Eu e Minha Esposa Pulamos a Cerca... E o Caos Explodiu - Parte 11

Um conto erótico de Érico e Sarah
Categoria: Heterossexual
Contém 10382 palavras
Data: 13/12/2025 18:10:52
Última revisão: 14/12/2025 07:48:52

Boa tarde, leitores. O meu nome é Érico, tenho 28 anos. Minha esposa, Sarah, tem 27 anos. Esta é a história das confusões e puladas de cerca que aconteceram durante uns meses muito loucos em que inventamos de abrir o relacionamento sem saber direito como se faz isso e de como nós lidamos com isso.

Trabalho como analista em uma grande empresa de tecnologia. Meu corpo que nunca chamou muita atenção. Nem forte, nem magro demais, do tipo que parece comum até sem camisa. Moreno claro, cabelo escuros curto, olhos castanho-escuros. Aquele cara totalmente na média. Talvez por isso, quando conto que sou casado com a Sarah, muita gente ache que estou mentindo.

A Sarah é engenheira civil, com doutorado, e atualmente trabalha para uma daquelas construtoras gigantes. Sempre foi dedicada e responsável, mas com um senso de humor afiado que aparece quando você menos espera. Seus peitões, firmes e arredondados, tinham um tamanho perfeito. Eram cheios, sem exagero. O quadril seguia a mesma linha: elegante, proporcional, com uma bunda que, mesmo sem ser grande, sempre me deixou hipnotizado pelo jeito que encaixava nas roupas. As pernas, longas e finas, começavam em coxas esguias e firmes. Tudo nela passava uma mistura de delicadeza e provocação. Os braços finos, as mãos de dedos compridos, o rosto de traços suaves, os olhos castanho-escuros e os cabelos pretos, caindo em ondas até o meio do braço, com aquelas mechas na frente que emolduravam o rosto como se ela tivesse nascido pra ser retrato.

Eu nunca precisei de muito pra desejar a Sarah. Bastava olhar pra ela. Bastava vê-la se mexer, ou até mesmo só respirar perto de mim. E mesmo depois de anos de casados, era difícil não sentir aquele frio no estômago toda vez que ela passava do meu lado.

O nosso capítulo atual começa durante a batalha final que vai decidir o fim do mundo.

O céu estava violeta. Rajadas de vento cortante rasgavam o ar e a lava serpenteava pelo chão, abrindo fendas incandescentes sob meus pés. Sabia que já tinha perdido cerca de 20% da minha força vital. Talvez mais.

Baixei o olhar. Atrás de mim, já estavam caídos o Rogério e a Sarah. Eles tinham lutado até o último segundo, mas foram sobrepujados. Meu amigo estava imóvel demais para meu gosto. Enquanto a minha esposa estava caída de costas. Vestia um top azul justo, de forma que eu via sua respiração pelos movimentos dos seios fartos subindo e descendo com dificuldade.

O vento soprou mais forte, levantando cinzas, e foi como se o mundo quisesse me empurrar de joelhos também. Pensei em todos que tinham caído pelo caminho. Jéssica. Carlos. Carolina. Eliana. Letícia. Seu Geraldo. Zé Maria. Meus colegas do trabalho. Todos derrotados nas fases anteriores.

Na minha frente, o último desafio. O chefe final. O responsável por tudo que tinha dado errado no mundo. Aquele que derrotara Rogério e Sarah.

Caim Ex Braga.

Ele flutuava alguns centímetros acima do chão rachado, envolto por uma aura opressiva que distorcia o ar ao redor. Vestia um manto longo, de tecido pesado, negro com veios roxos pulsando como veias vivas. Cerrei os punhos, pronto pra retomar a briga e avancei rumo à luta final.

Foi quando a televisão apagou de repente.

— Ei!

Levei um susto tão grande que quase joguei o controle no chão. Quando levantei o olhar, a Natália estava ali, em pé, bem na minha frente.

Ela estava com uma camiseta larga, daquelas de algodão mole, caindo solta sobre o corpo, mas curta o suficiente pra deixar a barriga à mostra quando ela se mexia. O cabelo ruivo solto de qualquer jeito, mas com alguns fios emoldurando o rosto. O shortinho jeans era criminoso: curto, colado, gasto nos lugares certos, marcando as coxas grossas e deixando metade da bunda praticamente implorando por atenção. As pernas dela estavam levemente afastadas, o peso jogado pra um lado só. A luz da sala batia no contorno do quadril, subia pelas curvas e parava ali, bem na frente do meu nariz, como se o universo estivesse me dando uma lição prática sobre foco seletivo.

— Natália?! — soltei, ainda meio zonzo. — Que porra foi essa?

Ela cruzou os braços, inclinou a cabeça e me olhou com uma mistura de indignação e irritação.

— Foi a única forma de fazer você perceber que eu existo.

— Como assim?

Ela respirou fundo, inflando o peito como se estivesse se preparando pra dar uma bronca.

— Eu entrei no apartamento há vinte minutos.

— Impossível.

— Totalmente possível. Eu falei com você — Ela apontou o dedo pra mim, acusatória, e fez uma cara de “não tenta negar”.

— Não falou.

— Falei. Você respondeu “uhum”.

— Eu não lembro disso.

— Porque isso não conta como resposta consciente. Então, sentei do seu lado e te vi jogar um pouco.

— Mentira.

Ela abriu os braços, como quem apresenta provas invisíveis a um júri imaginário.

— Falei que ia roubar alguma coisa do apartamento.

— ...

— Peguei o liquidificador, sai com ele, contei até 35 e voltei.

— O quê?

— Sentei do seu lado de novo.

Enquanto ela narrava tudo isso, eu observava sua expressão indignada de que o próximo passo era me dar um tapa e eu continuaria jogando.

— Me levantei, baixei o zíper do shortinho na sua frente, mostrei minha calcinha — continuou, envergonhada como se tivesse apelado pra uma bomba atômica — e até disse que toparia uma rapidinha com anal se você dissesse algo.

Meu cérebro simplesmente puxou o freio de mão.

— Você disse o quê?

— E você não ouviu. Não piscou. Não teve nenhum reflexo humano — continuou, balançando a cabeça, genuinamente indignada. — Isso é preocupante.

Fiquei alguns segundos olhando pra ela, depois pro controle, depois pra TV apagada, tentando entender em que ponto da minha vida eu tinha virado esse tipo de pessoa.

— Meu Deus... Desculpa, eu...

— Nem vem. Não vou deixar você relar um dedo em mim sem autorização expressa prévia da Sarah.

— Nem eu relaria sem ela deixar.

— Precisamos arrumar logo aquele segundo gostoso pra ela te liberar pra comer alguém... — suspirou Natália, que se jogou no sofá ao meu lado, as coxas encostando na minha perna de propósito, e me olhou de perfil, avaliando se eu tinha aprendido alguma coisa.

— Que jogo é esse, afinal? — perguntou, apontando pra TV desligada. — E por que tu roda ele num Raspberry Pi?

— É um Mugen.

Ela franziu o cenho, inclinando a cabeça, curiosa de verdade agora.

— Um o quê?

Sorri. Era o meu momento. Eu estava louco pra explicar aquilo que estava fazendo pra alguém há tempos, mas a Sarah tinha o superpoder de saber quando estou louco pra explicar nerdices e fingir que já sabe pra não me dar brecha.

— Mugen é uma engine de jogo de luta 2D relativamente antiga. Eu peguei a engine e adaptei pra funcionar no estilo The King of Fighters, três contra três, troca dinâmica, barra compartilhada.

— Você fala isso como se fosse normal gastar tempo em algo assim — comentou ela, de braços cruzados.

— Eu retrabalhei os sprites de jogos de luta antigos pra ficarem bons numa televisão atual. Upscaling, interpolação, redesenho de borda...

Enquanto eu falava, ela alternava entre arquear a sobrancelha e sorrir de canto. Conhecendo a Natália, eu sabia: metade dela estava impressionada; a outra metade estava só confirmando que eu era um caso perdido.

— Alguém já disse que você tem MUITO tempo livre?

— Percebi que arrumar sprite por sprite dava quase o mesmo trabalho que redesenhar e renderizar rostos novos por cima.

— Esse era o momento que você deveria ter desistido.

— Foi quando resolvi fazer um jogo de luta estilo KOF antigo, só que com os meus amigos.

— Claro que resolveu.

Liguei a televisão e fui passando os personagens na tela de seleção de personagens.

— Você conhece os personagens de The King of Fighters e Street Fighter? Eu segui uma regra de fazer o pessoal do trabalho ser baseado no Street Fighter e os amigos daqui no KOF.

— Eu tive um namorado que era nerdão gamer na faculdade — comentou Natália, suspirando em perceber que uma década passou e ela continuava caindo nos nerdões gamers. — Podemos dizer que lembro o básico dos antigões.

— Eu sou baseado em uma versão que fizeram do Another K’, feito a partir de um striker alternativo do KOF 2000.

A Natália olhou o personagem que era um cara anti-heroico, com poderes de fogo e roupa preta de couro. A epítome do começo dos anos 2000.

— Óbvio que você é o edgy com nostalgia da moda de um tempo que não viveu — comentou, me dando um empurrãozinho com o ombro.

— Como a Whip é irmã do K', a minha irmã é baseada na Whip.

— A tua irmã é aquela que passou no IME? Se for, é uma razão melhor pra essa escolha do que esse chicote meio sadomasô.

— Eca. O Rogério é baseado no Kyo Kusanagi.

— Protagonista certinho e bem default — suspirou ela. — Mais padronizado que ele só se fosse um clone do Ryu. Tem a Jéssica?

— A personagem dela foi baseada na Elisabeth Blanctorche. Deu um trabalhão alterar a cor de pele, aumentar o cabelo e deixar ele em tom de mel, mas ficou show.

— A Letícia? — A Natália apontou pra tela de seleção. — Não sabia que vocês eram próximos.

— Não somos. Mas a Letícia é baseada na Yuri Sakazaki. Porque eu gosto de jogar com a Yuri e a Letícia foi a pessoa mais parecida que achei com a Yuri. Novinha, branquinha, cabelo castanho, magrinha, belo par de coxão...

— Safado!

— O Carlos é baseado no Chin.

Ela gargalhou, olhando o velhinho barrigudinho que cuspia fogos pela boca ao beber.

— PERFEITO.

— A Odete é baseada na Leona.

— Meio alta demais, mas quase certeza de que você só queria uma Leona no jogo.

— O seu Geraldo é baseado no Chang.

Ela viu o cara altão, gordão, barbudão, que girava chaves gigantes e quase caiu do sofá de tanto rir.

— Isso foi maldade!

— O Zé Maria é baseado no Billy Kane, mas trocando o bastão por um esfregão.

— Você não tem respeito nenhum. Mas ele merece...

Ela fuçou a tela de seleções procurando mais amigas e estranhou certas presenças no canto dos vilões.

— Por que tem personagens do Pedro, Maurício e Enéias? Você detesta os três.

— O Pedro é baseado no Yashiro Nanakase. O Maurício é baseado no Heidern. E o Enéias no Ryuji Yamazaki. Nerfei um pouquinho os três e os coloquei porque queria poder bater neles sempre que quisesse.

— Nem todo mundo é o Rogério... — suspirou Natália, dando de ombros.

— E eu tava trabalhando numa personagem pra você, baseada na Athena Asamiya.

— Eu?

— Você.

— A “psycho ball”?

— Essa mesma.

— Amei! — disse, abrindo um sorriso largo, claramente lisonjeada.

— Só que eu tava trabalhando ainda no especial em que ela fica de biquini pra deixar ela pela—

PAF.

— Tarado sem-vergonha!

Antes que me batesse de novo, ela reparou em algo na tela de seleção.

— Por que a Sarah e a Carolina estão tão parecidas?

Ops..

— Eu respondo se você prometer não me bater.

— Prometo — respondeu de dedos cruzados.

— Eu usei os sprites da Blue Mary como base pras duas.

— Sabia que tinha algo de familiar. A Sarah é a Blue Mary morena.

— Pra não serem tão cópia, pra Carolina eu misturei com o estilo de luta da Vanessa. Deu um trabalho absurdo redesenhar tudo por cima.

— Hm — murmurou ela, desconfiada. — Era só ter usado personagens diferentes pras duas.

— Mas eu precisava usar a Blue Mary por causa da animação dos peitões balançando das du—

PAF.

— AI!

— Tarado.

— Ainda bem que eu nem mencionei que a Eliana foi baseada na Mai Shira—

PAF. PAF. PAF. PAF. PAF.

— CARALHO, NATÁLIA!

Eu esfregava o braço, rindo e gemendo ao mesmo tempo, porque no fundo eu sabia que tinha merecido.

— Você merece — ela disse. — Totalmente merece.

Ela então suspirou, ficou séria de novo e me empurrou com mais força no ombro.

— Falando sério agora, Érico. Você passou quase todo o seu tempo livre das últimas semanas jogando ou trabalhando em jogo.

— Eu chamo isso de tempo livre.

— Eu chamo isso de sedentarismo avançado — rebateu. — A Sarah já reclamou. Eu tô reclamando. Daqui a pouco até o sofá vai reclamar.

— Não é assim...

— Meu amigo, você VAI TIRAR O RABO DESSE SOFÁ É AGORA! — disse, apontando pra mim. — Levanta. Agora. Antes que eu te arraste.

Ela se levantou de um pulo, puxou minha mão com força suficiente pra não dar margem de negociação.

— Levanta. Agora.

E eu levantei.

— Ok. E agora? O que eu devo fazer com meu tempo livre?

A Natália não respondeu de imediato. Ela inclinou a cabeça, me estudando.

— Me diz uma coisa — disse, após quase um minuto. — O que você fazia no seu tempo livre antes da gente se conhecer? Ou antes de você e a Sarah abrirem a relação?

— Eu jogava videogame com a Sarah, principalmente FIFA. Assistia filmes e séries com a Sarah. Passeava com a Sarah. Saia pra jantar com a Sarah. Transava com a Sarah. Assistia futebol com a Sarah e com os amigos.

Enquanto eu falava, vinham imagens soltas na cabeça: sexo, ela levantando a regata pra eu me distrair com os peitos dela enquanto ela fazia gol, sexo, os dois assistindo televisão abraçadinhos, sexo, os dois brigando por causa de pênalti roubado, sexo, rindo depois do sexo por nada, sexo, passeando no shopping num sábado de noite atrás de alguma coisa que esquecemos ao pisar lá, sexo.

— Tá vendo? — disse Natália. — Você não era assim, grudado no sofá.

— Eu continuo transando com a Sarah — me defendi.

— Não tô discutindo sua vida sexual — respondeu ela, revirando os olhos. — Tô falando do resto. Inclusive, foi a própria Sarah quem me pediu pra tomar conta de você esta noite.

Naquela noite, a Sarah tinha ido ao estádio com o Rogério assistir uma partida da Libertadores. Como eu conhecia a maldição da Sarah e como presença dela lá era garantia do nosso time ser goleado e eliminado da Libertadores, nem me dei o trabalho de tentar assistir o jogo.

— Então, que tal sairmos um pouco? — sugeriu Natália. — Um sushi nós dois. Comer, conversar e você agindo menos sedentário.

— Tá bom. Deixa eu me trocar.

No quarto, enquanto vestia uma camiseta e trocava o tênis, pensei na Sarah. Pensei em como ela sempre foi movimento: academia, corrida, reunião, planos infalíveis com as amigas, vontade de melhorar o prédio. E eu? Eu sempre fui o apoio. O cara engraçado. Talvez eu tivesse me acomodado demais nesse papel.

Descemos pelo elevador. A Natália ficou apoiada na parede espelhada, me observando pelo reflexo.

— Que tal academia?

— Falhei miseravelmente da última vez.

— Eu e a Sarah vamos estar lá pra você não desistir — insistiu ela. — Você pode correr. Não precisa virar atleta. Só sair do modo estátua.

— Tenho ossos delicados — brinquei.

Ela bufou, mas riu.

— Além disso, a Sarah tá super envolvida na movimentação política da turma da academia pra melhorar o condomínio. Enquanto isso, você tá onde?

— Só tem um voto por apartamento. Se a Sarah tá na reunião, não preciso estar — respondi, honesto.

— Mas você podia ajudar de alguma forma.

Eu fiquei quieto por alguns segundos.

— Tem alguma coisa que eu possa ajudar que não demande muito tempo e nem custe dinheiro?

Ela ficou pensativa, franziu a testa, mordeu o lábio, olhou pro teto do elevador.

— O Rogério trabalha com umas três ONGs, não?

— É diferente. Ele tem peso de consciência de classe — sorri. —Por isso, faz o máximo de filantropia que uma pessoa sã consegue.

A Natália riu. Entramos no carro.

— Tem coisa que dá pra fazer sem gastar dinheiro — disse ela. — Você pode ser voluntário na cozinha ou pra servir os pratos, essas coisas.

— Tá bom, tá bom... Vou falar com o Rogério. Talvez ele saiba alguma ONG que eu possa ajudar uma vez por quinzena sem ser tão inútil.

— Quero mais!

— Certo, certo... Também vou fazer cooper com você e com a Sarah aos sábados de manhã.

Ela virou pra mim devagar.

— Vai aguentar?

— Não começa.

— Eu vou cobrar.

— Eu sei.

Chegamos ao sushi. A Natália abriu a porta e respirou fundo, exageradamente.

— Como você se sente sentindo o ar livre pela primeira vez em décadas?

— Exagerada...

Enquanto caminhávamos em direção ao restaurante, ela me cutucou de novo.

— Quando terminar a minha personagem, eu quero jogar um pouquinho aquele jogo lá pra bater no Maurício e no Zé Maria.

Naquela época, eu ainda não sabia. Mas meses depois, acabei criando mais cinco personagens baseados na nossa turma. Dois casais de amigos que ficaram próximos de nós. O quinto foi o Jonas, baseado no Geese Howard (que deu trabalho deixar barrigudinho), que me deu vontade de jogar pra bater nele depois do que ele aprontou com a Carolina e a Sarah...

Na sexta de noite, eu e a Sarah decidimos explorar a nova sauna do condomínio. Talvez “explorar” fosse uma forma educada de dizer “ir num horário vazio, se trancar dentro e trepar pela aventura da trepada”.

Eu já estava na área comum do vestiário, só de toalha, enquanto me sentia um amontoado de ansiedade e expectativa. Já tinha trancado a porta da sauna por dentro. Quando a porta do vestiário feminino abriu, levantei o olhar automaticamente.

A Sarah apareceu só de toalha branca, curta demais pra ser inocente. O tecido abraçava o corpo dela como se soubesse exatamente onde apertar. A toalha começava no meio dos seios, comprimindo-os de leve, tampando dos mamilos pra baixo e criando uma curvinha. As pernas dela, fortes sem perder a delicadeza, ficavam quase todas à mostra. A pele ainda úmida do banho refletia a luz do vestiário. Eu conhecia cada centímetro daquele corpo, mas ainda assim parecia novidade toda vez.

Ela parou na minha frente, girou devagar.

— E aí? — perguntou, com aquele sorriso que sempre vinha antes de me desmontar. — Como eu tô?

— Você tá linda. De um jeito meio injusto com o resto da humanidade.

Ela revirou os olhos, mas veio pra perto, passando a mão no meu peito molhado.

— Você sempre fala isso.

— Porque sempre é verdade — respondi, encostando a testa na dela. — Você podia sair de um incêndio vestida com um saco de lixo que eu ainda ia achar que você é a mulher mais linda do mundo.

Ela riu, daquele jeito meio tímido que ainda me surpreendia depois de tantos anos.

— Bobo — disse, me dando um beijo rápido, que virou outro, mais demorado. — Vem. A sauna já deve estar no ponto.

Eu puxei ela pela cintura.

— Vamos mesmo fazer uma rapidinha lá?

Ela mordeu o lábio, fingindo pensar.

— Qual a graça de uma sauna que não seja trepar? — Depois sorriu.

De mãos dadas, entramos na sauna e demos de cara com três mulheres já sentadas lá dentro: Natália, Anacleta e Larissa.

A Natália foi a primeira coisa que meus olhos reconheceram. Só de toalha branca curta, igual à da Sarah, mas nela parecia ainda mais provocativa. O tecido mal continha os seios médios, firmes, que subiam e desciam com a respiração quente da sauna. A pele clara, levemente suada, deixava tudo com um brilho quase obsceno. As coxas grossas estavam afastadas, relaxadas, de um jeito que me dava vontade de ficar ali parado olhando pra ver se via a bucetinha dela.

Do lado dela, Anacleta estava sentada com as costas eretas, como se até nua mantivesse alguma dignidade invisível. A toalha envolvia o corpo curvilíneo dela com dificuldade, marcando os seios em formato de gota e descendo justa sobre os quadris largos. A pele morena-dourada parecia ainda mais quente ali dentro, e o cabelo castanho escuro caía jogado para um lado.

A Larissa também usava uma toalha curtíssima. As coxas musculosas empurravam o tecido pra cima, deixando claro o desenho de quem vive fazendo musculação. O abdômen firme, a cintura marcada e os quadris moderados criavam aquela silhueta de violão discreto que sempre me pegava desprevenido. Os ombros arredondados denunciavam o crossfit, as pintinhas espalhadas pelos braços e pernas davam um contraste quase doce àquele corpo absurdamente treinado. Ela estava relaxada, pernas levemente abertas, quase me tentando a tentar ver sua bucetinha com pentelhos ruivos.

Por um segundo, esqueci como se respirava.

— Ué — Natália foi a primeira a falar. — Que surpresa.

A Anacleta levantou o olhar devagar, reconhecendo a Sarah antes de mim.

— Oi, amiga — disse, com naturalidade.

A Larissa inclinou a cabeça, olhando pra mim com aquele sorriso sarcástico de sempre. A Sarah apertou minha mão, sentindo meu corpo inteiro ficar rígido.

— Oi, gente — disse Sarah, como se cinco adultos seminus numa sauna fosse a coisa mais normal do mundo. — A gente achou que não tinha ninguém.

— Sempre tem umas três pessoas aqui na sauna — comentou Anacleta.

— Boa noite — falei, pigarreando.

Sentamos. Ou melhor: eu me sentei num canto e, sem perceber, fiquei com a Sarah de um lado e a Natália do outro. Anacleta do lado da Sarah e a Larissa, da Natália.

Eu no centro das mulheres, ruivas de um lado, peitudas do outro.

— Olha aí — disse Larissa, rindo. — Bendito sois vós entre as mulheres.

Meu rosto queimou mais do que a sauna.

— Que o Senhor tenha misericórdia desse rapaz — respondeu Anacleta, levando a mão ao peito.

— Ele vai precisar — completou Natália, com um sorriso enviesado.

A conversa começou a fluir entre elas quase imediatamente. Academia, trabalho, fofocas leves do condomínio. Eu tentava me enfiar dentro.

— Lá na empresa a gente tá com um projeto parecido...

— Falando nisso — interrompeu Larissa —, vocês viram que abriu uma nova cafeteria?

— Sim — empolgou Natália.

Eu fechei a boca e fiquei quieto.

Enquanto elas falavam, riam, se provocavam, eu ficava os movimentos das pernas, os ajustes discretos das toalhas, sentindo o cheiro do suor delas e começando a deixar um volume crescer entre as minhas pernas.

Era uma maldade aquele grupo. A Larissa tinha sido o gatilho pra eu pedir pra Sarah abrir a relação. Nem sequer consegui tentar nada com ela. A Natália era minha amiga, mas a gente já tinha transado e era questão de tempo pra transarmos de novo. A Anacleta, bem, ela é amiga da Sarah e é gostosa. No meio disso, a Sarah do meu lado segurando minha mão de vez em quando como quem diz “eu sei que você tá excitado, te controla”.

A conversa continuou como se nada de extraordinário estivesse acontecendo, o que era em si extraordinário demais pra minha cabeça. Eu estava cercado por quatro mulheres nuas sob toalhas curtas, o vapor colando tecido em pele, e havia algo no ar.

— Tava lendo um livro esses dias — disse Larissa, jogando água nas pedras quentes, fazendo o vapor subir mais denso. Quando voltou a sentar, o joelho dela encostou no meu. — Desses de hot, sabe?

— Lá vem — comentou Natália, rindo. Ao se mexer, a toalha abriu demais na coxa, revelando por alguns segundos partes dela que só eu tinha visto pessoalmente. — Ela lê essas coisas escondido e depois paga de santa.

— Não leu escondido — rebateu Larissa. — Eu leio no ônibus. Só que no Kindle.

— E sobre o que é o livro? — perguntou Anacleta, abanando o rosto. Ao fazer isso, a mão dela roçou no antebraço da Sarah de leve.

Larissa sorriu daquele jeito perigoso.

— De um cara que era... — ela fez aspas no ar — um verdadeiro deus do sexo. O maluco montou um harém com quatro mulheres.

Meu coração deu um pulo idiota. Eu senti a Natália me olhar de lado, avaliando minha reação antes de voltar a atenção pra Sarah.

— Harém? — Natália se inclinou pra frente, interessada. O cotovelo dela tocou meu flanco e ficou ali. — Ele comia as quatro ao mesmo tempo?

— Sim! — confirmou Larissa. — Cada uma tinha personalidade diferente. Uma era ciumenta, outra era romântica, outra era mais submissa...

Enquanto ela falava, a Sarah ajeitou a toalha e encostou a coxa na minha. A Anacleta, ao mudar de posição, deixou a perna tocar a da Sarah também.

— E ele dava conta? — perguntou Anacleta, meio incrédula, meio interessada.

— Dava — respondeu Larissa. — E como. O livro descreve tudo. Ele sabia exatamente o que cada uma queria.

— Isso é fantasia masculina escrita por mulher? — perguntou Natália.

— Pior que foi mesmo escrito por uma mulher — disse Larissa.

Eu engoli seco. O calor da sauna já tinha passado do confortável fazia tempo. Meu pau começou a ficar duro de um jeito inegociável, pressionando a toalha. Ao tentar me ajeitar, a mão da Natália roçou na minha, “sem querer”.

— Isso tem cara de ser livro pra homem — comentou Anacleta.

— Nada. Ele é um homão da porra — disse Larissa. — A história é contada da perspectiva da recém-chegada no harém.

Anacleta inclinou a cabeça, pensativa. A Sarah riu baixinho, envergonhada, e puxou a toalha pra cima, como se isso resolvesse alguma coisa.

— Vocês acham isso sexy ou só irreal? — perguntou Natália.

— Fantasia não precisa ser realista — respondeu Sarah.

Quando ela disse isso, Anacleta tocou o ombro da Sarah num gesto de concordância. A Sarah ficou vermelha e riu, sem saber onde colocar as mãos.

— Tá ficando quente demais aqui — disse Natália, se levantando de repente, mas antes de sair me lançou um olhar rápido.

— Vou sair também — disse Anacleta.

A Larissa se levantou por último, me olhando de canto de olho, um sorriso curto nos lábios.

— Boa noite, casal — disse.

— Boa noite — respondemos quase em coro.

Quando as três já estavam saindo, a Natália parou na porta, esperou Anacleta e Larissa desaparecerem pelo corredor e se virou pra nós.

— Juízo — disse, apontando pra gente. — Isso aqui não é lugar praquilo.

— Jamais — respondeu Sarah, séria demais pra ser verdadeira.

Assim que a porta fechou, eu e a Sarah nos olhamos.

— Então... — comecei.

— Nem termina a frase — ela disse, já puxando a ponta da toalha. — Porque eu já sei qual é.

— A sauna nunca mais vai ser a mesma — murmurei.

Ela riu, já começando a soltar o nó da toalha, quando a porta abriu de novo e entraram três homens.

O Assis veio primeiro, bigode absurdo, corpo em forma pra idade, usando uma microtoalha que parecia mais um pano de prato. O Roberto entrou atrás, gordinho, ombros caídos, a mesma expressão de sempre. Uma mistura de culpa, cansaço e submissão. Por último, Enéias, alto demais, confiante demais, a toalha mínima fazendo pouco esforço pra esconder seu pênis gigante.

— Boa noite — disse Assis, animado demais.

— Paz do Senhor — murmurou Roberto, baixinho.

— E aí, casal — Enéias completou, sorrindo como quem chega em uma suruba.

Senti a Sarah enrijecer do meu lado. O joelho dela roçou no meu por acidente e ela ajeitou a toalha com um gesto pequeno, nervoso, que só deixou tudo mais evidente. Se ela subisse, exibiria o final das coxas e talvez a própria buceta. Se ela baixasse, deixaria um decote generoso à mostra com risco deles verem um mamilo.

— Boa noite — respondi, tentando soar normal, como não tivesse entrado em modo alerta máximo.

— Oi — disse Sarah, com um sorriso educado que ela usa quando está com vergonha e tentando ser simpática ao mesmo tempo.

Eles se sentaram. E, como se fosse coreografado pelo capeta, a Sarah acabou ficando no centro, cercada por quatro homens. Senti um incômodo subir pela nuca, uma mistura de ciúme e instinto de proteção.

A conversa começou meio solta. O Assis falava olhando pra boca da Sarah. Enéias deixava uma mão por cima do cacete o tempo todo. O Roberto ficava quieto, mas acompanhava tudo com aquele ar culpado. Foi quando a dupla Assis e Enéias soltou uma bomba.

— Vocês teriam problema se eu ficasse mais à vontade? — perguntou Enéias.

— Acho que não seria adequado porque a Sarah está aqui... — tentou Roberto.

— Por mim, pode ficar à vontade! — respondeu Assis.

O Enéias só ouviu a resposta que o convinha e tirou a toalha, ficando peladão. Aquele monstro, tinha um cacete completamente depilado e era bem-dotado. Quando duro, devia ficar com uns 22 ou 23 cm.

O Assis olhou praquilo e simplesmente tirou a toalha também. Seu pau era bem menor que o do Enéias, mas ele também depilava tudo.

— Vocês são muito sem noção — disse Sarah, rindo de um jeito que misturava constrangimento e vontade de desaparecer. Ela tentava ao máximo não olhar os dois paus, principalmente o do Enéias. Mas quanto mais tentava não olhar, mais olhava.

— Por que vocês três não tiram a roupa também? — sugeriu Assis.

O pau do Enéias começou a aumentar e ficar mais grosso, endurecendo na nossa frente e a Sarah mal conseguia parar de olhar praquilo. O Assis começou a punhetar ele de leve o próprio cacete, deixando-o completamente duro. Como se ambos tivessem em uma competição.

A Sarah ajeitou a toalha de novo, cruzando as pernas, claramente sem saber onde colocar as mãos. Aquilo parecia uma armadilha e ela sacou. Os dois queriam se livrar de mim e do Roberto pra comer a Sarah. Não esperei mais.

— Amor, a gente tá atrasado — falei, já levantando.

A Sarah levantou na mesma hora.

— Sim — disse.

— Boa noite — disse Roberto, acenando timidamente pra Sarah.

— Boa noite, seu Roberto — respondeu ela, sem olhar pra trás e sem falar com Enéias e Assis.

No vestiário, a gente se vestiu na pressa mais caótica da nossa vida. Eu enfiei a calça e a camisa, sem cueca. A Sarah fez o mesmo, a calcinha e o sutiã amassados na mão.

Chegamos ao elevador sem ninguém nos ver. No elevador, respiramos fundo. As portas abriram no andar da Carolina, e o Jonas entrou e nos cumprimentou.

Ele olhou rápido pras nossas mãos, segurando a cueca, a calcinha e o sutiã, apertou o botão do andar dele e fingiu que não viu nada.

Sábado de manhã, comecei a cumprir meu acordo com a Natália. Acordei cedo e fui fazer cooper com ela e a Sarah no parque perto do condomínio. Na quinta volta, meu organismo entrou com um pedido formal de falência.

— Chega... — disse, diminuindo o ritmo até praticamente andar. — Se eu morrer aqui, por favor, avisem minha mãe que eu tentei.

A Sarah riu daquele jeito leve dela, sem nem parecer ofegante. A Natália olhou pro relógio esportivo no pulso, como se a gente tivesse só aquecido.

— Cinco voltinhas só, Érico — disse Natália, com um sorriso debochado, zero suor no rosto. — Isso não é nem aquecimento de crossfit.

Eu apoiei as mãos nos joelhos, a camisa colando inteira no peito e nas costas. O coração parecia um tambor de escola de samba no auge do desfile.

— Eu não fui feito pra cooper — respondi, entre um suspiro e outro. — Fui feito pra computadores, ar-condicionados, café e decisões questionáveis.

A Sarah veio até mim, passou a mão nas minhas costas, carinhosa.

— Amor, você prometeu — disse, mas com aquele tom doce que já me perdoava antes mesmo de terminar a frase.

— Prometer isso foi uma decisão questionável — respondi, arrancando outra risada das duas.

Enquanto eu tentava lembrar como funcionava a respiração normal de um ser humano adulto, a Sarah apontou pra pista, lá na frente.

— Aqui, de manhã, sempre é assim — comentou. — Olha lá, aquele grupinho correndo. Sempre vejo eles juntos.

Eu segui o dedo dela e vi Carlos, Letícia, Rebecca e Eliana correndo num ritmo leve, como se adequassem ao do mais lento.

— Eles vejo eles juntos com muita frequência mesmo. — Natália franziu a testa, observando melhor. — É como se eles fossem um grupo fixo de cooper.

A Sarah riu e apontou de novo, um pouco mais à direita.

— Olha ali, ó. O Antônio com a dona Cinthia.

— Eu acho linda amizade intergeracional — Natália sorriu de verdade. — Tem algo muito saudável nisso.

Aí a Sarah apontou pra outra dupla.

— E ali, a Larissa com o Enéias.

A Natália parou de sorrir na hora.

— Sério? — perguntou a ruiva, surpresa. — Não fazia ideia.

A Larissa passou por nós com um aceno rápido, o rabo de cavalo ruivo escuro balançando. O Enéias fingiu que nem nos viu.

Depois disso, ainda teve mais 40 minutos de puro sofrimento. Eu alternava entre trotar, andar rápido e negociar com entidades superiores pra que minha alma permanecesse no corpo. A Sarah e a Natália conversavam tranquilamente, como se não estivessem me arrastando para uma experiência de quase-morte.

Quando finalmente voltamos em direção ao condomínio, eu parecia outro homem. Um homem derrotado, mas outro.

— Orgulho de você — disse Sarah, me dando um beijo rápido.

— Sabia que você daria conta de nós duas... — completou Natália. — ...No cooper!

Paramos na portaria pra pegar uma encomenda. Fiquei alguns passos atrás, tentando disfarçar o cansaço. A Sarah e a Natália se aproximaram do balcão.

— Bom dia, seu Geraldo — falou Sarah.

— Bom dia, minhas lindas — respondeu ele, com aquele sorriso largo e familiar.

Observei de longe. O jeito como ele falava com as duas era próximo demais. O porteiro passou a mão no cabelo da Sarah, depois fez o mesmo com a Natália, num gesto que, se fosse qualquer outra pessoa, talvez fosse só carinho exagerado. Mas ele já tinha até comido a Sarah.

— Correram muito hoje, foi? — perguntou.

— Um pouco — respondeu Natália. — O Érico quase morreu.

Eles riram. O seu Geraldo pegou as encomendas, apoiou no balcão. Eu senti uma mistura de ciúme e excitação se instalar no peito. Parte de mim, admitia que o seu Geraldo era feio o suficiente pra me deixar excitado com a transa deles. A outra parte ciumenta sabia que a Sarah tinha gostado e que ele era um mega comedor do prédio. Já tinha comido umas gostosas que eu nem acreditava. Como a Andréia, a Carolina e, segundo a Sarah, a Anacleta. Diabo. Ele comeu a minha própria esposa na minha sala.

Ele entregou as encomendas. A mão dele tocou a da Sarah por um instante. Quando finalmente nos afastamos da portaria, soltei o ar que nem tinha percebido que estava prendendo.

Chegamos em casa e capotei de sono. Quando acordei, já era de tarde e a Sarah tinha ido à academia, onde ela aprendeu um exercício bem esquisito sobre rebolar a pélvis na pélvis de outra mulher. Aproveitei a ausência pra me preparar.

Eu sabia que a Sarah ainda estava deprê desde que ela eliminou o nosso time da Libertadores com o seu azar. Então, precisava fazer algo pra reanimar minha querida esposa. Deixei tudo preparado.

Horas depois, quando ouvi a porta abrindo, desliguei o fogão.

— Amor? — chamei, tentando parecer o mais casual possível.

Ela apareceu na sala ainda de legging, top e com o cabelo preso de um jeito lindo e desleixado.

— Deixa eu tomar um banho primeiro — respondeu ela, apressada pro nosso quarto. — Tô fedida demais!

Quando ouvi a porta do banheiro fechar, comecei a ajustar a mesa, conferi as velas, ajeitei os talheres. Quando ela voltou, de moletom largo e cabelo molhado, parou na entrada da sala como se tivesse errado de apartamento.

— O que é isso? — perguntou, olhando da mesa pra mim e de volta pra mesa.

— Jantar.

Ela se aproximou devagar, reconhecendo os pratos.

— Amor, só pratos que eu amo.

— Eu sei.

— Tá, agora explica. — Ela cruzou os braços, mas já sorria. — Qual é a ocasião? Eu esqueci algum aniversário? Alguma data importante?

— Você ficou mal desde a eliminação na Libertadores — continuei. — Meio quieta, meio chateada. Eu só quis fazer alguma coisa pra você se sentir melhor. Uma noite relaxante. Pra você.

Ela ficou em silêncio por alguns segundos. Eu conhecia aquele silêncio. Não era ruim.

— Você é um idiota — ela disse por fim. Depois, veio até mim e me abraçou. — Um idiota que eu amo demais.

Eu ri, aliviado, e beijei sua boca.

— Você merece — murmurei.

Durante o jantar, eu fiquei atento a cada reação dela. Se ela gostava mais de um prato, se empurrava o outro um pouco pro lado, se suspirava satisfeita. Coloquei mais vinho quando o copo dela esvaziou, puxei a cadeira quando ela se levantou pra pegar água.

— Você tá diferente hoje — comentou ela, enquanto mastigava. — Tem certeza de que não aprontou nada?

— Só quero cuidar de você.

Ela estendeu a mão por cima da mesa e entrelaçou os dedos nos meus.

— Eu gosto quando você cuida de mim — disse, com aquele tom direto que ela tinha.

Depois do jantar, enquanto assistíamos ao filme favorito dela, a Sarah se aninhou no sofá, encostando as costas no meu peito. Comecei a massagear os ombros dela devagar, sentindo a tensão ceder sob meus dedos.

— Assim tá bom? — perguntei.

— Uhum — ela respondeu, fechando os olhos.

Eu sorri, continuando a massagem. Quando o filme acabou, a Sarah se espreguiçou e virou o rosto pra mim.

— Banho — ela disse. — Com você.

A gente se levantou juntos e fomos pro banheiro. Ela tirou a roupa e entrou no chuveiro primeiro. A Sarah era muito gostosa e ela estava linda peladinha. Sua bundinha era empinadinha. Seus seios pareciam maiores quando livres do sutiã, no centro dos pequenos globos firmes de pele bronzeada, grandes mamilos marrom escuros. E, embaixo, sua bucetinha era bem depiladinha, a não ser por um risquinho de pelinhos.

Tomávamos uma ducha, enquanto ela me ensaboava. Eu beijava seu pescoço, mordiscava os seus mamilos e ela segurava o meu caralho, que já ia dando sinal de vida. Após me beijar na boca, ela foi se abaixando e começou a punhetar o meu pau ao mesmo tempo que sorria pra mim.

Ela começou a chupar aos poucos, lambendo a cabeça e depois enfiando tudo na boca. Era extasiante ver a Sarah engolir a minha rola. Não resisti muito e já puxei pra mim, a levantando. Nos beijamos debaixo do chuveiro. Nossas línguas se entrelaçando.

— Hoje, eu topo o que você quiser — disse Sarah, ao final do beijo.

— Qualquer coisa?

— Qualquer coisa!

Peguei na bunda dela e falei:

— Eu quero comer o seu cuzinho.

Ela hesitou, mordeu os lábios e então respondeu:

— Tudo bem. Você merece essa. Se eu sou toda sua, o meu cuzinho também é.

Terminamos o banho, nos enxugamos e fomos para cama. Recomeçamos a pegação com beijos e carícias. Chupei ela todinha, da boca até a bucetinha, passando pelo pescoço, seios, barriguinha, umbigo, ventre...

Foi quando ela abriu as pernas e entendi que ela queria um pouco de pau na buceta antes do anal. Não perdi tempo, encaixei meu cacete na entrada da bucetinha dela e fui metendo. Ela suspirou alto quando o meu pau deslizou para dentro daquela buceta quentinha e apertada.

A cama balançava no ritmo dos nossos corpos. Eu socava meu caralho e olhava seu cuzinho lindo. Ele ia ser meu aquela noite.

Comecei a meter com ritmo que ela gostava, mas não queria que ela esquecesse que era a noite do cu. Eu a virei de costas e ela ficou de quatro na cama. Enquanto eu voltava a meter na sua bucetinha, comecei a brincar com a entradinha do cu dela com meu dedo indicador.

Passei a socar meu pau na sua buceta, bombando gostoso. Acelerei os movimentos, de quatro. Minha pélvis batendo na bunda dela fazendo barulho de palmas, até que ela começou a se contorcer e gemer. Não demorou muito pra que ela acabasse gozando e deitasse na cama. Enquanto ela se recompunha, eu coloquei um travesseiro por baixo dela, pra que a Sarah ficasse empinadinha, com bumbum levantadinho. Continuei brincando com o buraquinho até ter certeza de que ela tava pronta pra mais.

— Posso comer ele agora?

— Pode.

Peguei o KY e voltei pra cama. Passei o creme no dedo e passei no cuzinho dela e enfiei o dedo um pouquinho. Ela deu uma tremida. Como vi que ela estava gostando, fui enfiando mais dedo e mais creme até untar o cuzinho dela. Depois, na cabeça do meu pau.

Encostei a cabeça do meu pau na portinha do cu e fui forçando a entrada. Estava tão apertado que deslizava para o lado, colocava de novo e pulava do lugar. A Sarah ficava quietinha sem se mexer. Fui insistindo até que a cabeça encaixou e fui empurrando pelas suas pregas. Ela fez carinha de dor e eu parava. Retomava, ia devagar e parava. Até que a cabeça entrou.

Com a cabeça do pau já dentro, fiquei imóvel até ela se acostumar. Iniciei novamente a penetração. Dessa vez, seu cuzinho já aceitava um pouco meu caralho. Aos poucos, a sua bundinha foi engolindo meu pau. Fiquei metendo para frente e para trás, bem devagar, cada vez mais entrando mais. Até que consegui enfiar tudo. A Sarah gemeu alto.

— Entrou, amor. Ainda está doendo?

— Só um pouco, mas pode continuar devagar.

Aos poucos, comecei a movimentar o meu pau naquele cuzinho apertado. Era lindo ver a bundinha levantada da Sarah naquela cama engolindo o meu cacete.

— Está gostando, amor?

— Estou! Ainda dói um pouquinho, mas está gostoso...

— Sabia que o teu cuzinho é o mais gostoso que eu já comi!? — murmurei em seu ouvido.

— Você só comeu dois ou três — respondeu ela cética, mas lisonjeada.

— Mesmo assim. É o seu cuzinho. Ele é especial pra mim. E eu tô adorando esse cuzinho apertado. Que delícia.

— Agora melhorou...

Segurei em sua cintura e continuei a estocar meu cacete no cuzinho da Sarah. Ela gemia alto, com meu pau socado no seu buraquinho (semi) inédito. Nos colocamos de lado e, na posição de ladinho, coloquei meu pau de volta na sua bunda e voltei a socar.

O meu pau já dava sinal que iria gozar. Acelerei o movimento, dando estocadas mais forte na sua bunda. A Sarah urrava de tesão. Acelerei as metidas mais e mais. Continuei metendo mais forte até que anunciei que ia gozar:

— Vou gozar dentro, tá?

— Arromba logo o meu cu e enche ele todo de leite, caralho! — a Sarah tinha se deixado levar mesmo.

Com o pau atolado no cuzinho dela, comecei a gozar. Que delícia de bunda. Que visão maravilhosa do meu pau entrando e saindo do cu dela enquanto eu gozava. Foram uns seis jatos dentro do cuzinho dela. Caímos exaustos na cama, comigo deitado em cima dela com o pau encravado no cu. Ficamos assim, abraçadinhos. Depois de um tempo, fui tirando aos poucos.

Quando tirei Sarah virou de bruços para não escorrer porra na cama. Seu cuzinho estava oficialmente inaugurado.

— Você alargou meu cu!

— Sim e eu vou querer comer sempre agora que desvirginei ele.

— Ele era só “semi” virgem! Mas vou ter dar ele, sempre! — respondeu ela, rindo.

— E vai me prometer que não vai dar para mais ninguém, só para mim.

— Só para você! Os outros vão que se contentar com a minha bucetinha. Porque o meu cuzinho eu sempre guardar só pro meu maridinho, prometo!

Depois disso, ela impossível não beijar aquela mulher incrível na boca e dizer que eu também era dele pelo resto da eternidade.

— Pensando bem... Tá liberada uma exceção que pode comer o seu cuzinho: se for o Roberto, eu deixo.

A expressão no rosto da Sarah era de “safadocretinosemvergonhatápensandooquêahvaitomarnocu”, mas ela respirou fundo e, com um sorriso romântico no rosto, respondeu:

— E eu prometo que darei o cuzinho pro Roberto na sua frente no dia que você enrabar a dona Marieta.

Justo.

Ela se levantou e me chamou para mais um banho.

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Olá, queridos leitores. Eu sou a Sarah. Vocês já me conhecem porque o Érico me apresentou no começo do capítulo. Estou aqui pra continuar a narrar a história no lugar do Érico a partir daqui. Tudo bem pra vocês?

A minha parte da história começou no domingo de manhã. Eu estava sentada à mesa de jantar, de pernas dobradas na cadeira. Usava uma camiseta larga, velha o suficiente pra ter perdido qualquer pudor, caindo por um ombro e deixando à mostra o contorno do sutiã simples que eu insistia em chamar de conforto.

A Carolina estava sentada de frente pra mim, apoiando os cotovelos na mesa, uma xícara de café esquecida entre as mãos. Ela tinha vindo do jeito que sempre vinha quando precisava desabafar. Calça clara abraçando as coxas, camiseta marcando os seios fartos e a cintura. O cabelo escuro caía pesado pelos ombros.

— Eu devo ter algum problema sério de personalidade — continuou, encarando o fundo da xícara. — Ou dedo podre pra homem. Porque, sinceramente, eu só faço merda nesse quesito.

Respirei fundo, já prevendo o tamanho da avalanche. Ela fez um gesto vago com a mão.

— No fundo, é por isso que eu sempre me neguei a usar Tinder. Do jeito que eu sou azarada, eu acordaria numa banheira de gelo sem um rim ou num navio indo pra Turquia.

Eu dei uma risada curta, mais nervosa do que engraçada.

— Exagerada — respondi. — Não é tão azarada assim no amor. Tá na média. A média é péssima, mas ainda é a média.

Ela levantou o olhar na mesma hora, com um meio sorriso.

— Sarah, eu vi fotos do meu ex-marido me traindo com 15 mulheres diferentes.

— Tá, quando você coloca nesses termos... — murmurei. — Mas, veja bem, você sobreviveu.

A Carolina suspirou, afundando um pouco mais na cadeira.

— E o Pedro? — continuou ela. — Foi atrás de tudo isso, achou essas fotos, me mostrou isso, só pra me deixar puta da vida e depois desaparecer. Zoneou toda a minha vida porque queria me comer e ir embora.

— Cafajeste clássico — comentei. — Do tipo que se alimenta de confusão emocional. Você não fez nada de errado.

Ela assentiu, mas sem muita convicção.

— E ele serviu pra te livrar do teu ex-marido. Já foi um livramento. Ele desaparecer foi um livramento duplo porque deu cabo dele também.

Ela suspirou forte.

— Aí teve o Enéias — disse. — Pelo menos, por sorte e pelos avisos das amigas, eu escapei de transar com ele. Só tem uns beijos aqui e ali.

— Tá vendo? Sororidade existe!

Ela riu de leve, mas logo o riso morreu.

— E teve o seu Geraldo.

— Olha... — comecei devagar. — O seu Geraldo não era tão mal assim. Dentro do caos geral dos teus últimos meses, ele até parecia honesto.

A Carolina soltou uma risada sem humor.

— Honesto? Eu me fiz de putinha pra ele, Sarah. Topo tudo, aceitei coisas que eu nunca imaginei. E isso não impediu ele de te comer! A minha prima!

— Isso diz mais sobre ele do que sobre você — respondi, firme. — Você se entregou achando que era uma troca entre iguais. Ele só colecionava mulheres e calcinhas.

Ela ficou em silêncio por alguns segundos, brincando com a borda da xícara.

— Teve também a... — ela hesitou. — Uma outra pessoa.

Eu me inclinei pra frente.

— Qual foi o problema dessa pessoa?

— Ela era casada — explicou. — E não queria pedir divórcio por mim. Eu seria amante pra sempre.

— Então o problema não era você — eu disse. — Era o limite que ela já tinha decidido antes de te conhecer.

A Carolina respirou fundo, como se juntasse forças pra última parte.

— E agora tem esse novo homem. Ele é mais velho, é experiente... Mas não é bonito e definitivamente não é gostoso. Mas sabe exatamente o que faz. Ele me comeu de jeito e comeu até eu dizer que era putinha dele.

Eu balancei a cabeça.

— Os homens têm uma fixação estranha em te transformar em putinha deles — comentei. — Como se isso validasse o ego deles.

— Talvez eu deixe — respondeu Carolina, com um meio sorriso cansado. — Talvez eu tenha cara de putinha ou algo assim. Isso atrai os homens casados que revezam me comendo e indo embora.

— Não fala assim —senti minha voz sair mais protetora do que eu planejava.

A Carolina respirou fundo, como se puxasse coragem do fundo do peito, e então disse de uma vez:

— Ele também é casado. É o terceiro casado em seguida. Primeiro, o seu Geraldo. Depois, a... outra pessoa. Agora, esse novo homem. Eu não aguento mais botar o pé na jaca, Sarah. Quando não é cafajeste extremo, é cafajeste casado.

Cruzei os braços, apertando o tecido mole da camiseta contra os seios, tentando organizar meus próprios pensamentos antes de falar.

— Então por que você não chuta esse novo homem?

— Porque foi um lance casual e tem uma coisa um pouco diferente. Ele e a esposa têm um relacionamento aberto. Ela sabe de mim. Ela autorizou ele a tentar a sorte comigo antes dele tentar algo.

— Então, agora os homens casados andam por aí com autorização oficial das esposas pra comer outras mulheres? — gaguejei.

A Carolina soltou um suspiro longo, pesado.

— Não é isso que eu quero pra minha vida. Eu quero paz, Sarah. Sossego. Eu não quero ser putinha de ninguém.

— Então para de se tratar como se fosse isso — eu disse, a voz saindo mais alta do que eu planejava. — Você não é descartável, Carolina. Você é linda, inteligente, interessante pra caralho. Você é intelectual. É engraçada. Apoia as amigas. É gostosa, mais gostosa que eu. Qualquer homem decente deveria lamber o chão que você pisa. Lamber. Não pôr uma coleira.

Ela me olhou surpresa, mas com um sorriso pequeno, quase envergonhado.

— Você fala como se fosse fácil — murmurou.

— Não é fácil — respondi. — Mas é necessário. Me diz uma coisa: esse novo homem tem alguma coisa que o Enéias, o seu Geraldo e a terceira pessoa não tinham?

A Carolina ficou pensativa. Olhou pro nada por alguns segundos, mordendo o lábio inferior.

— Ele é bem intelectual — disse por fim. — Lê muito, gosta de cinema de arte. Com os outros era só sexo e pegação. Não tinha conversa. Com a... a outra pessoa, eu me sentia bem. Ela me apresentava coisas novas, mas não tínhamos muito tempo pra conversar sobre o que gostávamos. Falávamos das nossas vidas e sexo. Fora disso, eu ficava tateando assunto porque ela não gostava das coisas que eu curto. Mas com o novo homem, não. A gente conversa muito. Tem muita coisa em comum.

Aquilo acendeu algo em mim.

— Então você devia exigir isso dele — falei, sem hesitar.

Ela franziu a testa.

— Exigir o quê?

— Exigir presença. Exigir conversa. Exigir conteúdo. Exigir companhia de verdade. Você não tá pedindo demais, Carolina, você só tá pedindo o mínimo que sempre te negaram.

— Mas isso não é meio interesseiro? — perguntou ela, insegura.

— Interesseiro é o cara que aparece só quando quer transar — rebati. — Você tá falando de se valorizar. De parar de aceitar migalha emocional.

Ela ficou em silêncio, me ouvindo.

— Já que ele é um casado autorizado, essa relação nunca vai virar namoro — continuei. — Nem por isso, você tem que ser a putinha dele, pronta pra satisfazer as vontades sexuais dele. Tem que ser o contrário!

— Ainda não tô entendendo...

— Ele é que tem que estar pronto pra satisfazer as suas necessidades intelectuais e emocionais — expliquei. — Quer ir ao teatro e nunca teve com quem ir? Ele que vá contigo. Quer ir a um sarau e ouvir poesia ruim fingindo que entende tudo? Ele vai junto. Quer ver filme iraniano em preto e branco e depois passar horas discutindo o sentido da vida? Ele que aguente.

Ela abriu um meio sorriso, ainda desconfiada.

— Você tá falando sério...

— Muito — respondi. — Ele tem que ser o seu amigo colorido. A pessoa que te acompanha em tudo que você sempre quis fazer e nunca teve companhia. A pessoa que te ouve desabafar, que lê os livros que você quer ler só pra poder conversar com você depois. Sem isso, sem buceta.

A Carolina arregalou os olhos e caiu na risada.

— Você é completamente maluca — disse.

— Não — eu rebati, firme. — Eu tô lúcida. Jantares, cinema, teatro, conversas longas, desabafos, troca de ideia, tudo. O pacote completo. Usa esse cara pra extravasar tudo que você quer viver e nunca viveu e depois extravasa no sexo. Se quiser. Porque agora é escolha sua. Não dele. Ele que tem a sorte de você topar transar com ele.

Ela balançou a cabeça, pensativa.

— Mas e se ele achar demais?

— Problema dele — respondi sem hesitar. — Ele quem perde. A gostosa é você. Quem tem que dar as cartas é você. Se ele não quiser, onde vai comer uma tão gostosa quanto você?

— Só se ele te comesse... — comentou Carolina.

— Ah vá! Até parece que eu daria pra esse intelectual casado. Já que você anda com o dedo tão podre que só achou um casado em relação aberto, então pelo menos seja muito mais exigente. Não cede pra qualquer um por qualquer coisa. Cobre o mais caro que você puder.

Ela mordeu o lábio, pensou mais um pouco.

— Você acha mesmo que eu tenho essa vantagem toda?

— Acho não. Tenho certeza. Você é mais nova que ele, mais interessante que ele, mais gostosa que ele. Sem você, ele fica sem espanholas.

Ela riu alto dessa vez, jogando a cabeça pra trás.

— Você tem razão — admitiu. — Eu vou botar ele contra a parede. Quer me comer? Tudo bem. Mas vai ter que ter contrapartidas. E muitas. Tudo que o seu Geraldo e a aquela outra pessoa não puderam me dar. Eu vou cobrar o pacote completo de “namoradinho”.

Meu peito se encheu de orgulho.

— Isso — eu disse, apontando pra ela. — Bota moral. Reage. Recupera essa autoestima. Mostra pra ele quem é que manda.

Ela me olhou com aquele sorriso confiante que eu adorava ver reaparecer.

— Obrigada, prima.

Eu sorri de volta, sentindo que a Carolina tinha recuperado a noção do próprio valor. E ia botar moral nesse amante dela.

Naquela mesma noite, eu estava sozinha na sala, jogada no sofá com as pernas dobradas debaixo de mim. Estava bem ansiosa. Eu tinha dado aqueles conselhos pra Carolina, mas era a minha vez de segui-los. Pensei no Miguel, que andava meio sumido e, lembrando que já tinha feito coisas muito mais constrangedoras do que aquilo, fiz uma chamada de voz pra ele via WhatsApp.

— Uau — atendeu Miguel, com a voz sorrindo. — Pessoas ainda telefonam em pleno século 2025? Achei que isso fosse lenda urbana.

Ele fez piada, mas telefonar sem avisar antes era quase uma quebra de protocolo moderna. Ele podia estar ocupado, podia estar no trabalho. Até eu detestava quando faziam isso comigo. Deus, sou muito hipócrita...

— Gosto de ouvir a voz das pessoas — inventei.

— Ou denuncia ansiedade — rebateu ele, rindo. — Mas confesso que acho charmoso. Me pegou de surpresa.

Minha ansiedade deu um pulinho idiota.

— Surpresa boa, espero — falei, já flertando sem nem tentar disfarçar. — Você andou meio sumido.

— Andei mesmo — admitiu. — Plantões caóticos, vida corrida...

— Hm — fiz, provocando. — Então, não é desinteresse?

— Não necessariamente, mas...

Aquilo me deu coragem. Nem deixei ele terminar a frase.

— Nesse caso, estava pensando se você toparia um cineminha comigo na terça.

Silêncio. Curto, mas suficiente pra eu começar a me arrepender de todas as minhas escolhas de vida desde 2013.

— Uau — disse ele, enfim. — Você é bem direta.

— Sou. A vida é curta. E eu detesto joguinho.

— Gosto disso numa mulher — comentou ele, sincero. — Iniciativa é sexy. Muito.

Senti meu rosto esquentar.

— Ainda bem — falei, meio rindo. — Porque eu não saberia ser diferente.

Sim. Eu estava mentindo descaradamente. Deixa.

— O único problema... — O tom mudou um pouquinho. — É que você é casada.

Meu estômago afundou.

— Quê?

— Porque você parece incrível — disse ele, sem exagero, sem cantada vazia. — Mas eu não costumo me envolver, nem flertar seriamente, com mulheres comprometidas.

Meu cérebro entrou em pane.

— Então — comecei, já sentindo que vinha desastre. — Sobre isso...

— Você me seguiu no Instagram — explicou ele. — Então, eu fui te seguir de volta e você aceitou. Aí, eu vi as tuas fotos e você é casada. Parece muito feliz, inclusive. Fez até uma mensagem bem fofa na foto de aniversário do teu marido, Érico, não?

Meu coração deu um tranco.

— Sim! — respondi, rápido demais. — Quer dizer, sim. Érico.

— Vocês parecem um casal bonito — continuou. — E eu tenho alguns pontos inegociáveis. Um deles é nunca dar em cima de mulher casada ou compromissada. Não arrisco estragar a felicidade de ninguém.

Era oficial: eu precisava explicar. Rápido. Muito rápido.

— Miguel, então, deixa eu te explicar uma coisa — disparei, atropelando as palavras. — É que eu e o Érico temos um relacionamento aberto. Tipo aberto com regras e acordos e apostas e comunicação e...

Silêncio.

— E eu estou podendo dar pra um homem bem gostoso da minha escolha porque paguei uma prenda em que eu dei pra um velho bem feio e chato pra caramba pro Érico assistir.

Pausa.

— Talvez eu não devesse dar tantos detalhes, por favor ignora a história do virgem de 50 anos — reconheci, atropelando. — Mas enfim, tudo que dei em cima de você foi autorizado. Eu juro. Totalmente autorizado pelo meu marido.

Meu coração parecia um hamster desesperado numa rodinha.

— Não que eu só faça o que eu marido mande, mas quando se trata de sexo com terceiros, é sempre tudo acordado e autorizado entre os dois.

Pausa.

— Eu tinha duas chances e, sem querer querendo, gastei a primeira com um velho gordão que é porteiro do meu prédio. Quer dizer, ele é gordão, mas é gente boa e me pegou de jeito mas... talvez eu não devesse estar falando isso também. Esquece essa parte, por favor.

— Você deu mesmo pro seu Geraldo?

— Dei! — respondi imediatamente e depois a ficha caiu. — Pera. Como você conhece o seu Geraldo?

— Já fui ao seu prédio algumas vezes. Meus pais moram aí. A minha melhor amiga trabalha aí.

Meu mundo girou.

— Miguel, faz o seguinte. Espera cinco minutos.

— Hein?

— Só cinco minutinhos — insisti. — Eu vou te ligar de novo. Eu juro que em cinco minutos você vai acreditar em mim.

— Certo, mas...

Desliguei. Na cara dele. Ai meu Deus...

Saí correndo da sala quase tropeçando no tapete. Minha cabeça era um emaranhado de pensamentos desconexos, vergonha, pânico e uma certeza absoluta: Érico. Corri pelo corredor e quase arrebentei a porta do quarto.

O Érico estava deitado de lado na cama, de pijama, Kindle apoiado no peito, completamente em paz.

— Érico — falei, sem fôlego. — Você me ama?

Ele baixou o Kindle devagar, confuso.

— Oi?

— Responde — insisti, aproximando-me da cama. — Você me ama?

— Claro que amo. Desde quando isso é dúvida?

Meu peito apertou.

— Você tem noção do quanto eu te amo?

Ele sentou na cama, atento.

— O que tá acontecendo?

— Responde — pedi, já quase com minha cara de Gato de Botas. — Você sabe o quanto eu te amo?

— Sei — respondeu, sincero. — Sei sim. Você demonstra isso o tempo todo.

— Você sabe que eu te amo tanto que faria qualquer coisa por você, né? Até dei meu cuzinho semi-virgem ontem pra você e prometi que ele seria só seu e de mais ninguém pelo resto das nossas vidas.

O Érico congelou.

— Quer dizer — corrigi rápido, apelando ao máximo no meu desespero. — O meu cuzinho é só seu e do Roberto. Só de vocês dois. E de mais ninguém. Pelo resto das nossas vidas.

Na mesma hora, o pau do Érico só faltou rasgar o pijama de tão duro que ficou ao ouvir isso. Agora, ele estava totalmente atento e acreditando em mim 100%.

— Amor, eu preciso de um favor enorme.

— O que você aprontou? — perguntou, já resignado.

— O Miguel descobriu que eu sou casada.

— Ué. Mas isso não era o combinado? Pelo que eu tava lendo na internet, o mais ético é sempre contar que se é casado numa relação aberta antes da transa e—

— Eu sei! — interrompi, desesperada. — Eu sei disso. O problema é que ele tá achando que eu sou uma puladora de cerca e não quer mais saber de mim.

— E você quer que eu...

— Fala com ele — pedi, quase implorando. — Por favor. Diz que o nosso casamento é aberto. Diz que você sabe de tudo. Diz qualquer coisa. Ele vai acreditar mais em você do que em mim.

Eu vi o exato em que a quando a autoestima dele rachou um pouco. “Sim, homem mais alto, mais musculoso, mais bem-sucedido e mais gostoso, é tudo verdade. Inclusive, você pode vir aqui na nossa casa e comer a minha esposa”.

— Por favor! — falei, apertando as mãos dele. — Você sabe que não importa se ele for o cara mais pausudo do mundo, eu volto pra você! Eu te amo! Por favor!

— Tá — disse. — Eu faço.

Meu peito se abriu num alívio quase dolorido.

— Eu te amo — falei rápido e já liguei de novo pro Miguel. Dessa vez em videochamada pra ele ver que tava comigo.

Ele atendeu quase na hora.

— Oi.

— Olha. — Apontei o celular pra cama. — Esse é o Érico. Meu marido.

Mostrei minha mão esquerda, a aliança no dedo. Puxei a mão do Érico e mostrei a aliança dele.

— Meu marido. Casados mesmo — acrescentei.

— Certo...

— Ele tá aqui pra confirmar que é um relacionamento aberto — falei rápido. — Que ele sabe de tudo.

O Érico se aproximou da câmera, visivelmente desconfortável, mas firme.

— É verdade — ele disse. — Sim, a gente é casado. Sim, é aberto. Sim, eu sei de você. Sim, a Sarah não tá escondendo nada. Ela ia te falar tudo no encontro.

Cada palavra parecia custar um pedaço da alma dele, mas ele não hesitou em nenhuma sílaba.

— Ela não tá traindo ninguém. Tá tudo combinado. Tudo conversado.

O Miguel ficou em silêncio por um segundo.

— Bom, isso muda as coisas.

— Muda? — perguntei, prendendo a respiração.

— Eu continuo tendo meus critérios, mas transparência é um deles. E vocês estão sendo transparentes.

— Obrigada — falei, olhando pro Érico. — Obrigada mesmo.

— De nada — respondeu Érico, baixinho.

Peguei o celular e saí pro corredor, pra termos um pouco de privacidade.

— Então — falei, tentando soar casual. — O cineminha na terça...

— Topo — Miguel respondeu. — Terça à 20h.

— 20h. Combinado.

Estava tão aliviada e feliz que desliguei a chamada sem pensar. Na cara dele de novo...

Pois bem, leitor. No próximo capítulo, teremos a continuação da nossa pequena novela conjugal, envolvendo Miguel, Natália e Roberto. A sequência da Carolina vai continuar no próximo capítulo do Jonas.

Tenho duas questões e um desafio que gostaria que os leitores respondessem nos comentários (mais sobre a narrativa). As questões são:

1) O que acharam do discurso da Sarah pra Carolina sobre se valorizar mais? A Sarah está certa e isso vai ser positivo pra Carolina ou foi um péssimo conselho?

2) Em que PoV vocês preferem que o encontro Miguel-Sarah seja narrado: na série do Miguel? Na série da Sarah? Misturado em ambos?

O desafio é:

3) Está claro que o autor (eu) quer que o Roberto coma a Sarah de novo. E está claro pela narrativa que isso está longe de ser uma das prioridades ou desejos da Sarah.

Como estamos brincando de “salvar” as protagonistas mais queridas de transarem com caras horríveis ou vilões, resolvi dar uma chance pra Sarah. Os leitores que são contra Sarah/Roberto podem se manifestar e colocar nos comentários POR QUE torcem que ela escape desse destino. Quem tiver o melhor argumento que me convencer vai salvar ela.

Coloquem nos comentários para o que vocês torcem que aconteçam nos próximos capítulos. Em breve, teremos a continuação.

Os próximos capítulos serão:

* Eu, minha amiga gostosa e os vizinhos dela - Parte 02

* Passando a Vara nas Vizinhas. Ou Não. - Capítulo 14

* Louco para enrabar a professora ruivinha, enrabei a <SPOILER> primeiro

* Minhas coleções de calcinhas, amantes e putinhas - Parte 10

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Foto de perfil genéricaAlberto RobertoContos: 109Seguidores: 281Seguindo: 0Mensagem Em um condomínio de classe média alta, a vida de diversos moradores e funcionários se entrelaça em uma teia de paixões, traições e segredos. Cada apartamento guarda sua história, no seu próprio estilo. Essa novela abrange todas as séries publicadas neste perfil. Os contos sempre são publicados na ordem cronológica e cada série pode ser de forma independente. Para ter uma visão dos personagens, leia: Guia de Personagens - "Eu, minha esposa e nossos vizinhos"

Comentários

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1) Super certa,se a Carolna acha que combina intelectualmente com o Jonas e o sexo entre eles foi bom, nada mais justo do que fazer ele sar um pouco para ter mais.

2) No da Sarah totalmente e no do Miguel só algumas pinceladas com a visão dele sobre o encontro.

3) Sacanagem com a gente, já tentou colocar o Jonas no caminho dela e agora quer recolocar o Roberto na história. Existe um desequilíbrio grande nessa relação, mesmo se depois dos velhos o Érico deixa ela sair com novinhos, ela não sofre nenhuma “punição” como comer alguma velha e/ou feia. E meio que a condição que a Sarah deu meio que já deixa impossível que aconteça outra transa, não vejo o Érico sendo o cara que vai conseguir enrabar a Marieta.

Sobre o conto, mudei de ideia, pra mim o endgame da Natália tem que ser o trisal. Com o Zé Maria é uma transa para comemorar a subida do Londrina e só.

Essa divisão de um conto dividido em dois PoVs funcionou bem com esse casal pq como você mesmo já disse, eles dividem o mesmo neurônio. Não sei como está o seu cronograma com o capítulo do Carlos, mas acho que vale um teste no dele pq tenho curiosidade em saber a diferença de uma cabeça que já esteve em um harém com outras que estão começando nisso.

Pergunta honesta, não tem muito vilão? Se fosse um pra cada uma ok, mas já que alguns vão pegar mais de uma me parece que tem gente sobrando, tipo o Assis. Por favor me refresque a memória, de onde ele vem? Como ele surgiu na história?

A cena dos homens na sauna foi muito inapropriada, no mundo real masturbação em local público é caso de polícia. Posso estar muito influenciado pelo que aconteceu no Brasil nas últimas semanas em relação a violência contra mulheres e sei que uma punhetinha está muito longe de soco/tiro/facada, mesmo pra vilão eu achei demais. O Enéias que é o Enéias pareceu mais controlado do que o Assis.

Fora isso o capítulo foi bom. Foi legal o trio atrapalhado desenhando pra gente não esquecer quem são os grupinhos sexuais na novela, o que ainda me deixa com esperança de que a Letícia vai participar em algum momento do harém do Carlos.

“O fato de ser a Sarah que vai, sem querer, fazer o Jonas trabalhar se quiser continuar com a Carolina é hilário. Seria engraçado se a Sarah sem saber de quem estão falando acabasse tendo uma conversa desse tipo levantando a moral de todas as mulheres que ficarem com o Jonas e fazendo elas botarem ele pra trabalhar se quiser comer todo mundo.”

Reforço essa sugestão do @Leitor Fantasma.

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Fico com pena da Natália, nenhum homem come ela, só velho se interessa por ela. De todas as mulheres do condomínio ela parece ser a mais frustrada e infeliz.

Érico é muito sem sal. Nerd, sem graça, a transa dele com a Sarah não deu tesão nenhum. Descrito, aparenta ser um jovem imaturo e punheteiro. O desespero da Sarah buscando Miguel revela isso. Érico é muito broxante e Natália uma coitada e ignorada da série, nem o corno do Érico a deseja, as coisas estão feias pro lado dela. Espero que ela tenha sorte melhor com um cara bacana.

1) O melhor do capítulo foi a Sarah conversando com a Carolina. Gostei muito e espero ela e o Jonas desenvolverem esse jogo entre si, onde ambos sedem um pouco e curtem isso.

2) Acho que a Sarah deve relatar o lance com Miguel. Acho que o capítulo do Miguel debe relatar a paixão dele pela Lorena e o desenvolvimento do casal. Lorena deveria ser um pouco ciumenta, colocar uma pimentinha na vida sem comprometimento do Miguel até encontrarem um meio termo juntos...

3) Sinceramente as transas dela com o Roberto são mais interessantes do que com o Érico, a descrição do cara é muito broxante. Apático, feio, sem graça... falta homens interessantes na história.

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Ótimo conselho. Não se esperava menos da prima.pode ser nesse. Estava pensando ia ter vitória do Érico. Trisal com a Natália é o mínimo. Fora as outras.

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I) Acredito ser um bom discurso, Carolina deve ganhar essa nova camada, mais ativa na resolução das suas questões e menos "vítima". É uma personagem muito boa, que só vai crescer com essa tomada de rumo, inclusive com conflitos pra se impor.

II) Série da Sarah, a visão dela é mais interessante nesse caso, já que é uma saída que ela anseia. Para o Miguel seria só pra encher capítulo e fugindo da trajetória original do conto dele.

III) Espero que não role nada com o Roberto, a não ser q seja uma coisa combinada do casal, que tenha um desdobramento diferente do planejado deles... Aí sim faria sentido.

Uma ideia é ele contar isso pra alguém, Assis por exemplo, e os dois acabarem fazendo uma dp nela.

Obs: Novamente um ótimo conto, gostei desse meio a meio do casal, muito interessante as visões diferentes. Mugen foi uma febre nos anos 2000, cheguei a jogar e programar bastante coisa nessa época...

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Melhor inicio de capítulo já existente com a Natália tirando o preguiçoso do Érico do vídeo game. Acho que a cena deles discutindo os personagens do jogo pode ter ido um pouco longe demais, mas não vou negar que achei engraçado mesmo sem entender muito.

Acho que um lado interessante que vale explorar do Érico é que tudo que ele fazia era com a Sarah, então com a Sarah tão ocupada com tanta coisa pra fazer e com a relação aberta, o que vai fazer ela ter compromissos as vezes e deixar o Érico sozinho, o Érico também precisa descobrir coisas pra fazer sem a Jéssica que não envolvam ele ficar enfiado em casa e jogar vídeo game.

A cena da sauna foi perfeita. Digna do casal de azarados. Acabaram com a chance deles transarem, primeiro o Érico com vergonha do meio das quatro, depois a Sarah com direito a dois ficarem pelados e de brinde o Jonas vendo eles daquele jeito correndo pra casa.

O comentário sobre essa coisa de harens serem irreais foi interessante. Por um lado foi uma piadinha com a possibilidade do Érico fazer um harém com as 4, mas do outro quando elas falam que isso é muito fantasia e não acontece na vida real vira uma ironia que 2 amigas delas estão no “harém” com o Carlos sem ninguém saber (com a possibilidade da Letícia ou mais alguém entrar ainda).

“— E eu prometo que darei o cuzinho pro Roberto na sua frente no dia que você enrabar a dona Marieta.”

Depois de você dizer isso certamente vai acontecer... Vai ser uma grande reviravolta se a forma de derrotar a Marieta for o Érico pau de açúcar comer ela enquanto a Sarah da o cu pro marido dela e eles ameaçarem contar isso.

A cena da Sarah com a Carolina foi boa. Ver a Carolina falar dos relacionamentos dela. A Carolina falando do Jonas ter permissão da esposa pra comer outras e a Sarah tremendo por dentro por dentro. O fato de ser a Sarah que vai, sem querer, fazer o Jonas trabalhar se quiser continuar com a Carolina é hilário. Seria engraçado se a Sarah sem saber de quem estão falando acabasse tendo uma conversa desse tipo levantando a moral de todas as mulheres que ficarem com o Jonas e fazendo elas botarem ele pra trabalhar se quiser comer todo mundo.

Esse capitulo só melhora. A conversa com o Miguel, ele já sabendo que ela é casada, ela contando tudo que aconteceu no desespero, ele descobrindo que ela deu pro seu Geraldo, ela implorando pro Érico falar com o Miguel... Muito bom. Deu pra dar umas risadas.

1) As duas coisas. Ela está certa que a Carolina tem que se valorizar e o conselho é um bom conselho. O lado ruim é que ela devia ter mandado a Carolina dar um pé na bunda do cara e achar uma pessoa que trate ela desse jeito, não continuar nessa relação bizarra com o Jonas.

Talvez se ela soubesse mais detalhes ela teria dito pra Carolina terminar com o Jonas, mas um dos grandes problemas que está atrapalhando a vida da Carolina é que ela não se abre com os outros.

Se ela contasse a versão completa da história com a Andréia talvez a Sarah sugerisse pra ela um meio termo, mas ela deu a entender que a Andréia nunca se separaria do marido. Se ela contasse que a pessoa é o Jonas talvez a Sarah tivesse o bom senso de falar pra ela terminar. Se ela contasse como se sente pra Andréia e pro Seu Geraldo talvez nem tivesse na situação que está agora.

2) O que você achar melhor pra narrar. Pode ser no do Miguel e no próximo da Sarah nós só vemos o lado dela do encontro sem precisar repetir o sexo, só mostrar o ponto de vista dela.

3) Sou contra ela transar com o Roberto. Não é uma cena de sexo interessante, só serve pra diminuir ele, ele não é um personagem interessante, não seria legal pro personagem da Sarah (a menos que ela esteja fazendo só pra agradar o Érico).

Só tem duas situações que eu defenderia:

Sarah x Roberto e Érico x Marieta OU a Sarah fazer uma merda inacreditável e fazer isso como um agrado / pedido de desculpa pro Érico (sem ele pedir pra não parecer que ele ta punindo ela).

Ótimo conto, voltando ao altíssimo nível.

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Uma coisa que me incomoda sempre que a Carolina fala da situação dela com a Andréia é que ela fala da situação da Andréia como se pedir um divorcio fosse a mesma coisa que mudar o status de relacionamento de rede social.

É obvio que a Andréia não vai pedir divórcio sem nenhuma garantia que a Carolina fosse assumir ela depois (ainda mais com a Carolina agindo como se fosse uma grande vergonha pra ela admitir em público que está com uma mulher).

Divórcio envolve separação de bens, dentre esses bens até o apartamento que ela mora. Na melhor das hipóteses o marido dela aceitaria vender a parte dele no apartamento e dos móveis pra ela e ela teria que conseguir / abrir mão do valor de meio apartamento em um bairro caríssimo, ou pior, se ele quiser dificultar a vida dela ele pode forçar ela a vender o apartamento e dividir o valor.

Isso tudo pra correr o risco da Carolina ficar com vergonha de ser vista como lésbica e nunca assumir ela, ou, como a Carolina mesma disse, "a fase lésbica dela passar"?

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