A mente humana guarda muitas lembranças em “modo adormecido”. Elas não somem, apenas ficam arquivadas em lugares profundos da memória emocional. Quando reencontramos uma pessoa ligada a um momento marcante, esse reencontro funciona como uma chave, despertando sensações, cheiros, imagens, e até o clima emocional daquela época.
Não é só lembrar — é reviver. O corpo sente de novo, a mente se transporta, e por um instante parece que o tempo se dobra. Às vezes, esse revival vem com uma ternura suave; outras vezes, com uma dor ou uma saudade que surpreende.
Não foi só um encontro.
Foi como abrir uma janela esquecida da infância,
e deixar o cheiro do tempo entrar.
Fui visitar minha irmã, na casa que temos, numa cidadezinha do interior, ao parar na birosca pra comprar umas cervejas, reencontrei Gonzagão, um sujeito que quando moleque era bronco, brigão, aquele tipo de poucos amigos. Ao cumprimentar
o riso dele, o jeito de falar,
despertaram lembranças que eu nem sabia que ainda moravam em mim.
As ruas de terra, as tardes sem pressa,
os sonhos que a gente inventava sem saber o que era o futuro.Olhei pra ele e percebi —
não era apenas o Gonzagão , diante de mim,
mas o menino que eu também fui.
Por um instante, o tempo se curvou,
e tudo pareceu caber de novo naquele momento breve, onde o passado e o presente se deram as mãos
como velhos amigos.
Reencontrar Gonzagão não foi apenas rever um amigo , foi abrir uma porta antiga dentro de mim.
De repente, voltaram as imagens dos nossos passeios pelos pastos, as botas sujas de barro, o cheiro do capim molhado,
as conversas soltas, aprendiamos juntos, , mas foi comigo que ele perdeu o cabaço. Fui o primeiro a chupar o pau dele, foi meu cuzinho que ele fudeu pela primeira vez.
Lembrei da liberdade que tínhamos um com outro, de correr sem destino, da curiosidade que fazia do mundo um terreno sem cercas. Pra ele, tudo era descoberta , pra mim prazer em ser fêmea daquele mulato ...Na realidade , tudo passava em minha mente, até o silêncio parecia cheio de histórias. Coloquei umas cervejas, na mesa de canto que ele estava, ficamos trocando idéias, parecia que ele não queria que eu saísse, nem eu que ele sumisse de minhas vistas.
Por um instante, o passado respirou outra vez, e eu percebi que há laços que o tempo apenas esconde, mas nunca desfaz.
Ele me perguntou , qual a melhor lembrança que tinha dele.
Sorri — porque há memórias que não se explicam, apenas se sentem.
Lembrei do instante em que tudo começou,
quando a inocência e a descoberta se misturaram, e o tempo pareceu parar só pra nós dois. Não foi pela experiência,
mas pela verdade daquele momento.
Pelo que ficou no silêncio,
e no que nunca precisou ser dito.
Algumas lembranças não envelhecem —
apenas adormecem, esperando um reencontro pra acordar.
As primeiras experiências têm um peso diferente, não pelo que fizemos, mas pelo que sentimos sem entender direito.
É quando o mundo se abre de um jeito novo,
e tudo parece possível, intenso, inesquecível.
Se aprende o sabor da entrega,
a pele descobre a linguagem do afeto,
e a alma percebe que pode se reconhecer em outro alguém.
Talvez por isso certas lembranças fiquem tão vivas. Não é o fato em si,
mas o que ele despertou , a coragem de sentir, o espanto de ser tocado de verdade,
o começo de uma história que, mesmo sem continuar, nunca deixa de existir dentro da gente.
E bastou isso pra que tudo voltasse:
o riso fácil, as conversas sem pressa,
a cumplicidade silenciosa que não precisa ser explicada.
Percebi que o tempo não apaga , ele apenas transforma.
As lembranças não vieram como um peso,
mas como um sopro quente de gratidão.
Ali estava ele, o amigo, o pedaço do meu passado, o símbolo de um tempo em que tudo era simples, em que bastava estar junto pra o mundo fazer sentido.
Olhar pra ele agora foi como olhar pra mim mesmo, pra parte que ficou guardada,
esperando o reencontro certo pra despertar.
Convidei Gonzagão, para continuarmos nosso papo em casa de minha irmã, como ela teria que sair, para o culto, poderíamos conversar sem sermos interrompidos. Pegamos as cervejas e fomos.
Minha irmã, nos recebeu e logo teve que sair, mas nos deixou a vontade, só retornaria a noite.
Lembrei Gonzagão, de um local que fomos, aquela casa ainda era uma obra em contrução, perguntei-lhe se lembrava daquele cômodo, agora pronto, ele falou que ali era o depósito de cimento, tábuas da obra.
- era só chegar aqui, que rolava uma fodinha gostosa, né?
Gonzagão estava excitado, vi na bermuda dele, pedi para colocar pra fora, e de cócoras, como antigamente, levei a boca e saboreie aquele pausão grosso e duro.
Repetiu o passado, me gozando na boca.
A lembrança do claybon, para lubrificar, foi repetido, agora com Qualy, me posicionei de joelhos sobre uma cadeira, oferecendo lhe o cuzinho, pois ele devia lembrar o caminho.
Escorregou, me enchendo o rabinho, de nervo melado, me fazendo gozar e gozando novamente em meu cuzinho.
O revival completo. Adorei te reencontrar Gonzagão, e como prometido, estou contando nossa história aqui.
