As descobertas de uma ninfomaníaca - Seleção de contos

Lista organizada por Alvaro Campos.

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Parte 1 – As vibrações de espuma

Eu me chamo Clara, tenho 18 anos, e queria falar um pouco dos caminhos incertos que me fizeram chegar aqui, nesse site de contos eróticos. Primeiramente, gostaria de dizer que tudo na minha educação tendia a me levar para outros caminhos. Sou filha única de uma mãe evangélica que tanto dentro como fora de casa passava o seu tempo a tentar livrar o mundo de todos as suas impurezas e pecados. Na minha casa, nada podia estar fora do lugar ou sujo, a começar sempre pelo banheiro. O vaso sanitário não podia deixar nenhum rastro de que algum corpo desnudo poderia ter ali sentado com o objetivo pouco nobre de expelir excrementos humanos.

Eu tinha que corresponder aos desejos da minha mãe. Quando tomava banho, lembro que sempre esfregava várias vezes as minhas partes íntimas para me certificar que nenhuma impureza havia restado nelas. Era preciso limpar sempre mais e com mais perfeição. Primeiro os esfregões eram superficiais, e envolviam todo o meu corpo em espumas de sabão que deslizavam por todas as minhas partes. Depois, eu fui sentido que, dentro de mim, algo de impuro poderia ter ficado escondido. Eu precisava que a pureza do banho me envolvesse por completo. Por isso, fazia sempre com que um dedo liso de espuma penetrasse a minha vulva e limpasse com profundidade as minhas nádegas.

No princípio, era apenas um dedo sorrateiro que limpava as minhas intimidades, mas depois senti que deveria despender um pouco mais de tempo naquelas atividades rotineiras. Que mal haveria em limpar do corpo as impurezas? Os dedos se revezavam no banho, limpavam, esfregavam, friccionavam, sempre espumantes, brancos, claros, vibrantes. Até que, um dia, meu corpo explodiu naquele jogo. Meu corpo se desfez em pequenos espasmos líquidos, como se necessitasse daquilo, como se precisasse daquela intensa fluidez corporal. Quanto mais eu esfregava e penetrava meus dedos, mais alguma coisa parecia pulsar dentro de mim. E para continuar a me sentir limpa, eu tinha sempre que me esfregar uma vez mais, penetra-me ainda mais, certificar-me de que aquele prazer era feito de espuma e não contrariava as ordens da minha mãe. Lembro dela dizendo: “Uma garota deve tocar-se apenas no banho para manter a higiene e a pureza corporal”. Eu seguia as suas regras, e não me sentia culpada em ver o meu corpo deixar-se envolver por aquelas vibrações de espuma.

O meu dedo me penetrava e de algum modo eu queria aquilo, eu desejava, e eu fazia daquele prazer parte do meu asseio diário. Eu percebia que, quando limpava o meu corpo, quando o escondia desnudo no meio de espumas, eu possuía uma liberdade que de outra forma nunca conseguiria. As espumas do banho me protegiam e dentro daquela claridade eu podia fazer qualquer coisa, naquele momento o meu corpo me pertencia. As espumas impediam toda a sujeira, liberavam o corpo, permitiam o toque, e criavam subterfúgios para que eu pudesse me pertencer sem medos, olhares ou censuras. Eu só estava tomando banho, era o que eu me dizia sempre, e afirmava para os outros, enquanto omitia o arsenal de sensações indescritíveis que atravessam o meu corpo durante aquele ato.

Como a minha mãe poderia saber que o seu excesso de zelo poderia ter sido a causa daquelas explosões de espuma? Como poderia ela desconfiar que, depois de um determinado momento, a simples afirmação para os outros de que eu era uma garota muita asseada, despertaria em mim tantos prazeres inconfessáveis? O banho, o friccionar do corpo, as partes de mim que adquiriam vida e inusitado movimento... Eu possuía um pequeno anel que piscava e aceitava, aos poucos, devagarinho, a introdução de um ou mais dedos penetrantes, leves, ensaboados. Eu possuía humidades, líquidos, vibrações. Eu desligava o chuveiro, num breve momento, para não desperdiçar nada, nenhuma mínima gota, eu não era nada além daquelas intensas e novas sensações. Eu era o meu próprio banho. Eu era feita de espumas. Aquele era um banho que me lavava por inteiro de todas as proibições diárias, os “nãos” que a minha mãe dizia, os “pecados”. Ao descobrir o meu corpo, no meio das espumas, aprendi a lavar meus pecados, e essa foi a minha salvação. Benditas espumas!

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