A nova faculdade da minha namorada - PARTE 4

Um conto erótico de Matheus
Categoria: Heterossexual
Contém 2470 palavras
Data: 18/12/2025 21:45:14

Quando ela piscou pra mim daquele jeito, não foi inocente. Foi calculado. O tipo de gesto que não pede permissão, só confirma algo que já foi combinado em silêncio.

Camila percebeu na mesma hora.

— Olha a cara dela — sussurrou, inclinando o corpo na minha direção. — Isso não é sono. Isso é satisfação.

Eu não respondi. Ainda estava assimilando a imagem de minutos antes, a naturalidade da proximidade, o conforto explícito entre os dois.

Lucas levantou logo depois, meio desajeitado, passando a mão no rosto como quem tenta acordar rápido demais. Fernanda esticou o corpo com calma exagerada, como se quisesse ser vista. Quando ficou de pé, ajeitou a roupa devagar, sentindo o olhar dele — e sabendo que eu também estava vendo.

— Dormi demais — ela disse, vindo na nossa direção. — Acho que abusei do colo.

— Abusou nada — Camila respondeu antes de qualquer um. — Tava confortável demais pra levantar.

Fernanda sorriu, aquele sorriso tranquilo de quem não deve explicação.

Quando descemos do ônibus, Camila se aproximou de mim outra vez.

— Agora presta atenção — disse baixo. — Não é sobre o que eles fazem. É sobre o quanto eles não estão mais se contendo.

— E você?

— Eu? — ela sorriu. — Eu só organizo o ambiente.

Fernanda voltou até nós com a mochila no ombro.

— O quarto é logo ali — disse. — Já peguei a chave.

Lucas ficou um passo atrás dela. Não colado. Não distante. No espaço exato de quem já sabe que pode chegar mais perto quando quiser.

Antes de entrarmos na pousada, Fernanda parou, virou-se pra mim e falou baixo, só o suficiente pra eu ouvir:

— Não se preocupa. Eu tô exatamente onde combinamos.

Depois seguiu andando, sem esperar resposta.

Camila riu.

— Ela tá se divertindo — disse. — E você também.

Eu respirei fundo.

A viagem tinha começado de verdade.

E dessa vez, ninguém estava fingindo que não sabia o que estava em jogo.

Entramos no quarto quase ao mesmo tempo. Era menor do que parecia nas fotos, o tipo de espaço em que qualquer movimento vira algo coletivo. Lucas fechou a porta atrás de nós e ficou parado por um segundo, olhando em volta.

— Ok… — ele disse. — Definitivamente mais íntimo do que eu imaginei.

— Relaxa — Fernanda respondeu, largando a mochila na cama de solteiro. — A gente sobreviveu a ônibus apertado, isso aqui é luxo.

Eu joguei minha mala perto da cama de casal e sentei na ponta, só pra testar.

— A cama é confortável — comentei. — Informação relevante.

Lucas riu.

— Relevante pra quem?

— Pra logística — respondi. — Sempre pra logística.

Fernanda abriu a mochila e começou a tirar algumas roupas, sem muita cerimônia. Camiseta, short, um vestido dobrado. Lucas desviou o olhar no começo… depois parou de fingir.

— Vocês repararam — ele disse — que esse quarto foi claramente pensado pra casal?

— Foi — Fernanda respondeu, tranquila. — A cama extra é só pra não dizer que excluíram alguém.

— Ou pra dar opção — acrescentei.

Ela me olhou de canto e sorriu.

— Você pensa demais.

Lucas respirou fundo, meio rindo.

— Eu vou fingir que não ouvi isso.

— Não finge — Fernanda disse. — Aqui a gente não finge nada, lembra?

Ela foi até o banheiro e voltou segurando a chave.

— Vou tomar um banho rápido antes de irmos ver o pessoal. Alguém se importa?

— Só se demorar muito — respondi.

— Vou tentar não provocar — ela disse, passando por nós e fechando a porta do banheiro.

O som do chuveiro ligando preencheu o quarto. O silêncio ficou diferente.

Lucas sentou na beira da cama de casal, mantendo uma distância respeitosa, mas evidente.

— Então… — ele começou. — Isso tudo ainda é meio surreal pra mim.

— Pra mim também foi, no começo — respondi. — Depois vira mais natural do que parece.

— É estranho — ele disse. — Porque não tem clima pesado. Só… liberdade.

— Liberdade costuma ser desconcertante — falei.

Do banheiro, a voz da Fernanda surgiu, abafada pelo barulho da água.

— Vocês estão falando de mim?

— Sempre — respondi.

— Ótimo — ela disse. — Prefiro assim.

Lucas riu, passando a mão no rosto.

— Ela é sempre assim?

— Quando quer — respondi. — E quando percebe que o ambiente permite.

A água desligou. Alguns segundos depois, Fernanda saiu do banheiro com a toalha enrolada no corpo, andando com naturalidade, como se estivesse em casa. Parou no meio do quarto.

— Esqueci a roupa — disse, olhando pra mochila na cama.

— Quer que eu saia? — Lucas perguntou rápido demais.

Ela pensou por meio segundo.

— Não precisa. A gente já conversou sobre isso.

Ela pegou a roupa com calma, virou de costas e começou a se vestir sem pressa exagerada, mas sem pressa nenhuma. Nada explícito. Tudo sugestivo o suficiente pra deixar o ar pesado.

— Pronto — ela disse, virando-se. — Sobrevivemos.

Lucas soltou o ar que nem tinha percebido que estava prendendo.

— Sobrevivemos — ele confirmou.

Eu sorri.

Ainda era meio da tarde quando a ficha caiu de que aquele dia não teria jogos. A cidade era pequena demais para grandes opções, e o calor pedia algo simples.

Fernanda sentou na cama de solteiro e pegou o celular.

— A atlética organizou um esquenta numa praça perto daqui — disse. — Nada oficial. Música, bebida barata… coisa de interior.

Lucas levantou a sobrancelha.

— Parece exatamente o tipo de coisa que dá errado.

— Ou certo — eu respondi.

Camila apareceu na porta do quarto nesse momento, como se tivesse sido invocada.

— Eu ouvi “esquenta”? — perguntou. — Porque se ouvi, eu já me arrumei pra isso.

Ela entrou sem pedir licença, avaliou a cena e sorriu daquele jeito que sempre significava confusão organizada.

— Vocês três sozinhos num quarto a tarde inteira? — comentou. — Isso é desperdício de potencial.

— A gente ia dar uma volta — Fernanda respondeu.

— Ótimo — Camila disse. — Mas com uma condição.

— Lá vem — Lucas murmurou.

Camila se apoiou na porta.

— Joguinho rápido antes de sair. Pra entrar no clima.

— Que tipo de jogo? — perguntei.

— Desafio leve — ela respondeu. — Nada físico. Só… escolhas.

Fernanda riu.

— Você não sabe brincar sem causar, né?

— Sei — Camila respondeu. — Vocês que levam a sério demais.

Ela puxou três papeizinhos da bolsa.

— Cada um escreve uma coisa simples que toparia fazer hoje à tarde. Coisa social. Conversa, companhia, provocação leve. Nada explícito.

Lucas olhou desconfiado.

— E depois?

— Depois a gente sorteia — Camila disse. — E vê quem combina com quem.

— Você planeja demais — eu comentei.

— Eu otimizo experiências — ela corrigiu.

Escrevemos. Sem olhar o do outro.

Camila misturou os papéis e abriu o primeiro.

— “Passar a tarde conversando sem se segurar tanto.” — Ela sorriu. — Interessante.

Olhou pra Fernanda.

— Seu.

Fernanda assentiu, tranquila.

O segundo papel.

— “Acompanhar alguém como se estivesse solteiro.” — Camila levantou o olhar devagar. — Lucas.

Ele riu, meio sem jeito.

— Tá dentro do combinado.

Camila abriu o último.

— “Observar sem interromper.” — Ela me olhou. — Combina com você.

— Bastante — respondi.

Ela dobrou os papéis.

— Então tá decidido. Vocês dois vão curtir a tarde sem travar a conversa. E você — apontou pra mim — aproveita o espetáculo.

Lucas respirou fundo.

— Isso é sério?

— É jogo — Camila respondeu. — E vocês aceitaram.

Fernanda se levantou, ajeitou a roupa e olhou pra Lucas.

— Vamos? — perguntou. — Sem expectativa.

— Sem expectativa — ele respondeu.

Na praça, o clima era exatamente o esperado: música improvisada, gente sentada no chão, copos passando de mão em mão, conversa misturada com risada. Fernanda e Lucas ficaram próximos desde o início. Não colados, mas próximos o suficiente para que o espaço entre eles parecesse opcional.

Em certo momento, enquanto ela explicava alguma história da faculdade, Lucas fez um comentário baixo demais para quem estivesse a mais de um metro ouvir. Fernanda riu e, quase sem perceber, deixou a mão cair sobre a dele, que estava apoiada no banco. Não foi um gesto ensaiado. Foi daqueles que acontecem quando o corpo decide antes da cabeça.

Ele olhou para a mão deles por um segundo, depois entrelaçou os dedos com naturalidade, como se aquilo já estivesse combinado havia tempo. Fernanda continuou falando, sem soltar, como se segurar a mão dele fosse apenas mais uma parte da conversa.

Camila me cutucou de leve.

— Viu isso? — sussurrou.

— Vi — respondi. — E ninguém precisou mandar.

Lucas se inclinou um pouco mais para perto dela para ouvir melhor, e quando Fernanda terminou a frase, ele se aproximou só o suficiente para dar um beijo rápido na bochecha dela. Nada exagerado. Nada teatral. Um gesto simples, quase carinhoso demais para chamar atenção.

Ela virou o rosto para ele, surpresa por meio segundo… e sorriu.

Não houve recuo. Não houve pedido de desculpa.

Eles continuaram ali, conversando, ainda de mãos dadas, como se aquele contato tivesse apenas confirmado algo que já vinha se desenhando desde antes da viagem.

Camila cruzou as pernas, satisfeita.

— É isso — disse. — Quando é permitido, fica leve.

Quando o sol começou a baixar, Fernanda se despediu do grupo da praça e veio até mim.

— Foi bom — ela disse. — Do jeito que combinamos.

— Eu vi — respondi. — Você pareceu confortável.

— Porque eu estava.

Lucas ficou um passo atrás dela, sem pressa.

— Obrigado por confiar — ele disse, olhando direto pra mim dessa vez.

Camila se levantou, espreguiçando.

— Agora sim — disse. — A tarde cumpriu o papel dela.

A volta foi mais silenciosa do que a ida. O céu já escuro, as luzes da cidade pequenas demais para competir com o que ainda estava acontecendo dentro de cada um. Caminhamos os três lado a lado, mas não exatamente juntos. Fernanda ia no meio, às vezes encostando em Lucas sem perceber, às vezes se afastando só para depois se aproximar de novo.

No corredor da pousada, o som dos outros quartos já denunciava que a noite ali seria barulhenta. Riso alto, música, portas batendo. O nosso quarto, no entanto, parecia um pequeno refúgio.

Lucas abriu a porta e entrou primeiro, acendendo a luz fraca do abajur.

— Estranho como esse quarto muda de noite — ele comentou.

— Muda mesmo — Fernanda respondeu, largando a bolsa. — Parece menor… e mais quente.

Eu fechei a porta atrás de nós.

Por alguns segundos, ninguém falou nada. Não era constrangimento. Era leitura de ambiente.

Fernanda foi até a cama de solteiro, sentou na ponta e tirou os tênis devagar, como se não tivesse pressa nenhuma. Lucas ficou em pé, encostado na parede, observando. Eu sentei na cama de casal, mantendo a mesma posição de antes, mas agora com outra consciência.

— A tarde foi… diferente — Lucas disse, quebrando o silêncio.

— Foi — Fernanda respondeu. — E não de um jeito ruim.

Ela levantou o olhar para mim antes de continuar.

— Eu me senti à vontade.

— Era esse o combinado — respondi. — E continua sendo.

Lucas respirou fundo.

— Eu não quero estragar isso — ele disse. — Então se em algum momento…

— Você fala — Fernanda interrompeu. — E se eu quiser parar, eu paro. Simples.

Ela se levantou da cama de solteiro e deu alguns passos até a de casal, sentando-se ao meu lado por um momento. Depois, levantou de novo e foi até Lucas, parando a poucos centímetros dele.

— A gente não precisa decidir nada agora — ela disse. — Só… continuar sendo honesto.

Ele assentiu.

— Tá.

O espaço entre eles diminuiu naturalmente. Não foi um movimento brusco. Foi aproximação consciente. Fernanda apoiou a mão no braço dele por um instante, sentindo a reação. Lucas não recuou.

Eu observei. Sem pressa. Sem intervir.

O clima no quarto já não era de conversa. Era de expectativa silenciosa, de respiração mais lenta, de olhares que se sustentavam tempo demais.

Fernanda virou o rosto em direção a mim.

— Tudo bem assim? — perguntou.

— Tá — respondi. — Exatamente assim.

Ela voltou a atenção para Lucas, mais próxima agora, o suficiente para que qualquer movimento tivesse significado.

A luz do abajur continuava baixa quando Fernanda quebrou o silêncio de um jeito inesperado. Pegou o celular da mesa e o levantou entre nós.

— Tive uma ideia — disse, com aquele sorriso que sempre significava problema bem planejado.

— Lá vem — Lucas comentou.

— Jogo rápido — ela continuou. — Competição.

Eu arqueei a sobrancelha.

— Competição de quê?

— De fotos — respondeu. — Quero ver quem faz a melhor foto de casal comigo.

Lucas riu, achando que era brincadeira.

— Casal… como assim?

Fernanda olhou primeiro pra mim, depois pra ele.

— Simples — disse. — Você tira uma foto comigo como se fosse meu namorado. Depois ele tira outra, como se fosse o namorado “real”.

Ela fez aspas no ar.

— E eu escolho a melhor.

— Isso é injusto — Lucas disse. — Ele já tem vantagem.

— Ou você tem liberdade — ela respondeu. — Depende do ponto de vista.

Eu me encostei na cabeceira da cama.

— Regras? — perguntei.

— Sem tocar demais no começo — ela disse. — Vamos aumentando conforme as fotos ficarem melhores.

Lucas respirou fundo.

— Tá… topo.

Ela começou comigo. Sentou ao meu lado na cama, se aproximou, apoiou a cabeça no meu ombro. Nada exagerado. A primeira foto parecia normal demais para o que estava por vir.

— Ok — ela disse. — Agora você.

Ela levantou e foi até Lucas, sentando-se de frente pra ele na cama de solteiro. Aproximou mais o corpo do que tinha feito comigo. Lucas hesitou um segundo, depois envolveu a cintura dela para a foto.

— Melhorou — ela comentou, olhando a tela. — Mas ainda tá tímido.

A segunda rodada começou.

— Agora pode chegar mais perto — ela disse. — Foto de casal não tem espaço.

Comigo, ela se sentou no meu colo de leve, braço em volta do meu pescoço. Com Lucas, virou o corpo de lado, encostando o rosto no dele, sorriso colado demais pra ser só pose.

— Vocês estão aprendendo rápido — ela disse, se divertindo.

A terceira rodada veio sem aviso.

— Agora quero fotos que não parecem pose — ela falou. — Quero intimidade.

Ela se deitou na cama de casal comigo, celular apontado para o espelho, corpo relaxado contra o meu. Depois fez o mesmo com Lucas, deitando-se de lado, perna cruzando a dele sem pedir permissão.

O clima mudou.

— próxima rodada — ela disse, voz mais baixa. — Agora vale provocação.

Ela não explicou mais nada.

Aproximou-se de Lucas primeiro dessa vez, sussurrando algo que eu não ouvi. A foto saiu com ela olhando direto pra câmera, boca próxima demais do rosto dele.

Depois veio até mim, ainda com o mesmo sorriso, mesma intenção.

O celular desceu devagar.

— Acho que a competição saiu do controle — ela disse.

Ninguém discordou.

O quarto ficou em silêncio outra vez. Não de constrangimento. De tesão.

Fernanda deu o celular na mão de Lucas, me mandou sentar na cama de casal com a perna aberta. Ela se sentou no meio das minhas pernas e Lucas tirou a foto.

Na vez dele, foi a mesma coisa, só que quando ela estava no meio das pernas de Lucas, colocou as mãos dele na barriga dela.

O Clima começou a esquentar de verdade.

— Vocês estão muito moles, tudo sou eu que estou mandando. Parece que vocês não querem ganhar. — incentivou Fernanda.

Nesse momento, me deu um pico de adrenalina, raiva, tesão e qualquer outra coisa mais. Sentei atrás dela também.

— Ue, mesma pose, Matheus? Que chato…

Mal esperei ela concluir a frase, com um único movimento, puxei a blusa dela pra cima, deixando ela apenas de sutiã, com Lucas apontando um celular para os peitos dela, de frente pra ele, com a vista 100% livre.

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Comentários

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Cade a continuação???

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vai ficar disponível em breve! Obrigado por comentar!

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Bom caro,Autor obra intrigante tudo nos mínimos detalhes. Gostei pegada detalhista.

A realização do fetiche da fantasia moderna.

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