Inferninho 2

Um conto erótico de RaskChinaski
Categoria: Heterossexual
Contém 961 palavras
Data: 11/12/2025 14:14:16

Minhas primeiras visitas ao inferninho não refletiam o que viria pela frente. Eu observava todos os seus frequentadores: policiais, agiotas, trabalhadores comuns, atrás de sexo fácil, sexo conveniente. Isso não deixava de ser excitante, não deixava de satisfazê-los, mas eu ainda não tinha saído com nenhuma garota de programa — e nem deveria ter feito isso, mas fiz. Foi assim que começou o meu vício.

Não tive coragem de chegar em Juliana, a neta da minha vizinha. Baixinha, sempre com roupas curtas e sandálias, nunca de salto, o que a deixava ainda mais atraente; aquele bumbum arrebitado que enlouquecia qualquer cliente. Não queria que ela fosse a minha primeira. Minhas conversas com César, o dono do local, fizeram com que eu explorasse mais as minhas opções.

— A Fernandinha é experiente. Não importa o que você faça dentro daquele quarto, aposto que ela vai te agradar — César dizia, sorrindo, enquanto servia uma dose de Montilla.

Eu observava Fernandinha. Ela devia ter a minha idade, cabelos pintados de ruivo, e me olhava de volta como se dissesse com os olhos:

«Vamos subir.»

Era uma mulher com quem eu teria o maior prazer em experimentar, mas ainda me sentia nervoso naquele lugar. Eu não tinha ido com nenhum amigo; era apenas um professor universitário perdido no meio de homens e mulheres que já estavam acostumados com a noite. Eu, por outro lado, começava a me acostumar com o álcool.

Débora descia a escada quando a avistei: de salto alto vermelho, shortinho branco, topzinho, com os seios quase para fora e o colo à mostra.

Então César disse:

— A Débora seria uma moça ideal para você estrear um daqueles quartos. Eu gostei de você, garoto, não te daria um mau conselho.

E realmente Débora era bonita: calada, rosto melancólico, como se odiasse aquela vida. Isso me atraía nela. Mulheres que demonstravam problemas psicológicos sempre me atraíram — fazer o quê? A fragilidade faz com que eu tenha vontade de cuidar delas.

Com apenas um gesto, César chamou Débora. Ela atravessou o ambiente atraindo o olhar de vários daqueles machos que só estavam ali à procura de satisfazer os seus desejos: homens jogando dominó, outros jogando baralho, outros apenas bebendo e alguns só observando, como eu.

— Quero ter o prazer de te apresentar meu amigo Cláudio. Não é a primeira vez dele aqui, mas ele gostaria de conhecer nossos aposentos.

Ela me olhou dos pés à cabeça, como se me avaliasse. Senti-me pressionado, mas, de tantos caras que já tinham passado por ali, eu não poderia ser o pior. Ou poderia?

Ela não fez cara de aprovação, nem de reprovação.

— Por que não? — Débora segurou uma das minhas mãos e, com um instinto natural, me puxou — um movimento que efetuava muitas vezes durante o trabalho. Eu não falei nada, apenas a segui calado. No caminho para a escada, cruzei com Juliana, que me deu um sorriso tímido. Envergonhada. Aquilo me excitou.

Subimos a escada estreita, mal iluminada por uma lâmpada vermelha pendurada no teto. O som do bar ficava cada vez mais abafado, como se a gente estivesse entrando em outro mundo. Eu estava nervoso, ansioso para ver aquela mulher pelada, ansioso para tê-la em minhas mãos.

Débora ia na frente, dois degraus acima de mim, e eu não conseguia tirar os olhos dela. O shortinho branco colava no corpo, subindo um pouco a cada passo, revelando a curva perfeita da bunda. Os saltos altos batiam no chão de madeira, quase hipnótico.

Ela balançava o quadril sem exagero, mas com uma precisão de quem já fez aquele caminho centenas de vezes. Era o corpo dela trabalhando, só isso. E justamente por ser trabalho, por ser mecânico, aquilo me deixava louco.

A mão dela na minha era macia, quente, os dedos finos entrelaçados nos meus como se fosse a coisa mais simples do mundo. Ela não apertava forte, nem soltava; apenas guiava. Eu sentia o perfume barato, doce demais, misturado com cigarro e um leve cheiro de suor.

Era real. Era humano. E era exatamente isso que eu queria: pagar para não precisar fingir interesse, para não precisar conquistar, para não ter que me preocupar se ela estava gostando ou não. Eu queria usar. Queria ser usado. E ela sabia disso. Talvez fosse por isso que não falava nada.

Era a minha primeira vez pagando. A primeira vez que eu ia transar sem ter que mentir, sem ter que seduzir, sem ter que me importar. Só ia tirar a roupa, fazer o que quisesse, pagar e ir embora. Sem nome, sem futuro, sem culpa depois. Pelo menos era o que eu repetia pra mim mesmo.

Chegamos no corredor do andar de cima. Portas fechadas dos dois lados, algumas com luz vermelha escapando por baixo, barulhinhos abafados, gemidos fingidos, camas rangendo. Ela parou na frente da terceira porta à esquerda, girou a maçaneta com a mão livre e entrou primeiro, ainda me puxando.

A luz ali dentro era ainda mais vermelha, quase infernal. Uma cama de solteiro com lençol azul escuro, um criado-mudo com preservativos e um potinho de gel, um espelho grande na parede oposta. Nada mais.

Ela soltou minha mão, virou-se pra mim e, sem dizer uma palavra, começou a tirar o topzinho branco devagar. Os seios apareceram, firmes, os mamilos já duros — talvez pelo ar condicionado, talvez por hábito. Me olhou nos olhos por um segundo, sem sorriso, sem sedução barata. Só um olhar profissional.

— Pode Tirar a sua roupa querido — disse com a voz baixa.

Naquele instante eu entendi: ela não estava ali. O corpo estava, mas ela não. Isso me deixou mais duro do que qualquer strip-tease bem feito jamais conseguiria.

Eu atravessei a linha.

E não queria mais voltar.

Débora era apenas a primeira, mas eu queria experimentar todas, inclusive Juliana, aquela baixinha gostosa.

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