perfeição, eu estava murchando. Eu precisava de prova, eu precisava de fogo. Eu ansiava desesperadamente por ser desejada de uma forma que me fizesse sentir viva, que me tirasse desse sono confortável e tedioso. Foi essa fome, essa necessidade de sentir o sangue pulsando, que me levou a Bernardo. Ele era tudo o que José não era: bruto, imediato, perigoso. Bernardo despertou em mim a luxúria que eu mantinha trancada, o lado selvagem que eu nem ousava reconhecer. Ele era a chama que eu buscava, e o nosso caso foi a explosão. Mas o fogo da paixão, eu aprendi, queima e deixa cinzas. Esta história é um mergulho nos meus erros e na minha luxúria, um relato de como esse fogo ardeu em muitos corações, deixando marcas profundas em pessoas que eu amei e, principalmente, me marcando para sempre. Esse fogo me fez buscar Natan, um homem que prometia ser o alívio para o caos, mas que provou ser o arquiteto de uma manipulação fria e calculada, usando nosso desejo mais íntimo como ferramenta de negócios. Ele me fez sentir o gozo extremo e, em seguida, a mais abjeta das traições. Eu perdi tudo. Eu me perdi. Mas o destino reservou uma última carta, e ela tinha o sorriso gentil de Noah. Ele me ensinou que o amor não precisa ser caos para ser intenso; ele pode ser a âncora que te permite navegar na tempestade. Esta é a minha confissão de como eu escolhi o caminho do desejo carnal em vez do dever e como, através da dor e da redenção, eu encontrei um final feliz. Por enquanto. Bem-vindos à minha vida. Vocês estão prestes a sentir o calor.