"Fernando, isso é loucura! Nunca vamos conseguir encaixar tudo isso na caminhonete."
Minha mãe, Ana, estava parada na entrada da garagem com as mãos na cintura, olhando para a montanha de equipamentos que meu pai e meu tio haviam decidido levar de última hora. Eram caixas térmicas extras para a carne dos javalis, barracas maiores e mochilas que pareciam ter vida própria.
"O Ricardo disse que ia caber," respondi, tentando arrumar um espaço entre os rifles e os sacos de dormir na caçamba da Hilux. "Mas acho que ele subestimou o tamanho desses isopores novos."
"Seu pai subestima tudo quando se trata de caça," ela bufou, passando a mão pelo cabelo loiro preso num rabo de cavalo. O sol da tarde batia nela de um jeito que fazia o vestido de verão parecer quase transparente. Tentei não olhar muito.
Tia Marina saiu de casa logo em seguida, arrastando uma mala de rodinhas que definitivamente não era apropriada para um acampamento. Atrás dela vinha meu primo Matheus, com a cara de tédio habitual.
"Ana, pare de reclamar," Marina disse, ajeitando os óculos escuros. Ela usava um short jeans curto demais para uma mulher da idade dela, mas com as pernas que tinha, ninguém reclamava. "A gente se aperta. O importante é chegar lá antes do anoitecer."
Papai e Tio Cláudio apareceram vindos dos fundos, carregando o último isopor gigante.
"Pronto!" meu pai anunciou, limpando o suor da testa. "Agora é só organizar os passageiros."
Ele olhou para a cabine dupla da caminhonete, depois para nós cinco e para a montanha de tralhas que agora ocupava metade do banco traseiro, já que a caçamba estava estourando.
"Temos um problema," Tio Cláudio observou, coçando a barba. "A gente teve que colocar as caixas de munição e as armas no chão do banco de trás por segurança. E com essas mochilas..."
"Só cabem duas pessoas sentadas atrás," meu pai concluiu. "E mal."
Olhei para o banco de trás. Estava entulhado. Havia literalmente espaço para duas bundas, se muito.
"Eu dirijo," papai disse. "Cláudio vai na frente comigo para ajudar na navegação da trilha."
Isso deixava eu, Matheus, Mamãe e Tia Marina para o banco de trás. Quatro pessoas para dois lugares.
"Alguém vai ter que ir no colo," Matheus disse, um sorriso malicioso começando a se formar no canto da boca enquanto olhava para a Tia Ana.
"Dois alguéns," corrigiu Tia Marina. Ela olhou para o Matheus, depois para mim, e finalmente para a irmã. Aquele brilho competitivo que eu conhecia tão bem acendeu nos olhos dela. "Bom, não vamos deixar os meninos irem no colo das mães, né? Eles já são homens feitos."
Minha mãe percebeu o jogo na hora. Ela endireitou a postura, estufando o peito. "Com certeza não. Seria ridículo."
"Então está decidido," meu pai disse, já entrando no banco do motorista, alheio à tensão repentina no ar. "As mulheres vão no colo. Vamos logo, estamos perdendo luz do dia."
A distribuição ficou óbvia, mas perigosa.
Matheus entrou primeiro, ocupando o lado esquerdo, atrás do motorista. Tia Marina, sua mãe, olhou para ele, mas caminhou direto para o outro lado.
"Eu vou com o Fernando," Marina anunciou, piscando para mim enquanto eu me acomodava no lado direito, atrás do banco do carona vazio onde meu tio se sentaria. "Ele é mais... confortável."
Minha mãe travou o maxilar. Ela não podia ir no colo do próprio filho na frente de todo mundo sem parecer estranho, mas ver a irmã se preparando para sentar em mim claramente a incomodou. Ela não teve escolha a não ser ir para o colo do Matheus.
"Cuidado com as mãos, garotos," Tio Cláudio riu ao entrar na frente, batendo a porta.
Tia Marina entrou no carro. O cheiro do perfume doce dela invadiu o espaço pequeno imediatamente. Ela não hesitou. Deu as costas para mim e se baixou, ajeitando o shortinho antes de pousar a bunda macia e pesada diretamente nas minhas coxas.
"Ai," ela suspirou, se recostando contra meu peito. "Até que não é ruim. Você andou malhando as pernas, Fê?"
"Um pouco, tia," respondi, minha voz saindo mais rouca do que eu pretendia. Sentir o calor dela, o peso dela... meu pau deu um sinal de vida instantâneo, e agradeci mentalmente por estar usando jeans grosso.
Do outro lado, vi minha mãe se acomodando desajeitadamente no colo do Matheus. Ela estava rígida, tentando manter a postura, mas o espaço era minúsculo. As pernas do Matheus estavam abertas, e ela teve que se encaixar no meio delas. Vi a mão do meu primo pousar "inocentemente" na cintura dela para dar equilíbrio.
Marina viu também. Ela se ajeitou no meu colo, rebolando levemente para achar uma posição, e senti a bunda dela pressionar perigosamente contra minha virilha.
"Vamos ver quem aguenta mais tempo," ela sussurrou, baixo o suficiente para só eu ouvir, enquanto o motor da Hilux rugia.
A viagem ia durar duas horas. E a estrada era cheia de buracos.
Puta que pariu.