Inferninho 1

Um conto erótico de RaskChinaski
Categoria: Heterossexual
Contém 1039 palavras
Data: 11/12/2025 14:11:55

Eu passei a vida inteira sem pisar num puteiro, mas a curiosidade estava lá, latejando. Pagar pra alguém transar comigo, sem ter que fingir, sem jogar o joguininho de conquista, sem precisar ser o cara perfeito… só a ideia já me deixava de pau duro. Um dia a vontade falou mais alto e eu fui.

Fui no único que eu conhecia na cidade, bem no centro. Quando me aproximei da porta, senti o rosto queimar de vergonha, olhando pros lados o tempo todo pra ver se não tinha conhecido. Pelo menos isso não rolou.

O cheiro de cigarro e bebida barata já batia antes de entrar. Dei uma olhada rápida no ambiente: algumas garotas dançando ou conversando com clientes, uns velhos sentados no balcão tomando cerveja, luz vermelha fraca. Fui direto pro bar, tentando parecer que sabia o que estava fazendo. Não sei se enganei alguém, porque o barman me sacou na hora.

— Primeira vez aqui, né? — perguntou, já enchendo um copo.

— É… me dá uma dose de conhaque — respondi, seco.

— Então toma duas. A segunda é por conta da casa — ele falou, empurrando os copos pra mim. — Aliás, eu sou o dono. César.

César era um cara grandalhão, cara de poucos amigos, tatuagem subindo pelo braço, mas estava sendo gente boa comigo.

— Fica à vontade, escolhe qualquer uma — disse, dando um tapa leve no balcão.

Sorri de canto e continuei olhando em volta, até que meus olhos pararam nela.

Juliana.

Shortinho jeans curtíssimo, blusinha cropped mostrando a barriga, salto alto, cabelo solto. Meu coração deu um pulo tão forte que quase derrubou o copo. Juliana era neta da minha vizinha. Eu conhecia ela desde pequena, trocava ideia no portão, via ela indo pra faculdade… Dezenove anos. Nunca, nem nos meus pensamentos mais safados, imaginei que ela trabalhava ali.

Não consegui tirar os olhos. César percebeu na hora.

— Aquela ali é a melhor da casa — ele falou baixinho, com um sorriso malicioso. — Quer que eu chame?

Fiz que não com a cabeça, rápido demais, quase desesperado. Tentei desviar o olhar pra ela não me reconhecer.

— Mais uma dose, por favor — pedi, com a voz meio tremida.

Bebi, sentindo o conhaque queimar a garganta e tentar acalmar o turbilhão na minha cabeça. Juliana estava ali, rindo com um cara no canto do salão, inclinando o corpo pra frente de um jeito que destacava as curvas. Eu não conseguia parar de olhar, mas também não conseguia me mexer. César me deu um tapa no ombro, rindo.

— Relaxa, novato. Se não for hoje, volta amanhã. Aqui é assim, ninguém julga.

Eu só assenti, paguei as bebidas e saí dali antes que ela me visse. Eu estava nervoso, uma mistura de vergonha, excitação e algo que eu não sabia nomear. Eu teria a oportunidade de comer aquela gostosinha, aquela menina que nem olhava no meu rosto.

Naquela noite, deitado na cama, não consegui dormir direito. Juliana dançava na minha mente: o shortinho apertado, o sorriso malicioso que eu via no portão da vó, mas agora com um filtro sujo, proibido. Imaginei ela se inclinando pra mim, sussurrando coisas que uma neta de vizinha não deveria dizer. Mas era só fantasia. Eu não ia voltar, jurei pra mim mesmo.

No dia seguinte, lá estava eu de novo.

O puteiro era um buraco clássico, daqueles que você vê em filmes antigos: paredes descascando com neon piscando "Open 24h", um palco improvisado no fundo onde às vezes rolava um strip-tease preguiçoso, mesas de madeira gasta cheias de marcas de copo e cinzeiros transbordando.

O som era uma playlist eterna de sertanejo misturado com funk, baixo pulsando no peito como um coração extra. As mulheres variavam: tinha a loira alta, tipo amazona, com pernas que pareciam não acabar, sempre de saia justa e maquiagem pesada, flertando com os velhos bêbados.

A morena curvilínea, peitos fartos escapando do decote, que dançava devagar pro pessoal do bar, rebolando como se o mundo fosse acabar amanhã. E as outras: uma ruiva magrinha com tatuagens por todo lado, outra mais madura, quarentona, com ar de quem sabe todos os truques, fumando cigarro no canto e escolhendo clientes como se fosse rainha.

Mas Juliana... ah, ela se destacava como um diamante no meio de pedras comuns. Baixinha, uns 1,55 no máximo, mas com um corpo compacto e explosivo — bundinha empinada que o shortinho mal cobria, peitinhos firmes marcando a blusinha, pele morena lisa que brilhava sob as luzes vermelhas.

Os olhos castanhos grandes, inocentes quase, contrastando com o batom vermelho e o salto que a fazia andar rebolando. Ela não era a mais alta nem a mais chamativa, mas tinha uma energia: ria alto, tocava os caras no braço como se fossem velhos amigos, mas com um olhar que prometia fogo. No meio das outras, que pareciam mais "profissionais" endurecidas, Juliana parecia fresca, jovem, como se estivesse ali por diversão — o que só tornava tudo mais torturante pra mim.

Eu voltava todo dia, sentava no bar, pedia conhaque e ficava observando. César já me tratava como habitué, me contando piadas sujas e me oferecendo drinks grátis. "Escolhe uma, rapaz, senão vai explodir aí." Mas eu não escolhia.

Ficava ali, fingindo olhar pro celular, mas na real devorando Juliana com os olhos. Via ela se aproximar de um cliente novo, sussurrar no ouvido dele, rir da piada idiota e depois subir as escadas rangentes pro andar de cima, onde ficavam os quartos. Quartos simples, ouvia dizer: cama velha, lençol manchado, espelho no teto pra quem gosta de assistir.

E o pior: eu gostava de ver aquilo. Todo dia um cara diferente a levando pela mão — um caminhoneiro barbudo, um engravatado estressado, um jovem metido a malandro.

Eu imaginava o que rolava lá em cima: ela tirando a roupa devagar, se jogando na cama, gemendo pros estranhos. Fantasiava comigo no lugar deles, mas ao mesmo tempo odiava a ideia. Meu pau endurecia só de pensar, mas a coragem? Zero.

Ela era a neta da vizinha, porra. Eu ficava ali, bebendo, sofrendo, excitado pra caralho, mas nunca dava o passo. Era como um vício: voltar pra ver, fantasiar e eu voltava pra casa com o gosto amargo do conhaque e o pau latejando, gozando rapidamente pensando nela gemendo o nome de outro cara qualquer.

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